terça-feira, maio 31, 2005

Não Tenho Memória Curta


O Presidente da República, Jorge Sampaio, fez hoje um apelo ao "espírito patriótico" das associações sindicais e patronais para que convirjam na busca de uma solução para a "grave situação" das contas públicas.
Em carta enviada ao Conselho Permanente de Concertação Social - que terça-feira se reúne com o Governo - Jorge Sampaio defende que a busca de uma solução para combater o défice "deve motivar" também "o conjunto dos agentes económicos e sociais" representados naquele órgão.
"Faço um apelo ao espírito patriótico e ao sentido de responsabilidade das associações sindicais e patronais e, por seu intermédio, aos trabalhadores e aos empresários portugueses", escreve Jorge Sampaio, salientando que as "condições de resposta à crise orçamental e às suas causas mais profundas" serão "tanto melhores quanto mais forte for a capacidade de concertação entre o Governo e os associações representativas dos interesses económicos e sociais".


Há um ano atrás, a oposição socialista atacava todos os dias Durão Barroso e Manuela Ferreira Leite por causa do discurso da tanga.

Há um ano atrás, a oposição socialista atacava todos os dias Durão Barroso e Manuela Ferreira Leite pela "obsessão pelo déficit".

Há um atrás, no tempo de Durão Barroso e Manuela Ferreira Leite, o Presidente da República dizia que "há vida para além do Déficit".

Eu estava de acordo com as posições da Oposição e do Presidente da República...

Grazie Trap


Giovanni Trapattoni confirmou hoje que vai abandonar o comando técnico do Benfica, deixando a Luz depois de uma época marcada pela conquista do 31º título nacional de futebol do Benfica.

Arriverdeci!

segunda-feira, maio 30, 2005

E Agora?


Os franceses rejeitaram Domingo o Tratado Constitucional europeu submetido a referendo, tendo o «não» obtido 54,87% dos votos, contra os 45,13% conseguidos pelo «sim».
Era o resultado mais temido para os defensores da Constituição Europeia, que precisa da ratificação de todos os Estados-membros para ser aprovada.
O «não» de cerca de 55% dos franceses no referendo deste domingo abre assim as portas a uma crise na União Europeia.
Segundo os mais pessimistas, esta vitória folgada do «não» poderá precipitar a União Europeia a 25 numa das maiores crises de sempre.

30 de Maio de 1961


Final da Taça dos Clubes Campeões Europeus de 1960/61

SL Benfica 3-2 CF Barcelona

Estádio Wankdorf, Berna

Com o Real Madrid CF eliminado pelo CF Barcelona (como era conhecido durante o tempo do General Franco) ficou o caminho aberto para um segundo clube poder erguer a Taça dos Clubes Campeões Europeus, na sua sexta temporada de existência.
O Benfica também era estreante neste nível da competição.
Nessa noite, os golos do Barcelona foram marcados por dois exilados húngaros - Sándor Kocsis e Zoltán Czibor - mas foi outro húngaro, o treinador do benfica, Béla Guttmann, quem acabou por sair vitorioso. Os golos de Kocsis, aos 20 minutos, e de Czibor, aos 75 minutos, abriram e fecharam a contagem, mas os golos de José Águas (aos 30 minutos), Mário Coluna (aos 55) e de Antonio Ramallets, guarda-redes do Barça, na própria baliza, aos 32 minutos, valeram a primeira vitória do Benfica numa Taça dos Campeões Europeus.

domingo, maio 29, 2005

Taça de Portugal (I)


O Benfica e o Vitória de Setúbal discutem hoje a conquista da Taça de Portugal, título na posse dos encarnados, num jogo com raízes históricas. O emblema da águia conquistou 24 vezes o troféu, duas delas frente aos sadinos, enquanto a formação do Sado festejou duas vezes, uma delas perante o Benfica.
Hoje o Benfica procura a sua 10ª "dobradinha" e Giovanni Trapattoni pode entrar para a história do Benfica, como o oitavo treinador a conseguir juntar a Taça de Portugal ao Campeonato.
Eis a listas das "dobradinhas" do Benfica:

Época Final resultado Treinador
1942/43 Benfica-Setúbal 5-1 Janos Biri
1954/55 Benfica-Sporting 2-1 Otto Glória
1956/57 Benfica-Covilhã 3-1 Otto Glória
1963/64 Benfica- FC Porto 6-2 Lajos Czeisler
1968/69 Benfica-Académica 2-1 Otto Glória
1971/72 Benfica-Sporting 3-2 Jimmy Hagan
1980/81 Benfica-FC Porto 3-1 Lajos Batoti
1982/83 Benfica-FC Porto 1-0 Eriksson
1986/87 Benfica-Sporting 2-1 John Mortimore

Referendo


Cerca de 42 milhões de eleitores decidem hoje em referendo a ratificação ou não da França ao Tratado Constitucional europeu, culminando várias semanas de discussões intensas acompanhadas com expectativa pelos restantes países europeus.
Nos boletins, terá de ser colocada uma cruz no sim ou no não à pergunta «Aprova o projecto de lei que autoriza a ratificação do tratado que estabelece uma Constituição para a Europa?».
Nos três inquéritos realizados entre quinta e sexta-feira, o «não» era maioritário, variando entre 51 e 56%.
Apesar de nove países já terem ratificado definitivamente o documento (Lituânia, Hungria, Eslovénia, Itália, Grécia, Eslováquia, Espanha, Áustria e Alemanha), esta será a segunda vez que os eleitores são consultados, depois dos espanhóis, que aprovaram o texto.
Contudo, o referendo em França poderá também tornar-se na primeira rejeição da Constituição Europeia, caso se confirme a tendência indicada pelas sondagens divulgadas durante a última semana.

sábado, maio 28, 2005

A conquista do Monte Evereste


A fracassada tentativa suíça de alcançar o topo do Evereste, em 1952 deu aos britânicos o tempo necessário para organizarem uma expedição melhor preparada. O treino incluiu uma experiência no Cho Oyu -a sexta mais alta montanha do mundo, com 8.201 metros de altitude – em 1952, liderada por Eric Shipton. Mesmo não tendo chegado ao cume do Cho Oyu, a expedição obteve um grande avanço na utilização correcta do oxigénio e das roupas. Embora Eric Shipton já tivesse liderado diversas expedições e contasse com o apoio popular, alguns membros do Clube Alpino achavam não ser a pessoa mais indicada para comandar um empreendimento de tal magnitude, a 10ª Expedição Britânica ao Evereste, sobre a qual recaíam tantas esperanças e muita pressão política. Afinal, esta poderia ser a grande oportunidade de alguém ser o primeiro a escalar a mais alta montanha do planeta. Um acordo diplomático entre os envolvidos dividiu o poder, permitindo a Eric Shipton ficar mais concentrado na escalada, deixando o comando com John Hunt, um oficial do exército, que daria ao evento um padrão militar. Estranhamente, a maioria dos membros do Clube Alpino nunca se haviam encontrado com John Hunt e ele próprio já tinha sido preterido na expedição de 1935 por problemas de saúde. Ficou decidido que a expedição utilizaria todos os recursos ao seu alcance para atingir o objectivo, inclusive o uso de oxigénio, enquanto os alpinistas estivessem dormindo em altitudes mais elevadas. Para o Império Britânico, chegar ao topo do mundo era uma questão de honra. Para cobrir o evento, o diário Times enviou o jornalista James Morris, como membro da expedição, juntamente com o operador de câmara Tom Stobart. Munidos dos mais modernos equipamentos de alpinismo disponíveis na época, a primeira parte da expedição partiu de Kathmandu, naquela primavera, em grande estilo.
Composta por 350 carregadores sherpas, causava espanto aos nativos aquela fileira de homens trilhando uma estrada para o Evereste. Como a prata era a única forma de pagamento aceita pelos sherpas em 1953, uma grande quantidade de moedas foi cunhada especificamente para este fim. A caravana passou por Nanche Bazar e, após um pequeno período de descanso em Tengpoche, chegou em Gorak Shep, ao pé do Kala Patar, onde foi montado o Acampamento-base. A seguir estabeleceram um novo acampamento na geleira Khumbu, a meio caminho da Cascata de Gelo. Ao todo, foram criados nove acampamentos de altitude. Eram treze montanhistas escolhidos a dedo, entre os quais o veterano Tenzing Norgay, um alpinista sherpa altamente qualificado, e Edmund Hillary – que ganhara a confiança de Eric Shipton no ano anterior. A equipa ficou duas semanas fazendo pequenas escaladas no vale Khumbu como parte do programa de aclimatização antes de cruzar a Cascata de Gelo.
Enquanto forjavam uma rota através destes obstáculos monstruosos, Edmund Hillary e Tenzing Norgay começaram-se a identificar, a ponto de passarem a andar sempre juntos, tendo o veterano Tenzing demonstrado poder acompanhar o jovem, ambicioso e competitivo Hillary. Então, depois de treze dias de esforços contínuos na encosta do Evereste, eles chegaram ao Colo Sul escalando pelo flanco do Lhotse, a rota aberta pelos suíços no ano anterior, onde estabeleceram o acampamento VIII. Foi a partir dali que os ingleses, não esquecer que era uma expedição britânica, Harles Evans e Tom Bourdillon fizeram a primeira tentativa de alcançar o cume, embora ainda estivessem longe demais para um retorno seguro, caso obtivessem sucesso. No entanto, as ordens emitidas por John Hunt não deixavam dúvidas: era para continuarem a qualquer custo. Afinal, era para isto que um militar estava no comando. Mas, com as péssimas condições climatéricas e problemas com o oxigénio, foram obrigados a ficar no Cume Sul, menos de 100 metros abaixo do topo. Mesmo assim, e caso ainda tivessem oxigénio, calcularam ser necessário mais três horas de escalada.
O segundo assalto foi melhor planeado. Montou-se o acampamento IX, a 8.500 metros, bem mais acima do anterior, e Edmund Hillary e Tenzing Norgay passaram a noite descansando, bebendo grandes quantidades de chá de limão quente e tentando comer alguma coisa.
No dia 29 de Maio de 1953, às 6h30min da manhã, eles saíram de suas barracas, quase cobertas de neve, respirando oxigénio suplementar, e iniciaram a jornada que os colocaria na história. Era a sétima tentativa de Tenzing Norgay e a segunda de Edmund Hillary.
Às nove chegaram ao Cume Sul, ao pé da dramática crista estreita que levava ao cume principal, a partir de onde encontraram melhores condições climáticas. Uma hora mais tarde estavam diante de uma barreira com 13 metros, um escalão de rocha lisa e quase sem pontos de apoio, agora conhecido como Passo de Hillary. - Era uma barreira cuja superação ia muito além de nossas frágeis forças – reconheceu o neozelandês, mais tarde. Tenzing ficou abaixo e foi largando a corda, nervoso, enquanto Hillary, enfiando-se em uma estreita greta entre o paredão de rocha lisa e uma rebarba de neve em sua beirada, começou a agonizante subida. A lenta e penosa escalada foi sendo vencida, na base de muito esforço físico e exposição ao perigo. Edmund Hillary conseguiu finalmente alcançar o alto da rocha e arrastar-se para fora da fenda, até uma larga saliência. Por alguns momentos ele ficou ali, parado, deitado, recuperando o fôlego. Enquanto o oxigénio artificial corria por sua veias, ele sentiu, pela primeira vez, que sua gigantesca determinação o levaria ao topo.

Com as batidas do coração voltando ao normal – normal para aquelas circunstâncias! - Ele firmou-se na plataforma e fez sinal para Tenzing subir. Edmund Hillary puxou firme a corda e o sherpa foi subindo, contorcendo-se greta acima, até finalmente chegar à saliência onde o neozelandês estava.
- Exausto, desabando como um peixe gigantesco que acabou de ser içado do mar após uma luta terrível, chegou Tenzing – contou Hillary. O cume, a apenas uma pequena distância, os observava, impassível, sentindo que em breve seria derrotado por aqueles dois minúsculos seres que ousavam pisar onde ninguém jamais conseguira colocar os pés. Edmund Hillary e Tenzing Norgay deram a volta por trás de outra saliência de rocha e viram que a crista adiante descia, podiam ver o Tibete. Eram os primeiros humanos a verem o Tibete daquele local. Eles desviaram a atenção do planalto tibetano e correram os olhos para cima, onde havia um cone redondo de neve.
Após algumas estocadas da piqueta, depois de uns poucos passos cautelosos, Tenzing Norgay e Edmund Hillary estavam no cume do monte Evereste; haviam acabado de conquistar o Terceiro Pólo. Eram 11h30min do dia 29 de Maio de 1953, pelo calendário gregoriano.
Hillary olhou para Tenzing e, apesar dos óculos de protecção e da máscara de oxigénio estarem cobertos de gelo, escondendo-lhe a face, pôde notar um grande sorriso de puro prazer com o qual o sherpa admirava o mundo ao redor. “Estamos no lugar certo e na hora certa”, pensou Hillary. Eles sacudiram as mãos para se livrarem do gelo das suas luvas e então Tenzing abraçou o neozelandês longamente, até ficarem quase sem respiração. Estavam no topo do mundo, no ponto mais elevado da Morada dos Deuses, na ponta do mais alto obelisco dos terráqueos. Muito longe, milhares de metros abaixo, as cores do alto planalto tibetano, como uma miragem naquele mundo branco coberto de gelo e neve. Enquanto Tenzing Norgay preparava uma pequena oferenda para a deusa Chomolungma, Edmundo Hillary olhou em direcção à Crista Norte e lembrou-se de Mallory e Irvine. Instintivamente tentou descobrir um sinal, um objecto, qualquer evidência da passagem dos dois pioneiros. Após alguns biscoitos e um pequeno gole de chá, iniciaram uma terrível descida. O oxigénio estava no fim, era preciso pressa. Chegaram ao acampamento no Colo Sul ao cair da noite. Quando Hillary avistou George Lowe, vindo ao seu encontro com uma garrafa térmica de sopa quente e um novo cilindro de oxigénio, disse, aos berros:
- Bem, George, liquidamos este bastardo! - Embora não tenham sido exactamente estas as palavras publicadas na imprensa na época.
James Morris, o correspondente do Times, desceu ao Acampamento – base e enviou um sherpa até Nanche Bazar com uma mensagem em código. Enviada por rádio para o embaixador britânico em Kathmandu e retransmitida para Londres, a notícia foi publicada na primeira página do jornal na manhã de 2 de Junho, dia da coroação da rainha Isabel II.

Nota: Todos os post's abaixo publicados e este, foram retirados de vários locais na Internet, principalmente em portais brasileiros.

Sir Edmund Hillary


O apicultor neozelandês Edmund Hillary era apenas um praticante de alpinismo, mas viu-se catapultado repentinamente para a glória quando, se tornou o primeiro homem a chegar ao topo do Evereste, ao lado do sherpa nepalês Tenzing Norgay.
Hillary continuou sendo um homem simples, quase chateado com sua fama mundial, como prova o facto de que as únicas imagens da façanha são as fotos que mostram o seu companheiro de aventura no cume da maior montanha do mundo, de 8.848 metros. “Senti satisfação, mas não de forma exaltada, quando cheguei ao topo do mundo”, disse ele. Hillary declarou diversas vezes que a sua acção em favor dos povos e da conservação dos Himalaias lhe pareciam mais importantes do que a recordação das suas façanhas pessoais.
Segundo filho de Gertrude e Percy Hillary, Edmund nasceu no dia 20 de Julho de 1919 em Auckland. Ele define-se como um “jovem pobre do campo”, que começou a praticar o montanhismo aos 12 anos, nos picos e glaciares da Nova Zelândia. Durante a Segunda Guerra Mundial esteve na Força aérea, e em 1946 começou a dedicar-se à criação de abelhas com o seu irmão. Porém, outros caminhos o aguardavam. Seu tipo físico – 1,90 metro e capacidade pulmonar de 7 litros, contra 5 litros dos seres humanos comuns -permitiu que se alistasse em 1951 na primeira expedição neozelandesa aos Himalaias. Depois, foi seleccionado como integrante de uma equipe de reconhecimento do Evereste, liderada pelo coronel britânico John Hunt. No dia 29 de Maio de 1953, pela manhã, a expedição estava no acampamento IX, a 8500 metros de altitude. Hillary e Tenzing Norgay iniciaram então a conquista do último trecho, equipados com tubos de oxigénio. Às 11h30 alcançaram o topo do mundo e entraram para a história.
Fama não deslumbrou Hillary
Outro integrante da expedição, George Lowe, relatou o retorno de Hillary ao campo IX. “Ed tirou a máscara e saudou-nos com um sorriso expressivo. Sentou-se no gelo e disse, com a simplicidade que o caracteriza: Pronto, liquidamos o bastardo”.
A fama chegou de modo imediato. A rainha da Inglaterra, concedeu-lhe um título de “Sir”, no ano da sua coroação. No entanto, Hillary manteve a sua humildade. “Não fizemos mais do que subir uma montanha”. “A vista não tinha nada de grandiosa. Tudo era chato e monótono”, são algumas de suas frases.
Hillary voltou para a Nova Zelândia e casou-se com Louise Rose, com quem teve três filhos: Peter, Sarah e Belinda. Participou em diversas expedições, incluindo o Pólo Sul, mas consagrou-se sobretudo a ajudar o povo sherpa, pelo qual possui um grande afecto.
Em Abril de 1975, a sua esposa e a sua filha Belinda faleceram num acidente de avião no Nepal, onde participariam num dos seus projectos. Em 1989, aos 70 anos, casou com June Mulgrew, viúva de um alpinista neozelandês.

Tenzing Norgay


O nascimento de Tenzing Norgay talvez tenha sido humilde mas estava imbuído de bons presságios. Os pais viviam numa aldeia de alta montanha, Thame de seu nome, no Nepal, mas à data do seu nascimento, corria o ano de 1914, os seus pais estavam em peregrinação a um lugar sagrado, chamado Ghang Lha no leste Nepal.O pequeno Namgyal, foi este o nome que os pais lhe deram, Namgyal Wangdi, acabou por nascer neste lugar sagrado para os budistas. Mais tarde um Lama mudou-lhe o nome para Tenzing Norgay (Norgay quer dizer afortunado) e o jovem Tenzing sempre pensou que tinha sido bafejado pela sorte e tinha uma Graça especial. O seu destino estava traçado desde de muito novo, ser guardador de iaques na alta montanha, no sopé do Monte Evereste. Tenzing Norgay, acreditava quando era criança que nessa montanha viviam os deuses e observava-a fascinado, enquanto cuidava dos iaques de seu pai. “Não sei por quê, mas desde criança sentia que precisava de chegar ao cume dessa montanha”, comentou em 1953, poucas semanas depois de sua façanha. Por volta dos treze anos, fez uma viagem secreta, sem autorização dos pais, a Kathmandu, a capital do Nepal, no regresso decidiu que teria fazer tudo para poder chegar ao cimo do monte Evereste. Assim, cinco anos mais tarde, outra vez sem a permissão dos pais, mudou-se para Darjeeling na Índia, com a esperança de se juntar a uma Expedição Britânica ao Monte Evereste que se estava a organizar aí. Por um golpe de sorte, Tenzing entra na equipa de Eric Shipton´s, na Expedição Britânica ao Evereste de 1935. Tinha 19 anos e era recém-casado, com Dawa Phuti, uma rapariga Sherpa que vivia em Darjeeling. A sua performance foi tão boa que firmou uma reputação lendária de tenacidade, que fez com que não tivesse mais dificuldades em ser contratado nas expedições seguintes, nomeadamente as expedições de 1936 e 1938.Com a chegada da Segunda Guerra Mundial, as grandes expedições ao Evereste ficaram paradas, mas Tenzing não deixou de escalar. Apesar do seu nome estar ligado ao Evereste, também participou em expedições ao, Nanda Devi, na Índia, Tirich Mir e Nanga Parbat no Paquistão, Chomo-Langma no Nepal, e Garwhal, na Índia, sendo estes dois últimos escalados pela primeira vez, por Tenzing Norgay e companheiros de escalada. Entretanto a sua primeira mulher, Dawa Phuti morreu em 1944, e Tenzing volta a casar um ano mais tarde, com Ang Lhamu, outra Sherpa. Em 1947 acompanhou Earl Denman, quando este tentou a subida solitária ao topo do Evereste. No ano seguinte, acompanhou o famoso tibetologista Giuseppe Tucci, numas escavações arqueológicas no Tibete, e contra tudo o que se podia pensar, foi uma das poucas pessoas que teve a possibilidade de privar com o excêntrico e irascível Professor. Mas o seu objectivo de sempre era o cume do Monte Evereste. Num mundo em mudança com a chegada ao fim da Segunda Guerra Mundial, o Nepal abriu as suas fronteiras aos estrangeiros ao mesmo tempo que os chineses invadiram e ocuparam o Tibete, fechando a rota Norte. Outros países interessaram-se por ser os primeiros a por os seus homens no cume do Monte Evereste, o monopólio das Expedições Britânicas nas tentativas de conquistar o Evereste estavam a chegar ao fim. Em 1952 Tenzing Norgay foi convidado a juntar-se à expedição Suiça, não como carregador Sherpa mas como companheiro de escalada, nas duas tentativas protagonizadas para alcançar o cume. Foi na primeira destas duas tentativas que Tenzing Norgay chegou a mais de 8600 metros – um recorde até então – com o companheiro de escalada Raymond Lambert. A segunda tentativa, no Inverno, falhou devido ás más condições atmosféricas. Durante um período aproximado de vinte anos, Tenzing Norgay fez parte de todas as expedições que tentavam por um homem no topo do Monte Evereste. Nesta época, apesar dos companheiros Sherpas, fazerem as escaladas por dinheiro, era uma questão de sobrevivência, Tenzing Norgay queria desesperadamente chegar ao cume do Monte Evereste. Tinha devotado uma boa parte da sua vida a este objectivo. “ Pelo meu coração” disse uma vez “ tinha que ir... o pulsar do Evereste era mais forte do que qualquer outra força da Terra”
Se houvesse alguém que merecia ser o primeiro a pisar o cume do Monte Evereste, esse alguém era indiscutivelmente Tenzing Norgay. Os britânicos sentiam que a expedição de 1953, seria a última chance de serem os primeiros a chegarem ao topo do Evereste e planearam a expedição como tal. Em 1953, Tenzing, realizava a sua sétima tentativa de conquistar o “tecto do mundo”. “Ninguém fez mais tentativas de escalar o Evereste do que eu” comentava. “Pequeno e concentrado”, como costumava-se definir, Norgay demonstrava força, resistência e uma agilidade que lhe valeram o apelido de “Tigre das neves”.
Ao chegar ao topo do Evereste no dia 29 de Maio de 1953, Tenzing Norgay, budista fervoroso, ergueu um pequeno altar, a Sagarmatha, (nome em nepalês do Monte Evereste, e que quer dizer, a deusa mãe da Terra) onde deixou chocolate, uma lapiseira, que tinha recebido de presente da sua filha, além de outras oferendas. “Nunca estive ante semelhante vista e nunca voltarei a estar: selvagem, maravilhosa e terrível. Mas não senti nenhum medo: tinha muito carinho pelo Evereste. Havia esperado por este momento durante toda minha vida. Minha montanha não me pareceu uma coisa morta de rocha e gelo, mas quente, amiga e viva”, contou Norgay. Tenzing Norgay converteu-se rapidamente numa celebridade, distinguido pela coroa britânica e recebido pelo Papa. Recebeu a mais alta condecoração do Nepal a “Nepal Tara”. O governo indiano colocou-o à frente de uma escola de sherpas, Hymalayan Mountaineering Institute, posto que ocupou durante 22 anos e a sua popularidade serviu-lhe para defender a causa do seu povo, identificado desde então com as expedições nos Himalaias. Depois do Evereste, Norgay lançou-se noutras aventuras. Em 1963, escalou o monte Elbruz (5.642 metros) no Cáucaso, junto com sete montanhistas soviéticos. Também organizou expedições no Nepal para clientes endinheirados, mesmo sem deixar de lamentar a mercantilização dos Himalaias. Passou os seus últimos anos junto da sua terceira esposa, Daku de seu nome, a sua segunda mulher Ang Lahamu tinha morrido em 1964, numa aldeia indiana, Darjeeling, entre Nepal e Butão. Morreu no dia 9 de Maio de 1986, aos 72 anos. A procissão formada para seguir o funeral tinha mais de um quilómetro de comprimento. Edmund Hillary, seu companheiro na conquista do Evereste, disse “sentir-se profundamente traumatizado” com o desaparecimento do mais extraordinário montanhistas de todos os tempos.
Um dos seus três filhos, Jamling, seguiu as pisadas do pai e chegou ao cume do Monte Evereste em 1996.

sexta-feira, maio 27, 2005

George Mallory


O corpo do alpinista britânico George Mallory, desaparecido no monte Evereste em 8 de Junho de 1924, foi encontrado a 01 Maio 1999, 600 metros abaixo do cume, pela equipa do norte-americano Eric Simonson.
Em 1921 Charles Bell, diplomata britânico encarregado dos negócios com o Tibete, depois de muita pressão, persuadiu o 13º Dalai Lama a permitir uma primeira expedição de reconhecimento ao Evereste. Organizada em 1921, montada pela Sociedade Geográfica Real, com montanhistas do Clube Alpino, ela foi chefiada por C. K. Howard-Bury. Embora composta por montanhistas experientes, tratava-se de experiência em montanhas europeias, com a metade da altura do Evereste. Muito pouco era conhecido sobre os efeitos da altitude, bem como roupas e equipamentos específicos para o ambiente que iriam enfrentar, sendo muitas das melhores avaliações da época impróprias para os padrões actuais. Os nove membros da expedição não formavam o que se poderia chamar de uma grande equipa e após uma extenuante caminhada de 640 quilómetros, desde Sikkim, na Índia, apenas seis chegaram à base da montanha. Para ajudá-los, os britânicos contrataram alguns sherpas que haviam imigrado do Nepal para a Índia. Mas a principal figura da expedição foi George Mallory. Com seu parceiro de montanhismo, G. H. Bullock, gastou um árduo mês explorando a área que o levaria com menor dificuldade até o sopé da montanha, o misterioso glaciar Rongbuk oriental. Ficou óbvio que o Verão, durante o período das monções, não era a época mais favorável para qualquer coisa que se quisesse fazer nos Himalaias. Mas, apesar disto, e dos precários equipamentos, três sherpas e três alpinistas, incluindo George Mallory, alcançaram o Colo Norte, a 6.700 metros de altitude. O incansável George Mallory continuou bisbilhotando a montanha até chegar ao passo Lho, 6.006 metros, uma falha na cordilheira que permitia passar do Tibete para o Nepal. Dali ele pode fazer uma minuciosa observação do glaciar que cobria o vale entre o Evereste e o Nuptse, acima da Cascata de Gelo, o qual baptizou de Cwm – vale, em galês – Ocidental, além de se tornar o primeiro europeu a ver a Cascata de Gelo e o vale Khumbu, no lado nepalês. Mallory voltou para o acampamento e, depois de trocar muitas informações com os outros alpinistas, concluiu ser a Cascata de Gelo um caminho intransponível. Portanto, o melhor era continuar tentando pelo lado tibetano, através do Colo Norte, localizado entre o Evereste e o Changtse, que ficava bem em frente, e a partir dali escalar pela aresta norte, à esquerda da face norte.
Em 1922, uma nova expedição, liderada pelo general C.G. Bruce, iniciou sua jornada antes das monções e gabava-se de ser formada por um grande equipa de 13 pessoas, inclusive um cineasta, e estar abastecida com alimentação especial: champanhe, caviar e esparguete. Que congelou nos campos mais altos. Eles realmente tinham uma alimentação bem mais adequada, mas as roupas não. Eles usavam chapéu, óculos escuro, machadinhas de gelo e cordas, como se estivessem indo para um passeio num parque inglês no Inverno. Para facilitar a logística da operação, diversos acampamentos intermediários foram estabelecidos. O acampamento IV foi montado no Colo Norte e o acampamento V a uma altitude de 7.600 metros. Embora fosse claro que este campo estava baixo demais para servir como base de um ataque ao cume, a primeira tentativa foi feita por George Mallory, Edward Norton e Howard Somerval. Eles subiram a 8.150 metros, sem oxigénio suplementar, antes de descerem com sintomas de congelamento. A segunda tentativa foi realizada por George Finch e C.G.Bruce. Passaram a noite dormindo com auxílio de oxigénio suplementar, o que os manteve melhor aquecidos e permitiu-lhe um bom sono, embora alguns membros da expedição fossem contra por acharem tal atitude anti desportiva. Partiram pela manhã levando apenas uma garrafa térmica de chá e subiram até 8.323 metros, estabelecendo um novo recorde de altitude. A terceira tentativa terminou prematuramente 200 metros abaixo do Colo Norte, quando uma avalanche colheu nove sherpas, matando sete. O Evereste começava a cobrar seu tributo de quem o ousava desafiar. Mas eles não desistiram, iniciando uma campanha de arrecadação de fundos para voltarem aos Himalaias. Durante um ciclo de palestras pelos Estados Unidos, ilustradas com slides das expedições anteriores, quando um irritante jornalista perguntou porque motivo alguém teria que escalar o Evereste, George Mallory respondeu com o que veio a tornar – se a mais célebre frase da história do montanhismo:
- Porque ele está lá!
Em 1924, montou-se nova expedição. Eles ainda não tinham roupas adequadas, especialmente roupas de baixo. A cada alpinista foi entregue um kit de vestimentas no valor de 100 dólares. Edward Norton, chefe da expedição, era o mais bem equipado. Gabava-se de usar macacão corta-vento, um blusão de couro e um capacete de motociclista. Mas lá estavam eles de novo: George Mallory, Andrew Irvine, Edward Norton, Howard Somerval e mais cinco alpinistas. Violenta tormenta atacou-os, ainda no início da expedição, danificando o equipamento de oxigénio e obrigando-os a voltarem para se abrigarem no mosteiro Rongbuk, onde receberam a bênção do Lama, o que eles, imprudentemente, não haviam feito quando passaram pelo local em direcção ao acampamento-base. O acampamento VI foi estabelecido a 8.170 metros, tendo Edward Norton e Howard Somerval dormido no local. Iniciaram o ataque no dia seguinte, muito cedo, mas Howard Somerval foi vencido por um sério ataque de tosse. A garganta inchada congelou, quase sufocando-o. Edward Norton seguiu sozinho montanha acima, vencendo, passo a passo, a encosta coberta de neve, até chegar aos 8.572 metros – meros 276 metros abaixo do cume –, estabelecendo um novo recorde de escalada sem oxigénio artificial, uma marca fantástica para a época, só superada em 1978.Se Edward Norton tivesse oxigénio, possivelmente teria alcançado o cume. Naquela noite, com Edward Norton exausto e sofrendo de nifablepsia, uma cegueira temporária provocada pela reflexão da luz solar na neve, e Howard Somerval fora de acção, George Mallory escolheu o jovem e inexperiente Andrew Irvine para acompanhá-lo na tentativa do próximo dia, embora Noel Odell estivesse mais bem aclimatado e em melhores condições físicas. Os sherpas acompanharam George Mallory e Andrew Irvine até o acampamento VI, ponto em que desistiram de prosseguir, tais eram as condições adversas do clima. Após um breve descanso, regressaram para informar que apesar do fogareiro ter despenhado montanha abaixo, tudo estava bem, e que os dois europeus prosseguiriam. Na manhã seguinte, 8 de Junho de 1924, o tempo estava terrível, fazendo com que George Mallory e Andrew Irvine deixassem o acampamento avançado muito tarde. Enquanto esperavam para ver se as condições melhoravam, perderam estimáveis minutos, erro que provavelmente lhes tirou a vida. George Leigh Mallory estava com 38 anos, nasceu em 1886. Filho da alta burguesia inglesa, professor, casado e pai de três filhos, era considerado o melhor alpinista britânico da sua época. Dotado de refinada cultura e alto idealismo, possuía também uma apurada sensibilidade romântica. Nos acampamentos no Evereste, ele costumava ler Shakespeare para seus colegas de barraca. Naquela manhã de 1924, enquanto George Mallory e Andrew Irvine subiam, com extrema dificuldade, em direcção ao topo do mundo, Noel Odell escalava do acampamento V ao acampamento VI para estudar a geologia das rochas ao longo do caminho. Às 12h50, numa das suas paradas, as nuvens abriram uma brecha no céu e ele pode ver a silhueta dos dois companheiros subindo em direcção ao cume. Uma forte tempestade de neve formou-se na parte de cima do Evereste e, quando clareou, duas horas mais tarde, deixando visível a crista noroeste, não existia mais sinal dos alpinistas. Os dois nunca mais foram vistos. Teriam atingido o cume antes de morrerem? Seriam George Mallory e Andrew Irvine os primeiros a terem escalado o ponto mais alto do planeta? Eles haviam morrido na subida ou na descida? A verdade é que o desaparecimento deu origens a um sem-fim de conjecturas sobre se eles conseguiram ou não atingir o cume antes de morrerem. Montanhistas de expedições subsequentes, ao observarem o local onde Noel Odell avistou Mallory e Irvine pela última vez, concluíram que, Mallory e Irvine possivelmente não teriam chegado ao cume. Em 1980, durante uma expedição japonesa, um dos carregadores chineses, Wang Hongbao, procurou o chefe da equipa alegando que cinco anos antes, enquanto participava de uma expedição chinesa, havia encontrado, perto de onde estavam, o cadáver de um alpinista britânico com roupas muito antigas, sentado num terraço nevado a 8.100 metros de altitude. Se a informação estivesse correcta, certamente seria o corpo de Mallory ou Irvine. Como eles carregavam máquinas fotográficas, poderia – se ficar a saber se haviam ou não chegado ao cume. Mas o mistério continuou porque no dia seguinte o próprio carregador chinês morreu sob uma gigantesca avalanche que desabou sobre seu acampamento.

Os números impressionantes do tecto do mundo


O Evereste é a montanha mais alta da Terra com 8848 metros de altura – o equivalente à altitude de cruzeiro de um Boeing.
O cume, localizado na cordilheira dos Himalaias, possui 60 milhões de anos e foi identificado como tecto do mundo pelo Procurador-geral da Coroa Britânica na Índia Sir George Everest em 1856. Criou-se então a aura de mistério em torno da montanha.
Enquanto os nativos da região a encaravam como um lugar sagrado e, portanto, evitavam aventurar-se nas suas encostas, os ocidentais olhavam-no como mais um ponto a ser conquistado. O primeiro homem a explorar o monte, cujo nome nativo é Sagarmatha (a deusa mãe da Terra), foi John Noel. No início da década de 20, ele fotografou os Himalaias com predilecção por imagens do Evereste.
Em 1921, um diplomata britânico conseguiu persuadir o 13º Dalai Lama a permitir uma primeira expedição de reconhecimento do Evereste. A equipa estava mal preparada, pois só havia treinado em montanhas europeias com no máximo metade do tamanho de Sagarmatha.
Dos nove alpinistas apenas seis chegaram à base da montanha. Entre eles estava George Mallory, o homem que pode ter sido o primeiro a chegar ao topo do Evereste. Fascinado pelo desafio de chegar ao tecto do mundo, Mallory não desistiu e tentou chegar ao topo da montanha por mais três vezes.
Acabou morrendo na sua última escalada, em Junho de 1924.
Não se sabe consegui chegar ao topo ou não, mas sem provas não há façanha e a conquista do Evereste só foi reconhecida no dia 29 de Maio de 1953, quando o neozelandês Edmund Hillary e o sherpa nepalês Tenzing Norgay chegaram ao topo.
Desde essa data, cerca de 1200 pessoas realizaram o feito e 175 morreram tentando atingir o pico do Evereste.
Outros números:
Em 1973, Sambu Tamang, do Nepal, chegou ao topo aos 16 anos tornando-se a pessoa mais jovem a subir o Evereste.
Em 1975, a primeira mulher chegou ao topo do monte Evereste. Tratava-se da japonesa Junko Tabei.
Em 1978, o italiano Reinhold Messner e o austríaco Peter Habeler são os primeiros a subir o Evereste sem utilizarem oxigénio artificial.
Em 1995 a alpinista inglesa Alison Hargreaves torna-se a primeira mulher a escalar os 8.848 metros do Evereste sem usar oxigénio artificial.
A pessoa mais velha a escalar o Evereste foi Yuichiro Miura, de 70 anos. Chegou ao topo no dia 22 de Maio de 2003.
Em coordenadas geográficas, o Monte Evereste está a 27° 59’ Norte de latitude e 86° 56’ Leste de longitude.

João Garcia


João José Silva Abranches Garcia nasceu no dia 11 de Junho de 1967 na cidade de Lisboa. Iniciou-se na escalada em rocha na Serra da Estrela, quando tinha 16 anos, através de um contacto com o Clube de Montanhismo da Guarda. Passou à escalada em neve e gelo em 1983, nos Alpes, e, dez anos mais tarde, integrou uma expedição internacional ao monte Cho – Oyo (8201 metros), no Tibete. Chegou ao topo sem recorrer a oxigénio e, no ano seguinte, decidiu repetir o feito numa outra expedição internacional, desta feita ao monte Dhaulagiri (8167 metros), no Nepal. Tornou-se, por isso, no primeiro português a escalar duas montanhas com mais de oito mil metros de altitude sem oxigénio artificial. Em 1997 tentou, pela primeira vez, escalar o monte Evereste (8848 metros) – pisado pela primeira vez em 29 de Maio de 1953, pelo neo-zelandês Sir Edmund Hillary e pelo nepalês Tenzing Norgay- mas o mau tempo impediu-o de chegar ao topo. No ano seguinte voltou a tentar, mas apenas conseguiu chegar aos 8200 metros e, mesmo assim, ficou com geluras (queimaduras provocadas pelo frio) no nariz. Em 1999, juntamente com o belga Pascal Debrouwer, João Garcia voltou a tentar chegar ao topo do Evereste e, desta vez, conseguiu atingi-lo e sem a ajuda de oxigénio. Pascal Debrouwer, no entanto, caiu numa ravina durante a descida e morreu. João Garcia teve de ser internado num hospital de Saragoça, em Espanha, especializado em queimaduras de segundo e terceiro grau, onde lhe amputaram alguns dedos de uma mão. Este feito colocou João Garcia na galeria de alpinistas que subiram ao monte mais alto do mundo e que é composta por oito centenas de pessoas, fazendo com que o seu nome figurasse entre as seis dezenas de escaladores que lá chegaram sem oxigénio. Destes 60, metade morreu.
João Garcia já subiu várias vezes o Monte Branco, nos Alpes. Escala frequentemente em Yosemite, no Alasca, nos Andes e no Atlas. Entre os montes mais importantes que já escalou, para além das três montanhas já referidas com mais de oito mil metros, estão o Shishapangma, face sul, (7500 metros), nos Himalaias, em 1993, o Nanga Parbat (7600 metros), também nos Himalaias, em 1996, o Aconcágua (6959 metros), nos Andes, em 1996, e o Ama Dablam (6856 metros), igualmente nos Himalaias, em 1997, em 2001 o Gasherbrum II, Em 2002 o Pumori (7120 metros), em 2003 o Vinson, na Antártica, Mimlung Himal (7167 metros), em 2004 o Gasherbrum I (8064 metros), o Aconcagua e o Amadablam (6954 metros), em 2005 o Lothse (8516 metros).

A sedução pelas montanhas, que conheceu desde muito novo com o pai, que é piloto de aviação, fez com que fizesse do alpinismo o seu modo de vida. Foi militar ao serviço da Nato, tendo passado duas comissões nos Alpes, o que lhe valeu alguma experiência em matéria de alpinismo. Desde 1998, é guia de alta montanha da agência «Montagnes du Monde», com sede na Bélgica e escritório em Kathmandu, a capital do Nepal.
Depois de ter conseguido chegar ao topo do Evereste, a Secretaria de Estado do Desporto portuguesa decidiu atribuir-lhe uma Medalha de Mérito Desportivo e um apoio financeiro idêntico ao que recebem os campeões do mundo noutras modalidades, a Câmara Municipal de Lisboa homenageou-o no dia 18 de Janeiro de 2000. É sócio Honorário do Clube de Montanhismo da Guarda e tem a Carta de Montanheiro honorífica por parte da Federação Portuguesa de Campismo – Escola Nacional de Montanhismo. Recebeu o prémio “Fair-Play” referente ao ano de 1999, atribuído por deliberação da Comissão Executiva do Comité Olímpico de Portugal e o galardão de desportista do ano de 1999 da Confederação dos Desportos.

A Mais Alta Solidão


«A montanha só está escalada quando chegamos ao cume, mas o importante é regressarmos bem.» O alpinista João Garcia arruma numa frase a persistência, a coragem e outros tantos atributos que pela primeira vez levaram a bandeira de Portugal ao «tecto do mundo». A amputação do nariz, de parte dos dedos das mãos e a perda do companheiro Pascal Debrouwer é a prova de que a expedição não correu bem. A resposta ao desafio de escalar o Evereste, foi dada no livro que João Garcia, alpinista profissional, escreveu, “A mais alta solidão”, e essencialmente para contar a subida e a descida atribulada que custou a vida ao companheiro de expedição, Pascal Debrouwer. O monte Evereste, nos Himalaias, a 8.848 metros de altitude e uma temperatura de 40º negativos. Gorada a tentativa de 1997, por razões logísticas, João Garcia conheceu Pascal, um alpinista belga responsável pela empresa «Montagnes du Monde», que organizava expedições aos locais mais altos do globo. Ambos formaram uma parceria e delinearam as duas expedições ao monte Evereste em 98 e 99, a 8.848 metros de altitude e a uma temperatura de 40º negativos. Os dois alpinistas profissionais moviam-se por um sentimento comum. A vontade em ultrapassar o clima inóspito e instável dos montes Himalaias levou-os a traçar o plano para atingirem o pico do monte Evereste, pela face Norte. Recusaram levar oxigénio artificial, querendo fazer tudo da forma mais ética e correcta, o que segundo João Garcia «torna tudo mais difícil, mas com muito mais valor». Uma prática restringida a uma elite mundial: 7% dos destemidos que subiram ao Evereste fizeram-no neste estilo. Era uma questão de terminar algo que se encontrava incompleto numa vida dedicada à escalada.
A preparação para uma tarefa tão árdua vem de há muito tempo. «Não comecei ontem, comecei há 17 anos, durante os quais já tinha realizado sete expedições a cumes de mais de 8.000 metros. O medo existe mas vamo-nos habituando a pouco e pouco. Ganha-se a endurance e a resistência capazes de enfrentar este tipo de dificuldades», confessa João Garcia, um desportista que praticou triatlo de competição, treinava quatro horas por dia, correu duas maratonas e acima de tudo andava muito montanha, onde por vezes permanecia durante oito horas. A expedição saíu a 4 de Abril de Kathmandu, a capital do Nepal, a 1.600 metros de altitude. Depois, mais à frente, era preciso aclimatizar. Ou seja, fazer uma adaptação progressiva à altitude, através de movimentos ascendentes e descendentes no percurso para o cume. Até ao dia do «assalto final». O homem não foi feito para viver a esta altitude, mas «para nós há um certo fascínio. A muita gente faria medo estar lá em cima a algumas horas de descida. Uma pessoa habitua-se. Até a própria família convive com o facto de eu partir e estar dois meses fora», esclarece João Garcia. A caminho do cume o oxigénio escasseia. Neste ambiente, o corpo humano responde intensificando a produção de glóbulos vermelhos para melhorar o aporte de oxigénio às células. E João Garcia possui características semelhantes à de um atleta de alta competição: «Adapto-me bem às situações adversas, mas não deixa de ser muito cansativo. Acima dos 8.000 metros já estamos numa situação de quatro respirações, um movimento e assim por diante. Quando paramos não conseguimos repor a nossa respiração. Estamos sempre ofegantes 24 por 24 horas.»
No topo branco do Evereste, a pequena bandeira portuguesa foi exibida a 18 de Maio de 1999. João Garcia posou para a posteridade, numa fotografia tirada por Pascal Debrouwer. Agora Faltava descer, e aí a tragédia aconteceu, algo que é frequente naquele meio agreste. O maior problema da grande altitude e das sequelas que trouxe da expedição não é só o frio e o vento. O metabolismo e a respiração aceleram, o ar é tão seco que a simples respiração leva a uma enorme desidratação e a capacidade de raciocínio é reduzida drasticamente. Por dia perdem-se cerca de oito litros de líquido, que é impossível repor na totalidade. Fazer cada litro de água a oito mil metros, com 40 º negativos, demora cerca de meia hora. Três a quatro litros por dia já são um contentamento. Por isso, acima dos oito mil metros convém não estar mais que 24 a 36 horas.«Com a desidratação, o organismo entra imediatamente em saldo negativo, o sangue torna-se mais espesso e a circulação nas extremidades torna-se muito deficiente e é por isso que congelamos», refere o nosso interlocutor. A noite e a intempérie constituíram um bloqueio para alcançar o campo 3, a 8.300 metros. Sem conseguir fazer água, restou apenas a João Garcia manter o corpo quente. «Se me tenho aventurado a descer pela noite, se calhar não regressava.» Mas a determinação fez com que não se juntasse aos mais de 150 escaladores que pereceram no Evereste. Quando chegou ao campo base vinha sozinho. Pascal Debrouwer, o seu companheiro de escalada, não tinha conseguido. Ministraram-lhe injecções de aparina, substância que dilui o sangue e facilita a circulação. Mas o português apresentava tecidos mortos por congelação no nariz e nas pontas dos dedos das mãos. Nos pés formaram-se bolhas em tecidos mal irrigados por congelação e, por mais antibióticos que tomasse, uma infecção oportunista seria bastante grave, sabendo que o calçado é bastante atreito a fungos e micoses, por exemplo. A ajuda para prosseguir caminho surgiu nos sete tibetanos contratados que o carregaram até ao transporte que o levaria a Kathmandu. Sobreviveu.
Saragoça foi a próxima escala. Aí esperava-o José Ramon Morandeira, director da Unidade Mista do Hospital Universitário Lozano Tlesa. Este médico alpinista e também vítima de congelação nos dedos dos pés, encetou as investigações nessa área há cerca de 10 anos e pela sua equipa passaram já mais de 90 casos. Por isso, João Garcia sentiu a segurança de que precisava: «Quando se está numa situação em que estive, sentir que estava bem entregue foi meio caminho andado para o bem-estar psíquico.» Vieram os banhos térmicos com borbulhas de oxigénio e as injecções de aparinas de baixo teor molecular. «Quando cheguei ao hospital os médicos disseram-me para me acalmar e que provavelmente nem perderia nada das mãos. Reconheci que a situação estava difícil, mas queria acreditar que as coisas se resolvessem. Depois de três semanas de tratamento, o meu grande choque foi quando vi a gamografia. Olhei para o monitor e reparei que as minhas mãos só eram detectadas a metade...» O cérebro de João Garcia ainda não «esqueceu» a sensação das unhas e das pontas dos dedos, mas a chamada síndroma fantasma desaparecerá com o tempo. «Este é o pior dos cenários para um escalador, já que as mãos são essencialmente o verdadeiro instrumento de trabalho.» O nariz, os dedos das mãos e os dedos dos pés foram alvo de intervenções cirúrgicas. O «enxerto índio» é o nome da técnica de reconstrução nasal a que João Garcia foi submetido. Agora só falta realizar um enxerto de pele na testa, donde foi retirado o tecido para o nariz. Uma operação que provavelmente vai realizar em Portugal. Para fechar as feridas resultantes da amputação dos dedos das mãos foram executados micro enxertos com tecido extraído de um dos braços. Há cinco ou dez anos pouco teria restado dos dedos, mas o requinte das técnicas actuais salvaram uma parte. «Agora sinto-me como um reformado aos 30 anos, que pode continuar a fazer aquilo de que gosta. Sempre fui uma pessoa muito racional e chego à conclusão de que hei-de desfrutar o alpinismo de outra maneira.» Sem perder a vontade de subir à montanha, pensa voltar aos oito mil metros, mas prevenido. Usará oxigénio nos últimos 500 metros, umas injecções de aparina para favorecer o fluxo sanguíneo, uma hidratação adequada e umas luvas com aquecimento eléctrico. A circulação periférica nas mãos de João Garcia vai demorar dois anos a reconstituir-se. As palmas das mãos de João Garcia estão quentes, mas os dedos são frios, como a inóspita região dos Himalaias, onde conquistou o topo do mundo para Portugal. «Tenho de continuar, pelo menos para dar sentido aos últimos 15 anos da minha vida!»
«Não posso chamar tempestade àquilo que aconteceu. Uma tempestade a 8.800 ou 8.600 metros— foi onde eu bivaquei – é uma coisa terrível. O «jet stream» é o vento de 30.000 pés, que atingem 250 km/h. Ora um homem lá em cima voa nessas condições. Por isso eu não estaria cá se tal acontecesse. Mas houve de facto um aumento gradual do vento, o que acontece sempre à tarde».
«O sol começa a pôr-se, a temperatura começa a esfriar e o ar quente começa a subir pela face norte do Evereste. Isto dificulta muito depois na descida. Temos umas luvas grandes e depois umas mais pequenas, mas há que agarrar uma corda, colocar um mosquetão (espécie de argolas por onde deslizam as cordas)... Tudo isto obriga a meter os dentes nas luvas para não perdê-las, trabalhar e voltar a meter as luvas: são factores que atrasam e que, neste caso, atrasaram mesmo. Depois a noite chegou e ficámos bloqueados, tentando sobreviver. Entretanto, perdi de vista o Pascal. «Devo reconhecer que o facto de ter estado muito tempo em altitude à espera do meu colega fez com que o efeito da congelação se agravasse. Nestas altitudes raciocinamos muito mal, com cerca de 30% das faculdades normais. É como “a bebedeira de altitude”. Só uma grande determinação impede que o escalador se sente e continue a descida.»

quarta-feira, maio 25, 2005

Fala com ela


A revista norte-americana Time escolheu «Hable com ella» («Fala com ela»), do espanhol Pedro Almodóvar, como a melhor película desta década, numa lista com os 100 melhores filmes da história do cinema.
No seu último número, a revista inclui o trabalho dos críticos de cinema Richard Schickel e Richard Corliss, que escolheram «nove grandes filmes para nove décadas», assinalando os 90 anos de existência da revista.


A lista com os melhores filmes de cada década é a seguinte:

Anos 20 - Metropolis (1927), de Fritz Lang

Anos 30 - Dodsworth (1936), de William Wyler
Anos 40 - Citizen Kane (1941), de Orson Welles
Anos 50 - Ikuru (1952), de Akira Kurosawa
Anos 60 - Persona (1966), de Ingmar Bergman
Anos 70 - Chinatown (1974), de Romam Polanski
Anos 80 - Decalogue (1988), de Krysztof Kielowski
Anos 90 - Pulp Fiction (1994), de Quentin Tarantino
Anos 2000 - Hable com ella (2002), de Pedro Almodôvar.

A revista publica também a lista do que considera serem os melhores 100 filmes da história do cinema. Aqui
time.com/time/2005/100movies/the_complete_list.

segunda-feira, maio 23, 2005

Grito de Campeão


Photo:AP/Armando Franca

Giovanni Trapattoni:

"Nunca vi adeptos como os do Benfica"

quarta-feira, maio 11, 2005

Salvador Dalí


Photographer Philippe Halsman (1906-1979)
Salvador Felipe Jacinto Dali i Domenech nasceu em Figueras, na Espanha, a 11 de Maio de 1904.
Aos seis anos, queria ser cozinheir(a), o que sempre provocou muita graça à família, ele insistir no termo no feminino. Nesta mesma altura pinta o seu primeiro quadro, uma paisagem da sua terra natal.
Aos sete anos, queria ser Napoleão I. O Imperador estava presente no salão do segundo andar da casa paterna, sob a forma de um pequeno barril em madeira contendo chá, que se tomava todos os dias por volta das seis da tarde em família. No ano de 1918 as suas primeiras telas são expostas no Teatro Municipal de Figueras, conseguindo estas atrair a atenção de inúmeros críticos.
Em 1920, consegue atingir um dos seus principais objectivos na vida até à altura, entrar na Escola de Belas-Artes de San Fernando (Madrid), vivendo durante a sua estadia na escola na residência universitária, onde cria amizade com Lorca e Bunuel, sendo estes nomes relevantes na literatura e no cinema.
Por ter provocado provocações na universidade, ao contestar violentamente a capacidade dos seus professores, Dali é expulso, por um ano, de San Fernando. No mesmo ano é preso durante trinta e cinco dias em Gerona, por motivos políticos.
Dali é vítima da sua própria lenda!
A actividade pública de Salvador Dali começa de facto a tomar algum contorno.
Participa nas exposições colectivas organizadas na Galeria Dalmau em Barcelona, em Fevereiro de 1922, sob auspício da Associação Catalã de Estudantes: os seus oito quadros expostos são fortemente criticados. Em 1923 expõe na Sala de Conferencias da Biblioteca Municipal de Figueras.
Mais tarde, em Junho de 1925, apresenta em Madrid o retrato de Bunuel assim como o quadro “Sifão e Garrafas na sociedade dos Artistas Ibéricos”. Finalmente organiza a sua primeira exposição pessoal em Barcelona na Galeria de Dalmau, de 14 a 27 de Novembro de 1925.
Em 1926, faz a sua primeira viagem a Paris, onde se encontra com Picasso, visitando mesmo a casa deste.
Neste mesmo ano é definitivamente expulso de Escola de Bela – Artes.
A sua segunda viagem a Paris aconteceu no ano de 1929, nesta consegue definitivamente conquistar Paris, embora não tenha começado desde logo de um modo triunfal.
O ano de 1929, foi o ano em que todos concordaram, em reconhecer Dali como sendo realmente um Surrealista.
É no Verão de 1929 em Cadaqués que Dali conhece e seduz Gala, o grande amor da sua vida, com quem vai partilhar todas as suas vitórias e derrotas até à morte desta em 1982.
Gala era a mulher dos seus sonhos desde criança, aquela que ele baptizou misticamente de Galutchka, e que personificava diversas jovens e adolescentes.
Em 1932 participa na primeira exposição Surrealista nos Estados Unidos, sendo lá que conhece o negociante de arte norte-americano Julien Livy, que lhe compra a sua obra: “Relógios Moles”. Foi este o quadro que o tornou conhecido nos Estados Unidos, originando assim a sua fortuna.
Outras exposições em que participa são também notáveis, como a de 1938, a exposição Internacional de Surrealismo.
No ano de 1939 rompe definitivamente com o grupo Surrealista e com André Breton, chegando mesmo a o apelidar de Ávida Dollars.
Após uma breve passagem por Paris, Dali faz inúmeras exposições, tais como: a exposição de Roma e Veneza em 1952 e a Exposição na National Gallery em 1953.
NO ano de 1982, ano da morte de Gala, Dali é nomeado Marquês de Púbol, onde vive a partir de então, no Castelo que oferecera a Gala.
Dali morre a 23 de Janeiro de 1989 na Torre de Galateia.
Apesar de Dali ter ganho somas consideráveis de dinheiro, este morre pobre, com uma conta bancária vazia, tal como o seu pai previra.
No entanto deixou ao Estado Espanhol uma herança colossal: sumptuosas mansões e colecções de quadros valiosíssimas.

Metamorfose de Narciso


Metamorfose de Narciso 1937
É o quadro que Dalí mostrou ao doutor Freud, por ocasião do seu único encontro, em Londres, em Julho de 1938, para lhe provar que era um dos seus melhores discípulos.

Persistência da Memória


Persistência da Memória 1931
Os famosos "relógios moles", nascidos de um sonho com Camembert que escorre...

Leda Atómica


Leda Atómica 1949
"A Leda Atómica é o quadro-chave da nossa vida.Tudi aí está suspenso no espaço, sem que nada toque em nada. A própria morte se eleva à distância da terra"
Salvador Dalí

Sono


O Sono 1937
"O sono é um verdadeiro monstro "crisálico" cuja morfologia e nostalgia são apoiados por onze muletas principais, igualmente "crisálicas" e a estudar separadamente"
Salvador Dalí

Ponte Arrábida


Edgar Cardoso (11 de Maio de 1913 - 5 de Julho de 2000) .
Edgar António de Mesquita Cardoso, ficou conhecido, sobretudo, pelas pontes que projectou, embora o seu nome esteja também ligado à ampliação do Aeroporto do Funchal, aos suportes da alameda do Parque Eduardo VII sobre a Estufa Fria, ao Cine-Teatro Império, às construções do Avis e Sheraton, tudo em Lisboa, e aos edifícios das Faculdades de Letras, Medicina e Matemática da Universidade de Coimbra.

Ponte Arrábida

Em Março de 1952 a J.A.E.(Junta Autónoma das Estradas), adjudicou a elaboração dos anteprojectos a um Engenheiro de Pontes de renome mundial - o Professor Edgar Cardoso. O projecto viria a ser aprovado em 1955.
Das inúmeras pontes que Edgar Cardoso erigiu por todo o mundo, a da Arrábida, no Porto, foi a obra que consagrou definitivamente a engenharia portuguesa, afirmando-se na época, como o maior arco de betão armado do mundo.
O arrojo, vanguarda e originalidade desta obra impressionara até técnicos estrangeiros de renome, pelo que vieram repórteres de jornais e televisões estrangeiras para fotografar e filmar a queda do cimbre metálico que iria suportar a estrutura de betão. Este cimbre teve que ser fechado ao centro de uma forma muito particular - içando a partir do rio o conjunto central (78 m, 500 toneladas), por meio de dericks, até o fechar completamente.
O seu vão de 270 m, e 52 m de flecha, arco esse constituído por duas costelas ocas paralelas, de 8 m de largura ligadas entre si por contraventamento longitudinal e transversal, que suporta um tabuleiro com cerca de 27 m de largura.
Os trabalhos tiveram início em Março de 1957 e a ponte foi inaugurada a 22 de Junho de 1963. A sua construção implicou o uso de 58.700 m3 de betão armado, para além de 2.250 toneladas de aço em varão, e 2.200 toneladas de aço laminado, no cimbre utilizado.
A ponte da Arrábida foi assim a primeira ponte do Douro a ser inteiramente realizada pela engenharia portuguesa.

terça-feira, maio 10, 2005

Memorial do Holocausto


O Memorial aos Judeus da Europa assassinados pelos nazis, ou Memorial do Holocausto, do arquitecto norte-americano Peter Eisenmann, foi inaugurado esta terça-feira, em Berlim, 60 anos depois do fim da II Guerra Mundial.
O Memorial é composto por 2.711 lápides de vários tamanhos, num espaço de 19 mil metros quadrados, dimensões idênticas a um campo de futebol.
No centro deste espaço há um desnível mais acentuado e as lápides assimétricas atingem cinco metros de altura, para que os visitantes tenham uma sensação de vazio e desorientação, segundo Peter Eisenmann.
«Queria fazer um monumento banal, anónimo, ou seja, integrado na vida quotidiana», explicou Eisenmann na segunda-feira a jornalistas estrangeiros na capital alemã.
Esta «floresta de pedra» no centro de Berlim, como alguém já lhe chamou, em frente ao local onde estava a chancelaria do III Reich, sede do poder nazi, não tem porta de entrada, nem centro, nem fim, e os visitantes podem entrar por qualquer lado e escolher o seu próprio caminho.
À noite, as lápides estarão iluminadas por fortes holofotes, para evitar qualquer tentativa de sabotagem ou de vandalismo semelhante às que têm ocorrido em numerosos locais de culto judaicos, não só na Alemanha, mas também noutros países.
As colunas cinzentas não têm quaisquer inscrições, mas o memorial é completado por um centro de informação subterrâneo, dividido em quatro salas, onde se relata o sofrimento dos judeus durante o Holocausto.
O Memorial do Holocausto foi construído na sequência de uma decisão tomada em 1999 pelo parlamento alemão, que após longo debate se pronunciou a favor do projecto assinado pelo arquitecto Peter Eisenmann e pelo escultor Richard Serra. O Memorial custou 28 milhões de euros, suportados pelo Estado germânico, que cedeu também o terreno junto à Porta de Brandeburgo.
Na cerimónia inaugural participam, nomeadamente, o chanceler Gerhard Schroeder, o presidente do Parlamento Federal, Wolfgang Thierse, e o presidente do Conselho Central dos Judeus na Alemanha, Paul Spiegel.

In DD

segunda-feira, maio 09, 2005

Dia da Europa


Em 9 de Maio de 1950, Robert Schuman apresentou uma proposta de criação de uma Europa organizada, requisito indispensável para a manutenção de relações pacíficas.
Esta proposta, conhecida como "Declaração Schuman", é considerada o começo da criação do que é hoje a União Europeia.
O dia 9 de Maio tornou-se um símbolo europeu (Dia da Europa) que, juntamente com a moeda única (o Euro), a bandeira e o hino identificam a entidade política da União Europeia. O Dia da Europa constitui uma oportunidade para desenvolver actividades e festejos que aproximam a Europa dos seus cidadãos e os povos da União entre si.

Que é o Dia da Europa ?


Na Primavera de 1950, a Europa encontra-se à beira do abismo.
A Guerra Fria faz pesar a ameaça de um conflito entre as partes Leste e Oeste do continente. Cinco anos após o termo da Segunda Guerra Mundial, os antigos adversários estão longe da reconciliação.
Como evitar repetir os erros do passado e criar condições para uma paz duradoura entre inimigos tão recentes?

O problema fulcral reside na relação entre a França e a Alemanha. É preciso criar uma relação forte entre estes dois países e reunir em seu torno todos os países livres da Europa a fim de construir conjuntamente uma comunidade com um destino comum.
Mas quando e como começar?
Jean Monnet, com uma experiência única enquanto negociador e construtor da paz, propõe ao Ministro dos Negócios Estrangeiros francês, Robert Schuman, e ao Chanceler alemão Konrad Adenauer criar um interesse comum entre os seus países: a gestão, sob o controlo de uma autoridade independente, do mercado do carvão e do aço. A proposta é formulada oficialmente em 9 de Maio de 1950 pela França e fervorosamente acolhida pela Alemanha, Itália, Países Baixos, Bélgica e Luxemburgo.
Nesse dia, em Paris, a imprensa foi convocada para as dezoito horas no Salon de l'Horloge do Quai d'Orsay, quartel-general do Ministério dos Negócios Estrangeiros francês, para uma "comunicação da maior importância".
As primeiras linhas da declaração de 9 de Maio de 1950, redigida por Jean Monnet, comentada e lida à imprensa por Robert Schuman, Ministro dos Negócios Estrangeiros da França, dão imediatamente uma ideia da ambição da proposta: "A paz mundial não poderá ser salvaguardada sem uma criatividade à medida dos perigos que a ameaçam". "Através da colocação em comum de produções de base e da instituição de uma Alta Autoridade nova, cujas decisões ligarão a França, a Alemanha e os países que a ela aderirem, esta proposta constituirá a primeira base concreta de uma federação europeia, indispensável à preservação da paz".
Era assim proposta a criação de uma instituição europeia supranacional, incumbida de gerir as matérias-primas que nessa altura constituíam a base do poderio militar, o carvão e o aço. Ora, os países convidados a renunciar desta forma ao controlo exclusivamente nacional destes recursos fundamentais para a guerra, só há muito pouco tempo tinham deixado de se destruir mutuamente num conflito terrível, de que tinham resultado incalculáveis prejuízos materiais e, sobretudo, danos morais: ódios, rancores e preconceitos.
Assim, tudo começou nesse dia, razão que levou os Chefes de Estado e de Governo, na Cimeira de Milão de 1995, a decidirem celebrar o 9 de Maio como "Dia da Europa".
Os diversos países, ao decidirem democraticamente aderir à União Europeia, adoptam os valores da paz e da solidariedade, pedra angular do edifício comunitário.
Estes valores concretizam-se no desenvolvimento económico e social e no equilíbrio ambiental e regional, únicos garantes de uma repartição equilibrada do bem-estar entre os cidadãos.
A Europa, enquanto conjunto de povos conscientes de pertencerem a uma mesma entidade que abrange culturas análogas ou complementares, existe já há séculos. No entanto, a consciência desta unidade fundamental, enquanto não deu origem a regras e a instituições, não pôde evitar os conflitos entre os países europeus. Ainda hoje, alguns países que não fazem parte da União Europeia não estão ao abrigo de tragédias terríveis.
Como qualquer obra humana desta envergadura, a integração da Europa não se constrói num dia, nem em algumas décadas: as lacunas são ainda numerosas e as imperfeições evidentes. A construção iniciada imediatamente a seguir à II Guerra Mundial foi muito inovadora: o que nos séculos ou milénios precedentes podia assemelhar-se a uma tentativa de união, foi na realidade o fruto de uma vitória de uns sobre os outros. Estas construções não podiam durar, pois os vencidos só tinham uma aspiração: recuperar a sua autonomia.
Hoje ambicionamos algo completamente diferente: construir uma Europa que respeite a liberdade e a identidade de cada um dos povos que a compõem, gerida em conjunto e aplicando o princípio segundo o qual apenas se deve fazer em comum o que pode ser mais bem feito dessa forma. Só a união dos povos pode garantir à Europa o controlo do seu destino e a sua influência no mundo. A União Europeia está atenta aos desejos dos cidadãos e coloca-se ao seu serviço. Conservando a sua especificidade, os seus hábitos e a sua língua, todos os cidadãos se devem sentir em casa na "pátria europeia", onde podem circular livremente.

Declaração Schuman


Este é o texto integral da proposição, apresentada por Robert Schuman, Ministro Françês dos Negócios Estrangeiros, e que levou à criação da União Europeia :
A paz mundial não poderá ser salvaguardada sem esforços criadores à medida dos perigos que a ameaçam.A contribuição que uma Europa organizada e viva pode dar à civilização é indispensável para a mauntenção de relações pacificas. A França, ao assumir -se desde há mais de 20 anos como defensora de uma Europa unida, teve sempre por objectivo essencial servir a paz. A Europa não foi construida, tivemos a guerra.A Europa não se fará de um golpe, nem numa construção de conjunto: far-se-à por meio de realizações concretas que criem em primeiro lugar uma solidariedade de facto. A união das nações europeias exige que seja eliminada a secular oposição entre a França e a Alemanha.Com esse objectivo, o Governo francês propõe actuar imediatamente num plano limitado mas decisivo.O Governo francês propõe subordinar o cunjunto da produção franco-alemã de carvaõ e de aço a uma Alta Autoridade, numa organização aberta à participação dos outros paises da Europa. A comunitarização das produções de carvão e de aço assegura imediatamente o estabelecimento de bases comuns de desenvolvimento económico, primeira etapa da federação europeia, e mudará o destino das regiões durante muito tempo condenadas ao fabrico de armas de guerra, das quais constituiram as mais constantes vítimas.A solidariedade de produção assim alcançada revelará que qualquer guerra entre a França e a Alemanha se tornará não apenas impensável como também materialmente impossivel. O estabelecimento desta poderosa unidade de produção aberta a todos os paises que nela queiram participar, que permitirá o fornecimento a todos os países que a compõem dos elementos fundamentais da produção industrial em idênticas condições, lançará os fundamentos reais da sua unificação económica.Esta produção será oferecida a todos os países do mundo sem distinção nem exclusão, a fim de participar no aumento do nivel de vida e no desenvolvimento das obras de paz. [...]Assim se realizará, simples e rapidamente, a fusão de interesses indispensáveis para o estabelecimento de uma comunidade económica e introduzirá o fermento de uma comunidade mais larga e mais profunda entre países durante muito tempo opostos por divisões sangrentas.Esta proposta, por intermédio da comunitarização de produções de base e da instituição de uma nova Alta Autoridade cujas decisoões vincularão a França, a Alemanha e os países aderentes, realizará as primeiras bases concretas de uma federação europeia indispensável à preservação da paz.O Governo francês, a fim de prosseguir a realização dos objectivos assim definidos, está disposto a iniciar negociações nas seguintes bases.A missão atribuida à Alta Autoridade comum consistirá em, nos mais breves prazos, assegurar: a modernização da produção e a mehoria da sua qualidade; o fornecimento nos mercados francês, alemão e nos países aderentes de carvão e de aço em condições idênticas; o desenvolvimento da exportação comum para outros países; a harmonização no progresso das condições de vida da mão-de-obra dessas indústrias.Para atingir estes objectivos a partir das condições muito diversas em que se encontram actualmente as produções dos paísesaderentes, deverão ser postas em prática, a titulo provisório, determinadas disposições, incluindo a aplicação de um plano de produção e de investimentos, a instituição de mecanismos de perequação dos preços e a criação de um fundo de reconversão destinado a facilitar a racionalização da produção. A circulação do carvão e do aço entre países aderentes será iiimediatamente isenta de qualqer direito aduaneiro e não poderá ser afectada por tarifas de transportes distintas. Criar-se-õ progressivamente as condições para assegurar espontaneamente a repartição mais racional da produção ao nivel de produtividade mais elevada.Ao contrário de um cartel internacional que tende a repartir e a explorar os mercados nacionais com base em práticas restritivas e na manutenção de elevados lucros, a organização projectada assegurará a fusão dos mercados e a expansão da produção.Os principios e os compromissos essenciais acima definidos serão objecto de um tratado assinado entre os estados. As negociações indispensáveis a fim de precisar as medidas de aplicação serão realizadas com a assistência de um mediador designado por comum acordo; este terá a missão de velar para que os acordos sejam conformes com os principios e, em caso de oposição irredutivel, fixará a solução a adoptar.A Alta Autoridade comum, responsável pelo funcionamento de todo o regime, será composta por personalidades independentes e designada numa base paritária pelos governos; será escolhido um presidente por comum acordo entre os governos; as suas deciões serão de execução obrigatoria em França, na Alemanha e nos restantes países aderentes. As necessárias vias de recurso contra as decisões da Alta Autoridade serão asseguradas por disposições adequadas.Será eleborado semestralmente por um representante das Nações Unidas junto da referida Alta Autoridade um relatório público destinado à ONU e dando conta do funcionamento do novo organismo, nomeadamente no que diz respeito à salvaguarda dos seus fins pacíficos.A instituição de Alta Autoridade em nada prejudica o regime de propriedade das empresas. No exercicio da sua função, a Alta Autoridade comum terá em conta os poderes conferidos à autoridade internacional da região do Rur e as obrigações de qualquer natureza impostas à Alemanha, enquanto estas subsistirem.

domingo, maio 08, 2005

II Guerra Terminou Há 60 anos (na Europa)


A Segunda Guerra Mundial acabou no dia 8 de Maio de 1945, na Europa, quando o marechal Wilhelm Keitel (na foto) assinou a rendição incondicional da Wehrmacht.
Este conflito iniciado pelo III Reich de Adolf Hitler com a invasão da Polónia, a 1 de Setembro de 1939, durou cinco trágicos anos e devastou a vida a mais de 50 milhões de pessoas em todos os continentes.
Passaram 60 anos, mas os investigadores ainda discutem o número exacto de vítimas causadas pela guerra. O ponto assente é que a União Soviética, com 20 milhões de mortos entre soldados e civis, pagou a factura mais elevada. A seguir, na lista do maior número de vítimas, vem a China, com 15 milhões de mortos – na sequência dos massacres do exército japonês, uma das três potências do chamado Eixo, com a Alemanha hitleriana e a Itália fascista de Mussolini.
Mas falar de números e da II Guerra é falar dos seis milhões de judeus chacinados em lugares tristemente célebres como Auschwitz-Birkenau ou Dachau.
O número de vítimas alemãs pode ter chegado aos nove milhões.

Mas se o dia 8 de Maio ficou conhecido como o Dia da Vitória, a esmagadora maioria dos alemães considera que esta foi a data da libertação e não da derrota. Segundo a agência Lusa, uma sondagem do Instituto Polis revela que oito em cada 10 alemães acham que o fim da guerra foi o dia da libertação, e só 9% considera o dia da capitulação, a 08 de Maio de 1945, como o dia da derrota.
Mais do que o dia da rendição alemã, o 8 de Maio de 1945 marca o fim do conflito mais devastador da história europeia e da humanidade.

sábado, maio 07, 2005

"Qué Qué Isso, Ó Meu?!"


Morreu Jorge Perestrelo
O jornalista e locutor desportivo Jorge Perestrelo sofreu um enfarte do miocárdio e morreu, ontem à noite.
A notícia foi avançada pela TSF, rádio onde Jorge Perestrelo trabalhou desde a sua fundação, em 1988. Jorge Perestrelo, de 56 anos, deu entrada no hospital da Cruz Vermelha, em Lisboa, com queixas de dores no peito.
Após exames, verificou-se que tinha lesões coronárias graves e foi submetido a uma angioplastia (desbloqueamento das artérias para permitir o fluxo de sangue e oxigénio para o músculo cardíaco). Durante esta intervenção teve uma paragem cardíaca irreversível, explicou o cirurgião que o assistiu à TSF.
O jornalista nasceu no Lobito, em Angola, e foi aí que começou a carreira, no Rádio Clube do Lobito. Ainda em Angola, Perestrelo trabalhou também no Rádio Clube do Mochico e na Rádio Comercial Sá da Bandeira. Em 1975, foi para o Brasil e dois anos depois regressou a Portugal, onde trabalhou no Rádio Clube Português, Rádio Comercial e na TSF.
Jorge Perestrelo fez o seu último relato para a TSF na quinta-feira, no jogo em que o Sporting conseguiu apurar-se para a final da Taça UEFA, frente aos holandeses do AZ Alkmaar.
Perestrelo distinguiu-se nos relatos desportivos que conduzia, empregando expressões coloridas que acabaram por se tornar a sua imagem de marca, caso de «Ripa na rapaqueca!» ou «Qué qué isso, ó meu?!».
A rádio ficou mais pobre!
Até sempre, Meu.

sexta-feira, maio 06, 2005

Genocídio do Darfur


Nos campos de refugiados na fronteira Sudanesa com o Chade, elementos da organização Human Rights Watch deram às crianças cadernos e lápis para os manter ocupados enquanto falavam com os pais. Sem qualquer sugestão ou orientação, as crianças desenharam cenas que retratam as suas experiências dramáticas vividas na guerra no Darfur: Os ataques das milícias "Janjaweed" *, os bombardeamentos pelas forças governamentais, aldeias inteiras queimadas e o voo para o Chade. Para ver o resto das fotografias carregar mais abaixo.
Traumática e impressionante a vivência destas crianças.


*O termo Janjaweed, utilizado para designar estas milícias, é uma amálgama de palavras em árabe que significa algo como “um diabo montado num cavalo com uma arma” . As milícias Janjaweed foram criadas com base em algumas comunidades árabes, existindo com o intuito de exterminar a comunidade negra.
Outras comunidades árabes recusaram entrar em confronto com a comunidades negra ou que não se identificam com a clivagem entre “árabes” e “africanos” em Darfur.

On mission along the border of Chad and Darfur, Human Rights Watch researchers gave children notebooks and crayons to keep them occupied while they spoke with the children’s parents. Without any instruction or guidance, the children drew scenes from their experiences of the war in Darfur: the attacks by the Janjaweed, the bombings by Sudanese government forces, the shootings, the burning of entire villages, and the flight to Chad. More…

quinta-feira, maio 05, 2005

Dia Internacional do Holocausto


Assinala-se hoje o Dia de Lembrança dos Mártires e Heróis do Holocausto, em honra dos seis milhões de judeus que morreram na II Guerra Mundial.

quarta-feira, maio 04, 2005

4 de Maio 2004


Garçon à la pipe, um quadro de Pablo Picasso, (25 de Outubro 1881 em Málaga, Espanha - 8 de Abril 1973 em Mougins, França) , torna-se no quadro mais caro de sempre ao ser vendido em leilão por 104,1 milhões de dólares.

terça-feira, maio 03, 2005

Bob Hunter


O jornalista canadiano Bob Hunter, co-fundador da organização ecologista internacional Greenpeace, morreu ontem aos 63 anos, vítima de doença prolongada.
Hunter era colunista de um jornal quando em 15 de Setembro de 1971, ele e um grupo de activistas de Vancouver decidiram viajar num velho barco de pesca, ao qual chamaram “The Greenpeace”, para Amchitka (Alasca), local onde os Estados Unidos estavam a realizar testes nucleares. A embarcação foi detida pelas autoridades norte-americanas mesmo antes de chegar a Amchitka mas a tentativa de deter os testes ganhou ampla atenção dos media, gerando protestos no Canadá e Estados Unidos.

Hunter contribuiu com a criatividade e a compreensão da imprensa pelas quais a Greenpeace se tornou conhecido, como a paixão pelo meio ambiente. Foi o criador do termo “Rainbow Warriors” para os activistas do Greenpeace e a expressão “Explosão de mentes” para descrever os efeitos dos protestos do Greenpeace.
Hunter fez campanhas pela Greenpeace para salvar as baleias, proteger as focas e impedir testes nucleares. Em 1973, tornou-se o primeiro presidente da Greenpeace e guiou a entidade através da sua transformação em uma organização internacional. Hoje, a Greenpeace está presente em 40 países, com mais de 2,5 milhões de membros em todo o mundo.
Bob Hunter deixou a presidência da Greenpeace em 1977, especializando-se em jornalismo ambiental e escrevendo vários livros, mas mantendo sempre um activo envolvimento com a Greenpeace.

Morreu a 2 de Maio, emToronto, rodeado da mulher e dos quatro filhos.
Até sempre.

segunda-feira, maio 02, 2005

O Verdadeiro Sete


Até aos dias actuais, muitas pessoas quando escrevem o número 7, ainda o fazem utilizando uma barra horizontal (traço) suplementar na metade do algarismo.
Oficialmente, este pequeno traço não existe - como se pode constatar digitando a tecla 7 do teclado do computador, calculadora ou de qualquer outro aparelho que possua teclado.
Agora eu coloco esta questão: Vocês sabem a origem deste costume?
Para responder temos que voltar atrás muitos séculos, aos tempos bíblicos, quando Moisés regressou do Monte Sinai com a Tábua dos Dez Mandamentos.
Anunciou-os à multidão, um por um.Quando chegou ao sétimo, Moisés anuncia:- Não cobiçarás a mulher do próximo.
Um breve silêncio e a multidão grita em coro:- Risca o sete, risca o sete!

A Batalha Final


A bandeira soviética a esvoaçar no topo do destruído Parlamento alemão foi apenas mais um sinal do fim da longa batalha de duas longas semanas, de 16 de Abril a 2 de Maio, pela capital do III Reich.Cumprem-se hoje 60 anos, da tomada de Berlim pela URSS.Estima-se que mais de 300 mil russos tenham perdido a vida nesta batalha, assim como mais de 100 mil civis alemães.
A cidade seria definitivamente libertada, 44 anos depois com a queda do Muro de Berlim.