quarta-feira, março 11, 2009

Quinto Aniversário dos Atentados de Madrid


Cinco anos depois dos ataques terroristas de 11 de Março, em Madrid, recordam-se os factos: Às 07h37 (06h37 em Lisboa), uma bomba explodiu num comboio junto à estação de Atocha, um minuto depois ouvem-se outras explosões na mesma composição. No interior da estação de Atocha instala-se o caos e as centenas de passageiros tentam abandonar o terminal ferroviário. Às 07h38, mais duas bombas explodem nas estações de El Pozo e Santa Eugenia. Um minuto depois, às 07h39, quatro explosões destroem um comboio a 500 metros da estação de Atocha. A explosão de dez bombas, em apenas três minutos, provocou 191 mortos e mais de 1.500 feridos, naquele que é considerado o maior atentado terrorista de sempre na Europa.
Em Outubro de 2007, foi conhecida a sentença do julgamento dos atentados de 11 de Março. Dos 28 réus presentes a julgamento, 21 foram condenados a cumprir pena, mas 7 foram absolvidos. Nalguns casos, a acumulação de delitos levou a penas de 40.000 anos de prisão.
Em Julho de 2008, o Tribunal Supremo analisou um total de 31 recursos da sentença, apresentados pelo Ministério Público, por associações de vítimas e pela maioria dos condenados.
Acabou por absolver quatro dos 21 condenados por responsabilidade nos atentados de 11 de Março, condenando um outro arguido que tinha sido absolvido e mantendo a absolvição de um dos suspeitos de autoria intelectual do massacre.
O quinto aniversário dos atentados será o primeiro com os responsáveis na cadeia. O dia de hoje é marcado pela realização de homenagens e debates com especialistas e vítimas de terrorismo, numa altura em que as vítimas começam a ser esquecidas, pelas entidades governamentais. As iniciativas, organizadas pelas autoridades espanholas e pela Rede Europeia de Vítimas de Terrorismo, decorrerão em vários pontos de Madrid. (Público e RTP).
Memorial às vítimas construído na estação de Atocha.

50 Anos de Anexação


A 10 de Março de 1959, o Dalai Lama foi convidado a assistir a um espectáculo no acampamento militar chinês nos arredores da capital tibetana, Lhasa. O convite especificava que devia vir sem escolta e os tibetanos acreditaram que os chineses queriam raptar o seu líder espiritual. Saíram em massa à rua num dia que ficou até hoje como um símbolo da revolta tibetana, que Pequim reprimiu violentamente nos dias seguintes.
A 17 de Março, a residência de Inverno do Dalai Lama era bombardeada pelos chineses. Tenzin Gyatso, então com 23 anos, decidiu deixar Lhasa. Disfarçado de soldado tibetano, com uma arma ao ombro, saiu do palácio de Norbulingka e passou pela multidão que rodeava o edifício.
Esperava-o uma caminhada de 13 dias através do Himalaia até à fronteira com a Índia, onde o Governo de Jawaharlal Nehru lhe daria asilo. Mas quando partiu, ainda não tinha escolhido um destino. "Se deixasse Lhasa, para onde iria, quem me daria asilo? Não sabíamos aonde a jornada nos conduziria nem como terminaria", escreveu na sua autobiografia. Mas a fuga não foi improvisada: uma parte do tesouro do palácio de Potala tinha sido previamente embalada para a viagem. Após deixar o palácio, o grupo de 20 pessoas, incluindo os familiares próximos do Dalai Lama, atravessou o rio Kyichu e viajou sob a protecção dos guerrilheiros Kampa, apoiados pelos EUA. Mas ninguém sabia da fuga, dentro e fora do Tibete, sustenta o governo tibetano no exílio.
Os chineses deram pela falta do Dalai Lama dois dias depois: a vigilância apertou, obrigando o grupo a viajar de noite, apesar das temperaturas negativas. Flechas disparadas por arqueiros transportavam mensagens sobre os desfiladeiros, avisando os aldeões para prepararem animais e guias para os fugitivos. As pontes de bambu foram cortadas e todos os caminhos foram bloqueados, excepto o que conduzia ao desfiladeiro de Khenzimana, na fronteira com a Índia, onde o Dalai Lama chegaria a 31 de Março. (Público).