quarta-feira, novembro 30, 2005
Alterações Climáticas na Europa
O clima na Europa está a passar pelas maiores mudanças dos últimos 5 mil anos, segundo o relatório anual da Agência Europeia do Ambiente publicado ontem. O documento analisou a situação ambiental em cerca de 30 países e avaliou a eficácia das políticas aplicadas nesse âmbito nos últimos cinco anos. Como principal conclusão, o relatório destacou que “as alterações climáticas já estão em andamento”, como demonstra a ocorrência cada vez maior de fenómenos meteorológicos extremos, a escassez de água em algumas regiões e o degelo nos pólos.
O fenómenos também se reflecte no aumento médio de 0,95 grau centígrado das temperaturas europeias, que devem aumentar “de 2 a 6 graus ao longo deste século”, alertou o documento. “A Europa tem a obrigação de olhar para além de 2012 e das suas fronteiras”, pois as alterações climáticas são um problema “global”, disse durante a apresentação do relatório a directora da Agência Europeia do Meio Ambiente, Jacqueline McGlade.
Segundo a representante da Agência, é preciso haver uma maior redução das emissões de gases de efeito estufa. Embora a UE tenha conseguido limitar o aumento das temperaturas a um máximo de 2 graus, “viveremos em condições atmosféricas jamais experimentadas por seres humanos”, disse. Apesar de as alterações climáticas serem o desafio mais imediato, existem outras prioridades ambientais, como a luta contra a poluição atmosférica, o regulamento dos produtos químicos para reduzir os seus efeitos sobre a saúde e a conservação do solo como recurso produtivo e reserva da biodiversidade. Para avaliar a situação no continente, o documento analisou nove indicadores: emissões de gases de efeito estufa, consumo de energia, electricidade renovável, emissões de substâncias acidificantes e de precursores do ozónio, demanda do transporte de mercadorias, superfície dedicada à agricultura ecológica, resíduos urbanos e uso de recursos hídricos.
Por países, a Espanha registrou o pior desempenho da UE no cumprimento de muitos dos objectivos ambientais da União Europeia, pois passou por um rápido crescimento económico que não foi acompanhado de medidas para enfrentar os problemas que surgiram. O relatório destacou os progressos obtidos nos últimos trinta anos graças à legislação da UE, mas também ressaltou os desafios que ainda devem ser enfrentados. A Europa “deverá usar mais as energias renováveis”, afirmou o documento. Muitos dos problemas ambientais devem-se à forma como a Europa utiliza o seu solo, à sua estrutura económica e ao estilo de vida dos cidadãos, sendo “necessário aumentar a consciencialização”, ressaltou o relatório.
“Numa economia cada vez mais globalizada, as decisões dos consumidores de qualquer lugar afectam não só o meio ambiente europeu, mas também o de muitas outras partes do mundo”, acrescentou. Além disso, o texto cita uma análise recente que aponta que, entre 1990 e 2000, as áreas urbanas na Europa expandiram-se 6%, com a utilização de mais de 800 mil hectares de solos naturalmente produtivos para a construção de casas, escritórios, comércios e outras superfícies artificiais .O relatório alertou ainda que o turismo contribui para a expansão dessas áreas, “sobretudo nos limites de aglomerações costeiras como, por exemplo, a costa mediterrânea, muito urbanizada”. Um desenvolvimento mal planeado do turismo “pode aumentar a pressão sobre regiões que já sofrem com a escassez de água”, alertou a Agência Ambiental.
Durante a entrevista colectiva de apresentação do documento, McGlade insistiu que as políticas ambientais “demonstraram ser um incentivo à inovação, e não um obstáculo”. Já para a vice-presidente da Comissão Europeia, Margot Wallström, “ainda é preciso fazer muito” para reduzir o impacto da poluição, “fenómeno que provoca a morte prematura de 370 mil cidadãos europeus por ano”. Além disso, ela reconheceu que a UE é responsável pela degradação ambiental em outras áreas do planeta. Por isso, “é necessário estimular o desenvolvimento sustentável”, afirmou.
Link:reports.eea.eu.int.
Notas Auto-biográficas de Fernando Pessoa
Na passagem do 70º aniversário da morte de Fernando Pessoa, aqui ficam as notas auto-biográficas, escritas em Lisboa, em 30 de Março de 1935.
Nome completo: Fernando António Nogueira Pessoa.
Idade e naturalidade: Nasceu em Lisboa, freguesia dos Mártires, no prédio n.º 4 do Largo de S. Carlos (hoje do Directório) em 13 de Junho de 1888.
Filiação: Filho legítimo de Joaquim de Seabra Pessoa e de D. Maria Madalena Pinheiro Nogueira. Neto paterno do general Joaquim António de Araújo Pessoa, combatente das campanhas liberais, e de D. Dionísia Seabra; neto materno do conselheiro Luís António Nogueira, jurisconsulto e que foi Director-Geral do Ministério do Reino, e de D. Madalena Xavier Pinheiro.
Ascendência geral: misto de fidalgos e judeus.
Estado: Solteiro.
Profissão: A designação mais própria será «tradutor», a mais exacta a de «correspondente estrangeiro em casas comerciais». O ser poeta e escritor não constitui profissão, mas vocação.
Morada: Rua Coelho da Rocha, 16, 1º. Dto. Lisboa. (Endereço postal - Caixa Postal 147, Lisboa).
Funções sociais que tem desempenhado: Se por isso se entende cargos públicos, ou funções de destaque, nenhumas.
Obras que tem publicado: A obra está essencialmente dispersa, por enquanto, por várias revistas e publicações ocasionais. O que, de livros ou folhetos, considera como válido, é o seguinte: «35 Sonnets» (em inglês), 1918; «English Poems I-II» e «English Poems III» (em inglês também), 1922, e o livro «Mensagem», 1934, premiado pelo Secretariado de Propaganda Nacional, na categoria «Poema». O folheto «O Interregno», publicado em 1928, e constituído por uma defesa da Ditadura Militar em Portugal, deve ser considerado como não existente. Há que rever tudo isso e talvez que repudiar muito.
Educação: Em virtude de, falecido seu pai em 1893, sua mãe ter casado, em 1895, em segundas núpcias, com o Comandante João Miguel Rosa, Cônsul de Portugal em Durban, Natal, foi ali educado. Ganhou o prémio Rainha Vitória de estilo inglês na Universidade do Cabo da Boa Esperança em 1903, no exame de admissão, aos 15 anos.
Ideologia Política: Considera que o sistema monárquico seria o mais próprio para uma nação organicamente imperial como é Portugal. Considera, ao mesmo tempo, a Monarquia completamente inviável em Portugal. Por isso, a haver um plebiscito entre regimes, votaria, embora com pena, pela República. Conservador do estilo inglês, isto é, liberdade dentro do conservantismo, e absolutamente anti-reaccionário.
Posição religiosa: Cristão gnóstico e portanto inteiramente oposto a todas as Igrejas organizadas, e sobretudo à Igreja de Roma. Fiel, por motivos que mais adiante estão implícitos, à Tradição Secreta do Cristianismo, que tem íntimas relações com a Tradição Secreta em Israel (a Santa Kabbalah) e com a essência oculta da Maçonaria.
Posição iniciática: Iniciado, por comunicação directa de Mestre a Discípulo, nos três graus menores da (aparentemente extinta) Ordem Templária de Portugal.
Posição patriótica: Partidário de um nacionalismo místico, de onde seja abolida toda a infiltração católico-romana, criando-se, se possível for, um sebastianismo novo, que a substitua espiritualmente, se é que no catolicismo português houve alguma vez espiritualidade. Nacionalista que se guia por este lema: «Tudo pela Humanidade; nada contra a Nação».
Posição social: Anticomunista e anti-socialista. O mais deduz-se do que vai dito acima.
Resumo de estas últimas considerações: Ter sempre na memória o mártir Jacques de Molay, Grão-Mestre dos Templários, e combater, sempre e em toda a parte, os seus três assassinos - a Ignorância, o Fanatismo e a Tirania.
terça-feira, novembro 29, 2005
Bola de Ouro
Ronaldinho Gaúcho confirmou o seu favoritismo e foi eleito nesta segunda-feira o Melhor Jogador da Europa em 2005 ao receber o prémio Bola de Ouro da revista francesa France Football.
O médio do Barcelona e da selecção brasileira superou Frank Lampard, do Chelsea, e Steven Gerrard, do Liverpool, que ficaram em segundo e terceiro lugares respectivamente na eleição realizada entre jornalistas desportivos europeus.
Com a conquista da Bola de Ouro, Ronaldinho, de 25 anos, acumula ao mesmo tempo os três mais prestigiados prémios do futebol internacional.
O brasileiro recebeu o reconhecimento dos técnicos de selecções ao ser eleito Melhor Jogador do Ano pela FIFA em Dezembro do ano passado, um prémio que deve receber de novo neste ano.
Depois foi reconhecido pelos seus companheiros de profissão ao levar o troféu de Melhor Jogador do Ano da FIFPro, em Setembro.
Parabéns e que continue a espalhar magia pelos estádios!
segunda-feira, novembro 28, 2005
Enid Blyton
Enid Blyton nasceu em 11 de Agosto de 1897 em Londres. É uma das autoras de literatura infantil e juvenil mais célebres mundialmente. Enid Blyton estudou para ser professora primária, em Ipswish High School. Mais tarde, apercebeu-se que ser professora não era a sua vocação, por isso começou a escrever. Mas como no início teve dificuldades em encontrar uma editora, não deixou de ser professora. O seu primeiro poema Have You?, foi publicado em 1917 na Nash’s Magazine. O seu primeiro livro Child Whispers, uma colecção de versos, surgiu em 1922. Seguiu-se Real Fairies: Poems (1923), Responsive Singing Games (1923), The Enid Blyton Book of Fairies (1924), Songs of Gladness (1924) e The Zoo Book (1924). Em 1924 casou-se com o editor do departamento de livros da George Newnes, Hugh Pallack. Em 1931 teve a sua primeira filha, Gillion e , 4 anos depois, Imagen.
Em 1938, surgiu a primeira grande aventura juvenil The Secret Island, seguiu-se Os Cinco, Os Sete, as séries Mistério e o livro Barney’ Mystery.
Durante a Segunda Guerra Mundial, Blyton conseguiu que os seus livros fossem impressos, apesar da censura existente. Em 1940, foram impressos onze livros com o seu nome, incluindo The Secret of Spiggy Holes, Twenty-Minute Tales, Tales of Betsy May e The Children of Cherry Tree Farm.
Com o pseudónimo de Mary Pollock, escreveu Three Boys and a Circus e Children of Kidillin.
Enid Blyton e o seu marido divorciaram-se em 1942. Passado alguns meses escreveu Os Cinco na Ilha do Tesouro. No ano seguinte, casou novamente, mas agora com Kenneth Waters, e a partir daí começou a escrever mais. Em 1949, Blyton publicou Little Noddy Goes to Toyland, uma história de um pequeno brinquedo que acaba sempre por se envolver em confusões.
As vendas excederam as expectativas e outros livros de Noddy com diferentes tamanhos e tipos sucederam-se rapidamente.
Entre 1950 e 1960, Blyton foi atacada pela crítica e várias sanções foram impostas aos seus livros devido ao vocabulário limitado, tendo sido lançados, inclusive, rumores de que Blyton não era autora de todos os seus livros. No início dos anos 60, a falta de concentração de Blyton foi acrescida pela doença. Blyton morreu a 28 de Novembro de 1968 em Hampsted.
Era capaz de acabar uma aventura dos Cinco com 50 000 palavras numa semana. Foi criticada pelos pedagogos devido aos estereótipos social, racial e sexual. Publicou mais de 600 livros infantis e juvenis. As suas obras foram traduzidas em cerca de 70 línguas e até 1980 foram vendidos mais de 60 milhões volumes. No final de 1990, mais de 300 títulos de Blyton eram ainda impressos, incluindo edições como os Cinco.
Os 21 volumes das aventuras de Júlio, David, Zé, Ana e Tim ( Julian, Dick, George, Anne e Timmy), “As Aventuras dos Cinco”, são os primeiros livros que me recordo de ler e a melhor obra infantil que li.
Dificuldade de Governar
Todos os dias os ministros dizem ao povo
Como é difícil governar. Sem os ministros
O trigo cresceria para baixo em vez de crescer para cima.
Nem um pedaço de carvão sairia das minas
Se o chanceler não fosse tão inteligente. Sem o ministro da Propaganda
Mais nenhuma mulher poderia ficar grávida. Sem o ministro da Guerra
Nunca mais haveria guerra. E atrever-se ia a nascer o sol
Sem a autorização do Führer?
Não é nada provável e se o fosse
Ele nasceria por certo fora do lugar.
2.
E também difícil, ao que nos é dito,
Dirigir uma fábrica. Sem o patrão
As paredes cairiam e as máquinas encher-se-iam de ferrugem.
Se algures fizessem um arado
Ele nunca chegaria ao campo sem
As palavras avisadas do industrial aos camponeses: quem,
De outro modo, poderia falar-lhes na existência de arados? E que
Seria da propriedade rural sem o proprietário rural?
Não há dúvida nenhuma que se semearia centeio onde já havia batatas.
3.
Se governar fosse fácil
Não havia necessidade de espíritos tão esclarecidos como o do Führer.
Se o operário soubesse usar a sua máquina
E se o camponês soubesse distinguir um campo de uma forma para tortas
Não haveria necessidade de patrões nem de proprietários.
E só porque toda a gente é tão estúpida
Que há necessidade de alguns tão inteligentes.
4.
Ou será que
Governar só é assim tão difícil porque a exploração e a mentira
São coisas que custam a aprender?
Bertolt Brecht
sexta-feira, novembro 25, 2005
George Best
O talentoso futebolista George Best, que na década de 60 encantou os adeptos em todo o mundo com a camisola do Manchester United FC e da Irlanda do Norte, faleceu esta sexta-feira, aos 59 anos de idade, num hospital londrino.
George Best nasceu a 22 de Maio de 1946, em Belfast, Irlanda do Norte, era considerado um dos melhores jogadores de futebol da história da modalidade, e por muitos considerado o melhor jogador de sempre do Reino Unido.
Notabilizou-se enquanto jogador do Manchester United, embora o seu nome tenha ficado igualmente marcado por alguns escândalos pessoais. Best foi jogador do Manchester entre 1963 e 1974, período em que a equipa venceu dois campeonatos nacionais – 1965 e 1967 –, bem como uma taça dos Campeões Europeus, derrotando na final o Benfica, em 1968, altura em que foi premiado com o galardão de Melhor Jogador do Ano.
Nas décadas de 60 e 70, foi considerado um dos melhores jogadores do mundo, juntamente com Pelé e Eusébio.
Em onze anos no Manchester, onde se estreou a 14 de Setembro de 1963, com apenas 17 anos, George Best realizou 361 jogos e marcou 137 golos apesar de jogar a extremo direito.
Pela selecção da Irlanda do Norte, onde teve o baptismo internacional em 15 de Abril de 1964, numa vitória sobre o País de Gales por 3-2, realizou 37 partidas e apontou nove golos.
Para Sir Bobby Charlton, houve um jogo em particular que resumiu a carreira do extremo da Irlanda do Norte. Depois de ter ganho em Old Trafford ao Benfica, por 3-2, na primeira mão dos quartos-de-final da Taça dos Campeões Europeus de 1965/66, o Manchester United viajou para Portugal sabendo que podia tornar-se na primeira equipa a ganhar ao Benfica no seu estádio. “O ambiente era realmente hostil, mas, aos 15 minutos, ele já tinha acabado com o Benfica”, contou Sir Bobby. “O United tinha sofrido cinco golos naquele estádio numa visita anterior, mas Best marcou dois e regressou a casa com um ‘sombrero’ na cabeça”. O Manchester United venceu por 5-1 e qualificou-se para as meias-finais.
Best abandonou o Manchester com apenas 28 anos de idade, no auge da sua carreira, recusando-se a abdicar de um estilo de vida incompatível com o futebol profissional.Ainda jogou em Inglaterra (Fulham, Stockport e Bournemouth), Escócia (Hibernian) e Estados Unidos (última equipa foi o Tampa Bay, em 1983).
A par com os triunfos desportivos, Best acumulou uma boa dose de escândalos, muitos dos quais devido à sua dependência alcoólica.
No ano de 2000, o seu médico pediu publicamente para que não servissem bebidas a George Best. O jornal sensacionalista The Sun fez inclusive um póster com a sua fotografia, escrevendo uma única frase: «Não sirvam bebida a este homem».
Os problemas com o álcool continuaram até ao presente, tendo sido novamente detido em 2004 por conduzir bêbedo. George Best fora, no início do mês passado, internado na unidade de cuidados intensivos do Hospital Cromwell, na zona ocidental da capital britânica, com sintomas de gripe que derivaram para uma infecção nos rins. O seu estado de saúde melhorou no princípio de Novembro, mas a apreensão dos médicos voltou na passada semana, quando Best contraiu uma infecção nos pulmões. Faleceu hoje, aos 59 anos de idade.
Fica para a história do futebol alguém que um dia disse: “Essa coisa de eu ser um ídolo, o quinto Beatle... acho isso tão esquisito. Eu era apenas um miúdo de Cregagh Estate, em Belfast, a tentar que a minha vida como jogador e como pessoa fizesse sentido”.
O Fim De Uma Ilusão
Ao longo de todo o Verão e começo do Outono de 1975, confrontaram-se duas concepções de modelo de sociedade para Portugal. Uma, de matriz europeia, sustentada numa democracia representativa; e uma segunda, importada da União Soviética, para a “sovietização” do país.
Os militares, no poder desde o 25 de Abril de 1974, dividiram-se entre os dois apelos e tornaram-se nos principais protagonistas de uma disputa que terminou com a vitória das forças moderadas, precisamente no dia 25 de Novembro de 1975, quando uma revolta iniciada por tropas pára-quedistas, que contariam, numa segunda fase, com o apoio de unidades do Exército e da Armada, foi sustida e derrotada.
O detonador involuntário do 25 de Novembro foi Vasco Lourenço. No dia 20 de Novembro tinha sido nomeado pelo Conselho da Revolução para comandante da Região Militar de Lisboa. A sua nomeação foi prontamente contestada pelos sectores político-militares influenciados quer pelo PCP quer pela extrema-esquerda. Posto em causa, o então capitão, exigiu ser reconfirmado, o que sucedeu na reunião de 24 de Novembro do Conselho da Revolução. Sem demora e sem formalidades, Vasco Lourenço tomou posse do cargo na manhã de 25 e instalou-se no Palácio de Belém.
Nesta altura, durante a madrugada, já os pára-quedistas da Base Escola de Tancos, tinham ocupado o Comando da Região Aérea de Monsanto e seis bases aéreas, na sequência de uma decisão do General Morais da Silva, CEMFA, que dias antes tinha mandado passar à disponibilidade cerca de 1000 pára-quedistas de Tancos. Detêm o general Pinho Freire e exigem a demissão de Morais da Silva.
O golpe estava na rua, logo de seguida o contra-golpe estaria em marcha.
Este acto é considerado pelos militares ligados ao Grupo dos Nove, (grupo militar liderado por Ramalho Eanes e composto por Garcia dos Santos, Gabriel Teixeira, Rocha Vieira, Loureiro dos Santos, Aurélio Trindade, Tomé Pinto, José Pimentel e José Manuel Barroco), como o indício de um golpe de estado vindo de sectores mais radicais, da esquerda.
Esses militares apoiados pelos partidos políticos moderados PS e PPD, depois do Presidente da República, General Francisco da Costa Gomes ter obtido por parte do PCP a confirmação de que não convocaria os seus militantes e apoiantes para qualquer acção de rua, decidem então intervir militarmente para controlar inequivocamente o destino político do país, recorrendo às poucas forças verdadeiramente operacionais de que o país dispunha, ou seja, o Regimento de Comandos da Amadora, comandado pelo então coronel Jaime Neves; a Força Aérea, que deslocou para a Base de Cortegaça os principais meios, a Região Militar do Norte, comandada pelo então brigadeiro Pires Veloso, que enviou para Lisboa três companhias.
Os focos de resistência foram sendo neutralizados ao longo do dia sem grande oposição dos revoltosos, verificando-se um confronto armado apenas na calçada de acesso ao Regimento de Polícia Militar, em Lisboa, em que morreram dois militares do Regimento de Comandos - o tenente José Coimbra e o aspirante José Ascenso. Testemunhos da época garantem que foram baleados pelas costas por civis armados. Na troca de tiros, foi também atingido mortalmente o furriel Joaquim Pires.
Numa mensagem ao país, feita pelo telefone e transmitida através dos estúdios do Porto da Emissora Nacional, cerca das 22 horas, o presidente da República decretou estado de sítio parcial na região de Lisboa, uma medida que restringia o direito de liberdade de reunião. Os bancos encerraram e os jornais de Lisboa não se publicaram.
No resto do país, a situação foi sempre menos tensa.A emissão da RTP passou igualmente a ser assegurada do Porto, depois de uma tentativa de um dos revoltosos em falar ao país, a pedir apoio para os revoltosos.
O clima de radicalização inerente ao PREC , chegou ao fim com o 25 de Novembro de 1975, o dia em que o país esteve a um pequeno passo da guerra civil. A consolidação da democracia chegaria a seguir, culminada com a assinatura em 1985, do tratado de adesão à CEE, onde a opção europeísta, finalmente se impôs.
quinta-feira, novembro 24, 2005
Rómulo de Carvalho
O dia 24 de Novembro foi escolhido para Dia Nacional da Cultura Cientifica, porque é o dia do nascimento de um personagem singular do século 20 português: Rómulo de Carvalho / António Gedeão.
Rómulo Vasco da Gama de Carvalho nasceu em 24 de Novembro de 1906. Teve um papel importante na divulgação de temas científicos, colaborando em revistas da especialidade e organizando obras no campo da história das ciências e das instituições, como A Actividade Pedagógica da Academia das Ciências de Lisboa nos Séculos XVIII e XIX. Publicou ainda outros estudos, como História da Fundação do Colégio Real dos Nobres de Lisboa (1959), O Sentido Científico em Bocage (1965) e Relações entre Portugal e a Rússia no Século XVIII (1979).
Revelou-se como poeta apenas em 1956, com a obra Movimento Perpétuo. A esta viriam juntar-se outras obras, como Teatro do Mundo (1958), Máquina de Fogo (1961), Poema para Galileu (1964), Linhas de Força (1967) e ainda Poemas Póstumos (1983) e Novos Poemas Póstumos (1990). Na sua poesia, reunida também em Poesias Completas (1964), as fontes de inspiração são heterogéneas e equilibradas de modo original pelo homem que, com um rigor científico, nos comunica o sofrimento alheio, ou a constatação da solidão humana, muitas vezes com surpreendente ironia. Alguns dos seus textos poéticos foram aproveitados para músicas de intervenção.
Em 1963 publicou a peça de teatro RTX 78/24 (1963) e dez anos depois a sua primeira obra de ficção, A Poltrona e Outras Novelas (1973). Na data do seu nonagésimo aniversário, António Gedeão foi alvo de uma homenagem nacional, tendo sido condecorado, a 17 de Dezembro de 1996, com a Grã Cruz da Ordem de Mérito de Santiago da Espada. A 18 de Dezembro de 1996, foi-lhe atribuída, pelo Ministro da Cultura, a Medalha de Mérito Cultural, na Fundação Calouste Gulbenkian.
Faleceu em Lisboa, a 19 de Fevereiro de 1997.
Grande Muralha da China
Muralha defensiva contínua que se estende desde Gansu ocidental até ao golfo de Liaodong (2250 km). A muralha foi em tempos ainda mais longa.
Construída pela dinastia Qin, segundo as ordens Qin Shihuang, o Imperador que uniu a China a partir de 214 a.C. para evitar incursões dos turcos e dos mongóis, o seu período inicial de edificação durou dez anos. Nas dinastias Ming (1368-1644) e Qing (1644-1911) foram-lhe acrescentadas novas secções.
Esta muralha de terra e pedras com uma série de torres de vigia tem vindo a ser sujeita a uma cuidadosa manutenção. A sua altura varia entre um, três e oito metros e a sua largura varia entre os quatro e os seis metros.
Esta construção é a maior fortificação do planeta e está classificada como «Património Mundial», pela UNESCO.
Em finais de 2000, descobertas arqueológicas levaram a concluir que a Grande Muralha tem mais 500 quilómetros do que inicialmente se pensava. As últimas descobertas mostram que a Grande Muralha se estende até à Região Autónoma de Xinjiang, não acabando em Jiayu, na província de Gansu, como era aceite até agora.
Assim, em vez dos 6700 quilómetros de comprimento, o monumento chinês tem cerca de 7200 quilómetros, serpenteando por montes e vales desde o Mar Amarelo, na costa Norte da China, até à região desértica de Lop Nur, no coração da Ásia Central.
A secção agora descoberta foi construído com areia e ramos de árvores, e não em tijolo, como noutras regiões, mas a arquitectura e função eram idênticas às secções da Grande Muralha já conhecidas.
Segundo os arqueólogos, estes 500 quilómetros terão sido construídos por cerca de 600 mil trabalhadores durante a dinastia Han, que governou a China desde 206 AC até 220 DC, e tinham como objectivo proteger as caravanas de mercadores que circulavam pela «Rota da Seda», um trajecto histórico que ligava a China ao Império Romano através da Ásia Central. Muitos dos trabalhadores acabaram por ficar sepultados entre os muros de lascas de rocha, terra e paliçadas de madeira, que erguiam de mãos nuas ou apenas com a ajuda de ferramentas arcaicas. Apenas a parte oriental da muralha, que se estende do Pacífico até aos confins da Ásia Central, foi construída em tijolos.
segunda-feira, novembro 14, 2005
Sir Ernest Shackleton
Ernest Shackleton nasceu em Kilkea House, County Kildare, Irlanda, em 15 de Fevereiro de 1874, sendo o segundo filho de Henry e Henrietta Shackleton. Em 1885 a família mudou-se para a Inglaterra, onde Ernest foi estudar para o Dulwich College. Em 1890, Ernest deixa Dulwich e entra para a “North Western Shipping Company”, como ajudante de marinheiro.
Em Agosto de 1901, parte para a Antárctida, a bordo do navio “Discovery”, como membro da “Expedição Nacional Antárctica”, liderada por Robert Falcon Scott. A 30 de Dezembro de 1902, Ernest, Robert Scott e Edward Wilson atingem 82º15’S, o ponto mais ao sul atingido até então.
Em Janeiro de 1904, Shackleton é indicado Secretário / Tesoureiro da “Royal Scottish Geographical Society”. Em Abril, casa-se com Emily Dorman.
Em 7 de Agosto de 1907, liderando a “Expedição Antárctica Britânica”, parte do porto de Torqauy, a bordo do “Nimrod”. Em Outubro de 1908 – é definida a equipa que irá tentar chegar ao Pólo Sul – Shackleton, Adams, Marshall e Wild. A 9 de Janeiro de 1909, a equipa chega a 88º51’S, a apenas 97 milhas geográficas (155 km) do Pólo. Shackleton volta à Inglaterra como herói. A 14 de Dezembro de 1909, recebe o título de Cavaleiro do Império Britânico, e torna-se Sir Ernest Shackleton.
Em 8 de Agosto de 1914, começa a grande aventura, Shackleton, parte de Plymouth, a bordo do navio “Endurance”, liderando a “Expedição Imperial Trans-Antárctica”, a sua terceira e mais espectacular expedição à Antárctida. Depois que o norueguês Amundsen (em Dezembro de 1911) e o inglês Scott (Janeiro de 1912) chegaram ao Pólo, Shackleton imaginou e tentou realizar outro grande plano – atravessar as 2000 milhas (3200 km) do Continente Antárctico.Enquanto se dirigia ao mar de Weddel, onde desembarcaria no Pólo, outra equipa, no navio “Aurora”, iria desembarcar no Cabo Royds, do outro lado da Antárctida. Esta equipa tinha, como missão, instalar depósitos de mantimentos ao longo do Grande Glaciar de Ross, os quais seriam usados por Shackleton, durante a sua travessia desde o mar de Weddell.
O empreendimento tornou-se um bem sucedido...fracasso.
A equipa de 28 homens e 68 cães nunca chegou a por os pés no continente Antárctico. O navio de Shackleton, o “Endurance” (assim chamado por causa do lema de sua família, “By endurance we conquer - Pela persistência vencemos”) foi aprisionado pelo gelo no mar de Weddell durante 11 meses, de Janeiro de 1915 até ser despedaçado e afundar em Novembro de 1915, deixando 28 homens no gelo, com 3 pequenos botes.
Após o afundamento, passaram 5 meses (praticamente todo o Verão) sobre um iceberg, flutuando para longe do Continente. Com extraordinária boa sorte, eles aportaram, em 15 de Abril de 1916, na Ilha Elefante, um pequeno amontoado de pedras e gelo, onde encontraram apenas uns poucos pinguins e algumas focas, para se alimentarem.
Ali estavam, em Abril de 1916, perdidos para o mundo civilizado, e tendo à frente um Inverno antárctico. Sem perder tempo, Shackleton empreendeu uma das maiores jornadas jamais realizadas em pequenos barcos. Ele e mais cinco companheiros partiram no bote de 22 pés (7 metros) “James Caird”, numa viagem de 800 milhas (1.280 km), através de um dos mais tempestuosos mares do mundo, até a ilha da Geórgia do Sul, em busca de socorro.
Dois outros membros da tripulação eram irlandeses: Tom Crean e Tim McCarthy. Tom Crean era um dos grandes membros de expedições da era heróica da exploração antárctica. Forte, corajoso, bem-humorado e experiente – já tinha estado em duas das expedições de Scott – e recebeu a “Albert Medal” por bravura. Frank Worsley, o neo-zelandês navegador do “James Caird”, descreveu Tim McCarthy como “o mais irreprimível optimista que jamais encontrei”. Apesar das condições terríveis por que passaram, McCarthy estava sempre alegre – e foi ele que primeiro avistou a Geórgia do Sul, 15 dias depois haverem deixado a Ilha Elefante.
Chegaram à Ilha Geórgia do Sul em 10 de Maio de 1915, Shackleton ainda teve que cruzar praticamente toda a Ilha a pé para conseguir socorro. Em 20 de Maio, após 36 horas de caminhada, chegaram à estação baleeira. Estavam salvos, mas para Shackleton só havia um pensamento: resgatar os homens que ficaram na Ilha Elefante.
Devido à I Guerra Mundial, a Inglaterra não dispunha de navios para o resgate. Shackleton percorreu então Argentina, Uruguai e Chile, numa luta desesperada contra o tempo para encontrar um navio que suportasse a viagem de volta.
Três meses depois, a bordo de um pequeno rebocador cedido pelo governo chileno, Shackleton chegou à ilha onde deixou os seus companheiros. Ele era reconhecido pela dedicação e preocupação com seus comandados. No decorrer da tragédia, deu inúmeros exemplos de desprendimento e companheirismo. Para ele, seria imperdoável encontrar algum dos seus homens mortos. Ao avistar a Ilha Elefante, Shackleton pegou nos seus binóculos e contou as silhuetas humanas que se amontoavam na praia: 22. “Guardou os binóculos na caixa e virou-se para mim, com o rosto exprimindo mais emoção do que eu jamais tinha visto”, escreveu o comandante do navio. Todos os 28 homens voltaram a salvo para suas casas. Inacreditavelmente, quando tempos mais tarde Shackleton convocou todos para uma nova expedição à Antárctida, ninguém recusou.
Em Dezembro, Shackleton deixou a Nova Zelândia no “Aurora”, para resgatar a equipa que havia ficado no Cabo Royds.
A 17 de Setembro de 1921, Shackleton parte novamente para o Pólo Sul, a bordo do “Quest”. Porém, pouco depois de chegar à Geórgia do Sul, o seu coração falha, e ele vem a falecer às primeiras horas de 5 de Janeiro de 1922. Os seus companheiros preparavam-se para levar o seu corpo para a Inglaterra, mas a sua esposa determina que ele seja enterrado na própria ilha. Para ela, “... O seu espírito não encontrará espaço na Inglaterra. Se ele tinha um lar na Terra, deve ser entre os místicos glaciares e penhascos dessa ilha do Atlântico Sul, que significava tanto para ele.” Assim, a 5 de Março, Shackleton foi sepultado no cemitério norueguês da Geórgia do Sul, junto dos baleeiros entre os quais, se sentia em casa.
Desde então, Sir Ernest Shackleton é lembrado como o explorador mais corajoso e tenaz do continente Antárctico por ter dedicado a sua vida e esforços à longa e perigosa conquista do continente gelado.Para saber mais:south-pole.
domingo, novembro 13, 2005
Caso Inédito
Em Agosto de 2002, Andrew Stimpson, 25 anos, descobriu que era seropositivo, após uma série de testes, embora 14 meses depois, uma nova série de análises, tenha mostrado que o vírus HIV da SIDA desapareceu completamente do seu organismo, apesar de não ter tomado qualquer medicamento, indicou o semanário.
Os seus médicos são categóricos. Não houve uma mistura de dossiers ou amostras, como nos outros dois casos anteriores de «cura espontânea», onde foi impossível provar que os testes positivos e negativos provinham da mesma pessoa.
Actualmente, Andrew Stimpson, que abandonou qualquer contacto sexual com o seu companheiro, também ele infectado, Juan Gomez, um homem de 44 anos, aceitou tornar-se alvo de estudos para ajudar os investigadores a encontrar um meio de lutar contra o vírus da SIDA, explicou o semanário.
"Lembro-me que após a segunda série de testes, o meu medico entrou no quarto e me disse: Estás curado, é incrível. És fantástico", revelou Andrew Stimpson.
"É verdadeiramente espantoso pensar que um dia estava a olhar para a morte e agora lhe digo adeus", acrescentou o britânico, que após os resultados da segunda série de análises aceitou colocar-se à disposição dos investigadores.
Após um inquérito, os médicos ficaram com a certeza de que este é mesmo um caso de cura espontânea e no mês passado Stimpson recebeu uma carta do hospital.
"Não houve qualquer erro na etiquetagem ou no exame das análises", indicou o hospital, cuja carta foi publicada pelo News of the World e pelo Mail on Sunday, que também noticiou este caso de cura espontânea.
"O facto de ter passado de um resultado positivo a um resultado negativo é excepcional e assinalável do ponto de vista médico", assinalou o texto da carta.
Agência LUSA.
Apesar desta notícia ser excelente, nunca é demais salientar, que a SIDA é uma doença traiçoeira e mortal, e compete a cada um assumir a responsabilidade de não contrair a doença.O uso de preservativo pode prevenir a transmissão dos vírus do HIV e é preciso ter sempre em atenção, que qualquer pessoa pode ser infectada… no meio de grande prazer.
sábado, novembro 12, 2005
A Memória Não Pode Ser Curta
O dia 12 de Novembro de 1991, passa para a História como o dia em que o mundo abriu finalmente os olhos para Timor.
O preço a pagar foi bastante elevado:
271 MORTOS
278 FERIDOS
270 DESAPARECIDOS.
Aqui fica a minha homenagem, em memória das vítimas.
A memória não pode ser curta...Apesar de parecer.
sexta-feira, novembro 11, 2005
Yasser Arafat
Esta justaposição simbólica de paz e violência define a vida política de Arafat.Apesar de ter permanecido sempre verdadeiro aos seus objectivos de restabelecer um estado palestiano, os seus métodos amoleceram com o decorrer dos tempos.
Arafat nasceu no Cairo em 4 ou 24 de Agosto de 1929, filho de um mercador de sucesso e de uma mãe extremamente religiosa.O nome que recebeu ao nascer foi Mohammed Abdel Rahman Abdel Raouf al-Qudua al-Husseini, mas depressa recebeu a alcunha de Yasser, que significa "afável".A mãe de Arafat morreu quando este tinha 4 anos e o pai enviou-o para casa de um tio casado em Jerusálem.
Na adolescência, nos anos 40, Arafat envolveu-se na causa Palestiniana.Antes da derrota dos Árabes às mãos de Israel em 1948, Arafat era um dos líderes do grupo que tentava fazer entrar armamento ilegal em Israel.Depois da guerra, Arafat estudou engenharia civil na Universidade do Cairo e foi o líder da Liga de Estudantes Palestinianos e por por altura da sua formatura estava decidido a fundar um grupo que teria objectivo combater a ocupação Israelita da Palestina.
Em 1956 fundou a Al Fatah, uma organização terrorista clandestina.
De ínicio a Al Fatah foi ignorada pelas grandes nações árabes como o Egipto, a Síria e a Jordânia que havia formado o seu próprio grupo -a Organização de Libertação da Palestina.
Só por altura da guerra dos Seis dias, em 1967 na qual os Árabes perderam a Faixa de Gaza, os Montes Golan e Jerusalém Oriental, é que a ONU se virou para Arafat.Em 1 de Fevereiro de 1969 assumiu a liderança da OLP.
Durante 20 anos, a OLP lançou ataques sangrentos contra Israel e Arafat ganhou uma reputação de terrorista sangrento.
O grupo Setembro Negro ataca nos Jogos Olímpicos de Munique,matando 11 atletas israelitas(setembro-negro).Arafat nunca se livrou das acusações de estar ligado ao atentado.
Mas em 14 de Dezembro 1988, quando Arafat aceitou a resolução 242, declarando o "direito de todas as partes do conflito a existirem" e recusa "toda a forma de terrorismo", aceitando a existência de Israel, ganhou a confiança dos diplomatas.
A 15 de Novembro desse ano é proclamado o Estado da Palestina, com um governo no exílio que obdece às regras das Nações Unidas.
Mais tarde em 1993 o impensável aconteceu.
Arafat encontra-se com os inimigos de uma vida.As conversações secretas na Noruega conduziram aos Acordos de Paz de Oslo com o Primeiro-ministro israelita Yitzak Rabin.
Em 1994 Arafat, Shimon Peres e Yitzhak Rabin receberam o Prémio Nobel da Paz.Em Janeiro de 1996 Arafat foi eleito o primeiro Presidente do Conselho Palestiniano, que governa a Faixa de Gaza e Jerusalém Oriental.
Em 1997 os palestinianos assinam um acordo com o governo de direita de Netanyahu para a retirada de Hebron.Em 1999, Arafat assina novo acordo com Ehud Barak, o novo primeiro-ministro israelita.
Depois da segunda Intifada em 2000, Israel remeteu-o a Ramallah durante 3 anos.A 28 de Outubro de 2004 é dado como muito doente, no dia seguinte é levado para Paris e internado num hospital militar, onde acabaria por falecer na madrugada de 11 de Novembro.
Sou a favor do princípio uma Nação, um Estado, por isso sou frontalmente a favor da criação do Estado palestiniano e considero Yasser Arafat um combatente da Liberdade, com uma única missão de vida: a de dar uma Pátria aos palestinianos.
quinta-feira, novembro 10, 2005
A Fábrica...
Obrigado.
...Faz hoje um ano.
Quero agradecer a todos vós, sem excepção.
Muito obrigado pelas vossas palavras.
Um grande beijo para as meninas e um abraço sentido para os senhores.
quarta-feira, novembro 09, 2005
terça-feira, novembro 08, 2005
O Massacre Escondido
O uso destas armas químicas já havia sido denunciado por fontes próximas aos insurgentes. Em resposta às acusações, o Exército dos EUA não negou a utilização de uma destas substâncias, o fósforo branco, porém assegurou que não se trata de uma «arma ilegal» alegando que apenas a usou para iluminar posições inimigas.
A reportagem, intitulada «O massacre escondido», que será transmitida na íntegra esta terça-feira mas cujo conteúdo foi antecipado na véspera, inclui, entre outros documentos, uma entrevista a um soldado norte-americano que combateu em Fallujah e que confirmou o uso destes químicos.
«Ouvi a ordem para estarmos atentos porque tinham acabado de usar o fósforo branco sobre Fallujah. Na gíria militar é conhecida como “Willy Pete”».
«O fósforo queima o corpo, derrete a carne até aos ossos», declarou o soldado ao enviado especial da RAI.
«Vi corpos queimados de mulheres e crianças», acrescentou o militar.
«O fósforo estala e forma uma nuvem que se propaga num raio de 150 metros», precisou.
A reportagem mostra também filmagens e fotografias tiradas no Iraque após os bombardeamentos de Novembro de 2004, e torna público um documento que prova que foi usado no Iraque uma versão do Napalm – a substância empregue nas bombas incendiárias na guerra do Vietname – denominada MK77.
O uso destas armas sobre civis está proibido pelas convenções da ONU de 1980, e o de substâncias químicas por um outro acordo internacional assinado pelos EUA em 1997.Fonte lusa. http://www.rai.it/news/articolornews24/0,9219,4201030,00.html.
segunda-feira, novembro 07, 2005
Para Além do Fim do Mundo
Em 1519, Fernão de Magalhães zarpou de Sevilha com a sua frota de cinco navios e 260 homens, disposto a descobrir uma rota marítima para as Ilhas das Especiarias, por Ocidente.
Fernando de Magalhães tinha um só objectivo: em vez de contornar o continente africano pelo leste, como tinha feito Vasco da Gama, atravessar o Atlântico e chegar às lendárias ilhas cruzando o continente americano. Três anos depois, 10 de Setembro de 1522, apenas um dos navios retornou a Sevilha, tripulado por dezoito marinheiros esquálidos e sem o seu comandante, que entraram para a história como os primeiros homens a conseguir fazer a viagem de circum-navegação do globo.
Em "Para Além do Fim do Mundo", o jornalista e escritor Laurence Bergreen narra, com riqueza de detalhes e inúmeras revelações, a verdadeira história da incrível viagem circum-navegação de Fernão de Magalhães – uma odisseia pontuada por tormentas, motins, violência e luxúria –, cujas transformações repercutem até aos dias de hoje.
Fruto de extensa pesquisa, o livro oferece uma nova visão sobre uma das maiores aventuras da história. Laurence Bergreen descreve a violência usada por Magalhães para conter os motins dos seus marinheiros, assim como as práticas sexuais experimentadas pela tripulação, das orgias no Brasil aos costumes bizarros do Pacífico Sul. Vemos como os marinheiros suportaram fome, doenças e tortura, e como muitos deles sucumbiram – inclusive Magalhães, morto brutalmente numa sangrenta batalha.
Homem de grande tenacidade, astúcia e coragem, o navegador português foi uma personalidade contraditória. Tanto heróico quanto tolo, ao mesmo tempo perspicaz e obtuso, Fernando de Magalhães foi um visionário cujos instintos ultrapassaram seus ideais. Ambicioso a ponto de torturar e matar para manter o controle dos seus navios e marinheiros, ele sobreviveu a inúmeros riscos naturais além dos vários motins violentos na sua frota, e foram preciso nada menos do que mil e quinhentos homens para matá-lo.
Laurence Bergreen nasceu em Nova Iorque, em 4 de Fevereiro de 1950. É autor de "Viagem a Marte: NASA's Search for Life Beyond Earth", e das elogiadas e definitivas biografias de Louis Armstrong, Al Capone e Irving Berlin. Laurence Bergreen é correspondente internacional da revista "Newsweek" e colaborador de jornais, como o "The New York Times" e o "Los Angeles Times". É formado pela Universidade de Harvard e vive em Nova Iorque.
Título:Fernão de Magalhães - Para Além do Fim do Mundo.
Autor:Laurence Bergreen.
Tradução:Inês Castro.
1ª edição Julho 2005.