Portugal é tão profícuo a produzir teses, antíteses, estudos e projectos como a produzir analfabetos. São analfabetos funcionais que sabendo ler e escrever (mal), o seu gosto pela leitura pouco vai além de palavras derivadas de bola golo e baliza, de preferência com menos de três sílabas para não cansar a vista e não forçar os neurónios a um esforço excessivo.
Menos mal que a Nova Terminologia Linguística para o Ensino Básico e Secundário (TLEBS) com a sua “abstrusa” nomenclatura vai facilitar a gíria desportiva e evitar que o Gabriel Alves continue a sua teimosa invenção de palavras sobrecarregadas com advérbios disjuntos restritivos da verdade da asserção e frases complexas copulativas assindéticas e nos vais ajudar a entender melhor as transcendentes maquinações táctico-estratégicas do futebol.
Não deixa de ser pertinente a correlação directa entre a produção intelectual e a proliferação de analfabetos, de tal modo, que a continuar assim, os intelectuais, por razões de mercado, (entenda-se), vão virar-se definitivamente para o desporto rei.
Para animar as hostes, agora que no futebol as coisas estão mais calmas, surgiu a famosa gramática que tem a particularidade de ter gerado amplos consensos em seu redor.
Independentemente do mérito do trabalho dos autores da TLEBS, parece que teria sido mais prudente e avisado terem ampliado e promovido o debate, formulando dados e hipóteses em vez de terem antecipado soluções. Estas deveriam ter surgido como efeito de uma prática efectiva e de uma elaboração em trabalho participado com os vários intervenientes no processo educativo, criando assim as melhores condições para a produção de um manual com a qualidade que lhe é exigível, compreendido e aceite por todos.
Em vez disso, atiram da sua cátedra receitas para os “putos” consumirem e os professores que se desenrasquem.
Não me parece que seja a melhor forma de se incutir o gosto pela língua nem pela leitura mas antes um caminho chato e doloroso que me faz recordar a forma como, no meu tempo, iniciávamos tortuosamente a descoberta dos Lusíadas e só muito depois, após inúmeras sessões de psicoterapia, foi possível descobrir o seu verdadeiro valor.
Mas deixemo-nos de fait-divers e voltando ao assunto que interessa de momento (o futebol obviamente), que fique registado que quando o Gabriel Alves se referir ao árbitro da partida está simplesmente a designar um nome, Comum, Humano, Animado, Concreto, Contável, Não Massivo, Singular, Masculino e Género Natural e se algum adepto num excesso de linguagem lhe chamar Camelo saiba que apenas esta a mudar uma das designações atrás referidas, e meus senhores! Se for Gay pode muito bem ser um Epiceno! É melhor saber primeiro se é homem ou mulher, porque epiceno é na verdade um nome muito feio e pode induzir uma falsa ideia de discriminação.
Como eu acredito que os autores da nova TLEBS não têm nada contra os alunos, nem contra os professores nem contra o futebol e muito menos contra o Gabriel Alves terei que concluir, por exclusão de partes, que eles apenas não gostam da língua portuguesa.
Vá-se lá saber porquê!
Menos mal que a Nova Terminologia Linguística para o Ensino Básico e Secundário (TLEBS) com a sua “abstrusa” nomenclatura vai facilitar a gíria desportiva e evitar que o Gabriel Alves continue a sua teimosa invenção de palavras sobrecarregadas com advérbios disjuntos restritivos da verdade da asserção e frases complexas copulativas assindéticas e nos vais ajudar a entender melhor as transcendentes maquinações táctico-estratégicas do futebol.
Não deixa de ser pertinente a correlação directa entre a produção intelectual e a proliferação de analfabetos, de tal modo, que a continuar assim, os intelectuais, por razões de mercado, (entenda-se), vão virar-se definitivamente para o desporto rei.
Para animar as hostes, agora que no futebol as coisas estão mais calmas, surgiu a famosa gramática que tem a particularidade de ter gerado amplos consensos em seu redor.
Independentemente do mérito do trabalho dos autores da TLEBS, parece que teria sido mais prudente e avisado terem ampliado e promovido o debate, formulando dados e hipóteses em vez de terem antecipado soluções. Estas deveriam ter surgido como efeito de uma prática efectiva e de uma elaboração em trabalho participado com os vários intervenientes no processo educativo, criando assim as melhores condições para a produção de um manual com a qualidade que lhe é exigível, compreendido e aceite por todos.
Em vez disso, atiram da sua cátedra receitas para os “putos” consumirem e os professores que se desenrasquem.
Não me parece que seja a melhor forma de se incutir o gosto pela língua nem pela leitura mas antes um caminho chato e doloroso que me faz recordar a forma como, no meu tempo, iniciávamos tortuosamente a descoberta dos Lusíadas e só muito depois, após inúmeras sessões de psicoterapia, foi possível descobrir o seu verdadeiro valor.
Mas deixemo-nos de fait-divers e voltando ao assunto que interessa de momento (o futebol obviamente), que fique registado que quando o Gabriel Alves se referir ao árbitro da partida está simplesmente a designar um nome, Comum, Humano, Animado, Concreto, Contável, Não Massivo, Singular, Masculino e Género Natural e se algum adepto num excesso de linguagem lhe chamar Camelo saiba que apenas esta a mudar uma das designações atrás referidas, e meus senhores! Se for Gay pode muito bem ser um Epiceno! É melhor saber primeiro se é homem ou mulher, porque epiceno é na verdade um nome muito feio e pode induzir uma falsa ideia de discriminação.
Como eu acredito que os autores da nova TLEBS não têm nada contra os alunos, nem contra os professores nem contra o futebol e muito menos contra o Gabriel Alves terei que concluir, por exclusão de partes, que eles apenas não gostam da língua portuguesa.
Vá-se lá saber porquê!
Jorge Gaspar.
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