
O mundo muçulmano está em alvoroço e a revolta espalha-se rapidamente com manifestações a sucederem-se um pouco por todo mundo, do Paquistão à Indonésia, da Palestina à Arábia Saudita, tudo, por causa da publicação de caricaturas do profeta Maomé por jornais europeus. As caricaturas foram publicadas, em primeira mão a 30 de Setembro último pelo diário dinamarquês “Jyllands-Postan”.

Para minimizar os efeitos com que o seu país está a ser atingido, o primeiro-ministro da Dinamarca, Anders Fogh Rasmussen, deu uma entrevista à rede de televisão árabe al-Arabiya, numa tentativa de conter os protestos no mundo islâmico. Rasmussen pediu desculpas aos que se sentiram ofendidos, mas repetiu que o seu governo não é responsável pelo que é publicado nos jornais.
Novos protestos devem ocorrer hoje em vários países. Grupos egípcios, palestinianos e iraquianos convocaram manifestações durante as orações dos muçulmanos nesta sexta-feira. O grupo radical palestiniano Hamas convocou uma grande manifestação contra as caricaturas em Gaza. Os governos de vários países cuja a população é de maioria islâmica criticaram ontem a republicação, por jornais da França, Espanha, Itália e Alemanha, das caricaturas consideradas ofensivas ao profeta fundador do islamismo. O presidente do Egipto, Hosni Mubarak, advertiu que a decisão de alguns jornais de publicar as caricaturas pode “encorajar terroristas”. O presidente do Afeganistão, Hamid Karzai, qualificou as imagens como um insulto aos muçulmanos do mundo.

Vários consumidores muçulmanos continuam a boicotar alguns produtos fabricados na Europa, levando o comissário da União Europeia para o Comércio, Peter Mandelson, a acusar jornais que publicaram as caricaturas na quarta-feira de jogar gasolina no fogo.
Um jornal na Jordânia, Al-Shihan, tornou-se a primeira publicação árabe a divulgar as caricaturas, alegando que as pessoas precisam ver o contra o que estão protestando. Na quarta-feira, o editor de um jornal francês que publicou uma caricatura na primeira página foi demitido por “ofender os muçulmanos”. Jacques Lefranc foi demitido pelo dono do France Soir, após o seu jornal ter sido envolvido na crescente polémica entre os muçulmanos e a imprensa europeia.

Aparentemente, chegou-se a um impasse civilizacional, se por um lado os países ocidentais consideram como um direito inalienável a liberdade de expressão e a imprensa livre, por outro lado, os muçulmanos jamais permitirão, a caricatura do que eles consideram sagrado.
Fica uma pergunta: A publicação de um texto ou imagem que fira os sentimentos religiosos de um grupo de pessoas é compatível com a liberdade de imprensa?
LINK:skender.be/supportdenmark.

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