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quarta-feira, março 23, 2011

Elizabeth Taylor


Imortalizada em filmes como «Cleópatra» e «Gata em Telhado de Zinco Quente», Elizabeth Taylor, uma das mais lendárias actrizes da história do cinema, faleceu hoje de madrugada, de insuficiência cardíaca.
«A minha mãe era uma mulher extraordinária que viveu a vida ao máximo, com grande paixão, humor e amor», disse Michael Wilding, filho de Elizabeth Taylor, no comunicado em que anunciou o falecimento da actriz, hoje de madrugada no Cedars-Sinai Medical Center, em Los Angeles. A actriz padecia de insuficiência cardíaca desde 2004 e morreu aos 79 anos, tendo ao seu lado os quatro filhos, Michael Wilding, Christopher Wilding, Liza Todd e Maria Burton.
Elizabeth Taylor foi uma das mais lendárias actrizes da história do cinema, tão célebre pela sua turbulenta vida pessoal (que incluiu oito casamentos) como pela sua imensa beleza e pelo seu enorme talento de actriz, que lhe valeu o Óscar pelos filmes «O Número do Amor» e «Quem Tem Medo de Virginia Woolf?» (Sapo).
Para muita gente, Elizabeth Taylor foi a mais bela mulher do século XX, não é de admirar, também por isso, que tivesse, quase, tantos casamentos como papéis principais no Cinema. Começou com esta estória dos casamentos, logo aos 18 anos, quando casou com Nick Hilton, herdeiro da célebre cadeia de hotéis. Quando a actriz abortou involuntariamente, depois de ter sido espancada pelo senhor Hilton, pediu o divórcio. Estiveram casados durante oito meses.
O senhor que se seguiu foi Michael Wilding, um actor inglês 20 anos mais velho. Desta vez o matrimónio durou cinco anos e gerou dois filhos. Liz divorciou-se de Wilding em 1957 e conseguiu estar assim durante algumas horas. Antes que o diabo esfregasse o olho, casou-se com Mike Todd, o produtor de «A Volta ao Mundo em 80 Dias». Consta que Todd foi um dos dois grandes amores da vida dela, o outro, toda a gente sabe, foi Richard Burton. Um ano e meio depois, Liz Taylor ficou viúva: o avião particular do produtor caiu no Novo México com ele a bordo.
Num desses golpes em que o destino é fértil, o melhor amigo de Mike Todd, o cantor Eddie Fisher, estava à mão de semear para a consolar. E consolou-a tão bem que acabaram por casar. Para tornar a coisa mais picante, Eddie Fisher era casado com a melhor amiga de Liz, a actriz Debbie Reynolds.
Entretanto, durante as filmagens de «Cleópatra», Liz Taylor e Richard Burton, apaixonam-se, sendo que, ela ainda era casada com Fisher, e ele com uma certa Sybil Williams. Nada de importante, para avançar para mais um casamento. Liz e Burton casaram-se de seguida, separaram-se e voltaram a casar-se e foram felizes e infelizes para sempre.
Burton morreu em 1984, mas Liz Taylor ainda tinha pelo menos mais dois casamentos para aviar: o primeiro com um senador americano e o segundo com um camionista. O senador chamava-se John Warner, e parece que redundou no matrimónio mais chato de todos, pois Liz fez a promessa de se dedicar às lides caseiras. O camionista era um tal Larry Fortensky, 22 anos mais jovem que a actriz. Passado algum tempo Liz trocou o camionista pelo milionário texano Tony Rollan, de 30 anos.
Elizabeth Rosemond Taylor, nasceu em Londres, em 27 de Fevereiro de 1932, filha de um casal de americanos radicados na Inglaterra. Com o início da II Guerra, a família regressou a Los Angeles. Começou a fazer filmes quando tinha apenas 11 anos, no mítico filme Lassie Come Home. A partir daí foi-se estabelecendo como uma das mais talentosas, carismáticas e sensuais actrizes de sempre. National Velvet, onde contracenava com Mickey Rooney, fez dela uma estrela aos 13 anos de idade. Seguiram-se novas aventuras com Lassie mas entretanto os estúdios MGM não sabiam o que fazer com ela. Aos 14 anos já tinha um corpo de mulher muitíssimo bem definido e os papéis em filmes infantis começaram a parecer impróprios. O início ainda tentaram disfarçar a voluptuosidade da jovem com camisolas largas, mas apenas com 16 Elizabeth Taylor começa a interpretar papéis de adulta.
Em 1950 tem o seu primeiro grande sucesso nesta segunda fase da sua carreira no filme Father of the Bride, com Spencer Tracy. No ano seguinte divide o ecrã com Montgomery Clift em A Place in the Sun. A sua sensualidade é avassaladora e Hollywood cai imediatamente aos seus pés.
A primeira metade dos anos 50 é pouco prolífera em grandes papéis, mas em 1956 a actriz entra em The Giant, ao lado De James Dean e Rock Hudson, voltando a afirmar-se como a actriz de uma geração. No ano seguinte é nomeada ao Óscar pelo filme Raintree Country. Começa aí a brilhante sucessão de papéis de Liz Taylor que terminará apenas em 1968. Nos anos seguintes entra em Cat on a Hot Thin Roof, Suddenly Last Summer e Butterfield 8. Com este último filme, conquista o seu primeiro Óscar, à quarta nomeação. No entanto esse foi um prémio de simpatia. O seu terceiro marido, Michael Tood, tinha morrido semanas antes num desastre de aviação e a própria Taylor estava ás portas da morte. O Óscar para uma moribunda acabou por ser apenas o primeiro de uma carreira que ainda tinha muito para dar.
Três anos depois a actriz é a estrela de Cleópatra. O filme foi um fracasso mas esteve cheio de histórias no elenco. Liz Taylor exigiu que fosse Richard Burton a interpretar Marco António e na rodagem do filme apaixonaram-se. Ainda nas rodagens do filme Taylor volta a estar ás portas da morte, tendo mesmo sido declarado morta por alguns jornais. Nesse mesmo ano faria ainda V.I.P.´s o segundo de nove filmes que faria com Richard Burton. Em 1966, faz Who´s Affraid Virginia Wolf?, o seu melhor desempenho coroado com o seu segundo Óscar.
Elizabeth Taylor era com 36 anos a maior estrela de Hollywood. No entanto os seus insistentes problemas de saúde, acompanhados pela forte dependência do álcool, terminaram com a carreira da actriz antes dos 40 anos.

quinta-feira, abril 30, 2009

Aravind Adiga


Aravind Adiga é um jovem escritor indiano nascido a 23 de Outubro de 1974 no sul da Índia, na cidade de Chenai, a antiga Madras.
Nascido no seio de uma de uma família da classe média, ainda criança foi viver para Mangalore. Na adolescência foi viver com a família para a Austrália, onde se tornou cidadão australiano, tendo por isso dupla nacionalidade.
A seguir, estudou literatura em Nova Iorque (Universidade de Columbia) e em Inglaterra (Oxford). Começou a escrever para jornais ingleses ("Financial Times" e "The Guardian"), regressando posteriormente à Índia, onde se tornou correspondente permanente da revista "Time" para o Sul da Ásia.
Com seu romance de estreia, O Tigre Branco, publicado em Portugal pela Editorial Presença, ganhou o Booker Prize 2008, repetindo a façanha da sua compatriota Arundhati Roy, que venceu o mesmo Prémio em 1997 com seu primeiro livro, O Deus Das Pequenas Coisas.
Continua hoje a ser jornalista, mas exerce a profissão em regime parcial e livre. Entretanto, publicou em Novembro do ano passado, na Índia o seu segundo livro, "Between the Assassinations", ainda não disponível a nível internacional.

quinta-feira, abril 23, 2009

Vladimir Nabokov


Vladimir Vladimirovich Nabokov nasceu em São Petersburgo, Rússia, a 23 de Abril de 1899, oriundo de uma família abastada e aristocrática. Aos 16 anos, herdou uma grande fortuna do seu tio, mas teve pouco tempo para gozá-la. Durante a revolução russa o seu pai foi preso e a família emigrou para Berlim, onde o seu pai viria a ser assassinado em 1922. Formou-se nesse mesmo ano no Trinity College, Cambridge, após o que se instalou em Berlim. Trabalhou como tradutor, tutor e treinador de ténis. Compôs ali os seus primeiros escritos em russo, embora posteriormente os tenha traduzido para inglês. Muitos dos seus leitores eram emigrantes russos. Os seus livros foram banidos da União Soviética. Os temas de Nabokov tornaram-se puzzles ambíguos, desafiando o leitor a envolver-se no jogo.
Enquanto escritor, Nabokov alcançou o primeiro sucesso literário com as traduções de algumas canções de Heine. O seu primeiro romance Mashenka foi escrito em 1926. Em 1924, Nabokov casou com a judia Véra Evseevna Slonim. Os primeiros romances foram escritos com o pseudónimo Valdimir Sirin. Entre estes encontram-se The Gift/O Dom (1937-38), um romance sobre o século XIX russo, Invitation to a Beheadind (1938), uma fantasia política.
Nabokov mudou-se para Paris aquando da libertação do assassino de seu pai, onde conheceu James Joyce. Em 1940 foi para os Estados Unidos, tornando-se cidadão americano em 1945. Leccionou no Wellesley College e Cornell University, prosseguindo ao mesmo tempo, as suas extensas pesquisas em entomologia. Durante alguns anos exerceu funções no Museum of Comparative Zoology na Universidade de Harvard, que mais tarde veio a caracterizar como os anos mais encantadores e emocionantes da sua vida adulta.
A primeira publicação em inglês de Nabokov intitulava-se de A Few Notes on Crimean Lapidoptera.
Os seus primeiros romances em inglês foram The Real Life of Sebastian Knight (1945) e Blend Sinister (1947). Em 1950, Nabokov publicou Conclusive Evidence (1951), uma autobiografia, mais tarde recuperada em Speak, Memory (1966).
O seu livro mais conhecido é Lolita (1955), a história da paixão de Humbert Humbert, um professor de poesia de meia-idade, por uma precoce rapariga de 12 anos. O livro permitiu-lhe abandonar o ensino e dedicar-se inteiramente à escrita.
Representante ilustre da tradição literária russa, que transpôs brilhantemente para o inglês, reflectiu nas suas obras, com humor e ironia, a realidade da sociedade contemporânea ocidental.
Em 1959, mudou-se para a Suíça, instalando-se permanentemente no Hotel Montreux Palace. As suas últimas obras incluem Ada (1969), Transparent Things (1972) e Look at the Harlequins! (1975). Entre os seus outros livros, notáveis pelos jogos de palavras e pelos enredos engenhosos, incluem-se Defesa Loujine (1929), Laughter in the Dark (1938), The Enchanter/O Encantador (1939), Pnin (1957).
Vladimir Nabokov morreu em Lausanne, Suíça, a 2 de Julho de 1977.

segunda-feira, abril 13, 2009

Samuel Beckett



Considerado um dos maiores escritores e dramaturgos do século XX, o irlandês Samuel Beckett nasceu a 13 de Abril de 1906, na localidade de Foxrock, perto de Dublin. Nascido no seio de uma abastada família protestante, não teve uma infância muito feliz e depressa se tornou num jovem infeliz. Inadaptado às regras de uma sociedade que considerava repulsiva, refugia-se na solidão, que faz transparecer em toda a sua obra. Em 1923 ingressa no Trinity College, de Dublin para fazer a sua formação académica, onde em 1927, se licenciou em línguas modernas, francês e italiano, com uma excelente classificação. Em 1928, Beckett mudou-se para Paris, onde conheceu James Joyce, e depressa se tornou um seguidor do escritor. Esta amizade será decisiva para a sua carreira literária.
Aos 23 anos, escreveu um ensaio em defesa de "Ulisses", a obra-prima de James Joyce, que tinha sido proibida na sua Irlanda natal. Depois de um estudo sobre Proust, Samuel Beckett, chegou à conclusão que o hábito e a rotina eram o “cancro do tempo”: o tempo, inexorável, ao qual estamos presos. Samuel Beckett, faz questão de nos lembrar, que a cada momento, o fim se aproxima, que a morte espreita, que o jogo irá acabar e nós irremediavelmente, perderemos.
Se temos conhecimento disso, então por que continua-mos à espera? Porquê? Porque devemos saber que enquanto se espera a vida continua e devemos vive-la da melhor forma possível, a cada segundo, compreendendo-a pequena e grandiosa ao mesmo tempo. Por causa destas conclusões, abandonou o seu cargo no Trinity College e iniciou uma viagem pela Europa, visitando a França, Inglaterra e a Alemanha, onde viveu as mais diversas experiências que depois se traduziram em personagens.
Em 1938 fixou residência em Paris, onde dois acontecimentos o vão marcar para o resto da vida: é gravemente ferido ao ser agredido por um estranho, que lhe desferiu uma facada no peito, e conhece Suzanne Deschevaux-Dusmenoil, o amor da sua vida e com quem se casaria em 1961.
Durante a Segunda Guerra Mundial, Beckett permaneceu em Paris, onde lutou pela Resistência, até que alguns membros o seu grupo foram presos e Beckett foi forçado a refugiar-se, com a sua mulher na zona conhecida como "França Livre", a parte da França que não tinha sido ocupada, pelas tropas nazistas.
Em 1945, regressou a Paris e iniciou o seu período mais prolífico enquanto escritor. No período cinco anos, entre 1948 e 1953, produziu a sua obra mais significativa.
Escreveu "Eleutheria" (1948), "À espera de Godot" (1952), e a trilogia, universalmente aclamada como essencial à compreensão da experiência humana, “Molloy” (1951), “Malone está a Morrer” (1951) e “O Inominável” (1953).O seu primeiro sucesso, chegou, em 1952 com "À Espera de Godot". Apesar das especulações, a pequena peça onde nada acontece, tornou-se num sucesso repentino e um marco no teatro do absurdo.
As personagens desta peça, exemplificam a situação do homem encurralado num mundo de rotina: dois vagabundos, Vladimir e Estrabon, indecisos e inertes, esperam em vão a chegada de um personagem enigmático e misterioso, Godot, símbolo do inalcançável, que de um modo inexplicável, melhorará as suas vidas.Depois do sucesso de "À Espera de Godot", Samuel Beckett dedica-se a traduzir os seus textos para inglês e volta a escrever nesta língua, construindo, um caso raro na Literatura moderna, uma obra bilingue.
As obras de Beckett traduzem com um grande poder de síntese, toda a condição humana. As questões que são necessárias esclarecer dessa condição são amplamente trabalhadas e poeticamente materializadas. Os personagens das suas obras, reflectem a posição do autor em relação à vida, à morte, aos desejos, aos fracassos e à impossibilidade da felicidade.
O reconhecimento crescente do seu trabalho culminaria com o Prémio Nobel da Literatura, em 1969. Depois disso e apesar de ser aclamado a nível mundial, continuou a escrever até à sua morte, que ocorreu em Paris, a 22 de Dezembro de 1989, vitima de enfisema, contra o qual lutou nos últimos três anos, da sua vida .

sexta-feira, abril 10, 2009

Allen Ginsberg


As manifestações culturais surgidas nos Estados Unidos e na Europa na década de 1960, feitas por jovens da classe média na sua maioria, que tiveram contacto com teorias de cientistas sociais e estudiosos do comportamento humano nas universidades, expandiram-se graças à imprensa. A imprensa norte-americana criou o termo Contracultura, para designar este conjunto de manifestações de carácter intelectual e estético que se opunha ou se diferenciava das instituições e dos valores dominantes na sociedade. Surgida nos anos 50, a Geração Beat - “Beat Generation”- foi o primeiro movimento de contracultura com forte importância histórica e cultural a acontecer nos EUA. Os seus membros eram conhecidos como beatniks (rótulo que Jack Kerouac reivindica como seu): uma corrupção do nome do satélite russo Sputnik com o termo inglês beat, de vários significados, entre eles o ritmo e o aspecto depressivo, que torna essa uma geração maldita.
Os beatniks eram jovens que se conheceram dentro e fora da universidade, interessados em escritos não ortodoxos como Rimbaud, Willian Blake, Melville, Withman, Kafka, Nietzsche, alguns dos quais vieram depois a ser adoptados nas universidades, sendo inclusive os professores acusados de transmitirem valores subversivos aos estudantes. Inquietos, marginais, pretendiam mostrar o seu desgosto com o status quo do consumismo e da tecnocracia, contrapondo propostas alternativas de vida. Não queriam mudar o mundo, nem fazer a revolução, mas lutar pelo direito de ser diferente. Não tinham soluções para os males do mundo. Nem para os próprios. Apesar das principais contribuições desta geração terem se dado na literatura, não é difícil identificar traços seus noutras formas de arte.
A Beat Generation na literatura compreendia um número pequeno de escritores, dos quais Jack Kerouac, Allen Ginsberg e William S. Burroughs são os mais conhecidos. Os três conheceram-se na Universidade Columbia, em Nova Iorque, no meio da década de 40, e tornaram-se grandes amigos, cada um encorajando o outro a escrever, até que as editoras começaram a levar o seu trabalho a sério no fim dos anos 50.
Allen Ginsberg é considerado o principal poeta da “Beat Generation”. Nascido a 3 de Junho de 1926, em New Jersey, Allen Ginsberg foi uma criança complicada e tímida, dominada pelos estranhos e assustadores episódios de sua mãe, uma mulher completamente paranóica, que acreditava que o mundo conspirava contra ela. Ao mesmo tempo, Allen teve que lutar para compreender o que estava acontecendo dentro dele, já que era consumido pela luxúria de outros meninos de sua idade. Na escola secundária, descobriu a poesia, mas logo ao ingressar na Universidade de Columbia, fez amizade com um grupo de jovens delinquentes, pensadores de almas selvagens, obcecados igualmente por drogas, sexo e literatura. Ao mesmo tempo em que ajudava os amigos a desenvolverem os seus talentos literários, Allen perdia de vez a sua ingenuidade, experimentando drogas e frequentando bares gays em Greenwich Village. Assumindo um estilo de vida bizarro, como se procurasse em si mesmo a face da loucura de sua mãe, Ginsberg acabou por se submeter a tratamento psiquiátrico. Aos 29 anos, já tinha escrito muita poesia, mas quase nada publicado. Allen Ginsberg ganhou popularidade a partir de 1956, com o seu poema/livro “Uivo”.
Lançado no Outono de 1956, o longo "Uivo" foi apreendido pela polícia de San Francisco, sob a acusação de se tratar de uma obra obscena. Depois de um tumultuoso julgamento, semelhante ao que foi submetida a novela de William Burroughs, Naked Lunch, o Supremo Tribunal autorizou a publicação e vendeu milhões de exemplares. Por esse período, Ginsberg viaja pelo mundo, descobre o budismo e apaixona-se por Peter Orlovsky, que seria seu companheiro durante 30 anos, embora a sua relação não fosse monógama. No início dos anos 60, enquanto já era famoso, lança-se na cultura hippie, ajudando Thimoty Leary a divulgar o psicadélico LSD e participa num grande número de eventos, como o Human Be-In, em 1967, em San Francisco, onde é um dos que conduzem a multidão cantando o mantra OM.
Ginsberg é também figura-chave nos protestos contra a guerra do Vietname na Convenção do Partido Democrático de Chicago, em 1968. Após conhecer o guru tibetano Rinpoche, Ginsberg aceita-o como seu guru pessoal. Depois, juntamente com a poeta Anne Waldman, cria uma escola de poesia. Sempre participando de eventos multiculturais, Ginsberg manteve a sua agenda social activa até a sua morte, em 5 de Abril de 1997, em Nova Iorque. As suas últimas palavras, foram “pensei que iria ter medo mas estou animado”.

segunda-feira, abril 06, 2009

John Steinbeck


John Steinbeck nasceu em Salinas, no estado da Califórnia, nos Estados Unidos, em 27 de Fevereiro 1902. De uma família de classe baixa, John Steinbeck testemunhou desde cedo a vida dos trabalhadores urbanos e rurais. Terminou o curso secundário no Salinas High School, em 1919, ingressando nesse ano na Universidade de Stanford. Para poder pagar os seus estudos, teve diversas profissões. No entanto, abandonou os estudos universitários em 1925, partindo para Nova Iorque, onde trabalhou como operário da construção civil, pouco tempo antes de conseguir um lugar de repórter no New York American, no intuito de seguir carreira literária. Regressou à Califórnia para ser caseiro de uma propriedade, aceitando trabalhos como servente, aprendiz de pintor ou apanhador de fruta, ocupações que foram indispensáveis à construção de algumas das suas personagens.
O seu primeiro romance, Cup of Gold (1929), uma narrativa histórica sobre um pirata jamaicano, antecedeu aquela que, segundo os críticos, seria a sua década de criação mais produtiva. A um Deus Desconhecido (1933) é o primeiro grande romance de Steinbeck. Um romance quase místico, que tem por tema central "o modo como os homens tentam controlar as forças da natureza, e ao mesmo tempo compreender a sua relação com Deus e com o inconsciente".
Em 1935, publicou Tortilla Flat, o primeiro sucesso popular, um estudo humorístico da vida dos agricultores de Monterey. Seguiu-se, em 1936, Batalha Incerta, em 1937, Ratos e Homens.
Neste livro John Steinbeck conta-nos a história de dois amigos inseparáveis, George e Lennie, mas completamente diferentes entre si. George é baixo, franzino e astuto, Lennie é um gigante, com uma força bruta impossível de calcular, mas com a inteligência de uma criança. O que os une é a simples amizade e a marginalização imposta pelo sistema. O livro passa-se numa quinta da Califórnia, onde ambos trabalham como contratados da quinta, ganhando pouco mais que a comida e a dormida. Durante o seu árduo trabalho na quinta, encontram outros pobres e explorados, mas também, outras personagens, o filho do patrão e a sua fogosa mulher, que colocam em risco a sua miserável e humilde existência. Ambos têm o sonho de ter um espaço de terra só para eles, situação que nunca se concretizará.
Em Ratos e Homens, Steinbeck, demonstrou a sua capacidade de criar personagens realistas e cativantes e também de, falar de sentimentos comuns a todos seres humanos, como a solidão e a ânsia por uma vida digna. Ratos e Homens é um dos primeiros grandes clássicos sobre o doloroso período da Grande Depressão americana.
Em 1939 edita As Vinhas da Ira, livro aclamado pela crítica popular mas que suscitou controvérsia, tendo alguns exemplares sido queimados publicamente como forma de protesto e a obra banida nas bibliotecas públicas do Kansas City e de Oklahoma, enquanto se tornava leitura obrigatória nos colégios de Nova Iorque. A obra foi mais tarde galardoada com os prémios Pullitzer e National Book Award.
As Vinhas da Ira, um dos melhores clássicos da literatura do século XX, dá a conhecer os Joad, uma família rural e pobre do Oklahoma que tenta uma nova vida, tendo por pano de fundo os horrores da Grande Depressão. Esta família vê-se obrigada a abandonar as suas terras e partir para um novo mundo, a Califórnia, em busca de melhores condições de vida melhores. Ao seu lado estão milhares de migrantes que se deslocam pelos mesmos motivos, em velhos camiões, em direcção a um futuro incerto. Durante a viagem passam por diversos tipos de provações e quando chegam à Terra Prometida descobrem que era um lugar bem pior do que aquele que tinham deixado.
Ludibriados por falsas promessas, a família toda parte num velho camião pela famosa estrada 66 numa jornada em que nada pode ser previsto.Na maioria das suas obras, marcadas pela paisagem e o quotidiano californianos, o autor explora as duras condições de vida das populações rurais, obrigadas a sobreviver no limiar da pobreza ou forçadas a longas e miseráveis migrações. Procurando tornar evidente que cada ser humano deve ser analisado no ambiente em que se insere, o autor dedicou-se, sobretudo, ao retrato de personagens inadaptadas.
Em 1941, publicou Sea of Cortez em colaboração com Edward Ricketts. No ano seguinte, Noite Sem Lua, foi adaptado ao teatro, tendo-se seguido Bombs Away. Em 1943, foi correspondente de guerra do New York Herald Tribune nas frentes de combate da Europa e da África do Norte. Em 1945, publicou Bairro da Lata e A Pérola, em 1947.
A Pérola é baseada num conto popular mexicano, conta-nos a história de Kino, e da sua família. Kino um pobre pescador encontrou a maior pérola do mundo, que desperta nele e nas pessoas que vivem numa pequena povoação do litoral mexicano sentimentos e desejos vis. Um livro a ler e a reler.
Em 1948, John Steinbeck foi eleito para a Academia Americana das Artes e das Letras. Em 1950, publicou Burning Bright, adaptado mais tarde, ao teatro. Dois anos depois, colaborou no filme Viva Zapata.
A Leste do Paraíso (1952), adaptado ao cinema por Elia Kazan e protagonizado por James Dean, é um dos melhores exemplos, com homens e mulheres no limite das suas forças, prestes a renunciar aos valores morais que a América proclamava.
Em 1953, o livro Os Náufragos do Autocarro foi incluído na lista dos livros desaconselhados pela comissão Gathings.De 1954 a 1960, publicou Sweet Thursday, O Breve Reinado de Pepino IV e O Inverno do Nosso Descontentamento.
No livro O Inverno do Nosso Descontentamento, John Steinbeck, conta-nos a história de Ethan Hawley, descendente de uma família muito rica mas que ficou na ruína financeira. Ethan foi forçado a aceitar a humilde posição de empregado de balcão num armazém de um emigrante italiano com um passado desconhecido. Ethan fica constantemente dividido entre a sua vontade de ser íntegro e o deslumbramento da riqueza e da glória que tiveram os seus antepassados. John Steinbeck faz-nos penetrar na amargura e na infelicidade de Ethan Hawley, que questiona a sua relação com a mulher, filhos, patrão, clientes e amigos. Ethan começando por apresentar uma moralidade a toda a prova, que se vai transformando gradualmente, acabando por alcançar o sucesso financeiro à custa de golpes de moralidade duvidosa.
Afastando-se dos círculos intelectuais e académicos, John Steinbeck foi frequentemente repudiado na América, principalmente nos últimos anos, não merecendo a atenção de outros autores contemporâneos, como Hemingway ou Faulkner.
Em 1962, foi galardoado com o Prémio Nobel da Literatura. Dois anos depois, recebeu a Medalha da Liberdade dos EUA e em 1966, publicou America and Americans, um conjunto de reflexões sobre a América contemporânea. Morreu em 20 de Dezembro de 1968, em Nova Iorque.

quinta-feira, fevereiro 12, 2009

Charles Darwin


Charles Darwin, nascido há 200 anos, colocou o homem no seu devido lugar ao localizá-lo na longa história da evolução das espécies, desmentindo a crença de uma criação divina e fundando a biologia moderna.
Revelada em 1859, em “A Origem das Espécies”, a Teoria Por Selecção Natural de Charles Darwin causou agitação entre aqueles que acreditavam na criação divina de espécies imutáveis. Hoje, a maioria dos cristãos aceita (excepto os criacionistas) o princípio científico da evolução, no entanto o papel desempenhado pelo acaso no surgimento das variações ou de novas espécies continua sendo para muitos um obstáculo.
Duzentos anos após seu nascimento, Darwin permanece um dos maiores expoentes das ciências naturais.
Charles Robert Darwin nasceu em Shrewsbury, Inglaterra, em 12 de Fevereiro de 1809, no seio de uma família próspera e culta. O seu pai, Robert Waring Darwin, foi um médico respeitado. O avô paterno, Erasmus Darwin, poeta, médico e filósofo, era um evolucionista em potencial, cuja obra mais famosa, a Zoonomia, antecipava em muitos aspectos as teorias de Lamarck.
Em 1825 Charles Darwin foi para Edimburgo estudar medicina, carreira que abandonou por não suportar as dissecções. Todavia, interessou-se pelas ciências naturais. Matriculou-se a seguir no Christ’s College, em Cambridge, decidido a ordenar-se padre, embora não tivesse vocação religiosa. Ali tornou-se amigo do botânico John Stevens Henslow, que o aconselhou a aperfeiçoar seus conhecimentos em história natural. É Henslow quem proporciona a Darwin o momento decisivo da sua existência. A 24 de Agosto de 1831, pouco depois de obter o seu diploma, propõe-lhe acompanhar o capitão Fitz-Roy a bordo do “Beagle” para uma longa viagem de estudo. Charles foi eleito pelas suas qualidades de perfeito “gentleman”, mais do que pelos seus conhecimentos, os mais limitados à época. “Não é que vos considere um naturalista consumado”, escreve Henslow, “mas sois capaz de coleccionar e de notar o que é digno de ser registado.” O doutor Darwin recusa-se a dar o seu consentimento. Charles, escreve a Henslow para exprimir o seu profundo pesar, mas, diplomata, tenta assegurar o apoio do seu tio, que acaba por triunfar na decisão.
A 21 de Dezembro de 1831, o “Beagle” levanta âncora para uma volta ao mundo que durará cinco anos. Desta viagem incómoda, a lenda fez uma odisseia, um périplo fundador do qual todos os naturalistas devem recitar as etapas: a descoberta, próximo de Montevideu, de fósseis colossais, presumíveis antepassados dos tatus, a dos aborígenes na Austrália, o deslumbre perante o esplendor das florestas tropicais, a curiosidade face à diversidade das tartarugas específicas de cada uma das ilhas Galápagos, etc. É no decorrer desta experiência que a iluminação terá transformado o coleccionador aprendiz em especialista de génio.
O jovem naturalista regressou da viagem transformado, amadurecido — e acometido por uma estranha febre que não mais o deixará —, mas a ideia de “A Origem das Espécies” não nasceu a bordo do “Beagle”. Ela surgirá durante o período de triagem das suas descobertas para redigir o seu diário de bordo. Por si só, a ideia de uma evolução das espécies não é inovadora, Jean Lamark lançou-a em 1809, e mesmo o avô de Darwin, Erasmus, assinou uma “Zoonomia”, mais poética do que científica. A estas teorias só falta o essencial: o mecanismo que explica a transformação. Caberá a Darwin encontrá-lo. A natureza procede como os criadores de gado, por selecção sistemática, defende. É a luta pela vida que, a cada geração, privilegia, numa população, os que melhor se adaptam ao meio, a expensas dos mais fracos. A leitura em 1838 do livro “Ensaio Sobre o Princípio da População” de Thomas Malthus fez iluminar a mente de Darwin e descobrir a sua teoria: a selecção natural, segundo a qual só os indivíduos mais bem adaptados de cada população sobrevivem para deixar descendência. Depois, escondeu a sua teoria ao longo de mais de 20 anos, dedicando-se a reunir uma montanha de documentos para apoiar a sua tese, antecipando todas as objecções, acumulando as provas, inquirindo, numa troca de correspondência, sobre os métodos dos criadores de pombos, sobre o sentido de orientação das abelhas ou dos gatos domésticos, etc. Sem publicar uma linha a propósito das suas reflexões. Em 1839, casa com a sua prima Emma, culta, devota e dotada de rendimentos que, a juntar aos seus, lhe permitem viver sem exercer uma profissão. Em 1842, redige, ainda assim, um esboço da sua teoria, repleta de instruções no caso de se dar algum infortúnio, que permanecerá guardada anos a fio sob as escadas, enquanto Darwin se consagra a outros estudos. Não há motivos para pressas, pensa, coleccionando observações, como, no passado, os insectos. No entanto, em 1858, um jovem naturalista, Alfred Russel Wallace, envia-lhe uma dissertação (Sobre a Tendência das Variedades a Desviarem-se indefinidamente do Tipo Original) na qual defende, praticamente palavra por palavra, a mesma tese. O choque é duro. Vexado, reticente, mas instigado pela concorrência, Darwin, sob a insistência dos seus amigos, resigna-se em publicar, primeiro um esboço e a seguir “Da Origem das Espécies”, 500 páginas escritas em menos de um ano num estilo figurado, pessoal, bastante acessível — garantia de sucesso. Este sucesso quase não lhe renderá nada, fechado em casa, recusando obstinadamente as homenagens públicas, tal como foge das confrontações. Na Down House escreve, reflecte e continua a escrever para insistir na argumentação e responder aos seus detractores. Prosseguir a produção das obras parece- lhe a única forma honrada de se defender.
Darwin é a prova de que o génio pode ser modesto e não se faz, necessariamente, acompanhar pela excentricidade. Simples, afável, conciliador, tão sensível às críticas como aos elogios, preocupa-o bastante a recepção às suas ideias, não por vaidade, mas por necessidade de persuasão. Na sua autobiografia, escrita em 1876, seis anos antes da sua morte, só reconhece, para lá do amor à ciência, possuir os “dons de observação” e “uma paciência sem limite”.
De carácter simples, extremamente apegado à mulher e aos filhos, Darwin dedicou a sua vida à ciência, apesar da pouca saúde. A sua obra revela modéstia e escrúpulo, que despertaram a simpatia e a amizade de todos. Até os adversários admiravam o seu carácter e respeitavam-no como cientista. Darwin morreu de um ataque cardíaco em Down, a 19 de Abril de 1882, sendo enterrado na abadia de Westminster.
Fontes: A Origem das Espécies, A Vida e a Obra de Darwin de Alberto Candeias, The Complete Work of Charles Darwin Online, Público e AFP.

quarta-feira, dezembro 17, 2008

Barack Obama: Personalidade do Ano 2008

Barack Obama foi eleito Personalidade do Ano 2008 pela revista norte-americana TIME. A escolha não surpreende, depois da extraordinária vitória presidencial de Barack Obama. Venceu uma das mais disputadas eleições presidenciais de sempre na história americana, derrotou dois candidatos muito mais experientes e superou as divisões raciais dos Estados Unidos, para se tornar no primeiro presidente afro-americano do país.
Barack Obama foi o eleito pela TIME “por ter a confiança de projectar um futuro ambicioso durante tempos sombrios”, informou a direcção editorial da revista. Atrás de Obama ficaram o secretário americano do Tesouro, Henry Paulson; o Presidente francês Nicholas Sarkozy; a candidata a vice-Presidente pelo lado republicano e governadora do Alasca Sarah Palin e o director criativo da cerimónia de abertura dos Jogos Olímpicos de Pequim, em Agosto, Zhang Yimou.

Barack Hussein Obama nasceu em Honolulu, no Havai a 4 de Agosto de 1961, quando o seu pai, Barack Obama, um economista queniano, e a mãe, Ann Dunham, antropóloga norte-americana do Kansas, estudavam na Universidade do Havai. Os pais separaram-se quando Obama tinha dois anos e, com o casamento seguinte da mãe, foi viver para Jacarta, na Indonésia durante quatro anos, voltando ao Havai aos 10.Formou-se em Relações Internacionais na Universidade de Columbia em 1983 e em Direito em 1991 em Harvard, onde foi o primeiro afro-americano a ser presidente da prestigiada Harvard Law Review.
Terminados os estudos de Direito, foi para Chicago para exercer como advogado de direitos civis e leccionar na Universidade de Chicago. Em 1992, organizou uma das maiores inscrições de votantes na história de Chicago para ajudar Bill Clinton nas eleições desse ano. Foi então que decidiu concorrer ao Senado de Illinois, tendo sido eleito para o cargo em 1996. No Senado, trabalhou com democratas e republicanos na elaboração de legislação relativa a ética, cuidados de saúde e programas educacionais para os mais desfavorecidos.

Em 2002, foi um dos adversários do presidente George W. Bush na decisão de atacar o Iraque, considerando que Saddam Hussein, apesar de ser um reconhecido ditador, não constituía uma ameaça directa aos Estados Unidos nem aos seus países vizinhos. Na convenção do partido democrata no Verão de 2004 roubou o protagonismo ao candidato à presidência, John Kerry, com um discurso simples. “Não há uma América negra, uma América branca e uma América hispânica: há os Estados Unidos da América”, disse Obama.
Nas primárias democratas de 2004, conseguiu a nomeação democrata para o Senado dos EUA e, em Novembro do mesmo ano, venceu as eleições gerais para o Senado, tendo tomado posse como senador em Janeiro de 2005.
Em Fevereiro de 2007, anunciou a sua candidatura à nomeação democrata para a presidência dos Estados Unidos. Tendo como principal adversária à nomeação a senadora Hillary Clinton, poucos eram os que, nessa altura, acreditavam que conseguisse vencer as primárias. Mas o seu carisma e os seus ideais fizeram com que os democratas se rendessem a ele, dando-lhe a vitória nas primárias democratas.
Em Junho de 2008, Barack Obama tornou-se, assim, o candidato do Partido Democrata à presidência dos EUA, derrotando Hillary Clinton. Seguia-se uma batalha política entre o jovem Barack Obama e o veterano John McCain, apoiado pelo ainda presidente Bush e o seu Partido Republicano.
Em 4 de Novembro de 2008, os americanos acorreram em massa às urnas para dizerem a Obama: Yes, We Can, o lema da campanha do democrata. Com uma vitória esmagadora tanto em votos expressos como em termos de colégios eleitorais, Barack Obama tornou-se assim no primeiro presidente afro-americano da História dos EUA e devido à sua história pessoal, é visto por muitos como um conciliador carismático e unificador, que é no fim de contas, o que mundo e os americanos precisam, depois de George W. Bush, ter passado afincadamente os últimos oito anos, a tornar o planeta um lugar perigoso para se viver.(Fonte Biblioteca Universal).

quinta-feira, setembro 18, 2008

García Lorca


A família de Federico García Lorca autorizou a abertura da vala comum onde os restos mortais do poeta permanecem desde que foi fuzilado na Guerra Civil da Espanha, há 72 anos.
Os descendentes de Lorca vinham resistindo a autorizar a exumação, mas cederam ante a pressão nos tribunais dos parentes de outros sepultados na mesma vala, mas temem que a exumação se transforme num “espectáculo”.
Desde a criação da Lei da Memória Histórica, em reconhecimento dos mortos na Guerra Civil Espanhola, os descendentes dos fuzilados Galadí Meljar e de Dióscono Galindo, mantiveram uma disputa com a família Lorca durante três anos, para exumar os restos mortais dos seus ascendentes, para lhe fazerem um funeral digno e conhecer os verdadeiros detalhes dos assassinatos.
A mudança de opinião da família Lorca surgiu depois de no dia 12 de Setembro último, os descendentes de Francisco Galadí Meljar e Dióscoro Galindo, fuzilados com Lorca e enterrados na mesma vala que o poeta entrarem com uma acção judicial em Madrid. Foi o último recurso para tentar abrir a vala e recuperar os restos mortais de seus parentes, pois não lograram convencer a família Lorca até então.
O Juiz Baltasar Garzón respondeu que estudaria a possibilidade de ordenar a exumação mesmo que os Lorca se opusessem. A família do famoso poeta e dramaturgo diz temer que a exumação “vire um espectáculo, o que é muito difícil de evitar. Queremos que se faça com muito respeito e de maneira privada”, explicou Laura García Lorca. A exumação também poderá ajudar a esclarecer detalhes sobre a biografia do poeta. Os dados mais divulgados indicam que Garcia Lorca foi assassinado no dia 19 de Agosto de 1936. Tinha 38 anos quando foi preso na cidade de Granada, acusado pelo regime militar de ser subversivo e homossexual. A prisão teria acontecido três dias antes da execução e o poeta ainda teria sido espancado e humilhado em público antes do fuzilamento. Com ele, foram fuzilados o professor Dióscoro Galindo, republicano e acusado de negar a existência de Deus porque ensinava educação laica a famílias pobres e os sindicalistas Francisco Galadí Meljar e Joaquim Arcollas Cabezas, este último não deixou descendentes.
Foram todos enterrados numa vala comum debaixo de uma oliveira, num lugarejo conhecido como o Barranco de Víznar, onde hoje há um pequeno parque em homenagem as vítimas da Guerra Civil.
Falta apenas definir a data da exumação e o futuro dos restos mortais de Lorca, estando a família a estudar várias possibilidades: levá-lo para Nova Iorque para o jazigo do pai dele, para Madrid, onde estão enterradas a mãe e as irmãs, espalhar as cinzas por lugares onde ele morou ou sepultá-lo no mesmo local onde está a vala comum.
Federico Garcia Lorca nasceu em Granada em 1898, sendo considerado um dos mais importantes escritores modernos da língua espanhola. Entre as suas mais famosas peças inclui-se a triologia Bodas de Sangue (1933), Yerma (1934) e La Casa de Bernarda Alba (1936). A sua obra Romancero Gitano (1928) mostra a influência das canções andaluzas da região de Granada que o autor combina magistralmente com imagens fortes e surpreendentes.
Da sua obra poética destacam-se, Aire Nocturno, Canción, Canción Menor, Mar, Romance Sonâmbulo e Sueños.
A sua infância e as suas viagens através de Castela inspiraram-lhe um conhecimento do povo espanhol. Dedicou-se à música, à pintura, ao teatro, à poesia. Com a peça Mariana Pineda alcançou a celebridade e com uma compilação de canções ciganas.
Consagrou-se no teatro, enquanto director do grupo ambulante da Barraca e como autor, com peças para teatro de marionetes — O pequeno retábulo de D. Cristóbal, fantasias poéticas — O amor de Perlimplin e de Belisa no seu jardim e uma trilogia dramática — Bodas de sangue.
Apesar de não ser um activista político, nunca deixou de manifestar aversão aos fascistas, que considerava forças opressivas contrárias à criatividade e à liberdade. (Com BBC).

domingo, agosto 17, 2008

Francis Obikwelu: Adeus e Obrigado


Francis Obikwelu depois de ter sido afastado da final dos 100 metros dos Jogos de Pequim, anunciou que vai abandonar a competição e já não participa nas eliminatórias dos 200 metros.
O velocista português chegou a Pequim determinado em vencer a medalha de ouro, que lhe tinha fugido nos Jogos de Atenas em 2004. Tinha convencido os portugueses, que podíamos sonhar com a vitória na prova-rainha do atletismo mundial, quando dois dias antes tinha afirmado querer apenas... conquistar a medalha de ouro.
Depois de ter demonstrado na pista uma debilidade impressionante, em tudo contraditória com o seu discurso optimista, sendo eliminado nas meias-finais da prova dos 100 metros, com o tempo de 10,10 segundos, quando no dia anterior, dizia que podia correr em 9,80 segundos se precisasse; Francis Obikwelu, numa declaração totalmente imprevista, decidiu abandonar a competição, agradecendo ao povo português o total apoio que sentiu ao longo dos anos, juntando-lhe um digno pedido de desculpas pelo seu desempenho.
Sem Francis Obikwelu, jamais ousaríamos pensar numa medalha na prova mais espectacular do atletismo mundial, portanto as desculpas são aceites e acompanhadas de um muito obrigado, por ter levado bem alto o nome de Portugal nestes anos de competição.
Adeus e obrigado.
O atleta português, Francis Obiora Obikwelu nasceu a 22 de Novembro de 1978, em Onitsha, na Nigéria. Praticante de atletismo desde muito novo, Francis Obikwelu aproveitou a oportunidade de ficar em Portugal quando, em 1994, participou no Campeonato Mundial de Juniores, de 400 metros, em Lisboa. Após a competição, Obikwelu não regressou ao país natal, permanecendo, assim, numa situação ilegal. Desenraizado, abandonou temporariamente o mundo do desporto e, ainda com 16 anos, para se sustentar, trabalhou na construção civil. Depois de viver algum tempo em Lisboa, mudou-se para o Algarve, onde Mary Morgan, professora em Loulé, o apoiou no regresso às pistas.
Obikwelu começou, então, a participar em diversas provas internacionais, conseguindo sucessivos lugares de destaque. Em 1996, sagrou-se Campeão do Mundo de Juniores em duas categorias, nos 100 e 200 metros. No ano seguinte, ao participar no Campeonato Mundial, conquistou a medalha de prata na prova de 4x100 metros. Em 1999, além de receber a medalha de bronze na categoria dos 200 metros, no Campeonato Mundial, recebeu o título de Campeão Africano nas categorias de 200 e de 4x100 metros. Até se naturalizar português, em 2001, participou nos Jogos Olímpicos de Atlanta, em 1996, e de Sydney, em 2000, nos quais correu ainda pela Nigéria.
A partir do momento em que se naturalizou português, Francis Obikwelu tornou-se um dos mais importantes atletas do nosso país. Em 2002, destacou-se no Campeonato da Europa, no qual recebeu duas medalhas de prata, nas classes de 100 e 200 metros, assim como na Taça do Mundo de Pista, em que subiu ao pódio outras duas vezes, conquistando a medalha de prata nos 100 metros e o Ouro nos 200 metros.Dois anos depois, na sua terceira participação olímpica, em Atenas, a primeira em que representou Portugal, Obikwelu atingiu o momento de maior realização da sua carreira: além de obter um quinto lugar nos 200 metros, venceu a medalha de prata na categoria dos 100 metros, numa corrida notável, em que conquistou, ainda, os recordes nacional e europeu nesta categoria.
Em Agosto de 2006, conquistou duas medalhas de ouro no Campeonato da Europa de Gotemburgo: uma na categoria dos 100 metros e a segunda nos 200 metros. (Fonte:Biblioteca Universal).

Michael Phelps: o Maior Atleta Olímpico de Todos os Tempos


O maior atleta olímpico de todos os tempos, nasceu em Baltimore, E.U.A., a 30 de Junho de 1985, de seu nome completo Michael Fred Phelps II. Filho de um polícia, Fred Phelps e de uma professora, Debbie Davisson Phelps, o bebé Michael cresceu em contacto com a água; a sua mãe, deixava-o num carrinho de bebé na beira da piscina enquanto as suas irmãs mais velhas, Whitney e Hilary treinavam. Aprendeu a nadar aos 7 anos, no mesmo ano em que os seus pais se divorciaram. Aos 11, bateu o recorde dos Estados Unidos nos 100m mariposa para a sua idade, chamando, dessa forma, a atenção do técnico Bob Bowman. Nesse mesmo ano, 1996, Bowman impressionado com o rapaz chamou-o para o North Baltimore Aquatic Club e traçou um plano para treiná-lo para os Jogos Olímpicos até 2012.
Estreou-se aos 15 anos nos Jogos Olímpicos de Sydney em 2000, tendo obtido o quinto lugar na final dos 200m mariposa. Cinco meses após a sua estreia nuns Jogos Olímpicos, aos 15 anos e 9 meses de idade, bate o recorde desta mesma prova, nos Mundiais de Natação de Fukuoka em 2001, tornando-se o mais jovem nadador de todos os tempos a bater um recorde mundial de natação. Começava desta forma a lenda da natação mundial.
Michael Phelps chega aos Mundiais de Natação de Barcelona em 2003, com a tenra idade de 18 anos mas com a esperança de não deixar os seus créditos, por braçadas alheias. Saiu do certame com quatro medalhas de ouro, nos 200 metros mariposa, 200 metros estilos, 400 metros estilos e estafeta 4x100 estilos e com outros tantos recordes mundiais.
Um ano depois, tornou-se o primeiro nadador a qualificar-se em seis provas individuais para uma edição dos Jogos Olímpicos. Em Atenas, impressionou todo o mundo ao estabelecer novos recordes e subir ao pódio por oito vezes.
Michael Phelps, que tinha apenas 19 anos em 2004, não podia ter começado melhor a sua participação nos Jogos Olímpicos de Atenas, a 14 de Agosto de 2004, ao ganhar a medalha de ouro dos 400 metros estilos, batendo o recorde mundial da distância, fixando-o em 4m8,26s. Os restantes lugares do pódio foram ocupados pelo também norte-americano Erik Vendt (4m11s81) e pelo húngaro Laszlo Cseh (4m12s15).Phelps conquistou, desta forma, a sua primeira medalha olímpica em Atenas, num total de oito provas em que competiu.
A 15 de Agosto de 2004, disputou-se a final da estafeta dos 4x100m livres, ganha pela selecção da África do Sul, que estabeleceu um novo recorde do mundo, com o tempo de 3m13,17s. A Austrália foi medalha de prata e os Estados Unidos medalha de bronze. O terceiro lugar conquistado pela equipa norte-americana deitou por terra a ambição de Phelps de bater o recorde de sete medalhas de ouro conquistadas pelo também norte-americano Mark Spitz, nos Jogos Olímpicos de Munique, em 1972.
A 16 de Agosto de 2004, Ian Thorpe, retirou a possibilidade a Michael Phelps de igualar a marca de Mark Spitz nos Jogos Olímpicos de Munique, ao vencer a prova dos 200m livres, com o tempo 1m44,71 s. O holandês Pieter van den Hoogenband, campeão olímpico em Sydney, foi segundo e Phelps terceiro.
A 17 de Agosto de 2004, o jovem prodígio de Baltimore regressa à piscina para ganhar mais duas medalhas de ouro no espaço de uma hora. Primeiro batendo toda a concorrência na final dos 200m mariposa, distância de que é recordista mundial, fixando um novo máximo olímpico (1m54,01s), depois integrando a equipa norte-americana na estafeta dos 4x200m livres com o tempo de 7.07,33 minutos. A Austrália, com 7.07,46 minutos, e a Itália, com 7.11,83, conquistaram as medalhas de prata e bronze, respectivamente.
A 20 de Agosto de 2004, Michael Phelps conquistou a quinta medalha de ouro na final masculina de 100 metros mariposa, com o tempo de 51,25 segundos (novo recorde olímpico) e anuncia que abdicou de participar na prova de 4x100m estilos, a favor do nadador Ian Crocker, alegando que os Estados Unidos chegaram a Atenas como equipa e que vão sair de Atenas também como equipa. A equipa dos Estados Unidos ganhou a medalha de ouro, e como Michael Phelps tinha participado nas eliminatórias, automaticamente ganhou a medalha de ouro, a sexta nos Jogos Olímpicos de Atenas.
Com as oito medalhas conquistadas, em Atenas, Michael Phelps tornou-se o atleta com maior número de medalhas ganhas numa única Olimpíada, quebrando o recorde que pertencia a Alexander Dityatin desde os Jogos Olímpicos de Moscovo.
Os seus títulos internacionais e os seus vários recordes mundiais, fizeram com que ele fosse designado o Nadador do Ano por três vezes, em 2003, 2004, e 2006.
Em Novembro de 2004, o menino exemplar foi preso por conduzir com álcool na sua cidade natal, Baltimore.
A multa foi a bagatela de 310 dólares, mas o facto foi empolado pelos jornais, numa altura em que Michael Phelps colhia os louros pela sua excelente prestação em Atenas. Phelps teve de comparecer a uma aula sobre condução e alcoolismo e fazer trabalho social, dando palestras a estudantes sobre os perigos do álcool e das drogas ilegais.
Nos Mundiais de Natação de Montreal em 2005, Michael Phelps junta mais cinco medalhas de ouro ao seu currículo: medalhas de ouro, nos 200 metros livres, 200 metros estilos, estafeta 4x100 livres, estafeta 4x200 livres, estafeta 4x100 estilos.
Em 2007 Michael Phelps partiu para os Mundiais de Natação em Melbourne com o sonho de conquistar oito medalhas de ouro, mas o seu compatriota, Ian Crocker, fez uma falsa partida que desqualificou a equipa de estafeta americana de 4x100 metros estilos nas eliminatórias, levando o “Baltimore Kid” a adiar o sonho.
Phelps "apenas" ganhou sete medalhas, igualando assim a proeza do seu compatriota Mark Spitz. Michael Phelps venceu as sete finais em que participou, um resultado ainda melhor do que o de Mark Spitz nos Jogos Olímpicos de Munique, em 1972, pois conquistou cinco títulos individuais em Melbourne, enquanto Spitz só ganhou quatro.
Nestes Mundiais, Phelps, que na altura tinha 21 anos, tornou-se o nadador com mais medalhas na história dos Mundiais (20) de natação. Ultrapassou também o australiano Ian Thorpe, já retirado, que venceu seis provas em Fukuoka, em 2001.
Em Melbourne, Phelps foi o primeiro nos 200 livres, 100 e 200 mariposa, 200 e 400 estilos, individualmente, a que juntou os títulos colectivos das estafetas de 4x100 e 4x200 livres, integrado na equipa dos Estados Unidos.
O corpo de Michael Phelps foi moldado para viver na água; têm uns braços extremamente compridos - a distância entre uma mão e outra, quando está de braços abertos, é maior que a altura de seu corpo - que garantem braçadas excepcionalmente fortes. Além disso, Michael Phelps possui pernas curtas, que oferecem menor resistência à água e auxiliam na flutuação. Quando está fora da água, o nadador parece um “pinguim”.
Em Janeiro, deste ano, Michael Phelps seguiu para o Centro de Treino Olímpico, dos Estados Unidos para um mês de preparação. Nadou cerca de 12 a 16 quilómetros por dia, combinando a rotina da natação com musculação, exercícios cardio-respiratórios e, principalmente, treinos para grandes altitudes. A rotina normal de treino de Michael Phelps inclui, além das piscinas, musculação todas as manhãs e exercícios específicos de preparação física, dentro e fora da água.
Este intensivo treino, tem apenas um objectivo: conquistar as oito medalhas de ouro com que sonha nos Jogos Olímpicos de Pequim e superar a marca histórica do nadador americano Mark Spitz, que conquistou sete medalhas de ouro nos Jogos de Munique, em 1972.
No dia 9 de Agosto, Michael Phelps começou da melhor maneira a sua participação nas Olimpíadas de Pequim ao vencer a medalha de ouro dos 400 metros estilo com o tempo recorde de 4:03:84 que passa a constituir novo máximo mundial.
No dia 11 de Agosto, na prova mais espectacular, até agora, de natação destes Jogos Olímpicos, Michael Phelps manteve vivo o sonho de bater o recorde de Mark Spitz ao vencer a final da estafeta dos 4x100m livres. Com uma incrível ultrapassagem nas últimas braçadas, a equipa dos Estados Unidos garantiu a vitória e bateu o recorde mundial com o tempo de 3m08s24, uns incríveis 3s99 abaixo da anterior marca, conquistada na véspera pelos próprios EUA, com a equipa de reserva.
Michael Phelps, Garrett Weber-Gale, Cullen Jones e Jason Lezak foram os nadadores que conseguiram a façanha.
No dia 12 de Agosto de 2008, Michael Phelps conquistou mais uma medalha de ouro com recorde mundial em Pequim, e entrou de vez para a história dos Jogos Olímpicos. O nadador de Baltimore venceu a final dos 200m livres, realizada no Cubo de Água, com o tempo de 1m42s96, e igualou o recorde histórico de nove medalhas de ouro nos Jogos Olímpicos.
Com nove medalhas de ouro, Michael Phelps igualou o recorde de Carl Lewis (atletismo, em quatro J.O.), Mark Spitz (natação, em dois J.O.), Paavo Nurmi (atletismo, em três J.O) e Larissa Latynina (ginástica, em três J.O). O nadador americano, também se tornou o atleta que mais vezes estabeleceu recordes mundiais. Até ao momento, Michael Phelps já estabeleceu 24 novos recordes mundiais.
No dia 13 de Agosto, o “Baltimore Kid” tornou-se no atleta com maior número de medalhas de ouro em Jogos Olímpicos, depois de ganhar mais duas em Pequim. O nadador norte-americano bateu o recorde de medalhas de ouro ao vencer as finais dos 200m mariposa e da estafeta 4x200m livres com mais dois recordes mundiais (1m52s03 e 6m58s56), na piscina do Cubo de Água, em Pequim.
Com onze medalhas de ouro em três Olimpíadas (Sydney 2000, Atenas 2004 e Pequim 2008), Michael Phelps supera as nove medalhas douradas conquistadas por Carl Lewis, Mark Spitz ,Paavo Nurmi e Larissa Latynina.A juntar a estas onze medalhas já conquistadas há o facto de cada vez que Michael Phelps entra na água, bater mais um recorde mundial. Neste momento já bateu por 26 vezes os recordes mundiais nas diferentes categorias.

Aos onze títulos de Michael Phelps há que juntar ainda as duas medalhas de bronze conquistadas em Atenas. Com treze medalhas olímpicas no total, Michael Phelps pode ainda bater o recorde, de atleta masculino com mais medalhas olímpicas, detido pelo ginasta soviético Nikolai Andrianov, vencedor de 15 medalhas (sete de ouro, cinco de prata e três de bronze, em Munique 1972, Montreal 1976 e Moscovo 1980).
Depois de um dia de descanso, Michael Phelps entra novamente em acção a 15 de Agosto, para conquistar a sua sexta medalha de ouro nos Jogos Olímpicos de Pequim, ao vencer a final dos 200 metros estilos e com novo recorde Mundial. Michael Phelps consegue um pleno: seis finais, seis medalhas, seis recordes do mundo.
O “Baltimore Kid” cumpriu a prova em 1m54,23s e melhorou em 57 centésimos de segundo o anterior recorde (1m54,80s), que já lhe pertencia e tinha sido estabelecido a 4 de Julho de 2008, em Omaha, Estados Unidos.
A medalha de prata foi para o húngaro Laszlo Cseh, que nadou em 1m56,52s, enquanto o também norte-americano Ryan Lochte foi medalha de bronze com 1m56,53s.
No dia 16 de Agosto, Michael Phelps entra no Cubo de Água, para disputar os 100 m mariposa, a única distância em que compete que não é recordista mundial. O recorde da distância pertence ao seu compatriota, amigo e rival, Ian Crocker.
Era a prova de fogo rumo à conquista das almejadas oito medalhas nos Jogos. Após uma emocionante final, Michael Phelps vence a sua sétima medalha, com o recorde olímpico de 50s58, com uma vantagem de apenas um centésimo de segundo, sobre o nadador sérvio Milorad Cavic, antigo recordista olímpico.
Ian Crocker, recordista mundial da distância, que era considerado como o único capaz de travar Michael Phelps rumo à conquista das oito medalhas de ouro, quedou-se pelo quarto lugar a um centésimo do australiano Andrew Lauterstein.
Com esta vitória Michael Phelps igualou o recorde de 36 anos do seu compatriota Mark Spitz e também, o recorde de atleta masculino com mais medalhas olímpicas, detido, até hoje, pelo ginasta soviético Nikolai Andrianov, vencedor de 15 medalhas (sete de ouro, cinco de prata e três de bronze, em Munique 1972, Montreal 1976 e Moscovo 1980).
No último dia da natação nestes Jogos Olímpicos, 17 de Agosto de 2008, Michael Phelps entrou no Cubo de Água, com um único objectivo: ganhar a sua oitava medalha de ouro e bater o mítico recorde do seu compatriota Mark Spitz, conseguido nos Jogos de Munique em 1972.
Phelps venceu.
Na equipa norte-americana de estafeta dos 4x100 metros estilos, Michael Phelps nadou o terceiro percurso (mariposa), depois de Aaron Peirsol (costas) e Brendan Hansen (bruços), e passou a equipa do terceiro para o primeiro lugar, que Jason Lezak (livres) não deixou fugir. No final a equipa americana registava um novo máximo mundial com o tempo 3m29,34s, o vigésimo sétimo recorde mundial da sua carreira.
Com esta vitória, Michael Phelps passou a somar 14 medalhas de ouro olímpicas (ganhou seis em Atenas 2004), reforçando um recorde que havia batido a 13 de Agosto.
Também, com a medalha esta medalha (16 medalhas olímpicas no total), Phelps passou a ser o atleta masculino mais medalhado de sempre, estando, em absoluto, no segundo lugar a duas medalhas da ginasta soviética Larissa Latynina, que em três participações olímpicas (1956, 1960 e 1964), subiu 18 vezes ao pódio, recebendo 9 medalhas de ouro, 5 de prata e 4 de bronze. Um registo a bater nos Jogos Olímpicos de Londres em 2012.
O mito Phelps ganhou nestes Jogos Olímpicos os 400 estilos (4m03,84s), os 4x100 livres (3m08,24s), os 200 livres (1m42,96s), os 200 mariposa (1m52,03s), os 4x200 livres (6m58,56s) e os 200 estilos (1m54,23s) e os 4x100 metros estilos (3m29,34s) todas estas vitórias com recordes mundiais, e os 100 mariposa (50,58s), com recorde olímpico.
Phelps Suspenso por 3 Meses
(Fontes: Wikipédia, Lusa, O Globo, Site Oficial de Michael Phelps, DN e Público).

quinta-feira, agosto 14, 2008

Mark Spitz


As duas grandes figuras destes Jogos Olímpicos – até ao momento – são: Michael Phelps e Mark Spitz, o homem contra quem realmente Michael Phelps nada. Apesar de ter 58 anos e não participar nos Jogos Olímpicos desde 1972, Mark Spitz é a sombra, que Michael Phelps tem de vencer, se quiser colocar o seu nome no Olimpo, como o nadador que mais medalhas de ouro conquistou numa só Olimpíada. Para isso, tem que vencer todas as provas a que se propôs e ultrapassar as sete medalhas de ouro de Mark Spitz dos Jogos de Munique. A luta está acesa, e pende para o lado de Michael Phelps.
Questionado, recentemente, sobre a possibilidade do seu recorde olímpico de 36 anos vir a ser quebrado nestes Jogos, Mark Spitz respondeu:
- “ Espero que Phelps o quebre e gostaria de testemunhar este momento histórico”, lamentando-se, não ter sido convidado pela organização dos Jogos Olímpicos.
Mark Andrew Spitz, nasceu na cidade de Modesto, no estado norte-americano da Califórnia, a 10 de Fevereiro de 1950. Quando tinha apenas dois anos de idade a sua família mudou-se para o Havai, onde o seu pai, Arnold Spitz, o ensinou e incentivou a nadar. Em 1956 a sua família regressa à Califórnia, começando a treinar-se sobre orientação do técnico Sherm Chavoor, que se tornaria seu mentor e de diversos outros campeões olímpicos. Aos dez anos, o jovem franzino despontou para o cenário internacional, quando bateu 17 recordes nacionais e um recorde mundial da natação para a sua faixa etária. Em 1964, Arnold resolveu levar o filho para a Academia Santa Clara, uma das mais reputadas nos EUA, onde o nadador teve a sorte de ter aulas com George Haines, um dos mais respeitados técnicos de natação norte-americanos. No entanto, Mark Spitz incompatibilizou-se com o técnico e foi obrigado a abandonar a Academia. Depois de passar toda a adolescência como o mais promissor dos jovens nadadores americanos, o atleta calou os seus críticos e conquistou aos dezassete anos, cinco medalhas de ouro nos Jogos Pan-Americanos de Winnipeg, em 1967.
A conquista encheu de confiança o nadador, que prometeu a todos ganhar seis medalhas de ouro nos Jogos Olímpicos da Cidade do México, em 1968. O sonho tornar-se-ia um verdadeiro pesadelo para Spitz. As declarações de Spitz deram-lhe uma imagem de arrogante e convencido, que ele não conseguiu desmentir na piscina olímpica. Mark Spitz, sairia do México, apenas com duas medalhas de ouro, por equipas, nos 4X100 e nos 4x200 livres, ficando com as medalhas de prata nas provas individuais dos 100m livres e dos 100m mariposa.
Desapontado com sua performance no México, quando voltou aos Estados Unidos entrou para a Universidade de Indiana, onde passou a ser treinado pelo famoso técnico Doc Counsilman, que havia sido o treinador da equipa norte-americana de natação nos Jogos de 1968. No período de 1968 a 1972, sob a orientação de Counsilman, Spitz venceu todos os campeonatos norte-americanos de natação e tornou-se o Nadador do Ano de 1969, 1971 e 1972. No ano de 1971, foi também distinguido como o atleta do ano americano.
Para os Jogos de Munique, as perspectivas de Spitz, eram melhores, pois o nadador conseguiu, também, a qualificação para os 200 metros livres.
As provas destinadas a definirem a selecção norte-americana para os Jogos Olímpicos revelaram um Spitz em grande forma. Nestas provas, Mark Spitz obteve três recordes mundiais, nadando os 100 metros livres em 51s47, os 100 metros mariposa em 54,56 segundos e os 200 metros mariposa em 2 minutos e 01,53 segundos.
Não faltava nada, portanto para Spitz fazer história.
A 28 de Agosto de 1972, Spitz não podia ter começado melhor a sua participação olímpica, ganhando os 200 metros mariposa, superando o seu recorde do Mundo, fixando-o em 2 minutos e 00,70 segundos.
Além disso, venceu, igualmente, os 4X100 metros livres, integrado na equipa dos Estados Unidos, que também fixou um novo máximo mundial, com 3 minutos e 26,42 segundos.
No dia 29 de Agosto, Spitz deu um passo importante para a concretização do seu objectivo, ao vencer a prova em que não era recordista mundial; os 200 metros livres, estabelecendo um novo recorde mundial, com o tempo de 1 minuto e 52,78 segundos.
A 31 de Agosto, Mark Spitz volta à piscina para continuar a fazer história: ganhou os 100 metros mariposa e os 4X200 metros livres, registando mais dois recordes mundiais (54,27 segundos e 7 minutos e 35,78 segundos, respectivamente). Com estas duas medalhas, Spitz entrou para a história olímpica como o nadador mais dourado de sempre.
Mas a história não ficaria por aqui. Depois de dois dias de intervalo, Spitz reabriu a luta pelas medalhas. A 3 de Setembro, vence os 100 metros livres, com o tempo recorde de 51,22 segundos, como não podia deixar de ser.
No dia seguinte, Mark Spitz elevou para sete o número das medalhas conquistadas nos Jogos Olímpicos de Munique, ao ganhar a estafeta de 4X100 metros estilos, que ditaram a queda de mais um recorde mundial; 3 minutos e 48,16 segundos.
Os seus triunfos, entretanto, foram obscurecidos pelo ataque terrorista do Setembro Negro, que custou a vida a 11 atletas israelitas. Mark Spitz, que também era judeu, temendo ser escolhido como alvo pelo grupo terrorista, abandonou a Alemanha incógnito.
Após Munique, Spitz retirou-se da natação com apenas 22 anos de idade, enriquecendo fazendo televisão, cinema e publicidade.
Em 1991, o director de cinema Bud Greenspan ofereceu-lhe um milhão de dólares para que ele voltasse às piscinas e tentasse a qualificação para os Jogos Olímpicos de Barcelona de 1992. Aos 41anos, Spitz tentou por diversas vezes mas não conseguiu o apuramento para a selecção dos Estados Unidos.
Estava terminada a carreira de um dos melhores nadadores de todos os tempos.
(Fontes: Site Oficial de Mark Spitz, Lusa, JN, Wikipédia e Publico).

terça-feira, agosto 05, 2008

Marilyn Monroe


Norma Jean Baker, mais tarde Marilyn Monroe, nasceu a 1 de Junho de 1926, em Los Angeles. Filha de mãe solteira, frequentemente internada em instituições psiquiátricas, Marilyn teve uma infância difícil, tendo sido educada em orfanatos e lares adoptivos.
Casou pela primeira vez aos 16 anos com um mecânico de aviões. Antes de se tornar estrela de cinema foi pin up em revistas e modelo. Voltou a casar em 1954, desta vez com o famoso jogador de basebol Joe DiMaggio. Depois do divórcio, casou-se pela terceira vez com o dramaturgo Arthur Miller, autor de Os Inadaptados (1960), o último filme da actriz.
Foram objecto de muita especulação as supostas ligações que manteve com o presidente J.F. Kennedy e o seu irmão Bob Kennedy bem como com o actor Yves Montand. A sua vida de glamour foi dominada pela tragédia e infelicidade. Ainda iniciou as filmagens de Something’s Got to Give, que acabou por não terminar devido à morte prematura, em 1962, causada, oficialmente, por uma overdose de comprimidos.Estrela dos filmes de Hollywood na década de 50, Marilyn imortalizou-se na tela pelo seu visual de loura, bela e voluptuosa. Considerada a maior símbolo sexual do Século Vinte, foi contratada pelos estúdios Fox em 1946, mas só em 1950 começou a ter notoriedade, em filmes como, Quando a Cidade Dorme, de John Huston e Eva, de Joseph Mankiewicz.
Seguiram-se A Culpa foi do Macaco, de Howard Hawks (1952) e Os Homens Preferem as Loiras (1953). Especializou-se em comédias como, Como se Conquista um Milionário (1953), O Pecado Mora ao Lado (1955), Paragem de Autocarro (1956) e Quanto Mais Quente Melhor (1959), criando o estereótipo da mulher-criança, a eterna inocente num corpo de pecado. Foi encontrada morta na sua casa em Los Angeles, no dia 5 de Agosto de 1962. Tinha 36 anos.

quarta-feira, junho 25, 2008

Jacques Costeau


"Maravilhado, o pequeno homem percorre rapidamente a praia. Dirige-se sem hesitação para o mar que vê pela primeira vez. De repente pára estupefacto: uma primeira vaga acaba de rebentar a seus pés com um barulho suave. Os seus olhos fixam a distância à procura do que se esconderá no horizonte. A primeira vaga do mar parou a corrida da criança mas transportou-a para longe. O meio onde viveu os seus primeiros meses de vida está diante dele, imenso, simultaneamente carinhoso e ameaçador. Digo a mim próprio que já tinha experimentado esta revelação do infinito e que sem ter conhecimento motiva a minha vida. Lancei-me sem olhar para trás numa vida consagrada a desposar o mar. Os meus companheiros, que partilharam as aventuras tumultuosas dos primeiros mergulhos com escafandro autónomo, as missões do Calypso e os combates para a protecção do mar e da água em geral do nosso frágil planeta, experimentaram o mesmo entusiasmo e dúvidas. Juntos aprendemos que a realidade dos oceanos, do universo e da vida era uma fonte de inesgotáveis maravilhas. Constatámos que os animais marinhos estão sujeitos às mesmas leis que as criaturas que povoam as selvas terrestres, o que vem confirmar a unidade da vida. Para compreendermos os laços que nos ligam a todos os seres vivos e de modo a melhor apreciar o milagre da vida, deixemo-nos tocar pela primeira vaga do mar." (Jacques-Yves Costeau).
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O Comandante Jacques-Yves Cousteau nasceu a 11 de Junho de 1910, em St. André de Cubzac (Gironde), França. Em 1930, entra para a Escola Naval onde chega a Oficial. Entre 1933 e 1935, é destacado para o extremo Oriente, a bordo dos cruzadores “Primauguet” e “Shangha”. Enquanto seguia a formação para piloto sofre um grave acidente de viação que lhe põe fim à carreira de aviador. Em 1936, em Mourillon, perto de Toulon, experimenta pela primeira vez uma “máscara” submarina: foi a revelação. Com o Eng.º. Emile Gagnan, conclui o escafandro autónomo em 1943, e o mundo submarino revela-se à humanidade.
Após a guerra, o Comandante juntamente com Frédéric Dumas, criou o Grupo de Pesquisa Submarina afim de efectuar experiências de mergulho e trabalho em laboratório. Em 1950 recupera o Calypso, um antigo draga-minas. Modificado aos poucos e dotado de instrumentos de mergulho e pesquisa científica, o Calypso transforma-se em navio oceanográfico e a aventura começa. Durante quatro décadas as equipas de Cousteau exploraram os mares e os grandes rios do mundo inteiro.
Com o Eng.º. Jean Mollard, constrói o SP-350 colocado ao serviço em 1959. Este primeiro “disco voador” mergulhador de dois lugares pode ser usado até 350 mts de profundidade. Em 1965, dois discos mergulhadores são construídos simultaneamente para descer a 500 metros de profundidade tendo sido baptizados como “Pulgas-do-mar”. Cousteau dirige duas experiências de habitação no fundo do mar: “Précontinent 1”, ao largo de Marselha, “Précontinent II”, na região de Nice.
Em conjunto com o Prof. Lucien Malavard e o Eng.º. Bertrand Charrier, Jacques Cousteau, conclui o estudo de um novo sistema complementar de propulsão eólica, chamado Turbovoile e lançam em 1983 um catamaran equipado com este sistema, o “Moulin à Vent”.
O sistema é aperfeiçoado no navio experimental Alcyone, que é utilizado hoje em dia em filmes e explorações. O Calypso II, navio ecológico que irá manter o espírito do seu homónimo, foi também equipado com Turbovoile.
Após 1944, o Comandante Cousteau realiza mais de 70 filmes para televisão.Realiza também 3 longas-metragens: “O Mundo do Silêncio” (Palma de Ouro no Festival de Cannes), “O Mundo sem Sol” (Óscar e Grande Prémio do Cinema Francês para a Juventude) e “Viagem ao Fim do Mundo”.
Jacques Cousteau colaborou com vários autores para escrever mais de 50 livros, editados em uma dúzia de línguas. Sendo os mais recentes: “As Baleias” (1988), “Madagáscar, Ilha dos Espíritos” (1995), “O Mundo dos Golfinhos” (1995), e “Namíbia” (1996).
Cavaleiro da Legião de Honra pelos serviços prestados na resistência francesa, o Comandante Cousteau é promovido a Oficial Comandante pelos seus feitos científicos. Um dos raros membros estrangeiros da Academia de Ciências dos Estados Unidos, o Comandante foi ainda, durante 3 décadas, director do Museu Oceanográfico do Mónaco.
Em 1977, as Nações Unidas concederam-lhe o Prémio Internacional para o Ambiente, juntamente com Sir Peter Scott. Recebeu do Presidente dos Estados Unidos a Medalha da Liberdade em 1985.
Em 1987, o Comandante recebe o Prémio do Conselho Internacional da Academia Nacional das Artes e Ciências de Televisão, em Nova York. Em 1988 faz parte da tabela de honra dos indivíduos que foram distinguidos pela protecção do ambiente e recebe o Prémio da National Geographic.
Em 1989, é eleito para a Academia Francesa. O Instituto Catalão de Estudos Mediterrâneos, em Barcelona, distingue-o com o Prémio Catalão Internacional em 1991 e em 1996 aceita a homenagem do Smithsonian Institution e a Medalha do Bicentenário James Smithson.
O presidente Francês François Mitterrand nomeia-o, em 1991, para presidente do “Conselho para os direitos das gerações futuras”. Em 1993, dois anos mais tarde, endereça a sua demissão ao presidente, em protesto contra os testes nucleares no Oceano Pacífico.
Em 1992, o Comandante Cousteau é convidado oficial na Conferência das Nações Unidas para o Ambiente e Desenvolvimento no Rio de Janeiro. No ano seguinte é nomeado para o Comité Consultivo das Nações Unidas e aceita o papel de conselheiro para o desenvolvimento do Banco Mundial.
Fundou a Sociedade Cousteau em 1974 e a Equipa Cousteau em 1981, continuando sempre os seus projectos para protecção e melhoria da qualidade de vida das gerações presentes e futuras.O Comandante Jacques-Ives Cousteau faleceu aos 87 anos no dia 25 de Junho de 1997. (Adaptado da Página Oficial da Cousteau Society).

sexta-feira, junho 06, 2008

Robert Capa

André Friedmann nasceu em Budapeste, na Hungria, em 22 de Outubro de 1913. Ainda adolescente, foi acusado de ser comunista pela polícia secreta húngara e acabou por ser expulso do seu país. Refugia-se em Berlim, em 1930. Inscreveu-se na Faculdade de Ciências Políticas e arranjou emprego no laboratório de uma agência fotográfica: a Dephot, a mais importante na época. A sua carreira de fotógrafo começa no fim do ano de 1931, quando consegue ser o único fotojornalista a fotografar o famoso discurso do ex-líder soviético, Leon Trotski, que se encontrava exilado em Copenhaga. Mas a calma e a fama na vida de André Friedmann ainda estava distante. O aparecimento do nazismo faz com que em 1932, tenha que deixar Berlim dirigindo-se para Viena e depois para Paris. E foi na capital francesa que ele encontrou o lugar propício para desenvolver o seu olhar de fotojornalista. Naquela época a imprensa estava em desenvolvimento e os jornais abriam grande espaço para a fotografia. Foi em Paris também que conheceu a sua primeira mulher, e também fotojornalista, Gerda Taro. Foi em Paris, também que “nasceu” Robert Capa, mais precisamente em 1935. André, contratou uma secretária ( a sua própria mulher) e um agente (ele mesmo) que vendia fotos de um tal de Robert Capa. O seu trabalho chamou a atenção de Lucien Vogel, fundador de uma das mais importantes revistas da época, “Vue”. A partir daí a carreira de Robert Capa foi sempre em ascensão. Em 1936, Capa e Gerda Taro partem em reportagem para o meio da Guerra Civil Espanhola, onde, em 1937, Gerda Taro encontra a morte, ao ser atropelada por um tanque. Em 1938, Capa dirige-se para a China para fotografar o conflito sino-japonês. Com o começo da Segunda Guerra Mundial e o avanço nazista sobre Paris, em 1940, Capa que era judeu, refugia-se nos Estados Unidos onde, além de encontrar a mãe e o irmão, assinou um contrato com a revista Life. Nesta altura, o nome de Robert Capa já estava definitivamente associado à fotografia de guerra. Com 27 anos, Robert Capa foi enviado ao México pela revista Life para cobrir os meses da sangrenta campanha das eleições presidenciais de 1940 e, no ano seguinte, embarcou com os soldados americanos para a Europa a fim de registar o avanço dos Aliados. Fotografou a vitória aliada no Norte de África. Em Julho e Agosto de 1943, documentou a tomada da Sicília e nos meses seguintes, os esforços aliados na reocupação do território italiano, incluindo a libertação de Nápoles. Junto com as primeiras tropas americanas, desembarcou nas areias de Omaha, na Normandia, em 6 de Junho de 1944, que mais tarde seria consagrado como o Dia D. No dia 25 de Agosto do mesmo ano, entre soldados franceses e americanos, retornou à Paris libertada, pelos Aliados. No ano seguinte, acompanhou o último ataque de pára-quedistas americanos à Alemanha, registando a captura de Leipzig, Nuremberga e, finalmente, Berlim, encerrando a sua participação na Segunda Guerra Mundial. Já naturalizado americano e de volta aos EUA, enquanto vivia um romance com a actriz Ingrid Bergman, interessou-se pelo cinema e dedicou uns bons meses a escrever as suas memórias sobre as quais pensava fazer um filme. Aos 34 anos, em 1947, com Henri Cartier-Bresson, David Seymour e George Rodger, fundou a famosa agência Magnum, com sede em Paris e Nova Iorque. Apaixonado por fotografia, Robert Capa sempre defendeu a sua liberdade de produzir imagens. Ao fundar a agência queria garantir a posse dos negativos. A Magnum acabou por tornar-se referência para os fotojornalistas.
Entre 1950 e 1953, Capa estabeleceu novamente residência em Paris, dedicando o seu tempo a actividades burocráticas como presidente da Magnum e ao recrutamento e promoção de jovens talentos fotográficos. Novamente sob suspeita de actividades comunistas, teve o seu passaporte apreendido por alguns meses, em 1953 e foi impedido de viajar pelo governo norte-americano. Em 1954, escalado pela Life para cobrir a Guerra da Indochina Francesa, embarcou para a sua última missão. Em 25 de Maio quando Capa, acompanhava um destacamento francês constantemente paralisado por ataques vietnamitas, resolveu continuar a pé e sozinho o caminho entre Hanói e Thai Binh. Meia hora depois de deixar o acampamento, um soldado francês voltou para avisar os oficiais de que Capa tinha morrido ao pisar uma mina à beira da estrada.
Morreu a fazer aquilo que mais gostava: fotografar.
(Originalmente, editado em 22 de Outubro de 2005).

quarta-feira, março 19, 2008

Arthur C. Clarke


Arthur C. Clarke nasceu a 16 de Dezembro de 1917 em Minehead, Inglaterra. Foi desde criança um apaixonado pela astronomia e em 1949 o apartamento em que morava em Londres converteu-se no centro de operações da Sociedade Interplanetária Britânica, da qual seria presidente.
Durante a II Guerra Mundial prestou serviço na Royal Air Force, mas não lhe faltou tempo para escrever estudos técnicos e livros de ficção científica.
Só conseguiria, no entanto, publicar a sua primeira obra, “Rescue Party”, em 1946, quando o conflito mundial já tinha terminado. Muitas das obras científicas de Clarke introduziram conceitos que são actualmente “moeda corrente” no mundo da tecnologia.
O escritor visitou o Sri Lanka, antigo Ceilão, durante a década de 50 e aí se instalou em 1956, por "se ter apaixonado pelo lugar". Em 2005, Clarke recebeu o mais alto galardão civil atribuído pelo Sri Lanka, pelas suas contribuições à ciência e à tecnologia e pelo empenhamento demonstrado em relação ao seu país adoptivo.
Em 1969, quando já era considerado o principal “profeta” da era espacial, Clarke, através da cadeia televisiva norte-americana CBS, descreveu, juntamente com o astronauta Wally Schirra, a chegada da Apolo 11 à Lua. O escritor voltou anos depois à CBS para informar sobre as missões Apolo 12 e Apolo 15.
Arthur C. Clarke tinha previsto a chegada do homem à Lua antes do ano 2000, as viagens espaciais ainda antes da invenção dos foguetes e o papel dos computadores na vida quotidiana das pessoas, disse também que "a idade de ouro do espaço está apenas a começar". Segundo ele, "nos próximos 50 anos, milhares de pessoas viajarão para a órbita da Terra, e depois para a Lua e para lá dela. Um dia, as viagens espaciais e o turismo espacial tornar-se-ão quase tão comuns como as viagens para destinos exóticos no nosso planeta".
Arthur C. Clarke era considerado um dos mestres da ficção científica, autor de obras que marcaram o género. Uma dessas obras, o conto “The Sentinel”, de 1951, deu origem a um dos filmes-chave da ficção científica, “2001:Odisseia no Espaço”, realizado por Stanley Kubrick en 1968. Com esse filme, Kubrick conquistou um Óscar e teve mais de 10 nomeações para diversos prémios da cinematografia mundial.
O êxito foi tal que Clarke se viu de algum modo “forçado” a transformar o conto num romance, a que daria o título já consagrado pelo filme de Kubrick. Além da ficção científica, Clarke escreveu mais de 100 obras científicas e filosóficas nas quais procurou determinar o lugar do Homem no Universo. Escreveu ainda “Rendez-Vous With Rama”, que levaram os críticos a compará-lo a autores da craveira de Isaac Asimov e Robert Heinlein.
Embora fosse conhecido pelas suas obras técnicas e de ficção científica, Clarke interessava-se também pelos fenómenos paranormais, uma paixão que deixou reflectida no romance “Childhood‘s End”.
Arthur Charles Clarke, que estava confinado a uma cadeira de rodas por sofrer de uma síndrome pós-poliomielite, morreu de insuficiência respiratória em sua casa, na capital do Sri Lanka, ontem 18 de Março de 2008. Com agências.

segunda-feira, fevereiro 18, 2008

Johnny Depp


Johnny Depp nasceu a 9 de Junho de 1963, em Owensboro, no Estado americano do Kentucky. A sua carreira na sétima arte começou em 1984 com pequenos desempenhos, nos filmes Pesadelo em Elm Street (1984), e no filme de Oliver Stone, Platoon – Os Bravos do Pelotão, de 1986.
Neste princípio de carreira, seria a televisão a catapultar Johnny Depp para a fama com a série Rua Jump, 21, que fez dele um verdadeiro ícone da juventude.
Em 1990 Johnny Depp conheceu o realizador Tim Burton, e com ele faria uma parceria, recheada de momentos cinematográficos do melhor que existe nos últimos 20 anos.
Com Tim Burton, Depp fez seis excelentes filmes: Eduardo Mãos de Tesoura (1990), Ed Wood (1994), A Lenda do Cavaleiro Sem Cabeça (1999), deu a voz a Victor Van Dort, em A Noiva Cadáver (2005), foi Willy Wonka em Charlie e a Fábrica de Chocolate (2005).
Com produção em 2007, fizeram o filme Sweeney Todd, O Terrível Barbeiro de Fleet Street . Com este filme obtém a sua terceira nomeação para o Óscar de melhor actor do ano e muito provavelmente será o vencedor.
Outra das colaborações de sucesso de Johnny Depp é com o realizador Gore Verbinski, na saga o Pirata das Caraíbas. Nesta saga, Johnny Depp é o divertido e excêntrico Capitão Jack Sparrow, que começou em 2003 com Piratas das Caraíbas: A Maldição do Pérola Negra, onde recebeu a sua primeira nomeação ao Óscar, seguindo-se Piratas das Caraíbas: O Cofre do Homem Morto (2006) e finalmente Piratas das Caraíbas nos Confins do Mundo (2007).
Em 2004, com o filme À Procura da Terra do Nunca, recebe a sua segunda nomeação para o Óscar.
Fazem parte da filmografia de Johnny Depp os seguintes filmes: O Libertino (2004), A Janela Secreta (2004), Era uma Vez no México (2003), A Verdadeira História de Jack, O Estripador (2001), Profissão de Risco (2001), Um Homem Chora (2000), Chocolate (2000), Antes que Anoiteça (2000), A Lenda do Cavaleiro Sem Cabeça (1999), A Nona Porta (1999), A Mulher do Astronauta (1999), Delírio em Las Vegas (1998), O Bravo (1997), Donnie Brasco (1997), Conman (1996), Homem Morto (1995), Minutos Contados (1995), Don Juan Demarco (1995), Arizona (1993), Gilbert Grape (1993), Benny e Joon (1993), O Último Pesadelo em Elm Street (1991), Quem Não Chora Não... Ama (1990).
A sua afinidade em interpretar personagens excêntricas e com notáveis desempenhos, fizeram dele uma autêntica lenda viva no universo “de Hollywood”.