terça-feira, dezembro 07, 2004

Homens Que Forjam a História (I)


Mário Alberto Nobre Lopes Soares nasceu em Lisboa em 7 de Dezembro de 1924.Cresceu de acordo com os ideais do pai,João Soares,político e professor durante a I República, e licenciou-se em Ciências Histórico-Filosóficas na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, em 1951, e seis anos depois, em Direito no mesmo estabelecimento universitário.Foi professor do ensino secundário e dirigiu o Colégio Moderno, fundado pelo pai e que continua a ser comandado pela família Soares.Para lá dessa actividade, Mário Soares exerceu advocacia durante o regime de Salazar, defendendo presos políticos ou representando a família de Humberto Delgado na investigação da morte do General sem Medo.A participação activa na luta contra o Estano Novo, liderado por Salazar, levou a que fosse detido pela PIDE 12 vezes.Acabou por ser deportado para São Tomé e obrigado a exilar-se em França, em 1970.
Sempre com Maria de Jesus Barroso, a sua mulher, ao lado, Mário Soares foi um dos fundadores do Partido Socialista em 1973, na Alemanha.A 28 de Abril de 1974 chegou a Portugal no "comboio da liberdade", vindo de Paris, acompanhado por outros portugueses exilados em França.Foi recebido em euforia e nesse período revolucionário, Soares participou nos governos provisórios como mimistro, foi um dos impulsionadores do polémico processo de descolonização e o maior opositor de Álvaro Cunhal e do Partido Comunista.Até que em 1976 foi nomeado primeiro-ministro após a vitória do PS nas primeiras eleições legislativas.Até 1978 no posto,negociou com o Fundo Monetário Internacional e iniciou o processo de adesão de Portugal à Comunidade Económica Europeia, o que sucederia em 1986.Um ano depois, Soares ganhou as mais disputadas presidenciais da História de Portugal e chegou ao cargo mais alto da Nação, derrotando Freitas do Amaral.Cinco anos depois de uma coexistência algo pacífica com um Governo PSD, Mário Soares foi reeleito para mais um mandato em Belém, iniciando a guerrilha contra o primeiro-ministro de então, Aníbal Cavaco Silva.E aí permaneceu até 1996.A Fundação com o seu próprio nome foi o poiso seguinte.Em 1999 voltou à política como deputado ao Parlamento Europeu pelo partido que fundou, acabando por abandonar essa actividade no decorrer deste ano.Mário Soares tornou-se com o decorrer dos anos uma personalidade cada vez mais consensual.Aos 80 anos é a memória viva de um Portugal que se modificou radicalmente ao longo dos últimos 30 anos.

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