quinta-feira, outubro 12, 2006

Orhan Pamuk


O prémio Nobel da Literatura 2006 foi atribuído ao escritor turco Orhan Pamuk, anunciou a Academia Sueca. O escritor Orhan Pamuk, é um dos principais nomes da nova literatura turca e a sua obra está traduzida em 34 idiomas em mais de 100 países.
Orhan Pamuk tem uma obra reconhecida a nível europeu, que lhe valeram vários prémios no passado, de entre eles, destacam-se: O Prémio The Independent para ficção estrangeira, em 1990, o Prémio Descoberta Europeia, em 1991, o Prémio Francês da Cultura em 1995, Prémio do Melhor Livro Estrangeiro,França, em 2002, o Prémio Grinzane Cavour, em 2002, o Prémio irlandês IMPAC em 2003, o Prémio da Paz do Comércio Livreiro Alemão, em 2005, o Prémio Médicis, França, para uma obra estrangeira, em 2005 e o Prémio Mediterrâneo - Estrangeiro, França, no corrente ano.
Ferit Orhan Pamuk nasceu a 7 de Junho de 1952, no seio de uma família rica de Istambul e formou-se em Jornalismo pelo Instituto de Jornalismo da Universidade de Istambul em 1976, depois de ter desistido de um curso de arquitectura.
Reside actualmente em Istambul, mas viveu três anos em Nova Iorque, para além de breves estadas na Alemanha.
Aos 23 anos decidiu consagrar a sua vida à literatura. Sete anos mais tarde publicou o seu primeiro romance, em 1982.
Mas, a obra que o daria a conhecer internacionalmente foi “O Livro Negro”, editado em 1990, um dos romances mais lidos da Turquia. Escreveu também “O Meu Nome é Vermelho” e “Neve”.
A sua última obra é um livro sobre a sua cidade natal, com um registo autobiográfico.
O comité Nobel anunciou que decidiu recompensar um escritor que “em busca da alma melancólica da sua terra natal encontrou novas imagens espirituais para o combate e para o cruzamento de culturas”, indica o comunicado que fundamenta a escolha.
Criticado pelos nacionalistas pela sua defesa das causas arménia e curda, Pamuk é autor de uma obra que descreve as divisões da sociedade turca entre ocidente e oriente.
“Um milhão de arménios e 30 mil curdos foram mortos aqui, mas ninguém para além de mim ousa dizê-lo”, afirmou em Fevereiro de 2005 em declarações a uma revista suíça.
Foi acusado de “insulto deliberado à nação turca”, um crime punido com pena de seis meses a três anos de prisão. Mas, a acusação acabou por ser abandonada no início deste ano, numa altura em que o Governo turco tentava não denegrir a sua imagem tendo em vista as negociações para adesão à União Europeia.
Descrito como alto, grisalho, desengonçado, nervoso e habituado a falar depressa, Pamuk foi o primeiro escritor do mundo muçulmano a condenar abertamente o fatwa de 1989 contra o escritor Salman Rushdie e também defendeu o seu colega turco Yasar Kemal quando este foi chamado aos tribunais em 1995.
Pai de uma menina adolescente, Ruya de seu nome, Pamuk é divorciado desde 2001 de Aylin Turegen, com quem se tinha casado em 1982. Apesar da controvérsia que suscita, o escritor evita aparecer em público e prefere a desordem do seu escritório aos ecrãs da televisão.
Este prémio tem o valor de 10 milhões de coroas suecas (cerca de 1,1 milhões de euros) e será entregue a 10 de Dezembro.
O escritor turco, tem dois livros publicados em Portugal, pela Editorial Presença: “Os Jardins da Memória”, editado em Junho de 2004 e “A Cidadela Branca”, editado em Maio de 2000, ambos com uma tiragem de três mil exemplares.
Lista dos vencedores nos últimos quinze anos:
2005: Harold Pinter (Inglaterra)
2004: Elfriede Jelinek (Áustria)
2003: John Maxwell Coetzee (África do Sul)
2002: Imre Kertész (Hungria)
2001: VS Naipaul (Grã-Bretanha/Índia)
2000: Gao Xingjian (França/China)
1999: Günter Grass (Alemanha)
1998: José Saramago (Portugal)
1997: Dario Fo (Itália)
1996: Wislawa Szymborska (Polónia)
1995: Seamus Heaney (Irlanda)
1994: Kenzaburo Oe (Japão)
1993: Toni Morrison (Estados Unidos)
1992: Derek Walcott (Santa Lúcia)
1991: Nadine Gordimer (África do Sul)
1990: Octavio Paz (México)

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