quinta-feira, abril 23, 2009

Portugueses Justificam Falta de Leitura com Preços


Portugal é o segundo país da Europa onde se lê menos livros. Cerca de 63 por cento dos adultos afirmam que no último mês não pegaram num livro. Editores e livreiros admitem que os livros são caros, mas culpam o baixo número de leitores.
Os últimos dados do Eurobarómetro, referentes a 2007, indicam que 49 por cento dos portugueses não leram um livro no ano anterior, numa percentagem só ultrapassada por Malta.
O Dia Mundial do Livro e dos Direitos de Autor foi este ano pretexto para a Marktest saber como é que os portugueses se relacionam com a leitura.
O estudo mostra que 63 por cento dos adultos não leram um livro no último mês e que as mulheres lêem mais do que os homens, talvez por isso, e ainda segundo o estudo, os romances são as obras preferidas de um terço dos leitores.
«O Equador», de Miguel Sousa Tavares, é o título mais referido como a leitura mais recente. As referências dispersam-se por muitos títulos diferentes, mas os mais citados são «A Bíblia», «A Viagem do Elefante» de José Saramago, «As Palavras que Nunca te Direi» de Nicholas Sparks ou «Maddie: A Verdade da Mentira» de Gonçalo Amaral.
Outro estudo do Plano Nacional de Leitura, publicado em 2007, chegou a conclusões semelhantes sobre os hábitos de leitura dos portugueses.
Cerca de 52% dos portugueses admite não ter lido um único livro no ano anterior e o preço era uma das principais justificações para mais de metade dos leitores.
O presidente da Associação Portuguesa de Editores e Livreiros - APEL, Rui Beja, admite que os livros são caros comparando com outros países, mas culpa o pequeno número de leitores.
O representante dos editores explica que «as tiragens reflectem-se num mercado que é restrito e isso faz com os livros não possam ter um preço tão baixo como nos mercados de grande dimensão com níveis de literacia e hábitos de leitura bastante superiores aos que temos em Portugal».
Isabel Alçada, Comissária do Plano Nacional de Leitura, partilha da mesma opinião e dá o exemplo dos países do Norte da Europa, onde uma população com maior formação escolar aumenta o número de leitores, diminuindo o preço dos livros.(TSF).

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