Ernest Hemingway nasceu em 21 de Julho de 1899 em Oak Park, no estado de Illinois, mas cresceu perto de Chicago. Durante a Primeira Grande Guerra, prestou serviço voluntário como condutor de ambulâncias e foi ferido. Mais tarde, lutou na Guerra Civil Espanhola e trabalhou como correspondente de guerra. As suas primeiras obras revelam influências de Ring Lardner e Sherwood Anderson, mas a sua experiência, tanto da guerra como do jornalismo, foi o seu verdadeiro mestre. Como jornalista de um jornal canadiano, foi em 1922 para Paris, onde conheceu Gertrude Stein e onde se movia no estimulante mundo literário que Paris então proporcionava. Na sua obra, a guerra, a tauromaquia e a pesca são utilizadas de modo simbólico para representar a honra, a dignidade e o primitivismo, temas proeminentes nos seus contos e romances, entre os quais se incluem: Fiesta (1926), O Adeus às Armas (1929), As Verdes Colinas de África (1935), As Neves do Kilimanjaro (1936), Ter ou Não Ter (1937), Por Quem os Sinos Dobram (1940), Na Outra Margem Entre as Árvores (1950), O Velho e o Mar (1952, Prémio Pulitzer).Em 1954 recebe o Prémio Nobel de Literatura. A 2 de Julho de 1961, após ser internado por diversas vezes, suicida-se.
A primeira viagem tripulada à Lua teve início no Complexo de Lançamento 39,do Centro Espacial Kennedy, Cabo Canaveral, na Florida com o lançamento da Apollo 11, ás 9:32h da manhã do dia 16 de Julho de 1969. Mais de 1 milhão de pessoas amontoou-se em torno da base de lançamentos para ver o foguete Saturno 5, de 110 metros de altura e mais de 3 mil toneladas de peso, a elevar-se da Terra. A bordo, Neil Armstrong, comandante da missão e os pilotos Buzz Aldrin e Michael Collins, veteranos da Força Aérea, completavam a tripulação. Os três homens, tinham pela frente uma viagem de oito dias, cujo ponto culminante estava marcado para dali a quatro, quando Armstrong e Aldrin se tornariam os primeiros homens a pôr os pés na Lua. No dia 20 de Julho de 1969,após quatro dias de viagem, os astronautas da Apollo 11 chegam à Lua. Os riscos eram tão altos que, pelos critérios de segurança actuais, provavelmente a viagem não teria sido autorizada. Desorientado, o comandante Neil Armstrong tentava encontrar pela janela o local indicado para poisar. Ao seu lado, na cabine de apenas 2,4m quadrados, o piloto Edwin “Buzz” Aldrin ficava de olho no indicador do combustível, que se aproximava perigosamente do fim. Dava para apenas mais 30 segundos de voo quando o frágil módulo Eagle finalmente tocou a superfície poeirenta do Mar da Tranquilidade, no equador lunar, a um quilómetro do alvo. “Houston,a tranquilidade baseia-se aqui. A Águia encontra-se aterrada”, avisou Armstrong para os controladores da missão em Houston, a mais de 380 mil quilómetros de distância. Nem os técnicos da Agência Nacional de Aeronáutica e Espaço (NASA), nem mil milhões de pessoas (quase um terço da população mundial) que se encontravam em frente da televisão a acompanhar a chegada do homem à Lua ficaram a saber do pequeno incidente. Uma dificuldade insignificante diante da dimensão da epopeia que Armstrong, Aldrin e o colega de missão, o piloto Michael Collins, estavam escrevendo naquele domingo, 20 de Julho de 1969. Um pequeno passo para o homem, um salto gigante para a Humanidade,disse Armstrong, a voz entrecortada pela estática, ao deixar a marca de seu pé esquerdo no pó lunar, às 22h56m20s,na frase que marcará para sempre o século 20. Vinte minutos depois, Buzz Aldrin juntou-se a ele, descendo as escadas do módulo lunar. Armstrong e Aldrin permaneceram duas horas e dez minutos na Lua, movendo-se desajeitadamente por causa da falta de gravidade, como duas figuras fantasmagóricas num ambiente hostil de cinza e escuridão. Fincaram uma bandeira dos Estados Unidos e deixaram uma placa, onde se lê: “Aqui, homens do planeta Terra pisaram pela primeira vez a Lua, em Julho de 1969. Viemos em paz e em nome de toda a humanidade”. Abaixo, as assinaturas dos três astronautas e a do então presidente norte-americano, Richard Nixon. Depois das formalidades, passaram ao trabalho. Primeiro, colectaram 27 quilos de pedra e pó lunar. Em seguida, instalaram um sismógrafo, um reflector de laser, uma antena de comunicação, um painel de estudos do vento e uma câmara de TV. Voltaram, então, para o módulo e tentaram, em vão, dormir. No dia seguinte, a parte superior da Eagle descolou e acoplou-se novamente ao módulo de comando Columbia, onde um aflito Collins esperava dando voltas em órbita da Lua. Após se livrarem da Eagle, deixado para cair na Lua, os astronautas iniciaram a viagem de volta. A fase final do desafio de Kennedy foi completada ás 12:50h do dia 24 de Julho de 1969,quando o Columbia caiu a 812 milhas náuticas do sudoeste do Hawai, Pacífico Sul, trazendo os 3 astronautas a salvo à Terra. Uma das mais antigas fantasias do homem, ir à Lua e voltar são e salvo, tinha-se enfim tornado realidade. A chegada do homem à Lua foi a maior das aventuras e o maior feito tecnológico de todos os tempos. Embora os resultados científicos da missão tenham sido modestos e outros 10 homens tenham pisado o solo lunar até o final do Projecto Apollo, em 1972, nada pode ser comparado à força simbólica daquele passo.
(AFP/HO/File) Esta fotografia de 16 de Julho de 1945, mostra o cogumelo da primeira bomba atómica, 12 segundos após a sua explosão, no deserrto do Novo México, Estados Unidos. Faz hoje sessenta anos que a humanidade acordou para o pesadelo nuclear.
Praga, 1968, Josef Koudelka. Quando a 21 de Agosto de 1968, os tanques do Pacto de Varsóvia vieram destruir a "Primavera" de Dubecek que se vivia em Praga, o acontecimento ficou registado graças, em grande parte a Josef Koudelka, um dos milhares de anónimos que defenderam nas ruas a liberdade e a independência do seu país. Koudelka só reconhecerá a autoria das fotos de Praga em 1984, depois da morte do seu pai, que tinha permanecido na Checoslováquia quando da sua partida para o exílio em 1970. Josef Koudelka nasceu em 10 de Janeiro de 1938 em Boskovice, Checoslováquia.Estudou engenharia na Universidade Técnica de Praga entre 1956 e 1961, começando a fotografar a partir de 61/62:a família e os amigos, ciganos na Checoslováquia. Em 1967, depois de seis anos de profissão, demite-se do emprego de engenheiro aeronáutico para se dedicar à fotografia. Em 1968 está em Praga, quando os tanques entram na cidade. Koudelka segue-os por toda a parte, registando em imagens todos os momentos: a resistência, a capitulação de um sonho, as faces da tragédia. As suas fotografias conseguem sair do país e chegam à Magnum. No ano seguinte essas imagens correm mundo sem que o seu autor seja revelado. É ainda como anónimo que Josef Koudelka recebe a medalha de Ouro do Robert Capa Overseas Press Club, em 1969.Em 1970 parte para o exílio na Inglaterra. Torna-se membro associado da agência Magnum em 1971 e membro efectivo em 1974.Em 1987 naturalizou-se francês.Viajante incansável, Josef Koudelka já visitou por duas vezes Portugal, uma nos anos setenta e outra em 2001, tendo nesta última vez, feito cerca de 12.000 quilómetros, para fotografar sobretudo paisagens. Continua no activo.
Faz hoje precisamente 10 anos que Srebrenica, foi conquistada pelas forças sérvias comandadas por Ratko Mladic (um dos mais procurados suspeitos do conflito na Bósnia, acusado pelo Tribunal Penal Internacional para a ex. Jugoslávia de genocídio e outros crimes contra a humanidade). Cerca de 15 mil muçulmanos conseguem fugir para as montanhas. Outros 25 mil tentam refugiar-se na base do contingente holandês, em Potocari. Cerca de cinco mil conseguem entrar, antes de os holandeses fecharem os portões. Os refugiados encontravam-se sob a protecção de 450 capacetes azuis holandeses naquela que foi decretada “zona de segurança” pelas Nações Unidas. O bombardeamento das posições sérvias, naquele dia, por parte da aviação holandesa, teve que ser suspenso, porque as forças comandadas por Ratko Mladic ameaçaram assassinar os 30 capacetes azuis que tinham sequestrado, deixando os soldados da ONU a assistir, impotentes, à separação dos refugiados por parte das forças sérvias. Mulheres e crianças para um lado, homens e rapazes para outro. As mulheres são metidas em autocarros e enviadas para território sob controlo muçulmano. Os outros, com idades entre os 12 e os 92 anos, sim, entre 12 e 92 anos, seguem para a morte. Cerca de oito mil muçulmanos foram executados sumariamente pelas forças sérvias nos dias seguintes, em Srebrenica, naquele que foi o pior massacre na Europa desde a II Guerra Mundial.
Ao terminar a missão em Mejato, o “Rainbow Warrior” navegou para Auckland, na Nova Zelândia, para abastecimento, antes de retornar ao Atol da Mururoa, local onde os franceses se preparavam para fazer testes nucleares . O barco nunca chegaria a Mururoa. Em 10 de Julho de 1985 o emblemático barco da organização ecologista estava ancorado no porto de Auckland, na Nova Zelândia, preparando a partida para o local dos testes nucleares, quando duas cargas explosivas, colocadas por agentes da DGSE, fizeram explodir o casco da embarcação, que afundou, arrastando consigo o fotógrafo português Fernando Pereira, o único que se encontrava a bordo na altura. Logo ficou evidente que as explosões eram um acto de sabotagem. As atenções voltaram-se para a França. Dois agentes dos Serviços Secretos franceses -- Dominique Prieur e Alan Mafart-, foram presos pela polícia de Auckland e, nas semanas seguintes, cresceram as evidências de que a decisão de colocar as bombas no “Rainbow Warrior” tinha sido tomada ao mais alto nível do Estado francês. Um inquérito oficial em Paris isentou o governo de culpa. No entanto, em Setembro desse mesmo ano, o Ministro da Defesa da francês, Charles Hernu, pediu demissão, admitindo cumplicidade. A crise parecia levar à renúncia do próprio presidente francês, François Mitterrand, quando o primeiro-ministro, Laurent Fabius, admitiu que o atentado fora executado pelos Serviços Secretos. Alegou, no entanto, que a decisão foi ocultada das autoridades governamentais. A verdade sobre toda a real extensão do envolvimento do Governo francês no atentado ao “Rainbow Warrior” nunca veio a público. Além de suas trágicas consequências - para Fernando Pereira, que perdeu a vida, e para o Greenpeace, que perdeu seu barco - a criminosa acção dos Serviços Secretos franceses revelou o crescente papel do Greenpeace no cenário internacional. Longe de se abater, a organização iria se expandir numa escala impressionante nos anos seguintes.
Depois do Festival de Cerveja da Grã-Bretanha, em Londres, todos os presidentes das empresas de cerveja saíram para beber um copo. O presidente da Corona senta-se e pede ao barman: "Senhor, quero a melhor cerveja do mundo, a Corona". -O sujeito da Budweiser diz: "Quero a melhor cerveja, a Rainha das Cervejas, a Budweiser". -O dono da Cors exclama: "Quero a única cerveja feita com a água das Montanhas Rochosas: a Cors!". -O da Super Bock diz: "Dá-me uma Coca-Cola". -Os outros olham para ele e perguntam: "Então? Não vais beber uma Super Bock?" -Ele responde: "Se ninguém está a beber cerveja, eu também não bebo..."
O fotógrafo brasileiro Sebastião Salgado é um dos mais respeitados fotojornalistas da actualidade, natural de Aimorés, Minas Gerais, onde nasceu em 1944. Sebastião Ribeiro Salgado é o sexto e o único filho homem de uma família com oito crianças. Estudou economia no Brasil entre 1964 e 67. Fez mestrado na mesma área na Universidade de São Paulo e na Vanderbilt University (EUA). Após completar seus estudos em economia pela Universidade de Paris, em 1971, trabalhou para a Organização Internacional do Café até 1973. Depois de levar emprestada a câmara de sua mulher, para uma viagem à África, Salgado decidiu, em 1973, trocar a economia pela fotografia. Trabalhou para as agências Sygma (1974-1975) e Gamma (1975-1979). Entrou para a Magnum Photos, em 1979 permanecendo aí até 1994. De Paris, onde vivia, Salgado viajou para cobrir acontecimentos como as guerras na Angola e no Saara Ocidental, o sequestro de israelitas em Entebbe e o atentado contra o presidente norte-americano Ronald Reagan. Paralelamente, passou a dedicar-se a projectos documentais mais elaborados e pessoais. O Seu primeiro livro, “Outras Américas”, sobre os pobres na América Latina foi publicado em 1986. Na sequência, publicou “Sahel: O Homem em Pânico” (também publicado em 1986), resultado de uma longa colaboração de 15 meses com a ONG Médicos sem Fronteiras cobrindo a seca no Norte da África. Entre 1986 e 1992, concentrou-se num projecto sobre o desaparecimento do trabalho manual que termina em 1993 com o seu álbum "Trabalhadores", um feito monumental que confirmou sua reputação como fotojornalista de primeira linha. Em seguida, produziu Terra: Luta dos Sem-Terra (1997), sobre a luta pela terra no Brasil, e Êxodos e Crianças (2000), retratando a vida de refugiados e migrantes de 41 países. Sebastião Salgado recebeu praticamente todos os principais prémios de fotografia do mundo como reconhecimento por seu trabalho. Em 1994 fundou sua própria agência de notícias, a Imagens da Amazónia. Em 1998 ganhou o prémio "Príncipe de Asturias de las Artes", tornando-se no primeiro fotógrafo a receber esse galardão. Adaptado da internet.
O grande dia chegou! A reunião dos líderes do G8, começa hoje em Gleneagles, cerca de 80 quilómetros de Edimburgo, Escócia. A cidade de Edimburgo é uma cidade em estado de guerra, mais de 10.000 policias patrulham a cidade, onde são esperados milhares de pessoas para participar nos protestos contra a pobreza e contra esta globalização. O encerramento do Live 8, será efectuado hoje com uma marcha sob o lema de “Longo caminho para a justiça”. Bob Geldof pediu que um milhão de pessoas se manifestem contra a pobreza na capital escocesa, onde também se realizará um concerto com a participação de Bono, U2, The Corrs e outros. Bob Geldof e Bono querem que a pressão popular obrigue o G8 a perdoar a dívida externa dos países pobres. Da reunião dos G-8 espera-se o perdão da totalidade da dívida dos países africanos, a duplicação da ajuda anual para África e a eliminação das barreiras comerciais com os países africanos. A par da necessidade de resolver este grave problema de injustiça e pobreza extrema espera-se dos G-8 medidas mais profundas para resolver a gravíssima situação do Continente Africano, como a exigência de mais Democracia, criação de instituições de controle, luta contra a corrupção, fim de ditaduras e governos corruptos e sanguinários, muitas das vezes, quase sempre, apoiados pelos G-8. Resolução prioritária da grande calamidade que é a SIDA, combate ao tráfico de armas, fim da pilhagem dos recursos naturais. Resolução dos graves problemas de escravatura, de genocídio e de toda a espécie de crimes contra a humanidade, um quotidiano deste Continente. Espera-se benevolência da parte dos G-8, mas exige-se responsabilidade aos países africanos, senão teremos um concerto de 20 em 20 anos, até à eternidade.
Philip Jones Griffiths nasceu no País de Gales, em 1936. Começou por estudar Farmácia, tornou-se farmacêutico e fotógrafo em part-time para o Manchester Guardian. Liverpool, onde então vivia era um mundo pequeno para a sua sede de vistas. Em 1961, abandona tudo pela fotografia e começa a viajar pelo mundo. A guerra vai ser para ele a oportunidade de uma vida.Griffiths desembarca no Vietname como Free-lancer e em breve torna-se notado na agência Magnum, para quem começa a enviar trabalho regularmente. Fica no Vietname de 1966 a 68, no auge da guerra e regressa em 1970. No ano seguinte é membro efectivo da Magnum e dedica-se à realização de documentários. O apelo da Indochina leva-o à Tailândia, onde passa um ano, em 1977 e de onde regressa com um livro de fotografias -Thailand- que vem juntar-se ao anterior Vietnam INC. Em 1980 é eleito presidente da Magnum, cargo que exerce durante cinco anos, após o que regressa a África. As fotografias de J.P. Griffiths contribuíram com a sua quota-parte para a formação de uma opinião hostil à guerra, na Europa e nos Estados Unidos. Muita gente vivia, depois, a acusar essa geração de jornalistas e fotógrafos que cobriaram a guerra do Vietname de terem sido apenas antiamericanos.Do outro lado também se cometiam horrores, diziam. Mas Griffiths, como os outros, limitara-se a mostrar o que vira.
A Volta a França começou ontem com um contra o relógio entre as cidades francesas de Fromentine e Noirmoutier. Lance Armstrong, vencedor das últimas seis edições da mais importante e carismática prova do ciclismo mundial, terminou o contra-relógio na segunda posição, a escassos dois segundos do primeiro, deixando os principais rivais na luta pela vitória final a mais de um minuto. Um sinal de que o norte-americano está no pleno da sua força, em condições de atacar a vitória. Para vencer, Armstrong conta com a imprescindível ajuda dos seus companheiros da Discovery Channel , equipa considerada por Armstrong “como a mais forte já feita”. A equipa é composta pelo, português José Azevedo, o norte-americano George Hincapie, o checo Pavel Padrnos, o italiano Paolo Savoldelli, o ucraniano Yaroslav Popovych e os espanhóis José Luís Rubiera, Manuel Beltran e Benjamin Noval. Ídolo, herói, a maior figura do ciclismo mundial da actualidade e provávelmente o melhor ciclista de todos os tempos, Armstrong é também o inimigo número 1 na prova, o homem a ser batido pelos demais competidores. Pela primeira vez, Lance Armstrong começa o “Tour” sem ter vencido nenhuma prova no ano. Após seis vitórias consecutivas, todos anseiam vencer Lance Armstrong no "Tour" da sua despedida, mas pelo contra-relógio feito ontem, é muito provável que Armstrong junte ao seu rico palmarés, mais uma vitória no”Tour de France”, que a acontecer será a sétima consecutiva.
Vinte anos depois da edição histórica do "Live Aid", Bob Geldof regressa com o "Live 8" e uma potencial repetição do gigantesco fenómeno de solidariedade mundial. Hoje, a partir das 14 horas, dezenas de concertos gratuitos decorrem entre Paris, Londres, Roma, Tóquio, Filadélfia, Berlim, Joanesburgo, Moscovo, Cornualha e Barrie. O maior concerto humanitário da história, foi baptizado “Live 8” porque decorre perto da data em que os representantes do G-8 se encontram na Escócia . O Live 8 insere-se na campanha makepovertyhistory, que inclui ainda um desfile para o qual se espera a presença de cerca de 1 milhão pessoas e que conta também com o apoio de centenas de Organizações Não-Governamentais. Ao contrário do que sucedeu com a iniciativa de 1985 , a causa do "Live 8" não se prende com a recolha de fundos para África, mas com a criação de uma consciência mundial contra a pobreza africana. O encontro do G-8 ocorre entre os dias 6 a 8 de Julho, em Edimburgo, Escócia. Será nesse dia e nesse local que culmina o "Live 8". A organização apelou à assistência dos concertos de encerramento de Edimburgo para integrar a marcha "Long walk to justice", manifestação contra a pobreza do povo africano que passará à porta do edifício onde os líderes políticos, George W. Bush, Tony Blair, Jacques Chirac, Gerhard Schroeder, Silvio Berlusconi, Paul Martin, Junichiro Koizumi e Vladimir Putin estarão reunidos, com o objectivo de pressionar este Grupo a perdoar "o total da dívida externa, maior investimento na ajuda humanitária e estabelecimento de regras de comércio justo", afirma Bob Geldof. No total, o evento tem a possibilidade de ser seguido por 85% da população mundial, o que se traduz em cerca de 5,5 mil milhões de pessoas, através da televisão, rádio e internet. Em Portugal, a emissão do "Live 8" será transmitido pela RTP1, entre as 14h15 e as 18h30 e depois da 01h00 às 4h45, pela 2:,entre as 19h30 e as 21h e pela Antena1, a partir das 14h00. A RTPN e a Antena 3 terão igualmente directos ao longo do dia. Uma assinatura pode fazer a diferença. One day.One dream.One Declaration.
Afghan Girl, fronteira Paquistão/Afeganistão, 1984
Steve McCurry é um dos mais prestigiados fotógrafos da actualidade, nasceu na cidade de Filadélfia em 1950.Depois de se formar em história e cinema no “College of Arts and Archictecture” na Universidade Estadual da Pensilvânia, passou dois anos a trabalhar como fotógrafo para um jornal, mas o seu espírito aventureiro o levou à Índia, onde trabalhou como fotógrafo freelancer. A carreira de Steve McCurry ganharia reconhecimento internacional, quando em 1984 conseguiu infiltrar-se no Afeganistão, controlado na época pela Rússia e fazer uma série de fotografias no acampamento de refugiados de Nasir Bagh. Esta sua foto reportagem tinha de entre muitas, a fotografia do post, que ficou conhecida pela “Menina afegã” e pela qual Steve McCurry ganhou praticamente todos os principais galardões internacionais de fotografia, incluindo a medalha de ouro de Robert Capa para a melhor reportagem fotográfica, um prémio dedicado aos fotógrafos que exibem excepcional coragem e iniciativa. A fotografia da “menina afegã”, foi capa da National Geographic em Junho de 1985, tornando-se a mais famosa capa da revista em praticamente 120 anos de existência. Desde então, especializou-se em fotografar retratos de pessoas em áreas de conflito. Ele esteve na guerra Irão-Iraque, em Beirute, no Camboja, nas Filipinas, na guerra do Golfo, na desintegração da antiga Jugoslávia, Tibet e Yemen. Mas o ponto alto na carreira de Steve McCurry, foi a redescoberta da identidade da “menina afegã”. Em Janeiro de 2002, uma expedição da National Geographic viajou para a fronteira entre o Paquistão e o Afeganistão com a missão de localizar a menina da foto de 1984.A operação foi coroada de sucesso e finalmente a menina afegã ficou com um nome: Sharbat Gula. Toda a história foi contada na edição de Abril de 2002 da National Geographic e voltou a ser capa de revista mas os olhos que cativaram o mundo e que se tornaram um símbolo da miséria e do sofrimento do povo afegão já não brilhavam com a mesma intensidade. Steve McCurry não se considera um fotógrafo de guerra, acredita que seu trabalho é mostrar a realidade humana durante um conflito nos rostos das pessoas, “Se o fotógrafo fizer as pessoas esquecer a máquina fotográfica, a alma delas aparece na fotografia”.