quarta-feira, novembro 10, 2004

Terrorista ou Estadista?


Yasser Arafat apresentou-se pela primeira vez numa Assembleia Geral das Nações Unidas, em 13 de Novembro de 1974, com um ramo de oliveira e uma arma, dizendo "hoje, eu trouxe um ramo de oliveira e a arma de combatente da liberdade; não deixem que o ramo da oliveira caia da minha mão".Esta justaposição simbólica de paz e violência define a vida política de Arafat.Apesar de ter permanecido sempre verdadeiro aos seus objectivos de restabelecer um estado palestiano, os seus métodos amoleceram com o decorrer dos tempos.
Arafat nasceu no Cairo em 4 ou 24 de Agosto de 1929, filho de um mercador de sucesso e de uma mãe extremamente religiosa.O nome que recebeu ao nascer foi Mohammed Abdel Rahman Abdel Raouf al-Qudua al-Husseini, mas depressa recebeu a alcunha de Yasser, que significa "afável".A mãe de Arafat morreu quando este tinha 4 anos e o pai enviou-o para casa de um tio casado em Jerusálem.Na adolescência, nos anos 40, Arafat envolveu-se na causa Palestiniana.Antes da derrota dos Árabes às mãos de Israel em 1948, Arafat era um dos líderes do grupo que tentava fazer entrar armamento ilegal em Israel.
Depois da guerra, Arafat estudou engenharia civil na Universidade do Cairo e foi o líder da Liga de Estudantes Palestinianos e por por altura da sua formatura estava decidido a fundar um grupo que teria objectivo combater a ocupação Israelita da Palestina.Em 1956 fundou a Al Fatah, uma organização terrorista clandestina. De ínicio a Al Fatah foi ignorada pelas grandes nações árabes como o Egipto, a Síria e a Jordânia que havia formado o seu próprio grupo -a Organização de Libertação da Palestina.Só por altura da guerra dos Seis dias, em 1967 na qual os Árabes perderam a Faixa de Gaza, os Montes Golan e Jerusalém Oriental, é que a ONU se virou para Arafat.
Em 1 de Fevereiro de 1969 assumiu a liderança da OLP.
Durante 20 anos, a OLP lançou ataques sangrentos contra Israel e Arafat ganhou uma reputação de terrorista sangrento.
O grupo Setembro Negro ataca nos Jogos Olímpicos de Munique,matando 11 atletas israelitas.Arafat nunca se livrou das acusações de estar ligado ao atentado.
Mas em 14 de Dezembro 1988, quando Arafat aceitou a resolução 242, declarando o "direito de todas as partes do conflito a existirem" e recusa "toda a forma de terrorismo", aceitando a existência de Israel, ganhou a confiança dos diplomatas.
A 15 de Novembro desse ano é proclamado o Estado da Palestina, com um governo no exílio que obdece às regras das Nações Unidas.
Mais tarde em 1993 o impensável aconteceu. Arafat encontra-se com os inimigos de uma vida.As conversações secretas na Noruega conduziram aos Acordos de Paz de Oslo com o Primeiro-ministro israelita Yitzak Rabin.
Em 1994 Arafat, Shimon Peres e Yitzhak Rabin receberam o Prémio Nobel da Paz.
Em Janeiro de 1996 Arafat foi eleito o primeiro Presidente do Conselho Palestiniano, que governa a Faixa de Gaza e Jerusalém Oriental.
Em 1997 os palestinianos assinam um acordo com o governo de direita de Netanyahu para a retirada de Hebron.
Em 1999, Arafat assina novo acordo com Ehud Barak, o novo primeiro-ministro israelita.
Depois da segunda Intifada em 2000, Israel remete-o a Ramallah durante 3 anos.
A 28 de Outubro de 2004 é dado como muito doente, no dia seguinte é levado para Paris e internado num hospital militar.

1 comentário:

zero disse...

terrorista definitiva e objectivamente

se o statement acima não fosse tão definitivo e objectivo teria sido possível ter um estado na palestina e teria sido possível a Arafat ter sido um estadista

malhas que cada um tece