O Memorial aos Judeus da Europa assassinados pelos nazis, ou Memorial do Holocausto, do arquitecto norte-americano Peter Eisenmann, foi inaugurado esta terça-feira, em Berlim, 60 anos depois do fim da II Guerra Mundial. O Memorial é composto por 2.711 lápides de vários tamanhos, num espaço de 19 mil metros quadrados, dimensões idênticas a um campo de futebol. No centro deste espaço há um desnível mais acentuado e as lápides assimétricas atingem cinco metros de altura, para que os visitantes tenham uma sensação de vazio e desorientação, segundo Peter Eisenmann. «Queria fazer um monumento banal, anónimo, ou seja, integrado na vida quotidiana», explicou Eisenmann na segunda-feira a jornalistas estrangeiros na capital alemã. Esta «floresta de pedra» no centro de Berlim, como alguém já lhe chamou, em frente ao local onde estava a chancelaria do III Reich, sede do poder nazi, não tem porta de entrada, nem centro, nem fim, e os visitantes podem entrar por qualquer lado e escolher o seu próprio caminho. À noite, as lápides estarão iluminadas por fortes holofotes, para evitar qualquer tentativa de sabotagem ou de vandalismo semelhante às que têm ocorrido em numerosos locais de culto judaicos, não só na Alemanha, mas também noutros países. As colunas cinzentas não têm quaisquer inscrições, mas o memorial é completado por um centro de informação subterrâneo, dividido em quatro salas, onde se relata o sofrimento dos judeus durante o Holocausto. O Memorial do Holocausto foi construído na sequência de uma decisão tomada em 1999 pelo parlamento alemão, que após longo debate se pronunciou a favor do projecto assinado pelo arquitecto Peter Eisenmann e pelo escultor Richard Serra. O Memorial custou 28 milhões de euros, suportados pelo Estado germânico, que cedeu também o terreno junto à Porta de Brandeburgo. Na cerimónia inaugural participam, nomeadamente, o chanceler Gerhard Schroeder, o presidente do Parlamento Federal, Wolfgang Thierse, e o presidente do Conselho Central dos Judeus na Alemanha, Paul Spiegel. In DD
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