Ao terminar a missão em Mejato, o “Rainbow Warrior” navegou para Auckland, na Nova Zelândia, para abastecimento, antes de retornar ao Atol da Mururoa, local onde os franceses se preparavam para fazer testes nucleares .
O barco nunca chegaria a Mururoa.
Em 10 de Julho de 1985 o emblemático barco da organização ecologista estava ancorado no porto de Auckland, na Nova Zelândia, preparando a partida para o local dos testes nucleares, quando duas cargas explosivas, colocadas por agentes da DGSE, fizeram explodir o casco da embarcação, que afundou, arrastando consigo o fotógrafo português Fernando Pereira, o único que se encontrava a bordo na altura.
Logo ficou evidente que as explosões eram um acto de sabotagem. As atenções voltaram-se para a França. Dois agentes dos Serviços Secretos franceses -- Dominique Prieur e Alan Mafart-, foram presos pela polícia de Auckland e, nas semanas seguintes, cresceram as evidências de que a decisão de colocar as bombas no “Rainbow Warrior” tinha sido tomada ao mais alto nível do Estado francês.
Um inquérito oficial em Paris isentou o governo de culpa. No entanto, em Setembro desse mesmo ano, o Ministro da Defesa da francês, Charles Hernu, pediu demissão, admitindo cumplicidade. A crise parecia levar à renúncia do próprio presidente francês, François Mitterrand, quando o primeiro-ministro, Laurent Fabius, admitiu que o atentado fora executado pelos Serviços Secretos. Alegou, no entanto, que a decisão foi ocultada das autoridades governamentais.
A verdade sobre toda a real extensão do envolvimento do Governo francês no atentado ao “Rainbow Warrior” nunca veio a público. Além de suas trágicas consequências - para Fernando Pereira, que perdeu a vida, e para o Greenpeace, que perdeu seu barco - a criminosa acção dos Serviços Secretos franceses revelou o crescente papel do Greenpeace no cenário internacional.
Longe de se abater, a organização iria se expandir numa escala impressionante nos anos seguintes.
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