quarta-feira, abril 30, 2008

Todas as Almas


Dois dos três morreram depois da minha partida de Oxford, e isso faz-me pensar, supersticiosamente, que talvez tivesse esperado que eu lá chegasse e consumisse o meu tempo para me darem a possibilidade de os conhecer e deles poder falar agora. Portanto, pode acontecer que – sempre supersticiosamente – esteja forçado a falar deles. Só morreram depois de eu ter deixado de contactar com eles. Se tivesse continuado nas suas vidas e em Oxford (se tivesse continuado nas suas vidas quotidianamente), talvez ainda estivessem vivos. Este pensamento não é apenas supersticioso, também é vaidoso. Mas para falar deles tenho de falar também de mim, e da minha estada na cidade de Oxford. Se bem que aquele que fala não seja o mesmo que lá esteve. Parece, mas não é o mesmo. Se me trato por eu, ou se utilizo um nome que me tem acompanhado desde o nascimento e por que alguns me recordarão, ou se conto coisas que coincidem com coisas que outros me atribuíram, ou se chamo minha casa à casa que antes e depois foi ocupada por outros mas eu habitei durante dois anos, é apenas porque prefiro falar na primeira pessoa, e não porque creia que basta a faculdade da memória para que alguém continue a ser o mesmo em tempos distintos e em espaços distintos. Aquele que aqui conta o que viu e aconteceu não é o que viu isso e a quem aconteceu, nem sequer o seu prolongamento, nem a sua sombra, nem o seu herdeiro, nem o seu usurpador.
A minha casa tinha três pisos e era piramidal e eu passava muito tempo nela, uma vez que as minhas obrigações na cidade de Oxford eram praticamente nulas ou inexistentes. Efectivamente, Oxford é, sem dúvida, uma das cidades do mundo onde menos se trabalha, e nela é muito mais decisivo o facto de estar do que o fazer e mesmo o de actuar. Estar lá requer tanta concentração e tanta paciência, e exige tanto esforço lutar contra a natural letargia do espírito, que seria uma exigência despropositada querer ainda que os seus habitantes se mostrassem activos, sobretudo em público, apesar de alguns colegas costumarem efectuar as suas deslocações sempre a correr para darem a impressão de perpétuo afogo e ocupação extrema nos intervalos entre aulas, as quais, contudo, haviam decorrido ou haveriam de decorrer no mais absoluto sossego e despreocupação, como parte que são do estar e do fazer e nem sequer do actuar.
1ª Página do livro, Todas as Almas, de Javier Marías, Publicações Dom Quixote, 1ª edição, Fevereiro de 2002.

Nota: O escritor Javier Marías entrou, no passado dia 27 de Abril para a Real Academia Espanhola da Língua, no discurso de boas-vindas, feito pelo o académico Francisco Rico, o orador disse entre outras coisas, que o “prepotente olhar do narrador” que há nos romances de Javier Marías encontra-se logo nas primeiras linhas de “Todas as Almas”, que está, segundo Francisco Rico, “entre a dúzia de começos mais memoráveis de toda a novelística espanhola”. Fica registado, mas esta nota não é importante para ler o livro.

O Herói dos Hippies


Albert Hofman, o herói dos “hippies” e da “flower power generation”, morreu ontem de ataque cardíaco em sua casa, contava 102 anos de idade, noticia a agência Lusa.
A sua morte foi hoje confirmada à agência Associated Press por Doris Stuker, um residente da aldeia de Burg im Leimental, aldeia dos montes Jura para onde Hofman se retirou quando se reformou em 1971.
Como noticiado aqui, Hofman, tornou-se mundialmente famoso com a descoberta da droga alucinogénia LSD (dietilamida do ácido lisérgico). Aparentemente, os laboratórios não encontraram qualquer utilidade prática para o composto, que teria caído no esquecimento se o próprio Hofman não o tivesse tomado involuntariamente durante uma experiência laboratorial a 16 de Abril de 1943.
"Tive de interromper o trabalho e ir para casa porque senti subitamente uma sensação de desassossego e de ligeira tontura", escreveu posteriormente num relatório aos seus chefes na Sandoz.
"Tudo o que via estava distorcido como num espelho deformado", lê-se na descrição da sua viagem de bicicleta do laboratório até casa, onde se sentou num divã e começou a sentir aquilo a que chamou uma "visão". "O que estava a pensar aparecia-me em cores e imagens", afirmou numa entrevista à televisão suíça SF DRS quando fez 100 anos: "Durou duas horas e depois desapareceu". Três dias depois, Hofman repetiu a experiência com uma dose maior: o resultado foi uma viagem de terror. "A substância que queria experimentar tomou conta de mim. Fui acometido por um medo avassalador que me enlouquecia. Fui transportado para um mundo diferente, um tempo diferente", escreveu.
O LSD alcançou fama internacional no final dos anos 50 e 60 graças ao professor de Harvard Timothy Leary, que defendeu o seu uso, e a numerosos músicos pop e até estrelas de cinema como Cary Grant que viram nela um meio de autodescoberta e auto-esclarecimento.
Mas à parte as "viagens" psicadélicas da geração hippy dos anos 60, sucederam-se histórias de terror de crimes e de pessoas que se atiravam de janelas sob o efeito de alucinações, bem como casos de danos psicológicos permanentes em grandes consumidores.
O governo norte-americano proibiu o LSD em 1966, uma decisão seguida depois pelos outros países.Hofman discordou, alegando que a droga não causa habituação.
Além disso, insistiu repetidas vezes que o LSD poderia dar uma importante contribuição para a investigação psiquiátrica.

Silenciado

Amnesty International: Silenced
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Your signature has the power.

Advertising Agency: TBWA Paris, France
Creative Director: Erik Vervroegen
Art Directors: Jessica Gérard-Huet, Marianne Fonferrier
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As vossas assinaturas têm poder.

terça-feira, abril 29, 2008

Uma Agulha no Palheiro


Se realmente estão interessados nisto, a primeira coisa que desejarão saber é o local onde nasci, o modo como passei a minha estúpida infância, a ocupação de meus pais, o que faziam antes de eu nascer, e tudo o mais, como se se tratasse de David Copperfield. Mas eu não estou com disposição para isso, se, de facto, querem que vos conte a verdade.
Em primeiro lugar, essas coisas aborrecem-me, e, em segundo lugar, os meus pais teriam duas hemorragias cerebrais se eu revelasse qualquer facto pessoal que lhes dissesse respeito. São muito sensíveis quanto a essas coisas; especialmente o meu pai. Não digo que não sejam boas pessoas, mas são sensíveis como os diabos. Além disso, não vos vou fazer a minha autobiografia ou coisa semelhante. Só vos falarei do que se passou comigo durante o passado Natal, antes de ficar um pouco confuso e de ter de vir para aqui. Aliás, será tudo o que já contei a D.B. E ele é meu irmão. Vive em Hollywood, que não fica muito longe desta bodega, e vem visitar-me praticamente todas as semanas. É ele quem me levará quando eu for para casa, talvez para o mês que vem. Comprou um Jaguar há pouco tempo, um desses carros ingleses que conseguem fazer cento e cinquenta quilómetros por hora. Custou-lhe perto de quatro mil dólares. Mas ele agora tem massa. Antigamente não tinha. Quando vivia connosco não passava de um escritor vulgar. Escreveu um livro de contos terrível – O Peixe Secreto -, em que talvez nunca tenham ouvido falar. O melhor conto era exactamente O Peixe Secreto. Tratava-se de um rapaz que não permitia que ninguém contemplasse o seu peixe, porque o comprara com as suas economias. Esse conto ia-me matando. Agora o meu irmão, o D. B., está em Hollywood e é uma espécie de prostituta. Se há coisas que eu odeie, o cinema é uma delas. Será preferível nunca me falarem nele.
1º Página do livro, Uma Agulha No Palheiro, de J. D. Salinger, Livros Brasil.

Nota: Os tradutores sempre tiveram muita dificuldade em encontrarem uma "forma suficientemente alusiva" para traduzirem para português o título original, da obra de J. D. Salinger, The Catcher in the Rye.
Durante muitos anos, a tradução foi sempre, Uma Agulha no Palheiro, nomeadamente quando esta obra era referida no cinema. No entanto, isso não impediu a Difel de lançar em 2005, uma edição do livro de J.D. Salinger com o título em português, À Espera no Centeio. Não sei se a primeira página deste livro, é igual à do post.

Mutilação Genital Feminina


AMAM - Association of Women Against Genital Mutilation: Plastic doll
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More than 140 million women in the world are condemned to feel nothing.
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Advertising Agency: Contrapunto BBDO, Barcelona, Spain
Creative Director: Tomas Oliva, Carlos De Javier
Art Director: Lucas Jatobá
Copywriter: Marta Caseny
Photographers: Corbis, Carles Nin, Eduardo Colesi
Post Production: Albert Fornos
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Mais de 140 milhões de mulheres no mundo estão condenadas a não sentir nada.

segunda-feira, abril 28, 2008

Geração X


Nos idos de setenta, estava eu com quinze anos, gastei tudo o que tinha no banco para atravessar o continente num jacto 747, até Brandon, Manitoba, no meio das pradarias canadianas, e assistir a um eclipse total do sol. Devo ter dado um estranho espectáculo, com a minha idade, fininho como um lápis e praticamente albino, a registar-me calmamente num motel TraveLodge para passar a noite sozinho, todo contente, a ver anúncios de banha da cobra num canal de televisão e a beber água por uns copos de vidro tão fartos de serem lavados e embrulhados em folhas de papel que parecia que lhes tinham dado lixa. Mas a noite passou-se depressa e, chegada a manhã do eclipse, evitei os autocarros de excursão e tomei um transporte público para o limite urbano. Lá, andei um pouco mais pela berma poeirenta de uma estrada e por um campo lavrado – um tipo qualquer de cereal verde-milho que dava pela altura do peito e fazia restolhada quando as folhas infligiam à minha pele pequenas queimaduras, como as das arestas do papel, enquanto caminha pelo meio delas. E nesse campo, chegada a hora, o minuto e o segundo da escuridão, deitei-me no solo, rodeado por hastes com grãos vigorosos e pelo ruído ténue dos insectos, sustendo a respiração, e senti uma coisa de que nunca viria a livrar-me por completo – uma sensação de escuro, e de inevitabilidade, e de fascínio – uma sensação que certamente todos os jovens tiveram desde a alvorada dos tempos sempre que torceram o pescoço a olhar o céu e o viram desaparecer.
1ª Página do livro Geração X, contos para uma cultura acelerada, de Douglas Coupland, Teorema, naõ tem a data da edição.

Execução de Mussolini


No dia 28 de Abril de 1945, no dia em que as tropas alemãs capitularam na Itália, o líder fascista Benito Mussolini e a sua amante Clara Petacci foram executados.
O fim de Mussolini começou no Verão de 1943, quando os Aliados desembarcaram na Sicília. No dia 25 de Julho desse ano, o rei Vítor Emanuel rendeu-se aos Aliados e declarou guerra à Alemanha nazista, demitindo e mandando prender o “Duce”.
Em resposta, os alemães ocuparam a Itália e libertaram Mussolini da prisão, proclamando a República de Saló, um governo fantoche da Alemanha. Enquanto isso, a população italiana organizava a resistência e cooperava com as tropas aliadas, que avançavam para o norte.
No final de Março de 1945, os guerrilheiros antifascistas, “os partigiani”, conquistaram Milão, fechando o cerco a Mussolini, que ainda tentou, sem sucesso, negociar a sua rendição. No dia 28 de Abril de 1945, os alemães capitularam.
Amargurado e resignado, Mussolini tentou fugir para a Suíça com sua amante Clara Petacci, num comboio de soldados alemães. Mas era tarde demais para o “Duce”: os partigiani interceptaram o comboio, reconheceram o líder fascista e fuzilaram-no juntamente com a amante. Os corpos foram levados para Milão e expostos, pendurados de cabeça para baixo, na praça do Loreto.

Cristiano Ronaldo


O internacional português do Manchester United, Cristiano Ronaldo, venceu ontem, pelo segundo ano consecutivo o prémio de melhor jogador da Premiership, igualando o feito alcançado pelo francês Thierry Henry (2003 e 2004), no Arsenal.
Na galeria dos prémios instituídos pela Associação dos Futebolistas Profissionais (PFA), o espanhol Fabregas (Arsenal) foi eleito o melhor futebolista jovem a actuar em Inglaterra.«Sinto-me muito feliz. Quando se treina toda a época para jogar bem, para fazer algo pela equipa, e no final recebemos um prémio como este da PFA, é um grande momento, uma honra e um prazer», comentou Cristiano Ronaldo, o melhor marcador do campeonato inglês, com 28 golos.(A Bola).

domingo, abril 27, 2008

Resistir


Há dias em que me levanto com uma esperança demencial, momentos em que sinto que as possibilidades de uma vida mais humana estão ao alcance das nossas mãos. Hoje é um desses dias.
Então, pus-me a escrever quase às cegas, de madrugada, com urgência, como quem sai à rua a pedir ajuda perante uma ameaça de incêndio, ou como um barco que, prestes a desaparecer, lançasse um último e fervoroso sinal a um porto que sabe próximo mas ensurdecido pelo ruído da cidade e pela quantidade de letreiros que lhe turvam o olhar.
Peço-vos que nos detenhamos a pensar na grandeza a que ainda podemos aspirar se nos atrevermos a valorizar a vida de outra forma. Peço-nos essa coragem que nos situa na verdadeira dimensão do homem. Todos, mais do que uma vez, nos vergamos. Mas há algo que não falha, é a convicção de que unicamente os valores espirituais nos podem salvar deste terramoto que ameaça a condição humana.
1ª Página do livro, Resistir, de Ernesto Sabato, Dom Quixote, 1ª edição, Abril 2005.

Nota: Hoje criei uma etiqueta a que chamo “primeira página”, que não é nada mais que, a edição da primeira página dos livros que li durante a minha vida. Essencialmente, serve para meter alguma ordem na minha biblioteca, que apesar de não ser extensa, já é complicada gerir e também dar-vos a conhecer um pouco mais de mim, pois as pessoas podem ser conhecidas pelos livros que lêem e muito.

sábado, abril 26, 2008

Bombardeamento de Guernica


"Guernica", a obra política mais famosa do século XX foi motivada pelo bombardeamento da cidade do mesmo nome, centro da tradição cultural basca. O quadro é o reflexo da leitura subjectiva que Pablo Picasso faz da Guerra Civil de Espanha e vem provar que o tema da batalha também pode ser tratado pelos artistas modernos.
Conta-se que um oficial das SS lhe perguntou, apontando para a pintura:
-Foi o senhor que fez isso?.
Picasso respondeu:
-Não. Foi o senhor.
O quadro foi pintado para a Exposição Mundial de Paris, em 1937. Está hoje no Museu Rainha Sofia, em Madrid.
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Na segunda-feira, 26 de Abril de 1937 na cidade de Guernica, no País Basco, que até então permanecera praticamente ao lado da Guerra Civil Espanhola, a vida decorria com a normalidade quotidiana de uma pequena cidade de cinco mil habitantes.
A meio da tarde, por volta das quatro e meia, começa-se a ouvir na cidade algumas detonações isoladas, provocadas pelo lançamento de bombas por parte da força aérea italiana. A população entra em alvoroço, mas nada fazia prever o que viria a seguir.
Entre as seis horas e meia da tarde e as seis horas e quarenta e cinco, em vagas sucessivas, veio o ataque principal dos bombardeiros da nazista Legião Condor que reduziram a cinzas a cidade basca. O ataque aéreo, que teve uma duração total de três horas, custou a vida de 1.645 pessoas.
Calcula-se que, vinte e duas toneladas de explosivos foram lançados sobre aquela pequena cidade, entre pequenas bombas incendiárias e bombas de 250 quilos. Trezentas pessoas morreram imediatamente, milhares ficaram feridas, até porque os aviões alemães perseguiam e abatiam os fugitivos. Três quartos dos prédios foram arrasados e ao mesmo tempo , a rede de canalização da água foi também destruida, fazendo com que, os prédios que não foram dizimados pelos bombardeamentos, fossem consumidos pelas chamas que alastraram livremente, em frente de uma população impotente para as combater.
O criminoso diário de guerra dos franquistas, concluiu: “O tipo de construção das casas fez com que a destruição fosse total. Ainda se vêem os buracos das bombas na rua. Simplesmente fantástico”.
A política da Alemanha nazi, foi utilizar a Guerra Civil Espanhola como campo de testes para os pilotos e os aviões da Luftwaffe. O ataque da Legião Condor foi o primeiro bombardeamento aéreo massivo contra a população civil na história europeia. A partir daí, e principalmente durante a Segunda Guerra Mundial, o terror contra civis tornou-se um princípio.

quinta-feira, abril 24, 2008

Liberdade vs Saudosismo


Não raras vezes somos confrontados com comentários sobre a situação do país que invariavelmente terminam com expressões do género: - Para por isto direito, só com outro Salazar.
Quem faz este tipo de afirmações, e isto é o mais intrigante, tanto são os que viveram na ditadura como quem não a viveu. As suas opiniões resultam da redutora visão que têm do mundo. Exactamente por isto, qualquer tentativa de dialogar com pessoas assim, revela-se sistematicamente impossível.
A enorme ignorância demonstrada condiciona quer a capacidade para entender qualquer raciocínio que se tente estabelecer, quer a capacidade de argumentação de sentido contrário.
Existem ainda os saudosistas. Mas estes conhecem o significado pessoal do regresso ao passado e, por isso mesmo, não se assumem publicamente. A todos estes é importante lembrar que, a não ser uma qualquer patologia, não há nada que justifique a preferência por viver em países em que se torturam ou matam seres humanos apenas porque discordam do regime vigente.
Certamente, esta maioria saudosista eram os chamados “bufos” do antigo regime ou estavam instalados na entourage governamental e nunca foram incomodados durante a noite, para irem para os calabouços da PIDE, dizerem debaixo de tortura, aquilo que sabiam e não sabiam, aquilo que tinham dito e não dito. A verdade era relativa, na verdade, era aquilo o que os verdugos entendessem por verdade.
Normalmente estas barbaridades são proferidas na sequência de acontecimentos graves do ponto de vista criminal, com a justificação de que naqueles tempos nada disto acontecia, o que configura uma avaliação manifestamente errada da história. Sempre existiram todo o tipo de crimes e os maiores, eram mesmo perpetrados pelo Estado e pela sua polícia política. A diferença, com o que se passa hoje em dia, residia na censura, que não permitia a sua divulgação, na controlada imprensa portuguesa.
Em relação aos que nunca viveram ou viveram por tempo insuficiente sobre o jugo de um estado totalitário, embora não possam expressar na primeira pessoa os sentimentos que estão associados, bastaria conhecer os regimes ditatoriais ainda vigentes no nosso planeta, as experiências dos seus dissidentes, as denúncias dos defensores dos direitos humanos, os filmes e os livros, para perceberem o que é viver privado de Liberdade e deste modo, enaltecer este valor como o mais importante para a Humanidade.
O 25 de Abril não foi uma revolução perfeita e apesar de não haver muito mais a comemorar em relação aos ideais de Abril, ficou acima de tudo, esse valor maior que é a Liberdade. (com Filipe Pinto).

O Show dos Cobardes

Love that kills.
The Cowards Show.
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Advertising Agency: Wunderman, Chile
Creative Director: Eduardo Ibarra
Art Director / Illustrator: Pato Valenzuela
Copywriter: Mauro Garcia
Photographer: Rodrigo Barrionuevo
Published: April 2008
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Amor que mata.
O show dos cobardes.

quarta-feira, abril 23, 2008

Tortura Por Simulação de Afogamento


A Amnistia Internacional lançou ontem um vídeo sobre a prática do waterboarding, que consiste numa espécie de afogamento simulado dos prisioneiros.
O anúncio, que será transmitido nos cinemas britânicos a partir de 9 de Maio, foi produzido para chocar os espectadores. As imagens iniciais dão a impressão de que se trata de uma publicidade a uma água mineral. No entanto, o final do anúncio mostra a água a ser despejada na boca do prisioneiro, a exemplo do que acontece com a prática do waterboarding, usada nos interrogatórios feitos pela CIA. Para a Amnistia Internacional e outras organizações de defesa dos direitos humanos, a simulação da sensação de afogamento é tortura.
Segundo Kate Allen, a directora da Amnistia Internacional no Reino Unido, “o filme mostra o que a CIA não quer que se veja – a realidade repugnante de quase afogar uma pessoa e chamar isso de ‘interrogatório aprimorado”, numa referência clara, ao presidente americano, George W. Bush, que vetou em Março uma lei que proibiria a prática do que ele chamou de “práticas de interrogação aprimoradas” pela CIA.
O director da CIA, Michael Hayden, admitiu no passado mês de Fevereiro, que a agência americana, usou esta técnica em três suspeitos da rede terrorista al-Qaeda em interrogatórios relacionados aos atentados de 11 de Setembro.
O especialista em segurança americana Malcolm Nance disse que o filme da Amnistia Internacional retrata com precisão como a prática é realizada: “Treinei oficiais americanos sobre técnicas de resistência ao waterboarding e posso afirmar que o filme mostra exactamente como a técnica é realizada”, disse.
Intitulado "Stuff of Life" - Coisas da Vida - o filme faz parte de uma campanha da Amnistia Internacional para mobilizar a sociedade pelos direitos humanos, na chamada “guerra contra o terrorismo”. (com BBC).

Dia "Mundial" do Livro

UNICEF
More Education For Girls In Islamic Countries.

terça-feira, abril 22, 2008

Nascer da Terra


Nascer da Terra, William Anders, 1968, NASA

O falecido fotógrafo Galen Rowell chamou a esta imagem, “ a mais influente fotografia ambiental jamais tirada”. Captada na véspera do Natal de 1968, a fotografia do nascer da Terra inspira à contemplação da nossa frágil existência e lugar no Universo.
Frank Borman e William Anders, da missão Apolo 8, cada um por si estava convencido de ser o autor desta fotografia. Uma investigação feita a dois rolos, demonstrou que Borman tinha feito uma foto anterior, a preto e branco, mas que a sombólica fotografia a cores, foi efectivamente feita por Anders. Esta fotografia foi reproduzida em selo pelos correios americanos e é capa de milhares de livros a nível mundial.

Pálido Ponto Azul


No dia 14 de Fevereiro de 1990, Carl Sagan pediu à NASA, que orientasse a sonda Voyager 1, de maneira a que esta pudesse, tirar uma fotografia da Terra do ponto onde se encontrava, no limite do Sistema Solar.
O resultado foi esta fotografia, “Pale Blue Dot” – Pálido Ponto Azul - tirada a uma distância de 6,4 mil milhões de quilómetros do nosso planeta.

Dia Da Terra


"Mearth", montagem/fotografia da WWF.
O Dia da Terra é celebrado a 22 de Abril, desde 1970 quando o Senador norte-americano Gaylord Nelson convocou o primeiro protesto nacional contra a poluição. Este ano, no seu 38º aniversário será celebrado sobre o lema “Healthy Wetlands, Healthy People”, numa tradução minha e à letra, “Zonas Húmidas saudáveis, Gente saudável”.
O Dia da Terra deverá servir como um momento de reflexão para todos nós enquanto cidadãos, sobre a forma como as nossas rotinas diárias contribuem para a destruição do frágil equilíbrio do nosso Planeta. Temos a obrigação moral, de pelos menos deixar o Planeta como o encontrámos quando cá chegámos, para que as gerações vindouras, possam também usufruir dele.
Num mundo globalizado e consumista é difícil ter a noção do ciclo de vida de muitos dos produtos que adquirimos ou usamos no nosso dia a dia.
Uma maior exigência ao nível da qualidade da informação que nos é facultada enquanto consumidores e cidadãos, mas também a adopção de uma postura mais activa na exigência dessa mesma informação e na adopção de práticas que respeitem o ambiente, são passos fundamentais para que sejamos verdadeiros cidadãos do mundo ao contribuir diariamente para o desenvolvimento harmonioso a nível local, e global.
O pensamento deve ser global, mas a acção local. Para mantermos o equilíbrio do planeta é preciso consciência da importância da alteração da maneira como consumimos os recursos do planeta, a começar pelas crianças. Não se pode acabar com os recursos naturais, essenciais para a vida humana, pois não haverá como repô-los. Vale a pena pensar nisto.

domingo, abril 20, 2008

Queda da Natalidade


Um dos problemas actuais é a proliferação de estudos. Há estudos para tudo, mesmo para o problema da minha unha encravada. Basta ter tempo para procurar e encontra-se, meia dúzia de “cientistas” a atestarem que o meu problema, é não saber cortar as unhas.
Este estudo sobre a queda da natalidade, é tão ridículo como outro qualquer.

sábado, abril 19, 2008

Partido Socialista


Primeiro símbolo utilizado pelo Partido Socialista.
No dia 19 de Abril de 1973, na cidade alemã de Bad Munstereifel, militantes da Acção Socialista Portuguesa, reunidos em Congresso, aprovaram, por 20 votos a favor e 7 contra, a transformação da Acção Socialista Portuguesa, em Partido Socialista.
Indiferente aos valores originais, por vezes referidos vagamente, numa perspectiva histórica, trinta e cinco anos depois, a organização partidária ainda continua, a usar a mesma denominação!

Pequim 2008

Amnesty International: Beijing 2008
Advertising Agency: DDB Warsaw, Poland
Creative Director: Jozef DutkiewiczArt Director: Arkadiusz Pawlik
Copywriter: Natalia Dudek
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A Tocha Olímpica vista pela Amnistia Internacional.

sexta-feira, abril 18, 2008

Evolução da Língua Portuguesa


SOCRATEAR. [Do analfabeto Sócrates]: Verbo totalmente irregular, e de estranha conjugação. 1. Ocultar ou encobrir com astúcia; disfarçar com a maior cara de pau e cinismo. 2. Não dar a perceber apesar de genuínas evidências; calar. 3. Fingir, simular inocência angelical. 4. Usar a dissimulação; fingimento, hipocrisia. 5. Ocultar-se, esconder-se, fugir da responsabilidade. 6. Atingir sempre o amigo ou inimigo mais próximo, sem dó nem piedade. 7. Encobrir, disfarçar, negar sem olhar para as câmaras e nos olhos das pessoas. 8. Defraudar, iludir 9. Afirmar algo que sabe ser contrário à verdade, acreditar que os fins justificam os meios. 10. Viajar e vestir-se com dinheiro público. (RECEBIDO VIA E-MAIL)

quinta-feira, abril 17, 2008

História De Uma Gaivota E Do Gato Que A Ensinou a Voar


Luís Sepúlveda prometeu um dia aos seus três filhos, Sebastián, Max e León, escrever uma história sobre o mal que o homem faz ao meio ambiente.
Prometeu e cumpriu, escrevendo a História De Uma Gaivota E Do Gato Que A Ensinou A Voar. Este livro foi escrito na fase de militância de Luís Sepúlveda, na Greenpeace. Ao mesmo tempo que se desenrola a história, este livro chama a atenção da poluição irresponsável dos oceanos, por parte das companhias de navegação e das companhias petrolíferas e da luta da Greenpeace, contra estas actuações impunes: “…Grandes barcos petroleiros aproveitavam os dias de neblina costeira para se afastar pelo mar dentro para lavar os tanques. Atiravam ao mar milhares de litros de uma substância espessa e pestilenta que era arrastada pelas ondas. Mas vira também que às vezes umas pequenas embarcações se aproximavam dos petroleiros e os impediam de esvaziar os tanques. Infelizmente aquelas embarcações decoradas com as cores do arco-íris nem sempre chegavam a tempo de impedir o envenenamento dos mares”.
Através da voz do gato Barlavento, chama também a atenção para a poluição no Mar do Norte: “Acontecem no mar coisas terríveis. Às vezes pergunto a mim mesmo se alguns humanos enlouqueceram, ao tentarem fazer do oceano uma enorme lixeira. Acabo de dragar a foz do Elba e nem podem imaginar a quantidade de imundice que as marés arrastam. Tirámos barris de insecticida, pneus e toneladas das malditas garrafas de plástico que os humanos deixam nas praias”.
Luís Sepúlveda é também muito crítico com as humilhações, que os humanos infligem aos outros animais:” os golfinhos… condenados a fazer de palhaços em espectáculos aquáticos… os leões, os grandes felinos obrigados a viver entre grades à espera de que um cretino lhes meta a cabeça entre as mandíbulas; ou os papagaios, encerrados em gaiolas a repetirem parvoíces”.
A fábula História De Uma Gaivota E Do Gato Que A Ensinou A Voar, conta as aventuras de um gato “grande, preto e gordo”, chamado Zorbas e de uma gaivota que ele vai ensinar a voar. Kengah, uma bonita “gaivota de penas de cor de prata”, é surpreendida por uma maré negra no mar do Norte, depois de ter mergulhado atrás de um cardume de arenques. Depois de se debater longas horas, à superfície tentando limpar a viscosidade agarrada às penas, verificou que ainda podia estender as asas, encetando, no limite das suas forças, o voo até ao Porto de Hamburgo. Entretanto, Zorbas estava a apanhar sol na sua varanda, quando lhe cai de repente á sua frente a gaivota moribunda.
Antes de morrer a gaivota põe um ovo, e pede que Zorbas lhe faça três promessas: ”promete-me que não comes o ovo, promete-me que cuidas dele até que nasça a gaivotinha e promete-me que a ensinas a voar”. Perante o estado terminal da gaivota, Zorbas promete cumprir os últimos desejos da gaivota, sem se aperceber do grau de responsabilidade, que chamou a si. A seguir a gaivota morre.
Assim começa a aventura do gato “grande, preto e gordo”, que sendo fiel á sua palavra vai fazer todos os esforços para cumprir a sua promessa, procurando para isso, os seus amigos, Collonelo, Secretário, Sabetudo e Barlavento, pois “Os problemas de um gato do porto são problemas de todos os gatos do porto”. Depois de contar toda a história a Sabetudo, foram enterrar a gaivota morta.
Entretanto Zorbas, é incumbido de chocar o ovo, depois de Sabetudo, ter visto na enciclopédia, que era assim que se fazia. Quando nasce a pequena gaivota Ditosa, foi este o nome que lhe deram, Zorbas é tratado de mamã.
Os cinco amigos cuidam em conjunto da pequena Ditosa, e com a boa vontade de todos e das enciclopédias do Sabetudo, começam a preparar-se para a ensinar a voar. Ditosa, que se integra tão bem, na convivência com os gatos, pensando que também é um gato, começa a frustrar o esforço dos gatos.
Zorbas tem uma conversa séria com a gaivota Ditosa, explicando-lhe que ela tem de voar, pois é isso o que as gaivotas fazem.
Mas os cinco amigos, mesmo com as enciclopédias do Sabetudo, não conseguem fazer a Ditosa voar, todas as tentativas fracassam. Em desespero de causa, os gatos fazem uma assembleia, para Zorbas quebrar o tabu dos gatos: “Miar a língua dos humanos”.
É assim que os gatos escolhem um humano, para quebrar o tabu, recaindo a escolha, num poeta, porque, diz Zorbas “Talvez não saiba voar com as asas de pássaro, mas ao ouvi-lo sempre pensei que voa com as palavras”.
Assim, numa noite chuvosa, o poeta ajudou a Ditosa a voar, seguindo o seu destino, deixando Zorbas com lágrimas a embaciarem os olhos amarelos, mas ao mesmo tempo, compreendendo que a sua amiga, tinha necessidade de seguir a sua própria natureza.
Uma fábula em que a lealdade, a amizade e a honra estão em grande conta, mas também, o respeito pela natureza e o respeito pela diversidade. Um livro para todas as idades tendo interpretações diferentes, conforme o conhecimento da obra do autor e da idade.

Não Maltrate o Seu Cão


What goes around comes around.
Don't mistreat your dog.

Advertising Agency: Savaglio\TBWA, Buenos Aires, Argentina

Tudo o que vai, volta.
Não maltrate o seu cão.
Isto é, cá se fazem, cá se pagam.

Pode sempre ver este filme e sorrir.

Um Quadro de Peso

Benefits Supervisor Sleeping, 1995 (estimate: $25 million-$35 million)
O quadro “Benefits Supervisor Sleeping”, do pintor Lucian Freud, vai a leilão, em Maio, na Christies (em Nova Iorque, EUA) e arrisca-se a ser o mais caro quadro de sempre de um artista vivo se atingir a licitação esperada de 24 milhões de euros. O quadro é um retrato de Sue Tilley, conhecida por Big Sue, que na época pesava mais de noventa quilos.
Lucian Freud, é conhecido por retratos pouco convencionais, que combinam a técnica dos mestres com a expressão e a sensibilidade dos tempos modernos.Para ele já posaram a modelo Kate Moss, o travesti Leigh Bowery e a rainha Isabel II.

quarta-feira, abril 16, 2008

O Silêncio da Música


Lucy in the Sky with Diamonds


Muitos críticos musicais, afirmam que a canção dos Beatles, "Lucy in the Sky with Diamonds", do álbum, “Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band”, é uma referência à droga conhecida por LSD. Jonh Lennon sempre afirmou que não, que “Lucy in the Sky with Diamonds” foi inspirada num desenho feito por seu filho, Julian Lennon.
Polémica à parte, faz hoje 65 anos que o químico
Albert Hofmann descobriu a droga alucinógena LSD, abreviatura da expressão alemã Liserg Saure Diethylamid ( dietilamida do ácido lisérgico). O químico suíço fez a descoberta por acaso, ao aspirar acidentalmente uma pequena quantidade de pó no laboratório. Albert Hofmann estava à procura de um estimulante da circulação sanguínea quando se deparou com o fungo do centeio. Este fungo era muito temido na Idade Média como causador de pestes mas ao mesmo tempo, sabia- se que ele tinha também efeitos positivos, por exemplo, o de conter hemorragias no parto.
Não foram, porém, as propriedades medicinais e, sim, os efeitos alucinógenos que transformaram o LSD numa das bandeiras do movimento hippie dos anos sessenta. A empresa para quem Hoffman trabalhava, a Sandoz, naturalmente, tentou lucrar com a descoberta, encarregando cientistas para testarem a droga na psiquiatria. O medicamento foi lançado no mercado com o nome “Delysid”, para tratamento de fobias e neuroses, mas com a advertência de que provocava alucinações.
Como pioneiro involuntário, Hofmann não tinha noção da dosagem correcta da droga, por isso não demorou nada, a surgirem as primeiras histórias de horror, sendo, que o seu consumo em excesso provocava a morte. Como a droga provoca alterações visuais, despersonalização e até a sensação de que se pode voar, ocorriam casos de suicídios em que dependentes de LSD saltavam de pontes e viadutos. As alterações de ânimo, do pensamento e, sobretudo, da percepção, acabaram por fazer internar em clínicas psiquiátricas, muitos dos seus consumidores.
Albert Hoffman, que tem mais de cem anos, disse um dia, que o ideal seria toda a gente, ter duas vidas: uma com e outra sem LSD.

terça-feira, abril 15, 2008

Medalha de Ouro: China


Segundo o relatório da organização não-governamental Amnistia Internacional, a China é o país do mundo com maior número de execuções por pena de morte em 2007.
Segundo o documento, mais de 470 prisioneiros foram executados e outros 1.860 foram condenados à morte na China no ano passado. O dossier "Execuções e Sentenças de Morte em 2007", aponta que pelo menos 1.252 pessoas em 24 países foram executadas, enquanto outras 3.347 em 51 estados receberam sentenças de morte.
A seguir à China, os quatro países que mais aplicam a pena de morte são Irão (317), Arábia Saudita (143), Paquistão (135) e Estados Unidos (42). Juntos, esses países têm 88% de todas as execuções praticadas no mundo.
A Arábia Saudita, tem o maior número de execuções per capita, seguindo-se o Irão e a Líbia. Três países - o Irão, a Arábia Saudita e o Iemén - contra todas as convenções internacionais, continuam a executar, menores de 18 anos.
O governo chinês não divulga o número oficial de prisioneiros executados e a estatística é tratada como “segredo de Estado”.
De acordo com a Amnistia Internacional, o total de 470 foi calculado com base em notícias sobre execuções que chegaram a ser publicadas na imprensa chinesa e deve ser tomado como uma referência de “mínimo”.
O estudo da Amnistia também cita a organização não governamental Dui Hua, que estima em 6 mil as execuções praticadas na China no ano passado. Isso representa mais que cinco vezes as execuções referidas pela Amnistia Internacional, em todo o mundo.
A partir de Janeiro de 2007 passou a ser proibido, na China os tribunais regionais decidirem um veredicto de condenação à morte. Actualmente a pena de morte só pode ser aplicada pela Supremo Tribunal após recurso.
O governo chinês afirmou que a medida ajudou a diminuir em 10% o número de execuções, mas não informou os números totais. Entretanto, apesar da falta de estatísticas, a Amnistia Internacional concorda com a posição do Governo chinês neste aspecto ao afirmar que “é provável que tenha ocorrido uma significativa queda” no total de execuções.
Actualmente há na China, cerca de 68 tipos de crimes que prevêem pena de morte, incluindo crimes não violentos como corrupção e lavagem de dinheiro.
Segundo a Amnistia Internacional, o ano de 2007 também trouxe boas notícias, sobre a pena de morte, com a Assembleia-Geral das Nações Unidas, a votar favoravelmente - 104 votos a favor, 54 contra e 29 abstenções- o fim da aplicação da pena de morte.
Só falta agora, a extensa lista de 76 países, que ainda aplicam a pena de morte, cumprirem esta resolução, o que é a parte mais díficil, ainda por cima, quando a alcateia guarda o rebanho.

Pena de Morte


The death penalty comes from another age.
There are still 76 countries that apply it.

Advertising Agency: Contrapunto, Madrid, Spain
Creative Directors: Antonio Montero, Carlos Jorge, Felix del Valle
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A pena de morte vêm de outra Era.
Ainda há 76 países que a aplicam.
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AFEGANISTÃO, ANTÍGUA E BARBUDA, AUTORIDADE PALESTINIANA, BAHAMAS, BAHRAIN, BANGLADESH, BARBADOS, BIELORÚSSIA, BELIZE, BOTSWANA, BURUNDI, CAMARÕES, CAZAQUISTÃO, CHADE, CHINA, COMOROS, R.D. CONGO, COREIA DO NORTE, COREIA DO SUL, CUBA, DOMINICA, EGIPTO, EMIRADOS ÁRABES UNIDOS, ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA, ERITREIA, ETIÓPIA, FILIPINAS, GABÃO, GANA, GUATEMALA, GUINÉ, GUINÉ EQUATORIAL, GUIANA, IEMÉN, ÍNDIA, INDONÉSIA, IRÃO, IRAQUE, JAMAICA, JAPÃO, JORDÂNIA, KOWEIT, LAOS, LÍBANO, LESOTO, LIBÉRIA, LÍBIA, MALAWI, MALÁSIA, MONGÓLIA, NIGÉRIA, OMAN, PAQUISTÃO, QATAR, QUIRGIZSTÃO, RUANDA, ST CHRISTOPHER E NEVIS, SAINT LUCIA, SAINT VINCENT E GRENADINES, ARÁBIA SAUDITA, SERRA LEOA, SINGAPURA, SOMÁLIA, SUDÃO, SUAZILÂNDIA, SÍRIA, TAIWAN, TAJIQUISTÃO, TANZÂNIA, TAILÂNDIA, TRINIDAD E TOBAGO, UGANDA, UZBEQUISTÃO, VIETNAME, ZÂMBIA, ZIMBABWÉ.

Óscares 2009


A 81ª cerimónia dos Óscares decorrerá no dia 22 de Fevereiro de 2009 em Hollywood, anunciaram hoje os organizadores dos mais famosos prémios da sétima arte.
Como todos os anos desde 2001, a cerimónia realiza-se no Teatro Kodak, no coração do bairro histórico do cinema no noroeste de Los Angeles, precisou a Academia das Artes e das Ciências do Cinema.
Os boletins de voto para designar os seleccionados serão enviados aos cerca de 5.800 membros do colégio eleitoral da Academia no dia 26 de Dezembro de 2008 e o escrutínio estará fechado no dia 12 de Janeiro. Dez dias mais tarde, a 22 de Janeiro, na sede da Academia, em Berverly Hills, serão revelados os finalistas nas 24 categorias.
Esta cerimónia costuma decorrer numa terça-feira, mas foi atrasada dois dias para não coincidir com a posse do 44º presidente dos Estados Unidos, prevista para 20 de Janeiro. (Lusa)

segunda-feira, abril 14, 2008

Naufrágio do Titanic


A história do Titanic inicia-se com a tentativa feita por J. Bruce Ismay, presidente da White Star Line e J.P.Morgan o seu maior accionista, em concorrer na rota do Atlântico com a Cunard Line, proprietária dos paquetes Mauritania e Lusitania.
Em 1907 ambos decidiram construir 3 paquetes de grande porte e luxo para operar na rota Reino Unido - Estados Unidos. Seriam eles o Olympic, o Titanic e posteriormente o Britanic.
O Titanic teve a sua construção iniciada a 31 de Março de 1909 e foi lançado ao mar a 31 de Maio de 1911 tornando-se, com os seus 270 metros de comprimento por 28 de largura, o maior objecto móvel construído pelo homem.
Em Julho de 1911 foi marcada a data da viagem inaugural do Titanic: 20 de Março de 1912.
Devido ao facto de o Olympic bater com o cruzador da marinha britânica Hawke, ficando com fortes avarias que obrigaram o estaleiro a fornecer homens e materiais para atender às reparações, a primeira viagem do Titanic foi adiada para o dia 10 de Abril de 1912.
A 3 de Fevereiro de 1912, o Titanic deu entrada na Thompson Graving Dock, concluindo-se os acabamentos e iniciando-se os testes de navegação, testando a embarcação e os seus equipamentos.
No dia 2 de Abril partiu, sob o comando do Capitão Bartlett, para Southampton, o porto base para as viagens transatlânticas que começaria a realizar, onde chegou na madrugada do dia 4, iniciando o carregamento de carga e alimentos, além de receber a bordo a maior parte da tripulação. A embarcação ficou pronta para zarpar para a viagem inaugural no dia 9 de Abril.
No dia 10 de Abril, às 07:30 embarcou o novo comandante, Capitão Edward J. Smith, ex. Comandante do Olympic. Das 09:30 às 11:00 é realizado o embarque dos passageiros das 2a. e 3a. Classes. Os passageiros de 1a. Classe embarcaram às 11:30. Nessa tarde, o Titanic parte sendo puxado por rebocadores.
Um incidente ocorreu quando o Titanic, já navegando pelos seus próprios meios, passa próximo da embarcação New York. O deslocamento de água do seu movimento fez com que as amarras da outra embarcação se quebrassem e a popa da mesma vá na sua direcção. Graças a uma rápida intervenção da tripulação do New York a colisão é evitada por apenas 2 metros.
A partir daí, tudo correu normalmente até à triste madrugada de 14 e 15 de Abril, quando o Titanic naufragou após colidir com um iceberg a cerca de 400 milhas de St. John, Terra Nova e aproximadamente a 900 milhas do porto de New York.
Na manhã de Domingo, dia 14 de Abril, o Titanic recebeu a primeira de seis mensagens de advertência, que chegariam ao longo do dia, sobre icebergs.
Depois do jantar, o capitão Edward J. Smith, subiu até à ponte e conversou com o oficial de guarda sobre o tempo calmo e a dificuldade de visualizar icebergs.
Embora não tivessem binóculos, os vigias da noite, Frederick Fleet e Reginald Lee, assumiram os seus postos e, pouco antes da meia-noite, o vigia Fleet avisou a ponte, que se encontrava um iceberg 460 metros à frente. Numa manobra de emergência, o capitão tenta desviar o Titanic mas não conseguiu evitar a colisão a estibordo com a enorme massa de gelo.
Dez minutos após a colisão, a água inundava completamente todos os compartimentos danificados.
Thomas Andrews, calculou que ainda havia cerca de hora e meia até que a embarcação se afundasse completamente, sendo dadas ordens aos passageiros para que vestissem os coletes salva-vidas, ao mesmo tempo em que os botes eram lançados ao mar.
Houve tumultos e desorganização enquanto os botes salva-vidas eram lançados e ocupados. Temendo-se que eles se virassem no mar, os tripulantes inicialmente não permitiram que fossem ocupados com a capacidade máxima, 60 pessoas. Ao descer um dos últimos botes disponíveis, um oficial disparou três tiros para o ar, a fim de evitar que outros passageiros saltassem para o bote já cheio. Começou a haver pânico entre os passageiros. Por esta altura, o Titanic já se afundava.
Enquanto isso, a banda de música continuava a tocar no salão de jantar. Às 2h10min foi enviado o último pedido de socorro. Cinco minutos depois, a ponte de comando foi invadida pela água. Oito minutos mais tarde, o casco partiu-se ao meio e afundou-se. Apenas 706 das 2207 pessoas a bordo na viagem inaugural do navio de luxo sobreviveram. Os 706 sobreviventes foram resgatados pelo Carpathia, que chegou ao local às 3h30min.
O naufrágio do Titanic, foi para a época um golpe tremendo para a humanidade, ferindo profundamente o orgulho humano que, com as suas conquistas recentes, julgava arrogantemente ter dominado definitivamente a natureza. Os factos demonstravam uma total confiança na embarcação tanto que, com o chegar das primeiras notícias sobre o choque com o iceberg, durante algum tempo, ainda se afirmou que a embarcação permanecia flutuando, que nenhuma vida havia sido perdida e a maior questão era a de saber qual a doca que nos Estados Unidos, conseguiria receber tão grande embarcação para reparos.
As declarações dos seus proprietários e construtores, os elogios dos media ingleses, tornaram o Titanic “insubmersível”, um navio que ”o próprio Deus” não poderia afundar. Deus não se meteu na tragédia,
bastou um iceberg.

sexta-feira, abril 11, 2008

Não Sabem o Que Fazer Com o Dinheiro


Uma fotografia de um nu de Carla Bruni, mulher do presidente francês Nicolas Sarkozy e ex-modelo, foi adjudicada quinta-feira na leiloeira Christie's em Nova Iorque a um coleccionador chinês por 91 mil dólares.
A foto a preto e branco do fotógrafo Michel Comte, tirada há 15 anos, representa a jovem mulher numa pose que aparentemente faz referência ao quadro Les Poseuses do pintor francês Georges Seurat (1859-1891), as mãos juntas para dissimular a sua intimidade.
A foto de Carla Bruni-Sarkozy, lote 64, foi disputada entre os pregoeiros por telefone, na internet e na sala. O retrato de Carla Bruni-Sarkozy estava a leilão por quatro mil dólares mas começou logo a ser licitado nos dez mil dólares.(Lusa).
Fico admirado por esta má fotografia, ser arrematada por um valor tão elevado e por um chinês, especialmente por eles terem uma tara, por mulheres com seios fartos. No entanto, não deixa de ser verdade, que os novos-ricos chineses e são realmente muito ricos, não sabem, o que fazer com o dinheiro.

quinta-feira, abril 10, 2008

In An Absolut World


Advertising Agency: TBWA
Copywriters: TERAN/TBWA
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A empresa sueca produtora da Absolut Vodka, foi obrigada a retirar este anúncio da bebida no México, devido à polémica causada pelo mapa, que estende o território mexicano, até aos limites anteriores à guerra com Estados Unidos (1846-1848).
A publicidade da discórdia faz parte da campanha “In an Absolut World”, na qual a companhia convida os consumidores de cada país a distintas visões de um mundo supostamente ideal.
O mapa utilizado, situa sob controle mexicano os actuais estados do Texas, Califórnia, Arizona, Nevada, Utah, Novo México e oeste do Colorado, territórios que o México perdeu para os Estados Unidos com a assinatura do Tratado de Guadalupe Hidalgo, que colocou fim ao conflito entre as duas nações.
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Esta polémica faz-me recordar uma estória que se passou comigo, há uns anos atrás. Estava com um amigo francês, em Phnom Penh, numa reunião com cinco cambojanos, que eu não conhecia mas que o Jean Pierre Sebastia, é este o nome dele, conhecia, pois já tinha tido anteriores contactos.
Durante a reunião, perguntaram-me se eu era francês, ao qual respondi que, não senhor, era português.
Ora bem, pela cara com que ficaram, viu-se que os indivíduos não faziam a mínima ideia o que era ser português e onde ficaria esse país chamado Portugal.
O meu amigo, que tem uma veia de comediante, lá lhes explicou, que Portugal era uma região de França, banhada pelo Atlântico. Os cambojanos ficaram muito satisfeitos, com a informação.
Eu retorqui: Jean Pierre, fizestes em dez segundos, o que Napoleão não conseguiu fazer com três invasões do país: anexar Portugal.
...Foi um bom momento de humor.

quarta-feira, abril 09, 2008

O Velho Que Lia Romances De Amor


“O velho que lia romances de amor”, o mais conhecido livro do escritor Luís Sepúlveda, alcançou esta semana a impressionante cifra de 18 milhões de exemplares vendidos, 20 anos depois da sua publicação, informou o próprio autor.
“Provavelmente estamos perante o terceiro livro mais traduzido do espanhol para outras línguas, a seguir ao ‘Dom Quixote‘ e ‘Cem anos de solidão‘”, assegurou Sepúlveda em conferência de imprensa na cidade de Gijón.
Sepúlveda foi homenageado recentemente em Itália por ter vendido neste país cinco milhões de exemplares daquela obra, já traduzida em 60 idiomas, entre os quais o chinês e o hebraico, e publicada inclusivamente por editoras “piratas”.
“O velho que lia romances de amor” foi levado ao cinema com guião do próprio Luís Sepúlveda, realização do australiano Rolf de Heer e interpretação de Richard Dreyfuss. (Lusa).

O curto livro (110 páginas) “O Velho que lia romances de amor”, é um romance simples e de leitura rápida e leve, mas muito bem escrito por Luís Sepúlveda. O romance conta-nos a história de António Proaño, mas é ao mesmo tempo, um registo autobiográfico do autor. Luís Sepúlveda dedicou o livro ao seu amigo Chico Mendes, o grande defensor da floresta amazónica.
Antonio José Bolívar Proaño e Dolores Encarnación del Santíssimo Sacramento Estupiñán Otavalo, ficaram comprometidos aos 13 anos, e casaram-se dois anos depois. Quatro anos depois, após a morte do pai de Dolores, herdaram "uns poucos metros de terra, insuficientes para sustentar uma família, além de alguns animais domésticos que se foram com os gastos do velório". Descobriram entretanto que não podiam ter filhos. Inconformados, aceitam uma proposta do governo e mudam-se para a Amazónia, instalando-se em El Idilio, um lugar perdido na imensa floresta. Dois anos depois, Dolores sucumbe “consumida até aos ossos pela malária”.
Com a morte da mulher, a vida de António José Bolívar Proaño sofre uma completa transformação. Abandona o lugarejo onde vivia e junta-se aos índios xuar, onde passa vários anos com eles, aprendendo os segredos da vida na selva. Quando volta a El Idilio, descobre sua paixão pelos romances “que falavam do amor com palavras tão bonitas que às vezes lhe faziam esquecer a barbárie humana”. Os livros eram-lhe trazidos pelo dentista Rubicundo Loachamín, duas vezes por ano, nas suas viagens para arrancar os dentes das populações pobres das margens dos rios Zamora, Yacuambi e Nangaritza.
Um dia, "um gringo filho da puta", mata as crias de uma onça para aproveitar as suas peles. A onça, persegue-o e mata-o e passa a representar um perigo para a população de El Idilio. A população faz uma caçada à onça, mas sente-se incapaz de continuar, incumbindo a António José Bolívar Proaño, o velho que lia romances de amor, a dura tarefa de encontrar a alimária e matá-la.
No final do livro, Antonio José Bolívar Proaño percebe que no confronto entre a civilização e a vida selvagem, só há perdedores, nunca vencedores: “O velho acariciou-a (a onça morta)*, ignorando a dor do pé ferido, e chorou de vergonha, sentindo-se indigno, envilecido, de modo nenhum vencedor daquela batalha”.
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O parêntesis é meu.

Aquecimento Global

Greenpeace: Economy
Advertising Agency: Ogilvy Beijing, China
Executive Creative Directors: Nils Andersson, Wilson Chow, Andrew Lok
Creative Directors: Andrew Lok, Wilson Chow
Copywriters: Matthew Curry, Andrew Lok
Art Directors: He Shi Yang, Wilson Chow, David Seah, Nils Andersson
Photographer: Corbis
Retouching: He Shi Yang
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Campanha de propaganda feita com fina ironia para a Greenpeace.
Todos tem direito a emitir uma opinião.

Aquecimento Global (I)

Greenpeace: Oil
Advertising Agency: Ogilvy Beijing, China
Executive Creative Directors: Nils Andersson, Wilson Chow, Andrew Lok
Creative Directors: Andrew Lok, Wilson Chow
Copywriters: Matthew Curry, Andrew Lok
Art Directors: He Shi Yang, Wilson Chow, David Seah, Nils Andersson
Photographer: Corbis
Retouching: He Shi Yang

Aquecimento Global (II)

Greenpeace: Unemployment
Advertising Agency: Ogilvy Beijing, China
Executive Creative Directors: Nils Andersson, Wilson Chow, Andrew Lok
Creative Directors: Andrew Lok, Wilson Chow
Copywriters: Matthew Curry, Andrew Lok
Art Directors: He Shi Yang, Wilson Chow, David Seah, Nils Andersson
Photographer: Corbis
Retouching: He Shi Yang

terça-feira, abril 08, 2008

"Dalai Lama Clique"


Na imprensa oficial chinesa, não há notícia sobre o Tibete ou notícia má sobre os Jogos Olímpicos, em que não seja atribuída a responsabilidade dos acontecimentos, à “Dalai Lama Clique”. (A expressão tem sido traduzida para português como a “Camarilha do Dalai Lama”, penso que esta tradução é demasiado coloquial, quando se lê o sentido pejorativo com que os jornais chineses escrevem a expressão “Dalai Lama Clique”; em minha opinião, a tradução mais correcta é “A Corja do Dalai Lama”).
Apesar de ser uma expressão nova e infeliz, não está muito longe, da linguagem agressiva dos tempos da Revolução Cultural chinesa, dos anos 60 e 70 do século passado, quando Mão Tsé-Tung, tratava os seus inimigos, de "Clique Anti- Partido”, antes de os mandar fuzilar ou de os atirar perpetuamente para uma prisão.
Esta expressão é da autoria do Primeiro-ministro chinês, Wen Jiabao, quando a 18 de Março, durante uma conferência de imprensa sobre os acontecimentos do Tibete disse:” Temos muitas evidências, que provam que os incidentes foram organizados, premeditados, pensados e incentivados, pela “Dalai Lama Clique”.
Na realidade, as evidências de que fala o Primeiro-ministro chinês, são mentira, não há uma única evidência, que sustente tal acusação, no entanto, isso não impede que os media chineses, continuem a vincular “a corja do Dalai Lama”, a todas as manifestações nefastas para o governo chinês, quer se realizem no interior, quer se realizem no exterior da China.
Na ânsia de vincular o Dalai Lama aos acontecimentos, algumas notícias reportadas pelos media chineses, são tão inacreditáveis, tão manipuladas, tão falsificadas, que se tornam hilariantes.
A resistência à ocupação chinesa do Tibete não vem da “corja do Dalai Lama”, como pretende o primeiro-ministro chinês, mas sim, de todos os 6 milhões de tibetanos, espalhados por todo o Mundo.
Após o seu exílio em 1959, Tenzin Gyatzo reclamou junto do governo chinês e especialmente, junto das instâncias internacionais, a total independência do Tibete, durante mais de 25 anos, porém, desde há duas décadas, que o Prémio Nobel da Paz de 1989, afirma que não quer a independência do Tibete, mas apenas, uma verdadeira e real autonomia para salvaguardar o legado cultural tibetano.
É mais que tempo das autoridades de Pequim, levarem à letra as palavras do Dalai Lama e o comprometer numa solução conjunta, que satisfaça todas as partes envolvidas, em vez, de o ver como um inimigo violento, pois nunca, conseguirão impor esse ponto de vista unilateral à comunidade internacional, para além de fazer mossas na sua credibilidade.
Todos ficariam a ganhar, essencialmente, devido ao facto, de as “cliques chinesas”, serem sinónimo de tragédia, basta para isso, ver o que se passou com a “Clique Pró-Democracia”, em 1989.

Dalai Lama Clique (I)

Fotografia minha, de algumas "notícias" editadas pelo jornal estatal China Daily.

A Tocha Olímpica


A China refuta as informações ontem divulgadas de que a chama da tocha olímpica tinha sido extinta.
“As notícias dos meios de comunicação estrangeiros afirmando que a tocha olímpica teve que ser apagada durante o seu percurso em Paris são falsas”, disse o porta-voz do Ministério chinês dos Negócios Estrangeiros.(Lusa).
Basta olhar para a fotografia, onde a tocha não tem chama nem, pelo menos, fumo, para se compreender por que razão a China, acusa os media ocidentais de terem dois pesos e duas medidas na cobertura noticiosa, do périplo da tocha olímpica.
Como ousam escrever que a tocha olímpica, se apagou?

A Imprensa Chinesa Tem Alguma Utilidade!

Advertising Agency: Giovanni+Draftfcb Rio de Janeiro
Creative Directors: Adilson Xavier, Cristina Amorim, Fernando Barcellos
Art Directors: Ricardo Câmara, Felipe Gomes
Copywriter: Leonardo Bartoli

segunda-feira, abril 07, 2008

Buraco Negro


(Fotografias e montagem minhas. No sentido dos ponteiros do relógio, a situação que se encontava, desde de sexta-feira e até ontem de manhã, as emissões da BBC e da CNN (entretanto, no Sábado a CNN, ficou sem nenhum sinal).
A terceira fotografia é o título da notícia do South China Morning Post (de Hong Kong) que dá conta do corte do acesso à Wikipédia. A quarta foto, é o "destaque" dado à notícia de prisão de Hu Jia, pelo jornal China Daily)
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É irónico que a Nomenklatura chinesa acuse os media ocidentais, de terem dois pesos e duas medidas, na cobertura dos dramáticos acontecimentos no Tibete e no périplo da Tocha Olímpica à volta do mundo. Essa ironia advém do simples facto, de a liberdade de imprensa e a liberdade de expressão serem na China, um imenso buraco negro. Quando, as manifestações de Março começaram no Tibete, o único jornalista ocidental presente no Tibete, era James Miles, do The Economist, o qual fez um relato imparcial, que agradou às autoridades chinesas e satisfez a necessidade ocidental de ser informado. Apesar de James Miles, viver em Lassa, e por isso precisar das autoridades de Pequim, para a obtenção do visto de residência, a cobertura noticiosa, estava feita correctamente.
Agora, a cada dia que passa, após os acontecimentos do Tibete e com a Tocha Olímpica a visitar países passíveis de aumentarem a contestação à China, pelo não respeito dos direitos humanos, pela falta de liberdade de imprensa e pela falta de liberdade de expressão, o governo chinês aumenta a sua ansiedade e a sua fúria contra a imprensa estrangeira, revelando-se incapaz de abrir o mais pequeno diálogo contraditório.
Isso passou-se justamente na sexta-feira passada, quando a BBC World fez um directo de Pequim sobre a prisão de Hu Jia, ficando imediatamente sem sinal de transmissão, após terminar o directo.
Recorde-se que Hu Jia, um proeminente activista dos direitos humanos na China, foi acusado de subversão pela justiça chinesa e condenado a três anos e meio de prisão, e mais um ano de privação dos seus direitos políticos.
E o que fez este perigoso subversivo?
Escreveu dois artigos na Internet, onde num deles critica o conceito “Um país, dois sistemas”, dizendo que a China não precisa de dois sistemas, basta a democracia. Pura e simplesmente, o exercício da sua liberdade de expressão.
A imprensa estatal chinesa, nomeadamente o China Daily, o único jornal inglês que tinha acesso, durante a minha estadia na China, escreve eufemismos com o maior à vontade para justificar o injustificável. Entretanto, o governo chinês, desliga o acesso à Wikipédia, na sua versão inglesa, por não gostar do que lá está escrito sobre o Tibete, limitando, ao mesmo tempo, o acesso à versão chinesa, e corta o sinal de transmissão à CNN, num recrudescimento na luta contra uma informação livre, no interior da China.
A única lição que a China deve aprender da cobertura noticiosa - por parte dos media ocidentais – dos acontecimentos do Tibete e da viagem da Tocha Olímpica, é que é melhor confiar na imprensa livre para dar uma imagem justa dos factos, do que usar os “media fantoche” controlados pelo Estado, para tentar convencer o Mundo que a razão esta do lado dela. A imprensa livre, apesar de haver manipulações, tem uma credibilidade, que não é possível comparar, coma imprensa controlada por qualquer Estado.

Make Peace, Not War


Faz hoje 50 anos que um dos ícones da cultura popular, foi criado: o símbolo da paz.
No início do ano 1958, formou-se um grupo chamado, Campanha pelo Desarmamento Nuclear, que pôs em acção uma extensa campanha contra o uso de armas nucleares e incumbiu Gerald Holtom, um desenhador da área dos têxteis, de criar um símbolo, para dar mais colorido aos protestos.
O símbolo criado por Holtom era bastante simples mas sugestivo. As linhas direitas, representam o corpo humano, o círculo representa o planeta Terra. O importante era que cada pessoa pudesse fazer o seu próprio cartaz.
Com efeito, a 7 de Abril de 1958, 15 mil pacifistas britânicos, exibindo milhares de cartazes com o símbolo criado por Holtom, apesar do frio que se fazia sentir, fizeram uma marcha de 84 quilómetros, entre Londres e Aldermaston (o centro de pesquisas nucleares inglês) para protestaram contra o planeamento, a construção e o emprego de armas nucleares. As revindicações dos manifestantes eram bastante impopulares para a época, devido a por um lado, a Guerra Fria ir a caminho do seu clímax e por outro lado, ser uma época de pujança económica. Ironicamente, a Exposição Mundial de Bruxelas, cujo símbolo era o Atomium, seria inaugurada dois dias depois.
A marcha contra as armas nucleares e a favor da paz, foi um tremendo sucesso, inaugurando-se a tradição, mais popular nos países do Norte da Europa, de se fazer durante o período pascal - “As Marchas da Páscoa”- apelos a favor da paz.
As marchas atingiram o seu apogeu, durante a década de sessenta do século passado, enfraquecendo nos primeiros anos da década de 70. O movimento voltou a ser impulsionado em 1979, com a instalação dos mísseis nucleares americanos na Europa. Apesar de terem sofrido um pequeno incremento durante a primeira Guerra do Golfo, as “Marchas da Páscoa” estão em perda de força nos últimos anos, mas não o símbolo criado por Holtom.
Depois de ter sido o símbolo da “flower power generation” o símbolo criado por Holtom, foi adoptado pela organização Greenpeace, para as suas campanha de defesa do ambiente.
Com esta exposição toda, o símbolo acabou também por se tornar um chamariz comercial, e hoje, é por vezes utilizado, em acessórios na alta-costura, sendo mesmo, a imagem de marca da “Moschino”.