domingo, janeiro 27, 2008

Suharto


O antigo ditador indonésio, Haji Muhammad Suharto morreu, aos 86 anos, num hospital da Indonésia, onde estava internado desde 4 de Janeiro, confirmou a polícia do país. Entrou em coma durante a noite, não tendo resistido aos problemas de coração, rins e pulmões.
Suharto governou a Indonésia durante a 32 anos com mão de ferro. Abdicou do poder em 1998, na sequência de uma grave crise económica.
Foi o segundo presidente da Indonésia, tendo chegado ao poder em 1967 na sequência de um golpe para retirar a presidência a Sukarno. Muhammad Suharto nasceu a 8 de Junho de 1921, em Kemusuk, na ilha de Java, numa família camponesa e muçulmana.
No percurso para chegar à liderança do país lutou contra o Partido Comunista Indonésio, que em 1965 acusou de tentativa de golpe de Estado, justificando desta forma mais de 500 mil mortes.Brandia a ameaça comunista ou do integrismo islâmico para conquistar o apoio da comunidade internacional, em particular dos Estados Unidos.
Construiu um Governo forte e de orientação centralista. Em nome da estabilidade no arquipélago tentou travar os separatismos regionais e tentou calar os dissidentes políticos.Foi eleito presidente da Indonésia, em 1968, pelo Parlamento, cujos membros eram nomeados pelo próprio Suharto.
O seu Governo da “Nova Ordem” permitiu que o conjunto de 17.500 ilhas atingisse a estabilidade económica, em virtude das exportações de têxteis.
Suharto era acusado com frequência pelas organizações de defesa dos direitos do Homem e foi criticado pelo massacre cometido em Timor-Leste, cuja invasão ordenou em 1975. Na luta contra a Fretilin terá morrido um terço da população de Timor ao longo de mais de 20 anos. Timor foi declarada a 27.ª província indonésia a 17 de Junho de 1976.
A Indonésia só aceitou a transferência da administração de Timor para as Nações Unidas e o referendo que iria dar a independência a Timor após a saída de Suharto.
Entregou o poder ao seu número dois em Maio de 1998, após a revolta popular estimulada pela crise financeira. Suharto foi alvo de suspeitas relativas ao seu enriquecimento, tendo mesmo sido acusado de corrupção pelo desvio de mais de 570 milhões de dólares de fundos públicos. Nunca chegou a ser julgado devido ao seu estado de saúde frágil. (Lusa).

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