quinta-feira, setembro 28, 2006

A Padaria Aljubarrota

Se eu escrevesse o que sinto quando ouço o hino da República Portuguesa ou quando vislumbro a bandeira dos lusitanos a flutuar ao vento, provavelmente seria preso. Historicamente é uma falácia que se diga que Portugal é a “pátria lusitana”, sabendo nós que os Lusitanos nunca habitaram a norte do rio Douro (essa secção do território esteve grande parte do tempo sob domínio dos Suevos).
Portugal está recheado de alucinações mitológicas, de lendários devaneios. A impossibilidade que este país tem em se desquitar é um mal histórico. Vejamos: Um dos episódios maiores da história da República Portuguesa relata uma padeira que, farta de fazer roscas (sabe-se lá a quem), decide com uma pá(!!!!!) o resultado final de uma batalha! Que histórias de bravura serão contadas no futuro? Um pescador da Póvoa do Varzim que violentamente afundou a totalidade da armada americana somente com um anzol? Um portuense que, numa noite de S. João dizimou o exército indiano com um alho-porro? Um lisboeta que cilindrou o défice enquanto encomendava um bolo-rei? Uma possível explicação para este delírio colectivo seria o facto de todos os automóveis funcionarem a cannabis e não a derivados do petróleo. Mas nesse cenário teríamos nas ruas gente sorridente, o que não é o caso. O povo português só fica alegre quando ejacula ou quando recebe a devolução do IRS.
Os “Lusíadas” são outra obra de infausto título e embaraçoso conteúdo. A questão do título está relacionada com o facto, já anteriormente por mim descrito, do domínio territorial Suevo no norte do país. O conteúdo é um conjunto de embaraços mais ou menos evidentes. Recomendo a leitura do “achamento” da Ilha dos Amores. De súbito, tudo faz sentido: a incompetência dos portugueses é um facto histórico, pois já naquele tempo a ilha teve que se deslocar para poder ser alcançada pelas naus.
Em tempo idos, se já Internet existisse, provavelmente os “achadores” portugueses teriam “surfado” na onda digital e não nos mares do mundo para expandir território. A página online para conquistas e afins teria, mais ou menos, o seguinte aspecto.

Olá! Sejais vós bem-vindos à página de expansão do Reino Português. Ao preço de cada opção acresce a taxa de 20% (como se faz na Phinlândia).

Seleccione a opção que deseja:

- Chacinar povos selvagens

- Assinar um tratado para o empossar como dono de metade de um mundo que é de todos

- Enviar uma mensagem para o phuturo para um primeiro-ministro que teima em castigar constantemente os que menos têm

- Encomendar uma francesinha

Tudo isto é triste, mas não é fado. Na realidade, a música popular portuguesa é somente uma desculpa para se beber mau vinho.
A pátria não é coisa que se possa impor. Aquilo que o homem hoje separa com fronteiras foi, outrora, um campo livre. Então que filiação é esta? Que sentido faz a palavra pátria se nos incita a marchar contra os canhões? O mundo é um só, a minha casa. As barreiras fronteiriças somente separam aquilo que é de todos. Deixemo-nos de bandeiras tingidas de sangue. Foi-se a padeira, mas a padaria, retrógrada e atrasada, sobrevive. Este país é como um campo estrumado: parece lindo ao longe, mas o odor a esterco aumenta à medida que nos aproximamos. Acabaram-se as férias. Bem-vindos.

Hugo Machado

quarta-feira, setembro 27, 2006

Banksy


Banksy é uma lenda no meio dos artistas rua. Faz grafites um pouco por todo mundo, com um radical sentido de humor, que visa a sociedade, a política e o quotidiano.
É também conhecido por introduzir clandestinamente, em reputados museus, obras suas, como se fosse parte do acervo original, esperando para ver quanto tempo demora, até descobrirem a falsificação. Em alguns casos os trabalhos de Bansky, acabaram por serem comprados pelo museu, que sofreu o ataque de vandalismo.
A verdadeira identidade de Banksy é desconhecida. De acordo com o jornal The Guardian, ( que o entrevistou, no fim do post existe um link para esta entrevista) o seu verdadeiro nome é Robert Banks, está na casa dos 30 anos e é natural da cidade de Bristol. O secretismo à sua volta é tão grande, que Banksy afirma, que nem os seus pais sabem o que ele faz.
A sua arte (como é óbvio, para lá da obra de arte em si) tem como objectivo chocar o observador e choca mesmo!

Há muitas organizações que consideram o trabalho de Banksy puro vandalismo, mas o artista adquiriu projecção internacional quando fez a ilustração da capa do disco Think Tank, da famosa banda britânica, Blur, editado em 2003.
Uma das intervenções mais conhecidas de Banksy, foi um plano coordenado para infiltrar obras suas, nos quatro mais importantes museus de Nova Iorque no mesmo dia.
E conseguiu, no dia 13 de Março de 2005!
Primeiro colocou um dos seus trabalhos, um quadro de uma lata de sopa, ao estilo de Andy Warhol, no MoMa, onde permaneceu três dias sem ser notado. Seguiu-se o Museu Brooklyn. Neste museu, o quadro colocado, mostrava um almirante da era colonial, com uma lata de spray na mão e frases anti-guerra. Os outros dois museus "vandalizados" foram o Metropolitan Museum of Art e o Museu Americano de História Natural. No Metropolitan Museum, Banksy colocou uma tela de uma mulher usando uma máscara de gás e no Museu Americano de História Natural, Banksy colocou, por trás de um vidro, um besouro com asas de caça-bombardeiro e mísseis presos ao corpo.
Uma das suas obras mais polémicas é uma montagem com a célebre foto de Nick Ut, que simboliza toda a tragédia que foi a Guerra do Vietname. A fotografia retrata a pequena Kim Phuc, e outras crianças, a correrem momentos depois da sua aldeia ter sido bombardeada pelos americanos com bombas de Napalm. Na montagem de Bansky, primeira fotografia do post, Kim Phuc aparece ao lado do Mickey e de Ronald McDonald, numa implícita crítica ao capitalismo.
Numa outra pintura, que causou muita polémica em Inglaterra, Banksy mostra a rainha Vitória, símbolo do puritanismo e do Império Britânico, a fazer sexo oral com uma outra mulher.
A sua primeira e única exposição em Londres, em 2005, trouxe versões de pinturas tradicionais com detalhes da vida contemporânea. Nela, os visitantes eram obrigados a dividir o pequeno espaço da galeria com centenas de ratos, que circulavam livremente.

No ano passado, fez uma série de grafites no muro que separa Israel da Cisjordânia. São paisagens idílicas, que contrastam com a dura vida dos palestinianos. Com estas imagens, para além de protestar contra a construção do Muro por parte de Israel, foi intenção de Bransky transformar o horrendo em belo.
Também no ano passado, o artista deixou o Museu Britânico numa situação desagradável ao infiltrar na colecção do museu uma imitação de pintura rupestre, que mostrava um homem pré-histórico a empurrar um carrinho de supermercado. De acordo com Banksy, a obra passou despercebida durante três dias. A direcção do museu reagiu com bom humor. Comprou a obra.
No princípio deste mês, o artista britânico conseguiu substituir 500 CDs de Paris Hilton por versões adulteradas em lojas espalhadas pela Grã-Bretanha. Banksy trocou as músicas de Paris Hilton por versões suas, que receberam nomes como “Por que sou famosa?”, “O que fiz?” e “Para que sirvo?”.

O artista plástico também substituiu as fotos dos CD’s por imagens em que Paris Hilton aparece em topless com frases provocantes e na contra capa substituiu a fotografia da socialite, por uma fotografia em que esta aparece com uma cabeça de cadela.
Na semana passada, Banksy conseguiu colocar uma réplica em tamanho natural de um prisioneiro da base americana na Baía de Guantánamo na Disneyland, sem que os responsáveis pelo parque percebessem. A figura, vestida com o uniforme laranja que caracteriza os presos de Guantánamo, foi colocada no fim de semana dentro da área ocupada pela atracção Rocky Mountain Railroad. A réplica permaneceu no local por 90 minutos até que esta parte do parque para a figura ser removida. Um porta-voz de Banksy disse que a ideia era chamar atenção para a situação dos suspeitos de terrorismo presos no ignóbil centro de detenção americano em Cuba.

Banksy, um "vândalo" muito dotado.
Link:
http://arts.guardian.co.uk/features/story/0,,999712,00.html

segunda-feira, setembro 25, 2006

Vanessa Fernandes


A portuguesa Vanessa Fernandes, vice-campeã mundial de triatlo, igualou ontem o recorde de 12 vitórias consecutivas ao vencer a etapa chinesa da Taça do Mundo, assegurando um triunfo quase certo no circuito mundial. A benfiquista foi a atleta mais forte no percurso de Pequim, semelhante ao que será utilizado nos Jogos Olímpicos de Pequim 2008, terminando em 2.03,16 horas os 1500 metros de natação, 40 quilómetros de ciclismo e os 10 quilómetros de corrida da 14ª etapa do calendário de 2006.
Apesar da vitória, Vanessa Fernandes mostrou-se modesta no final da prova, considerando, em declarações à agência “Lusa”, que “o que fica na história é ser campeã do mundo e campeã olímpica”. Vanessa Fernandes deixou em segundo lugar a campeã mundial da modalidade, a australiana Emma Snowsill, com mais 1,07 minutos, tendo a atleta do Luxemburgo Elizabeth May chegado em terceiro lugar, com mais 1,56 minutos que a portuguesa. Com este triunfo, Vanessa Fernandes é a virtual vencedora do circuito mundial, mesmo sem participar nas duas últimas etapas, nas quais Emma Snowsill também já anunciou que não participa.
O recorde de 12 vitórias seguidas foi estabelecido por Emma Carney entre 1993 e 1995, quando apenas cerca de três dezenas de atletas femininas disputavam a Taça do Mundo.

Desde a sua participação nos Jogos Olímpicos de Atenas 2004, em que se qualificou em oitavo lugar, a filha do antigo ciclista Venceslau Fernandes ganhou todas as provas em que participou, excepto os campeonatos do Mundo. A série de 12 vitórias teve início em Madrid em 2004 até culminar na prova de Pequim. “O circuito obriga os atletas a ser fortes e inteligentes”, disse a atleta portuguesa, comentando o percurso da prova de ontem, que serviu de primeiro ensaio geral para o circuito dos Jogos Olímpicos de Pequim’2008. Vanessa Fernandes assumiu desde o início da prova um ritmo forte e atacante para desgastar as adversárias, tendo em especial cansado Emma Snowsill na prova de bicicleta, o que veio depois a ser vital nos 10 quilómetros finais de corrida.
Ontem, ao contrário de sempre, a vitória de Vanessa Fernandes, foi tema de abertura do telejornal da RTP. Já é tempo de dar valor a quem realmente o tem, e definitivamente olharem para outras modalidades e atletas, para além do futebol.Sem estágios de luxo,sem visitas presidenciais ou ministeriais, com muito treino, forçe de vontade e humildade, Vanessa Fernandes, vai levando bem alto o nome de Portugal, ainda por cima, numa modalidade recente e sem qualquer tradição em Portugal.

Perfil:
Nome Completo: Vanessa de Sousa Fernandes
Data de Nascimento: 14 de Setembro de 1985
Altura: 168 cm
Peso: 57 kg
Inicio na Modalidade: 1999
Equipa: Sport Lisboa e Benfica
Treinadores: Sérgio Santos
António Jourdan
Palmarés:
2006.
.: Vencedora da Taça do Mundo de Triatlo de Beijing (CHI);.: Vencedora da Taça do Mundo de Triatlo de Hamburgo (GER);
.: Vice-Campeã nos Campeonatos do Mundo de Triatlo de Elite de Lausanne (SUI);
.: Vencedora da Taça do Mundo de Triatlo de Corner Brook (CAN);
.: 5ª Classificada no Life Time Fitness Triathlon (USA);
.: Campeã da Europa de Triatlo Sub23 Feminina - Rijeka (CRT);
.: Campeã da Europa de Triatlo Elite Feminina - Autun (FRA);.: Vencedora da Taça do Mundo de Triatlo de Madrid (ESP);
.: Vencedora da Taça do Mundo de Triatlo de Mazatlán (MEX);
.: Vencedora da Taça da Europa de Triatlo do Estoril (POR);
.: 3º Lugar no Campeonato Nacional de Corta Mato Longo - Guimarães (POR);
.: Vencedora da Taça do Mundo de Triatlo de Aqaba (JRD);
2005.
.: Vencedora da Taça do Mundo de Triatlo de New Plymouth (NZL);
.: Campeã da Europa de Triatlo Elite Feminina - Lausanne (SUI);
.: Campeã da Europa de Triatlo Sub23 Feminina - Sófia (BUL);
.: Vencedora da Taça do Mundo de Triatlo de Pequim (CHN);
.: 4ª Classificada nos Campeonatos do Mundo de Triatlo de Elite de Gamagori (JPN);
.: Vencedora da Taça do Mundo de Triatlo de Madrid (ESP);
.: Vencedora da Taça do Mundo de Triatlo de Mazatlán (MEX);
2004.
.: Campeã Nacional de Triatlo 2004;.: Vencedora da Taça do Mundo do Rio de Janeiro (BRA);
.: Vencedora da Taça do Mundo de Madrid (ESP);
.: 8ª Classificada nos Jogos Olimpicos Atenas 2004;
.: Campeã da Europa de Triatlo Sub23 Feminina - Tiszaujvaros (HUN);

.: 5ª Classificada nos Campeonatos do Mundo de Triatlo de Elite - Funchal (POR);
.: Campeã da Europa de Triatlo Elite Feminina - Valência (ESP);
2003.
.: 9ª Classificada na Taça do Mundo de São Petersburgo (EUA);.: 10ª Classificada na Taça do Mundo de Ishigaki (JPN);
.: 9ª Classificada na Taça do Mundo do Funchal (POR);.
: 3ª Classificada na Taça do Mundo do Rio de Janeiro (BRA);
.: 3ª Classificada na Taça do Mundo de Cancun (MEX);
.: Vencedora da Taça do Mundo de Madrid (ESP);
.: Vencedora do Triatlo Internacional do Estoril (POR);
.: 2ª Classificada no Triatlo Internacional da Praia da Vitória (POR);
.: 5ª Classificada nos Jogos Mundias de Verão - Santos (BRA);
.: Medalha de Prata no Campeonato da Europa por Equipas Juniores Femininos - Carlsbad (CZE);
.: Medalha de Bronze no Campeonato do Mundo de Triatlo Juniores Femininos - Queenstown (NZL);
.: Campeã do Mundo de Duatlo Juniores Femininas - Affoltern (SUI);.
: Campeã da Europa de Triatlo Juniores Femininas - Carlsbad (CZE);
2002.
.: 4º Lugar no Campeonato do Mundo de Triatlo (Cancun - MEX) - Juniores Femininos;
.: 34ª Classificada na Taça do Mundo de Tizjausvaros (HUN);
.: 29ª Classificada na Taça do Mundo de Nice (FRA);
.: 12ª Classificada na Taça do Mundo do Funchal (POR);.
: Medalha de Bronze no Campeonato da Europa de Triatlo (Gyor - HUN) - Juniores Femininos;
.: Medalha de Bronze no Campeonato da Europa de Duatlo (Zeitz - GER) - Juniores Femininos;
2001.
.: Medalha de Prata por equipas no Campeonato da Europa de Duatlo (Mafra - POR) - Juniores Femininos;
.: 18ª no Campeonato da Europa de Triatlo (Carlsbad - CZE) - Juniores Femininos;

sábado, setembro 23, 2006

Contradições Humanas


Penso que foi Nietzsche quem disse que nós não gostámos das pessoas mas sim do efeito que o conjunto de reacções que elas suscitam tem, ou seja, é provocada uma espécie de descarga química e o bem-estar gerado no nosso corpo desta forma é o que induz a sensação física de contentamento. É, assim, desfeita a ilusão de que os sentimentos são uma manifestação metafísica, transcendente e espiritual, resumindo-se a uma vulgar reacção química cerebral. É, claramente uma visão redutora do ser humano esta noção de que todos os sentimentos são uma resposta fisiológica, uma simples reacção química a um qualquer estímulo.
É claro que esta teoria não explica os sentimentos de repulsa que temos quer com pessoas quer com objectos quer com acontecimentos e, se o interesse é puramente egoísta, porque é que são, normalmente, os momentos de sofrimento que nos empurram para um abismo emocional, abismo este que na maior parte das vezes se revela com uma intensidade de tal forma sufocante, que os comportamentos de índole egoísta não fazem qualquer sentido, a menos que o masoquismo demente imponha as suas regras, configurando assim um paradoxo.
Não interessa muito para a discussão a teoria, pois eu desconheço-a em absoluto. Reporto-me a uma citação. Interessa-me sobretudo enquadrar os sentimentos num espectro que vai desde a mais notável felicidade até ao mais vil sofrimento. Obviamente tudo resto se situa entre estas duas condições inatingíveis. As possibilidades são, por outro lado, infinitas e os acontecimentos que lhes dão origem são, também, infinitos. Muitos deles induzem contradições que são difíceis de gerir, existindo uma tendência natural para interiorizar as coisas pois, aquilo que esperamos é que as nossas reacções sejam passíveis de serem integradas sem culpas. Os sentimentos antagónicos não permitem que isto suceda. O isolamento é então a solução como resultado da estranha sensação de exclusividade. O desconhecimento da condição humana relativamente ao facto de que estas reacções são recorrentes e comuns, banais até, aumenta o sofrimento.
Para ilustrar esta situação nada é mais intenso que as emoções perante a morte. Quanto mais próxima mais marcante. A morte e sua inevitabilidade são conceitos para os quais é necessária uma resistência emocional elevada. Quando algo semelhante sucede, a alma é invadida pela consciência do nosso próprio fim, de quanto tudo é efémero e transitório.
A renovação das gerações implica, geralmente, a morte dos mais velhos nas famílias e estes acontecimentos são épocas de profundas contradições emocionais. O drama maior nestes casos será certamente a perda dos pais que vai para além da irreversibilidade da situação. A morte de um pai é uma espécie de princípio do fim. Para cada um de nós eles representam a primeira e a última barreira á fatalidade. Se os desígnios geracionais se cumprirem, os próximos na linha da continuidade para a morte são os filhos. Os pais têm, por isso mesmo, um papel que vai para além da paternidade. São pais e delimitam a nossa existência. É como se enquanto eles não morrerem, a morte fosse apenas um conceito com o qual convivemos numa perspectiva algo distante, como se estivéssemos rodeados por uma espécie de domo protector em que a matéria que constitui a sua estrutura fosse uma substância emanada pelos nossos progenitores onde a mortalidade inerente à vida luta por penetrar sem o conseguir até ao dia fatídico.
Esta conjectura faz as pessoas acordarem para se confrontarem com os seus próprios demónios, limites e para a sua condição humana. Assim, o sofrimento gerado por uma perda importante com o fim da ilusão da invulnerabilidade, o penoso quotidiano de contacto com doenças que se alimentam do que resta da vida até a sugarem completamente, o surgimento do sentimento de impotência perante a irreversibilidade, os apelos de quem tem de ficar sem resposta e que se lêem nos olhos de quem os faz com uma clareza desconcertante, são momentos que são responsáveis pelas mais perturbantes contradições.
O desejo da morte do ente querido e que seja rápida e o mais indolor possível, o sentimento de culpa que isto arrasta, torna-se uma espécie de sombra negra que se agarra parasitariamente a quem o sente. O desejo pelo desfecho de uma situação que imbui todos os envolvidos numa escuridão, é exactamente desejar a morte. Quando é alguém de quem gostamos imenso pensamos que este sentimento faz de nós um ser com a alma negra, porque ninguém deseja o mal a quem ama, a menos que o sentimento tenha sido desde sempre uma ilusão. E se o foi, porque a intensidade é semelhante, tudo o que sentimos pelos outros é também duvidoso. Sentimos um vazio tão intenso que é como se tudo se desmoronasse irremediavelmente e fosse necessário reaprender a viver. Se não formos capazes, o futuro insinua-se como um mero exercício de passar dos dias porque de repente perdemos a noção da realidade e do valor dos sentimentos.
Desejar a morte de alguém ao mesmo tempo desejar que viva é algo que aparenta ser inverosímil, mas que de facto não é. Tudo é uma resposta a diferentes estímulos, queremos que vivam porque o amor é real, e queremos que morram porque a razão e a percepção que temos dos acontecimentos nos dizem que a morte é inevitável e se o sofrimento e o definhamento exibidos perante os nossos olhos são tão profundamente desconcertantes então cada um dos sentimentos é igualmente profundo e perturbador.
A alma humana na sua mais exultante exteriorização, os infinitos paradoxos que os sentimentos arrastam consigo e que não temos a capacidade de encaixar porque a racionalização por vezes se revela impossível ou, por mais que tentemos, as nossas capacidades não permitem explora-los com a profundidade necessária. Ficamos a meio do caminho entre a raiz dos sentimentos que nos levam a saber viver com a nossa condição humana e a incapacidade para os verbalizar, incapacidade essa que traz consigo a culpa a cada recordação. Se tudo é uma resposta fisiológica, então uma vez que somos constituídos pela mesma matéria não podemos pensar que os nossos sentimentos são únicos. Este facto deveria servir de paliativo para o mal-estar gerado por algumas das coisas que sentimos. É esta capacidade de sentir que nos mantém vivos e nos diferencia da restante Criação.

Filipe Pinto.

sábado, setembro 16, 2006

Terry Fox e a Maratona da Esperança

Terrance Stanley Fox, mais conhecido como Terry Fox nasceu no dia 28 de Julho de 1958, em Winnipeg, província de Manitoba, no Canadá. Quando era criança a sua família mudou-se para a cidade de Port Coquitlam, na Colúmbia Britânica, situada na costa oeste do Canadá.

Como adolescente, Terry Fox envolveu-se na prática de diversos desportos escolares. Em 1976 diagnosticaram-lhe um sarcoma ósseo (cancro nos ossos) na perna direita, que lhe seria amputada, (15 centímetros acima do joelho) no ano seguinte.Mas nem assim se vergou.Os sofrimentos dele próprio, mas sobretudo os dos restantes doentes seus companheiros de hospital, levaram-no a conceber uma longa corrida através do Canadá para angariar fundos para a luta contra o cancro.

Chamou-lhe a Maratona da Esperança.

Partiu de St. John’s, na costa leste do Canadá, em 12 de Abril 1980 para essa última prova de resistência e valentia. Correu 143 dias, percorrendo, apesar da prótese, cerca de 42 quilómetros diários. Pedia a cada canadiano um dólar para essa luta desesperada. Ganhou. Obteve mais de 24 milhões de dólares. No dia 1 de Setembro, ao fim, de 143 dias e 5300 quilómetros depois, Terry Fox foi obrigado a parar a sua longa maratona, em Thunder Bay, no Ontário, pois o cancro tinha-se expandido até aos pulmões.

Terry Fox acabaria por ser arrebatado pela morte alguns meses mais tarde. Foi no dia 28 Junho de 1981, tinha 22 anos anos. Foi proclamado herói nacional, tendo recebido várias honras. Foi escolhido, numa pesquisa de opinião pública no Canadá, como o canadiano mais famoso do século XX.

A morte arrebatou-o, mas não o derrotou.Porque hoje, a Fundação Terry Fox continua a mesma luta. Organiza maratonas um pouco por todo o Mundo para recolher fundos para a pesquisa e combate ao cancro. A Maratona da Esperança arrecadou um total de 400 milhões de dólares canadianos para a pesquisa e combate ao Cancro. No ano passado, realizaram-se cerca de 200 provas em países tão diferentes como Portugal, Bélgica, China, Austrália ou Cuba, etc. E claro, no Canadá.

No Canadá, como sempre, a corrida Terry Fox é realizada no segundo Domingo de Setembro, após o Dia do Trabalhador.A XXV Maratona da Esperança Terry Fox acontecerá amanhã, 17 de Setembro.

Terry Fox um canadiano que decidiu bater-se denodadamente contra a morte, contra o cancro que o vitimaria. Enfrentou, como só os verdadeiros homens o podem fazer, um destino impiedoso.Venceu.

sexta-feira, setembro 15, 2006

Oriana Fallaci


A jornalista e escritora italiana Oriana Fallaci morreu ontem à noite num hospital da cidade de Florença, informou hoje a agência Ansa. Fallaci, de 77 anos, sofria de cancro há vários anos. O enterro de Fallaci será estritamente íntimo, a pedido da própria, segundo os seus familiares. A jornalista tinha sido internada numa clínica de Florença, devido ao agravamento da sua doença.
Conhecida e respeitada pela sua carreira como jornalista política, Fallaci era uma das mais consagradas escritoras, na área da intervenção política, em todo o mundo.
Oriana Fallaci, nasceu em Florença em 29 de Junho de 1929. Começou a carreira de jornalista aos 17 anos, foi correspondente internacional em vários meios de comunicação, repórter de guerra e escreveu vários livros. Cobriu os conflitos no Vietname, no Oriente Médio e na América Latina, numa época em que eram escassas as mulheres na frente de batalha. Levou um tiro e foi espancada durante os protestos estudantis no México, em 1968.
Depois, fez sucesso com o romance de ficção “Um Homem”, inspirado no seu caso com o grego Alexandros Panagoulis.
Fallaci ficou famosa pelas suas entrevistas com líderes de todo o mundo.Golda Meir, a primeira-ministra indiana Indira Gandhi, Henry Kissinger, Willy Brandt, Muammar Kadhafi, Ayatollah Khomeini ou Yasser Arafat foram alguns dos nomes que enfrentaram a prova de fogo “Oriana Fallaci”.
Na entrevista que fez com Kissinger, Fallaci comparou-o a um cowboy e obrigou-o a admitir que a Guerra do Vietname era “inútil”. Kissinger escreveu depois que a entrevista foi “simplesmente a conversa mais desastrosa que já tive na vida com qualquer jornalista”.
Segundo o relato da própria Fallaci, ela discutiu aos gritos com Arafat e começou uma entrevista com o líder líbio Muammar Kadhafi ridicularizando o seu manifesto, dizendo que era “tão pequeno e insignificante que cabia na sua caixinha de pó-de-arroz”. Durante um encontro com o líder iraniano, Ayatollah Khomein rasgou um chador.
Entre os galardões que recebeu ao longo da vida está o Prémio Viareggio ganho em 1979 com a publicação "Um Homem".
Nos últimos anos, teve uma atenção mediática intensa, Fallaci adoptou uma posição radical contra o fundamentalismo islâmico, bem descrita em "A Raiva e o Orgulho", publicado em 2002, ainda no rescaldo dos atentados de 11 de Setembro de 2001 em Nova Iorque e em «A Força da Razão», onde a jornalista critica «as intenções secretas do Islão» e escreve que a fé islâmica “semeia o ódio no lugar do amor e a escravidão no lugar da liberdade”.
Fallaci lançou em Agosto de 2004 um livro, intitulado «Oriana Fallaci entrevista Oriana Fallaci», no qual analisou o «cancro moral que devora o Ocidente» e a sua própria doença.
Oriana Fallaci foi ainda professora nas Universidades de Chicago, Yale, Harvard e Columbia.
Vivia o seu tempo entre a Itália e os Estados Unidos.Nos livros alcançou uma notoriedade invejável. As obras foram traduzidos em 21 línguas. No ano passado, já doente, foi recebida por Bento XVI. Há vários anos, um cancro definiu-lhe o destino. A mulher que marcou a história mundial disse um dia que a morte não lhe metia medo, dava-lhe apenas uma sensação de melancolia.Com agências.

quinta-feira, setembro 14, 2006

O Regresso d'El Niño


Cientistas americanos alertaram que as condições típicas do fenómeno climático El Niño, caracterizado por um aumento na temperatura dos oceanos, formaram-se no Oceano Pacífico. Um boletim da NOAA (Agência Oceânica e Atmosférica dos EUA), com o título “El Niño Returns”, diz que alguns impactos do fenómeno em formação já são visíveis na variação dos padrões de precipitações. “Nos últimos 30 dias, condições mais secas do que o normal vêm sendo observadas na Indonésia, Malásia e a maior parte das Filipinas, que são geralmente as primeiras áreas a experimentar os efeitos relacionados ao El Niño”, diz o boletim citado pela BBC on-line.
Segundo os cientistas, o desenvolvimento do El Niño explica em parte por que esta temporada de furacões no Oceano Atlântico tem sido menos activa do que o previsto. O fenómeno no Pacífico Sul, dizem, geralmente inibe a actividade dos furacões.
Ainda assim o meteorologista da NOAA Gerry Bell adverte que os impactos actuais do El Niño são por enquanto pequenos e que a temporada de furacões está longe de terminar. Pelas previsões do NOAA, esta seca deverá continuar pelo resto de 2006 e início de 2007.
O El Niño é um fenómeno de interacção atmosfera-oceano, associado a alterações dos padrões normais da temperatura da superfície do mar e dos ventos alísios na região do Pacífico Equatorial, entre a costa peruana e a Austrália.
Além da temperatura do mar, o fenómeno pode ser medido pela diferença média da pressão ao nível do mar entre os sectores do centro-leste (Taiti/Oceania) e oeste (Darwin/Austrália) do Pacífico Tropical. Esse índice está relacionado com o aquecimento e arrefecimento das águas na região. As fases positivas e negativas do fenómeno são denominadas de El Niño e La Niña, respectivamente.
Estes são fenómenos naturais que existem há vários anos e continuarão a existir como fenómenos cíclicos, sem um período regular. O fenómeno La Niña apresenta maior variabilidade e ocorre com uma frequência menor que o fenómeno El Niño; é atribuído a um arrefecimento anormal da superfície do mar , provocando chuvas torrenciais e agrava os efeitos das tempestades tropicais que fustigam alguns países.
O fenómeno El Niño de 1997-98 atingiu o máximo no início de Dezembro de 1997 com a irregularidade do oceano, atingindo mais de 4ºC. Em Janeiro e Fevereiro de 1998, apesar da superfície ocupada pelas anomalias terem diminuído, o impacto na atmosfera foi ainda maior, pois no Verão austral as temperaturas da superfície são máximas nesta estação.
O nome foi dado por pescadores peruanos, que notavam uma diminuição na quantidade de peixes na Costa do Peru, sempre na época do Natal, razão pela qual lhe deram o nome de El Niño (menino em espanhol).
LINK:http://www.noaanews.noaa.gov/stories2006/s2699.htm

Amnistia Internacional acusa Hezbollah de crimes de guerra


O movimento xiita libanês Hezbollah foi considerado culpado de crimes de guerra contra civis israelitas no recente conflito com Israel, acusou hoje a Amnistia Internacional. “Durante o mês que durou o conflito, o Hezbollah lançou perto de 4000 ‘rockets’ para o norte de Israel (...), um quarto dos quais foi lançado directamente para zonas urbanas”, anunciou a organização de Direitos Humanos com sede em Londres.
A Amnistia sublinha que o balanço dos bombardeamentos - 43 mortos e 33 feridos graves - teria sido muito mais grave se centenas de milhares de israelitas não tivessem fugido e se as cidades e vilas não estivessem equipadas com abrigos eficazes.
O Hezbollah utilizou, nomeadamente, “rockets katioucha” modificados, carregados com milhares de esferas metálicas, com o objectivo de atingirem alvos o mais longe possível. Oito dessas munições, afirma a Amnistia, causaram a morte de oito funcionários dos caminhos-de-ferro.
“A escala dos ataques do Hezbollah contra as cidades e vilas israelitas, a escolha de armas usadas e as declarações da direcção, confirmando a intenção de atingir civis, indicam claramente que o Hezbollah transgrediu as leis da guerra”, afirmou a secretaria-geral da Amnistia, Irene Khan.
Por outro lado, a Amnistia tinha já acusado Israel, em Agosto, de ter igualmente cometido “crimes de guerra” no Líbano, visando “deliberadamente” instalações civis e de ter utilizado bombas de fragmentação no final do conflito.
Para Irene Khan, “o facto de Israel ter igualmente cometido violações graves não justifica, de modo nenhum, as violações levadas a cabo pelo Hezbollah. Os civis não podem pagar o preço da conduta de cada campo”.

quarta-feira, setembro 13, 2006

Triste Realidade


Os conhecimentos e aptidões da população adulta portuguesa não podiam ser piores: estamos em último lugar, entre 30 países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), no que se refere ao tempo médio que os cidadãos com mais de 25 anos passaram na escola. O indicador contabiliza em oito e meio os anos gastos em regime de educação formal no País, contra uma média global de 11,9 em todos os países.
Vale a pena dizer que a tendência está a mudar: a faixa etária dos 25 aos 34 anos apresenta uma subida de mais de 20 pontos percentuais, em relação ao grupo dos 45/54 anos, no que se refere à frequência do ensino secundário. Mesmo assim, os que realmente concluem o 12.º ano são apenas 40% dos indivíduos deste grupo etário. E 25 % do total da população portuguesa, contra 67% da média da OCDE. A manter-se a taxa de crescimento anual, estaremos a par da actual realidade dos outros países em 2013.
As más notícias e a perspectiva evolutiva pertencem ao relatório anual da OCDE dedicado ao ensino, Education at a Glance 2006. Na lista das qualificações da população adulta somos seguidos pelo México e Turquia, penúltimo e antepenúltimo lugares - países onde, tal como no nosso, mais de metade da população entre os 25 e os 64 anos não completou o secundário. No topo da escala surge a Noruega, onde a permanência média no sistema educativo é de quase 14 anos, seguida da Alemanha, Dinamarca e Estados Unidos.
O relatório, extenso e dedicado a 26 indicadores principais, repartidos por 30 países, aborda também a polémica questão da Matemática. Portugal destaca-se mais uma vez pela negativa: é o segundo país da OCDE que menos tempo dedica à disciplina e às competências da língua materna no currículo do 2.º ciclo do Ensino Básico, a par com a Irlanda. Reportando-se a dados de 2004, o relatório assinala que apenas 12% do currículo dos alunos portugueses entre os nove e os 11 anos é consagrado à Matemática, menos 4% do que a média dos países analisados. Atrás de nós só a Austrália, que dedica 9% do tempo de aulas aos números - e 13% à sua língua materna, logo seguida por Portugal, com apenas 15%.
Mas há outros dados interessantes no que respeita à proficiência dos alunos portugueses com os números. Apenas 6% conseguiu atingir os dois níveis mais elevados de competência matemática do PISA 2003, outro estudo da OCDE dedicado apenas à disciplina - concentrando-se a quase totalidade dos alunos nos níveis mais baixos. A explicação tem mais a ver com as diferenças dentro de cada escola - isto é, alunos com a mesma idade mas retidos em diferentes níveis de escolaridade, devido a reprovações - do que entre escolas. No entanto, quando há assimetrias entre as instituições de ensino, estas estão anexadas a uma certa estratificação económica, social e cultural.
Apesar de terem menos tempo de aulas na maioria das áreas, os alunos portugueses passam mais horas na escola do que a média dos países da OCDE. Veja-se o exemplo do 2.º ciclo, com as crianças entre os nove e os 11 anos a passarem 874 horas por ano na sua instituição de ensino, mais 66 do que a média dos países analisados. Quanto aos gastos, em Portugal são 4 422 euros bem contabilizados por estudante, desde o ensino básico até ao superior: o País consegue o 23.º lugar entre todos os países no que se refere a este indicador. Abaixo da média da totalidade dos países, claro, que é de 5 381 euros por aluno. Uma salvaguarda: apesar de ser menos do que o que os outros gastam, esse montante representa para Portugal uma maior fatia do Produto Interno Bruto per capita do que para esses mesmos países. Aqui, a questão é mesmo relativa. DN.

segunda-feira, setembro 11, 2006

11 de Setembro


Comemora-se hoje o quinto aniversário dos atentados ao World Trade Center e ao Pentágono.
Cinco anos depois, há mais terrorismo, há mais mortes, há mais guerras, há menos liberdade, há mais violações dos Direitos Humanos e há mais violação de direitos constitucionais.
Cinco anos depois, deveríamos viver num mundo mais seguro mas aparentemente, a subtracção da liberdade não nos deu segurança. Como alguém já disse, quem troca a liberdade pela segurança, não merece nenhuma delas.
Cinco anos depois do maior ataque terrorista de sempre, o alegado autor, Bin Laden, continua à solta, apesar de duas guerras, Afeganistão e Iraque, milhares de vidas ceifadas e milhões de dólares gastos para a sua captura.
Cinco anos depois e nunca até hoje, as pessoas estiveram tão em desacordo, quanto à identidade dos verdadeireiros autores dos atentados, daquela manhã fatídica.

Se por um lado, na imprensa de referência, surge com clara evidência, a versão de um ataque terrorista efectuada pela Al-Qaeda, por outro lado alimentada pela Internet, surge a versão de um golpe terrorista, levado a cabo pelo aparelho de estado dos Estados Unidos da América.
Uma sondagem da Scripps-Howard Foundation, revelou, na semana passada, que 36 por cento dos americanos acham ser “provável” ou “muito provável” que a administração tenha sido cúmplice dos ataques de 11 de Setembro, ou participaram na conspiração ou não actuaram para evitar a sua execução. O mesmo inquérito indicava que 16 por cento da população acredita que o colapso das Torres Gémeas foi despoletado por explosivos, e 12 por cento considera que o Pentágono foi atingido por um míssil e não por um avião.

Existem duas versões claramente distintas dos ataques terroristas:

Versão Oficial

Eram 8h46 quando um Boeing 757 da American Airlines chocou contra a torre norte do World Trade Center. Cerca de um quarto de hora depois, às 9h03, já com todas as televisões em directo do local, um segundo aparelho, um Boeing 767 da United Airlines colidiu na torre sul. Imagens de terror, que arrepiaram todo o Mundo, cujo o assombro foi amplificado com o desmoronamento do edifício, cerca de hora e meia mais tarde.
Entretanto, meia hora depois do segundo embate no World Trade Center, um terceiro avião desviado despenhou-se sobre o Pentágono, em Washington.
Mais meia hora e um quarto aparelho caiu num campo aberto na Pensilvânia, o quarto ataque, que teria como alvo o Capitólio ou a Casa Branca, acabou por ser gorado pelos próprios passageiros do voo 93 da United Airlines, que já sabiam o que acabara de acontecer em Nova Iorque.
Quase 3.000 pessoas morreram: 2.602 no World Trade Center, 125 no Pentágono e 246 nos quatro aviões desviados.
O ataque foi reivindicado um ano depois pela Al-Qaeda, mas desde logo o seu líder Bin Laden foi apontado como o principal suspeito.
Por detrás dos maiores atentados terroristas de sempre, estiveram 19 jovens árabes extremistas que, armados com x-actos, canivetes e latas de ‘spray’ de pimenta, sequestraram e desviaram quatro voos domésticos. Ter-lhes-á bastado menos de 400 mil euros para levar a cabo a acção.

Versão Não Oficial

As Torres Gémeas vieram abaixo por demolição controlada com explosivos pré-posicionados e não devido a choques de aviões.
O edifício 7 do complexo do World Trade Center, onde não se verificou qualquer choque de avião, também veio abaixo por demolição controlada.
O Pentágono foi atingido por um míssil e não por um Boeing 757, ironicamente, no dia em que comemorava o 60º aniversário do início da sua construção.
No local onde se afirma ter-se despenhado o Voo 93 da United Airlines só ficou uma pequena cratera com seis metros de diâmetro e um amontoado de lixo que de forma alguma poderia pertencer ao Boeing 757.

Quase 3.000 pessoas morreram: 2.602 no World Trade Center, 125 no Pentágono e 246 nos quatro aviões desviados.
A Al-Qaeda foi uma criação dos serviços secretos americanos.
Por detrás dos maiores atentados terroristas de sempre, estão os antigos membros do think tank neoconservador Project for a New American Century (PNAC), Dick Cheney, Paul Wolfowitz, Jed Bush, George Tenet e Donald Rumsfeld, que controlam actualmente a administração Bush, e que diziam no seu relatório de 2000, "O processo de transformação, mesmo que provoque mudança revolucionária, provavelmente será longo (O início de Um Novo Século Americano) se faltar um evento catastrófico e catalisador como um novo Pearl Harbour" (in Rebuilding America's defences: strategies, forces and resources for a New American Century).


Estas versões são irremediavelmente antagónicas, no entanto não tenho dúvidas, que no dia 11 de Setembro de 2001, os quatro atentados terroristas mataram quase 3000 inocentes.
Quanto à autoria dos atentados, não consigo responder claramente, se foi perpetrado pela Al-Qaeda, pelos Neo-conservadores do PNAC ou pelas agências de inteligência americanas, tais como a NSA, o FBI e a CIA..

quinta-feira, setembro 07, 2006

Terroristas na Festa do Avante!


O convite do Partido Comunista Português às Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia- Exército do Povo (FARC-EP), para estar presentes na festa do Avante, representa um acto, que devemos condenar veemente.
As FARC-EP são, na realidade, uma organização mafiosa não uma organização revolucionária. A principais fontes de financiamento das FARC-EP são o tráfico de droga, os sequestros e as extorsões.
Segundo a Human Rights Watch os combatentes das FARC-EP são na sua esmagadora maioria crianças entre os 12 e os 18 anos. As crianças que tentarem escapar das suas fileiras, são punidas com tortura e a pena de morte.
Além de tudo o que já foi dito, é obrigatório acrescentar que as FARC-EP, são sucessivamente acusadas pela Amnistia Internacional, como uma das organizações que mais viola os Direitos Humanos.
Por último, mas não menos importante e nunca é de mais repetir, as FARC-EP são consideradas pela União Europeia, como uma organização terrorista e é, em conformidade com este estatuto que devem ser tratadas.

terça-feira, setembro 05, 2006

Freddie Mercury


Se fosse vivo, Freddie Mercury faria 60 anos hoje. Líder incontestado dos lendários Queen, Freddie Mercury, continua a ser uma figura incontornável e inesquecível, da cena musical mundial. Possuidor de um forte carisma, que punha na sua música, especialmente nas suas actuações ao vivo, arrastava multidões que o idolatravam.
Freddie Mercury nasceu a 5 de Setembro de 1946 em Zanzibar, actual Tanzânia, foi baptizado com o nome Farookh Bulsara. Os seus pais, Bomi e Jer Bulsara, eram britânicos. Foi educado na St. Peter Boarding School, na Índia, onde começou a tocar piano aos oito anos. Foi na escola que ele começou a ser chamado "Freddie"; com o tempo até os seus pais o passaram a chamar assim. Aos onze anos, foi campeão de ténis de mesa e ganhou o prémio de aluno com mais capacidades artísticas. Em 1964, a família Bulsara muda-se para Inglaterra, devido a uma revolução sangrenta na Tanzânia. Matricula-se no Ealing College Of Art em Londres, onde se forma em artes gráficas em 1969. Freddie dotado de uma enorme sensibilidade artística, começa-se a interessar pela música Pop. Fez as suas primeiras composições em grupos como Sour Milk Sea e Wreckage.
Freddie teve como colega no Ealing College, Tim Staffel, um baixista que tinha uma banda chamada Smile. Um dia Tim leva Freddie a um dos ensaios dos Smile, e conhece Brian May e Roger Taylor. Brian May e Roger Taylor andavam insatisfeitos e queriam abandonar o projecto Smile. Nessa altura Freddie Mercury virou-se para Brian May e Roger Taylor e disse-lhes "Porque é que vocês perdem tempo a fazer isto? Vocês são capazes de coisas bem mais originais. Aliás, se eu fosse o vocalista da vossa banda , era o que eu estaria a fazer". Predispuseram-se a formar uma banda com Freddie Mercury. Durante o ano de 1970 ensaiaram e compuseram. A necessidade de encontrarem um baixista que se adaptasse ao grupo levou-os a experimentarem seis baixistas num curto período de tempo, até que conseguiram dar com John Deacon . A banda estava formada, Freddie dá-lhe o nome de Queen. Os primeiros dois álbuns da banda, “Queen I” e “Queen II”, passaram praticamente despercebidos do grande público. Só em 1973 o mundo conhece os Queen com “Killer Queen”. Em 1975, editam aquele que é um dos mais carismáticos singles da banda “Bohemian Rhapsody”, retirado do álbum “ A Night at The Opera”, tema que pela sua diferente estrutura, um misto de rock e ópera, e longa duração já mais estaria destinado a single não fosse a sua teimosia. O certo é que “Bohemian Rhapsody” chegou aos 1ºs lugares dos Tops de Inglaterra e por lá ficou durante 9 semanas. A partir deste momento foi um somar de grandes êxitos mundiais sem interrupções, desde o fundamental “We Are The Champions”, hino dos vencedores em todas as competições desportivas, passando pelo rock duro de “We Will Rock You” ou ainda “Another One Bites The Dust”. Os Queen atingem o sucesso em vários estilos musicais.
Em 1979, uma canção escrita por ele triunfa em todo o mundo, tornando-se num estrondoso êxito. Estamos a falar de “Crazy Little Thing Called Love”. Em 1981, os Queen editam “Greatest Hits I”, que se mantém nos Top's ingleses durante 165 semanas. No mesmo ano, fazem a primeira digressão na América do Sul, onde dão concertos nos maiores estádios de futebol. No palco, Freddie dava tudo de si, "Eu sou tão poderoso no palco que parece que criei um monstro. Quando estou no palco, sou extrovertido, mas lá por dentro sou um gajo completamente diferente" e como tal, os espectáculos dos Queen eram sempre um acontecimento. Eles foram conhecidos como os percursores dos concertos de estádio, um desses momentos inesquecíveis foi o concerto que deram em S. Paulo no Brasil, para 231.000 pessoas. Um recorde mundial naquela altura. Foram eles também a chave para a inovação nos videoclips com duração de 3 minutos. Os videoclips tornaram-se cada vez mais aventureiros no estilo, tamanho e conteúdos. O sucesso estrondoso dos Queen continua através dos anos 80 e atinge o auge com a estrondosa actuação no Live Aid em 1985. Mas Freddie nunca parava, as ideias fervilhavam na sua mente e por isso e a par dos Queen começa a concentrar-se na sua carreira a solo, é assim que em 1985 edita o álbum Mr Bad Guy.
Os Queen fazem a última digressão em 1986 promovendo o álbum “A Kind Of Magic”. Foram a primeira grande banda de rock a actuarem para lá da Cortina de Ferro, com um monumental concerto na capital húngara, Budapeste, porém esta digressão atinge o auge mais tarde, com o mítico concerto no estádio do Wembley, onde Mercury arrasa e faz a sua última grande actuação, recusando o epíteto de mito com que um jornalista da BBC o rotulou: “Sou apenas uma prostituta musical, querido”. Em 1988, torna-se realidade um dos seus maiores sonhos, fazer um dueto com a grande diva Monserrat Caballé, e assim nasce o clássico e inesquecível Barcelona, que viria a ser o tema oficial dos Jogos Olímpicos de 1992.
Nestes anos Freddie raramente aparece publicamente, correm os primeiros rumores que pode estar a sofrer de uma doença grave. É lançado “The Miracle” em 1989 e “Innuendo”, em 1991, último álbum a ser editado durante a vida de Freddie. Nos videoclips deste período Freddie aparece extremamente magro e debilitado. Despede-se dos fãs em “Thease Are The Days Of Our Lives” que é a sua última aparição em vídeo. Freddie Mercury era exuberante e dado a excessos, "Gosto de levar uma vida de extremos, é a minha natureza. Ninguém me diz o que eu devo fazer ou deixar de fazer", e esses excessos, fizeram com que ele partisse prematuramente. A 23 de Novembro de 1991, anuncia que sofre de SIDA: "Bem, resolvi confirmar ao público as suspeitas que a imprensa vem levantando há algumas semanas: Tenho SIDA e venho lutando contra essa doença há alguns anos. Espero que daqui para a frente todos se consciencializem e se unam para enfrentar esse terrível mal".
A 24 de Novembro de 1991, a morte apareceu, precisamente 24 horas após ter comunicado oficialmente que era seropositivo.
Em 1995 é editado “Made In Heaven” álbum que reúne os últimos registos musicais de Freddie Mercury.
Freddie Mercury, continua vivo na memória de todos os que gostam do fenómeno rock, e as suas palavras, aos outros membros dos Queen em 1970 vieram a dar-lhe razão: "Não serei famoso. Serei uma lenda".

sábado, setembro 02, 2006

O Independente


O jornal "O Independente" saiu ontem para as bancas pela última vez.
Nestes 18 anos, nunca tinha comprado "O Independente".
Hoje, como trazia boas notícias...comprei!

Fotografias Sem História

Fotografia EPA/Channel 4

"George W. Bush "Assassinado"

A estação de TV inglesa, Channel 4, divulgou esta imagem, que diz respeito a um documentário onde se mostra, de forma ficcionada, o assassinato do presidente norte-americano George W. Bush por parte de um atirador de elite, durante uma manifestação contra a Guerra do Iraque. Intitulado "Death of a President" este documentário já suscitou muitos protestos mas o canal de televisão mantém a sua posição e vai transmiti-lo.