quarta-feira, dezembro 07, 2005

Mao - A História Desconhecida


“Mao - a história desconhecida” é o título de uma biografia editada pela Bertrand e pelo Círculo de Leitores que revela que o líder chinês “foi responsável por mais de 70 milhões de mortes”, 38 milhões das quais devido a fome.
Escrito por Jung Chang, autora do best-seller “Cisnes Selvagens”, e pelo marido, o historiador Jon Halliday, o livro dá a conhecer a estratégia de Mao, assente na exportação máxima de alimentos para, com o dinheiro obtido, adquirir armamento e fabricar a bomba atómica chinesa.
“Mao - A história desconhecida” afirma igualmente que a Longa Marcha de pessoas que se deslocaram do sudeste para o Norte da China entre 1934-35 tinha por objectivo a ligação com a Rússia para a obtenção de armas.
A biografia refere que o apoio da União Soviética ao Partido Comunista Chinês foi constante, algo que o “imperador vermelho” sempre negou, e descreve igualmente o papel de Mao na génese e prolongamento da guerra da Coreia entre 1950-53.
Alguns dados biográficos:Mao Tsé Tung nasceu em 26 de Setembro de 1883, filho de um agricultor pobre da província de Hunan. Antes de se alistar no exército em 1911, Mao Tsé Tung foi funcionário da biblioteca da Universidade de Pequim e professor em Changsha.

Entretanto, tornou-se chefe de propaganda do Partido Comunista, que foi um dos fundadores em Julho de 1921, liderado pelo nacionalista Sun Zhong Shan (Sun Yat-Sen). Com a morte, de Sun Yat Sen, o sucessor, Tchang Kai-Shek (Jiang Jie Shi), afasta-o do posto que ocupava no partido.
De 1931 a 1934, Mao fundou uma república comunista em Jiangxi e juntamente com Zhu De chefiou o Exército Vermelho na Longa Marcha até Xaanxi, para fugir às tácticas repressivas dos Kuomitang. A Longa Marcha consagra-o como principal líder do Partido Comunista Chinês.
Em Yan’an, entre 1936 e 1947, construiu uma república popular e, em 1939, casou com a sua terceira mulher, Jiang Qing.
Dirigente do Partido Comunista Chinês desde 1935, Mao aliou-se às forças nacionalistas (1936-1945) com o objectivo de repelir os invasores japoneses.
No fim da Segunda Guerra Mundial, a guerra civil é reatada, contra os nacionalistas de Tchang Kai-Shek (1946-1949), Mao e o exército vermelho, em 1949, derrotou-os em Nanjing e estabeleceu a república popular e o domínio do partido sob a sua liderança.
Durante a guerra, empregou, com êxito, tácticas de guerrilha móvel, usando as zonas rurais como bases. Mao liderou o seu partido até à sua morte, e foi presidente da república até 1959. Depois dos danos provocados pela revolução cultural, o Grande Timoneiro, como era chamado, trabalhou com o primeiro-ministro Zhou Enlai na superintendência da reconstrução. Durante cerca de três décadas (1949-1976), os escritos e os pensamentos de Mao dominaram o funcionamento da República Popular da China.
Foi autor de cerca de 2 300 publicações, tendo sido impressos 740 milhões de exemplares das suas Citações. Ao adaptar o comunismo às condições chinesas, Mao acentuou a necessidade de as revoluções asiáticas se alicerçarem nas zonas rurais e não nas urbanas, a necessidade de reduzir as diferenças entre o campo e a cidade e de existirem revoluções perpétuas a fim de evitar o aparecimento de novas elites.
Mao Tsé Tung ajudou a precipitar a ruptura sino-soviética de 1960 e foi um acérrimo defensor de uma estratégia de não-alinhamento para o Terceiro Mundo.
Em 9 de Setembro de 1976, Mao Tsé Tung morreu, aos 82 anos.
Mao Tsé Tung disputa, com Hitler e Estaline, o ignóbil título de maior monstro do século XX.

1 comentário:

Paulo Mauricio Gomes da Silva disse...

"ignóbil título de maior monstro" não, meu amigo, "VERDADEIRO título de maior monstro"! Se os milhões de cadáveres não lhe dizem nada, então vamos aplaudir o nazismo e protestar a sua proibição, bem como o fascismo e a inquisição! Nada justifica a morte de pessoas inocentes, ainda mais milhões delas! Prefiro ser pobre e miserável, mas dormir com minha consciência tranquila, já que tenho uma!