segunda-feira, outubro 31, 2005
Quercus: 20 Anos
Em finais de 1984, vários activistas provenientes de diversas associações ambientalistas, decidiram criar uma nova organização que desse corpo à necessidade que se fazia sentir da existência de uma associação nacional mais actuante na área da conservação da Natureza.
Esta nova associação, fundada a 31 de Outubro de 1985 e inicialmente com sede em Braga, passava a designar-se por Quercus - Grupo para a Recuperação da Floresta e Fauna Autóctones.
A própria denominação, utilizando o termo Quercus, nome científico do género a que pertencem os carvalhos, sobreiros e azinheiras, as árvores predominantes do coberto vegetal primitivo do nosso País, e o seu símbolo - uma folha e uma bolota de carvalho-negral (Quercus pyrenaica) - eram reveladores das preocupações dos seus fundadores, com a conservação da vida selvagem.
No 3º Encontro Nacional da Associação, que decorreu a 1 de Novembro de 1987 no Porto, o “Grupo Quercus” altera a sua denominação para “Quercus – Associação Nacional de Conservação da Natureza”, mais concordante com a maturidade e o estatuto de intervenção que a associação já atingira.
A Associação portuguesa de defesa do ambiente e conservação da natureza, é uma organização não-governamental, apartidária e sem fins lucrativos, conta com cerca de 4000 associados distribuídos por 20 núcleos regionais e delegações de norte a sul de Portugal.
Intervém nas áreas de estudo e protecção dos recursos naturais, de denúncia e intervenção em caso de ameaça ao ambiente, de gestão de espaços naturais e de acções práticas de protecção de recursos naturais, de educação ambiental e de estudos de carácter técnico em áreas como resíduos sólidos urbanos, reciclagem, água de consumo humano e resíduos industriais.
Em 1992, a Associação recebeu o Prémio Global 500 das Nações Unidas e o título de membro honorário da Ordem do Infante D. Henrique, atribuído pelo Presidente da República, Mário Soares.
Link:quercus.
Combate à Malária
Esta notícia difundida pela BBC Brasil, está de todo relacionada com o post anterior.
A Fundação Bill e Melinda Gates está financiando três projectos internacionais por um período de cinco anos. Bill Gates está doando 258,3 milhões de dólares para pesquisas de combate à malária
Bill Gates disse que a malária é uma “epidemia esquecida”. ‘Milhões de crianças já morreram de malária porque não têm a protecção de uma rede ao redor da cama ou porque não receberam o tratamento adequado”, afirmou o empresário.
‘Se nós expandirmos programas de controle da malária e investirmos o que é preciso em pesquisa e desenvolvimento, nós podemos acabar com essa tragédia”, completou.
O projecto da Liverpoll School of Hygiene and Tropical Medicine irá receber quase 50 milhões de dólares para estudar formas de controle do mosquito que espalha a doença.
O Malaria Vaccine Initiative (MVI), que está realizando testes em Moçambique da vacina contra a malária da GlaxoSmithKline, receberá 107,6 milhões de dólares.
Segundo os pesquisadores, aparentemente a vacina oferece protecção parcial para crianças bem jovens, reduzindo os riscos de uma forma mais grave da doença em 58%.
Os novos testes vão envolver dez mil crianças. O objectivo é saber se é seguro administrar a vacina contra a malária juntamente com outras geralmente dadas na infância.
Depois disso, a intenção é que a vacina passe a fazer parte do programa de imunização africano até 2011, segundo a directora da MVI, Melinda Moree.
Já o projecto Medicines for Malaria Venture (MMV) irá receber 100 milhões de dólares para desenvolver novos remédios que serão mais baratos e de uso facilitado para países mais pobres.
sexta-feira, outubro 28, 2005
Bill Gates
William Henry Gates III, ou Bill Gates o homem mais rico do Mundo completa hoje 50 anos. Nascido em 28 de Outubro de 1955 numa família de posses, o seu pai, William H. Gates II, era advogado de grandes empresas e sua mãe, Mary Gates, era professora e membro do conselho da Universidade de Washington e presidente da United Way International. Cresceu em Seattle, ao lado das suas duas irmãs.
Bill Gates, e as suas duas irmãs, sempre frequentaram as melhores escolas da sua cidade natal. Sempre gostou de ciências, sobretudo de computadores, e, aos 13 anos, já tinha desenvolvido o seu primeiro software.
Em 1973, Bill Gates entrou para a Universidade de Harvard, onde conheceu Paul Allen (co-fundador da Microsoft) e Steve Ballmer (actual presidente da Microsoft).
Em Harvard, Gates desenvolveu uma versão da linguagem de programação BASIC para o primeiro microcomputador pessoal, o MITS Altair 8000, produzido no mesmo ano.
O sucesso na comercialização daquele produto e a convicção de que, no futuro, o computador seria uma ferramenta de trabalho preciosa levaram, aos 19 anos, Bill Gates a abandonar o curso de economia e em conjunto com Paul Allen, a criarem a empresa Microsoft.
Guiado pela certeza de que o computador viria a tornar-se uma importante ferramenta em todo o mundo, começou a desenvolver softwares para computadores pessoais.
Em 1980 a empresa deu um passo decisivo ao adquirir da Seattle Computer Products o sistema operativo QDOS, vendido logo a seguir para a IBM, que preparava-se para lançar no mercado o primeiro PC . No contrato com a IBM, a Microsoft cedeu o MS-DOS e o Basic sem restrição para o número de microcomputadores IBM onde os programas seriam instalados.
Não ganhou muito dinheiro no início. Bill Gates, no entanto, deteve os direitos de autor sobre o software e pôde cobrá-los de todos os clones que surgiram nos anos seguintes e iniciar a construção do seu império.
Após 25 anos, a Microsoft detém o monopólio virtual do mercado, com 90% dos PC’s contendo os seus programas. Actualmente a Microsoft emprega cerca de 30 mil funcionários em todo mundo e têm um valor de mercado de 216 mil milhões de Dólares, sendo a companhia mais rica e poderosa da actualidade.
Gates casou-se a 1 de Janeiro de 1994. O casal tem três filhos.
Entre os prazeres pessoais do fundador da Microsoft, estão a leitura, o golf e o bridge. Bill Gates, também está ligado à filantropia.
Criou com a mulher em 2004, a Fundação Bill & Melinda Gates, à qual doou 27 mil milhões de dólares para providenciar apoio financeiro para iniciativas nas áreas de saúde e educação. A Fundação já doou 3,2 mil milhões dólares para programas globais de saúde e mais que 2 mil milhões dólares para programas de aprendizagem.
O casal Gates lidera o ranking de filantropia divulgado pela revista americana Business Week, um exemplo do empenho do ser humano em formar um mundo em que os que têm ajudam os que não têm, um exemplo de altruísmo, transferindo as oportunidades que ele tinha para outros, através de iniciativas humanitárias.
Lá Como Cá
Herbert Hoover, 31º Presidente americano, 1929-1933.
quinta-feira, outubro 27, 2005
Lula da Silva
Luiz Inácio Lula da Silva nasceu em 27 de Outubro de 1945 na cidade de Garanhuns, interior de Pernambuco. Casado com Marisa Letícia, desde 1974, tem cinco filhos. Lula, por sua vez, é o sétimo dos oito filhos de Aristides Inácio da Silva e Eurídice Ferreira de Mello.
Fez a instrução primária no Grupo Escolar Marcílio Dias. Aos 12 anos de idade, abandona a Escola e vai trabalhar numa tinturaria. Com 14 anos, começou a trabalhar nos Armazéns Gerais Columbia. Lula transferiu-se depois para a Fábrica de Parafusos Marte e obteve uma vaga no curso de torneiro mecânico do Senai—Serviço Nacional da Indústria.
O curso durou 3 anos e Lula tornou-se metalúrgico. A crise após o golpe militar de 1964 levou Lula a mudar de emprego, passando por várias fábricas, até ingressar nas Indústrias Villares, uma das principais metalúrgicas do país, localizada em São Bernardo do Campo.
Trabalhando na Villares, Lula começou a ter contacto com o movimento sindical, através de seu irmão José Ferreira da Silva, mais conhecido por Frei Chico. Em 1969, o Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo do Campo e Diadema fizeram eleições para escolher uma nova direcção e Lula foi eleito suplente. Nas eleições seguintes, em 1972, tornou-se primeiro-secretário. Em 1975, foi eleito presidente do sindicato com 92 por cento dos votos, passando a representar 100 mil trabalhadores .Lula deu então uma nova direcção ao movimento sindical brasileiro. Em1978, Lula foi reeleito presidente do sindicato e, após 10 anos sem greves operárias, ocorreram no país as primeiras paralisações.
Em Março de 1979, 170 mil metalúrgicos pararam São Paulo. A repressão policial ao movimento grevista e a quase inexistência de políticos que representassem os interesses dos trabalhadores no Congresso Nacional fez com que Lula pensasse pela primeira vez em criar um Partido dos Trabalhadores.
O Brasil atravessava, então, um processo de abertura política lenta e gradual comandada pelos militares ainda no poder. Em 10 de Fevereiro de 1980, Lula fundou o PT, juntamente com outros sindicalistas, intelectuais, políticos e representantes de movimentos sociais, como lideranças rurais e religiosas. Em 1980, nova greve dos metalúrgicos provocou a intervenção do Governo Federal no sindicato e a prisão de Lula e de outros dirigentes sindicais, com base na Lei de Segurança Nacional. Foram 31 dias de prisão.
Em 1982 o PT já estava implantado em quase todo o território nacional. Lula liderou a organização do partido e disputou naquele ano o Governo de São Paulo. Em Agosto de 1983, participou da fundação da CUT—Central Única dos Trabalhadores. Em 1984 participou, como uma das principais lideranças, da campanha das “Directas - Já” para a Presidência da República. Em 1986, foi eleito o deputado federal mais votado do país, para a Assembleia Constituinte.
O Partido dos Trabalhadores lançou Lula para disputar a Presidência da República do Brasil em 1989, após 29 anos sem eleições directas para o cargo. Perdeu as eleições, na segunda volta, por pequena diferença de votos, mas dois anos depois liderou uma mobilização nacional contra a corrupção que acabou na destituição do presidente Fernando Collor de Mello.
Em 1994 e 1998, Lula voltou a candidatar-se a presidente da República mas, foi derrotado por Fernando Henrique Cardoso.
Em 27 de Outubro de 2002, no dia do seu 57º aniversário, com quase 53 milhões de votos, Luiz Inácio Lula da Silva é, finalmente eleito Presidente da República Federativa do Brasil.
quarta-feira, outubro 26, 2005
A Crise dos Mísseis Cubanos
A Guerra Fria atingiu o seu clímax, com a crise dos mísseis cubanos, que começou no dia 16 de Outubro de 1962,quando um avião espião U-2 norte-americano, descobriu bases de mísseis soviéticos instalados em Cuba.
Dois dias depois por ordem directa do Presidente Kennedy, ao largo da ilha de Vieques, perto de Porto Rico, a Marinha, a Força Aérea e os fuzileiros navais deram início a uma das maiores manobras conjuntas já realizadas. Na Casa Branca, o tempo passava sem qualquer tipo de explicação para tamanhas manobras.
No dia 22 de Outubro de 1962, num dos mais duros discursos de seu mandato, John Kennedy deu ao país a explicação aguardada. O presidente disse que a União Soviética havia quebrado a sua promessa: mentira aos Estados Unidos e começaram a construir bases de mísseis ofensivos em Cuba. A declaração soviética de que as bases serviam apenas para defesa era falsa, disse Kennedy. O presidente afirmou que algumas das instalações tinham sido construídas para acomodar armas de alcance médio que poderiam arrasar "a maioria das grandes cidades da América".
Dizendo que a construção das bases era "uma ameaça clandestina, irresponsável e provocativa à paz mundial", Kennedy anunciou que imporia a Cuba um bloqueio naval e aéreo, a fim de impedir o embarque de mais equipamento militar. Exigiu a retirada de todas as armas ofensivas da ilha. E ameaçou a União Soviética de retaliação, se Cuba lançasse mísseis contra qualquer país das Américas. Algumas horas depois do discurso de Kennedy, pela rádio e televisão, o Presidente Fidel Castro anunciou a mobilização de milhares de militares cubanos. Um comentador da televisão de Havana negou que houvesse mísseis balísticos soviéticos de alcance médio em Cuba, e disse que o bloqueio de Kennedy era um acto de guerra.
No dia 23 de Outubro de 1962, Kennedy recebeu uma carta de Kruschev, mas o seu conteúdo não foi revelado. No dia 24 de Outubro, logo depois de iniciado o bloqueio, Kruschev propôs uma reunião pessoal com Kennedy para diminuir o risco de uma guerra nuclear. Em carta a Bertrand Russel, pacifista britânico, o Líder soviético também ameaçou os Estados Unidos de retaliação por causa do bloqueio. No entanto, do Atlântico veio a notícia de que diversos navios do bloco soviético que estavam rumando para Cuba mudaram de curso para evitar um confronto com a Marinha dos Estados Unidos.
No dia 25 de Outubro, Kruschev concordou com a proposta das Nações Unidas para interromper o envio de mísseis para Cuba se os Estados Unidos terminassem o seu bloqueio. A proposta foi feita pelo secretário-geral da ONU, U-Thant. Kennedy concordou apenas em permitir que representantes norte-americanos conversassem com U-Thant. A 26 de Outubro a tensão aumentou muito.
A Casa Branca tornou público um relato dos serviços secretos mostrando que as obras nas bases cubanas de mísseis estavam sendo aceleradas para torná-las operacionais "o mais depressa possível". Os funcionários do governo norte-americano reuniram-se para programar o próximo passo da crise.
No dia 27 de Outubro o Pentágono revelou que um avião espião U-2 tinha desaparecido sobre Cuba. Diversos aviões foram alvejados e os oficiais do departamento de Defesa advertiram que os EUA estavam prontos para retaliar os ataques. Mais de 14 mil reservistas da Força aérea foram convocados. Kennedy afirmou que Kruschev tinha feito uma proposta para pôr fim à crise, mas continuou a resistir, vinculando a destruição dos mísseis em Cuba à remoção de armas norte-americanas da Turquia.
No dia 28 de Outubro de 1962, foi anunciado finalmente um acordo entre Kennedy e Kruschev, aparentemente, o pacto atende a todas as exigências de Kennedy. Este acordo entre o presidente Kennedy e o líder soviético Kruschev rompeu a imensa tensão que tomou conta do mundo durante sete dias e acalmou os Estados Unidos e a União Soviética, que estavam à beira de um desastre nuclear. Depois de uma semana de negociações diplomáticas complicadas, Kruschev cedeu. Concordou em parar as obras das bases de mísseis em Cuba e levar de volta para a União Soviética todas as armas. Em troca, Kennedy concordou em não invadir Cuba e pôr fim ao bloqueio norte-americano à ilha.
Na realidade o bloqueio ainda está em vigor, 43 anos depois!
José Saramago
José Saramago apoia campanha do Greenpeace e lança primeiro livro com certificação florestal no Brasil. O Prémio Nobel de Literatura de 1998, promove a adopção de padrões sustentáveis pela indústria editorial para proteger as florestas do mundo. A campanha para salvar as últimas florestas primárias do planeta acaba de ganhar uma contribuição de peso.
José Saramago aderiu à campanha da Greenpeace e pediu pessoalmente às suas editoras em todo o mundo que seguissem as normas ambientalmente adequadas para produzir a sua nova obra. Pela primeira vez no Brasil, um livro é impresso em papel e gráfica certificados pelo FSC (Conselho de Manejo Florestal). O lançamento mundial da nova obra de José Saramago, “As Intermitências da Morte”, acontece amanhã no Brasil.
“Apesar do grande estímulo cultural que nos presta, a indústria editorial consome avidamente papel cuja produção estimula a destruição das florestas”, disse Rebeca Lerer, uma das coordenadoras da campanha de Florestas do Greenpeace.
“Isso representa uma perda irreparável para o mundo. O desaparecimento das florestas ameaça a biodiversidade – indispensável para garantir a manutenção das espécies e das culturas tradicionais que dependem destes ecossistemas para sobreviver. Iniciativas como a de José Saramago são provas de respeito, não apenas ao meio ambiente, como a todos nós”.
A Companhia das Letras, editora de Saramago no Brasil, cumpriu todas as recomendações do FSC, desde o cuidado com a escolha do papel até a gráfica certificada onde a obra foi impressa.
“O lançamento deste primeiro livro com o selo FSC é uma evolução muito importante para o mercado editorial brasileiro. Pretendemos fazer mais lançamentos certificados e acredito que outras editoras farão o mesmo”, afirmou Elisa Braga, directora de produção da Companhia das Letras.
O FSC é o único sistema de certificação independente que adopta padrões socio -ambientais internacionalmente aceites, incorporando de maneira equilibrada os interesses de grupos sociais, ambientais e económicos.
Actualmente, o FSC oferece a melhor garantia de que a actividade madeireira ocorre de maneira legal e não acarreta a destruição das florestas primárias como a Amazónia.
O Greenpeace encoraja a indústria editorial em diversos países a deixar de usar papel cuja a produção acarreta a destruição das florestas e a adoptar práticas social e ambientalmente adequadas na utilização de produtos florestais, como o uso de papel reciclado ou certificado pelo FSC.
Fonte: Greenpeace
terça-feira, outubro 25, 2005
Rosa Parks
Considerada um dos ícones do movimento dos direitos civis dos negros, nos Estados Unidos, Rosa Parks morreu esta madrugada, em Detroit.
Tinha 92 anos.
Rosa Louise Parks era uma costureira de 42 anos, nascida a 04 de fevereiro de 1913 em Tuskegee, Alabama, quando entrou para a História Americana.
No dia 1º de Dezembro de 1955 ela ia num autocarro na cidade de Montgomery, Alabama, quando um homem branco exigiu que ela se retirasse do banco onde estava, para ele se poder sentar.
Rosa Parks recusou-se, desafiando as regras vigentes, que exigiam que os negros cedessem os seus lugares nos transportes públicos às pessoas brancas. Com este acto, Parks foi presa e multada em US$ 14. A prisão da costureira desencadeou um boicote de 381 dias ao sistema de transportes públicos, organizado Martin Luther King Jr. Em 1957, depois de ter perdido o emprego e recebido ameaças de morte, Rosa Parks e o seu marido, Raymond, mudaram-se para Detroit, onde trabalhou como assistente no escritório de um congressista democrata.
“A verdadeira razão de eu não ter cedido o meu banco no autocarro foi porque senti que tinha o direito de ser tratada como qualquer outro passageiro. Aguentamos aquele tipo de tratamento por muito tempo”, disse Rosa Parks em 1992 a respeito da sua atitude em 1955.
Adepta da não-violência, a percursora do movimento dos direitos civis nos EUA conseguiu, com a sua acção, que um tribunal acabasse por decretar o fim da política segregacionista nos transportes públicos, primeiro, em Montgmery, e posteriormente, com a adopção da Acta dos Direitos Civis, em 1964, no resto do país.
Em 1996 recebeu a Medalha Presidencial pela Liberdade, e, em 1999, a Medalha de Ouro do Congresso americano, a mais alta honraria civil.
Picasso
Pablo Ruiz Picasso, nasceu em Málaga, Espanha, em 25 de Outubro de 1881.O seu nome completo era: Pablo Diego José Francisco de Paula Juan Nepomuceno Maria de los Remedios Cipriano de la Santissima Trinidad Ruiz y Picasso. Artista multifacetado, foi único e genial em todas as actividades que exerceu: inventor de formas, criador de técnicas e de estilos, artista gráfico e escultor.
O génio de Picasso manifestou-se desde muito cedo: aos 10 anos de idade, fez suas primeiras pinturas e, aos 15, passou com brilhantismo nos exames para a Escola de Belas Artes de Barcelona, com a grande tela Ciência e Caridade (1897), ainda em moldes académicos.
Entre 1900 e 1902 fez três viagens a Paris, onde se estabeleceu finalmente, em 1904. Os temas das obras de Edgar Degas e de Henri Marie de Toulouse-Lautrec, bem como o estilo deste último, exerceram grande influência em Picasso. A Casa Azul (1901) demonstra sua evolução para o período azul, assim chamado pelo predomínio dos tons dessa cor nas obras realizadas nessa época.
Pouco depois de se estabelecer em Paris, nos anos de 1904 e 1905, iniciou o chamado período rosa, concentrando sua temática no mundo do circo e criando obras como Família de Arlequins (1905).
No verão de 1906, durante uma estada em Gosol, Andorra, sua obra entrou em uma nova fase, marcada pela influência das artes gregas, ibérica e africana. O célebre retrato de Gertrude Stein (1905-1906) revela um tratamento do rosto em forma de máscara. A obra chave desse período é Les Demoiselles d’Avignon (1907), em que rompe a profundidade espacial e a forma de representação ideal do nu feminino, reestruturando-o por meio de linhas e planos cortantes e angulosos.
"Les Demoiselles d'Avignon", nesta obra Pablo Picasso subverte por completo os moldes tradicioanis de representação da figura humana. Para isso, defendem os especialistas, submete cinco figuras femininas a uma geometrização rigorosa que acaba por levar a uma deformação radical.Os corpos em "Les Demoiselles d'Avingnon", datado de 1907, são angulosos e desproporcionais, transformando-se num sinónimo da revolta do artista contra toda a arte ocidental desde o Renascimento.Esta obra, que para muitos é a fundadora do cubismo, está no Museum of Modern Art (MoMa), em Nova Iorque.
Entre 1908 e 1911, Picasso e Georges Braque, inspirados no tratamento volumétrico das formas pictóricas de Paul Cézanne, trabalharam em estreita colaboração, desenvolvendo juntos a primeira fase do cubismo, hoje conhecida como cubismo analítico. Nela se destaca Daniel Henry Kahnweiler (1910). Em 1912, Picasso realizou sua primeira colagem, Natureza morta com cadeira de palha. Esta técnica assinala a transição para o cubismo sintético.
O busto em bronze de Fernande Olivier (também conhecido como Cabeça de Mulher, 1909) mostra a consumada habilidade técnica de Picasso no tratamento das formas tridimensionais. Compôs ainda grupos como Bandolim e Clarinete (1914), constituídos por fragmentos de madeira, metal, papel e outros materiais.
Em estilo realista figurativo são: Pablo Vestido de Arlequim (1924), Três Mulheres na Fonte (1921), As Flautas de Pã (1923), Mulher Dormindo na Poltrona (1927) e Banhista Sentada (1930).
Vários quadros cubistas do início da década de 1930, em que predominam a harmonia das linhas, o traço curvilíneo e um certo erotismo subjacente, reflectem o prazer e a paixão de Picasso por seu novo amor, Marie Thérèse Walter, como se observa em Moça Diante do Espelho (1932).
Em 26 de abril de 1937, durante a Guerra Civil espanhola, a aviação alemã, por ordem de Francisco Franco, bombardeou o povoado basco de Guernica. Poucas semanas depois Picasso começou a pintar o enorme mural conhecido como Guernica, em que conseguiu um esmagador impacto como retrato-denúncia dos horrores da guerra.
"Guernica", a obra "política" mais famosa do século XX foi motivada pelo bombardeamento da cidade do mesmo nome, centro da tradição cultural basca. O quadro é o reflexo da leitura subjectiva que Pablo Picasso faz da Guerra Civil de Espanha e vem provar que o tema da batalha também pode ser tratado pelos artistas modernos. O quadro foi pintado para a Exposição Mundial de Paris, em 1937. Está hoje no Museu Rainha Sofia, em Madrid.
A deflagração e o posterior desenvolvimento da II Guerra Mundial contribuíram para que a paleta de Picasso se obscurecesse e a morte se tornasse o tema mais frequente da maior parte de suas obras. É o que se vê em Restaurante com Caveira de Boi e em O Ossário (1945).
Nos anos 60, dedica-se à recriação de quadros célebres, como O AlmoçoSobre a Relva (1961), de Edouard Manet, ou As Meninas, de Diego Velázquez. Em 1964, realizou a maquete de Cabeça de mulher, monumental escultura em aço soldado, erigida em 1966, no Centro Cívico de Chicago.
Em 1968, aos 87 anos, produziu em sete meses uma série de 347 gravuras recuperando os temas da juventude: o circo, as touradas, o teatro, as situações eróticas. Em 1970 após, uma operação da próstata e da vesícula, põe fim às suas actividades como criador. Em 1971, o seu 90ª aniversário, é comemorado com uma exposição na grande galeria do Museu do Louvre. Torna-se o primeiro artista vivo a expor os seus trabalhos no famoso museu francês. Pablo Picasso morreu a 8 de Abril de 1973 em Mougins, França com 91 anos de idade.
segunda-feira, outubro 24, 2005
Confucionismo
Confúcio, nome latinizado de Kong Tze, nasceu por volta de 551 A.C., proveniente de uma família fidalga mas pobre, recebeu uma boa educação e ocupou diversos cargos públicos.
Desde os 22 anos viu-se rodeado de jovens que vinham junto dele procurar ensinamentos. Teve mais tardar de se exilar, viajando de estado em estado acompanhado por um pequeno grupo de discípulos.
Quando pôde voltar à pátria, tinha perto de 70 anos. Até à sua morte, em 479 A. C., votou-se à instrução dos discípulos e à divulgação das obras da literatura clássica chinesa.
Interpretando o princípio fundamental do pensamento chinês, quer dizer, a existência de uma ordem do Universo com a qual as acções humanas devem harmonizar-se, estabeleceu um sistema ao mesmo tempo moral, político e religioso: o confucionismo.
A origem de todas as coisas é tida como uma união de yin e yang, o princípio passivo e o princípio activo, respectivamente. Segundo o confucionismo, as relações humanas devem seguir um modelo patriarcal.
Durante mais de 2000 anos, a política governamental, a organização social e a conduta individual chinesas foram modeladas segundo os princípios confucionistas. Só em 1912 a filosofia confucionista foi abandonada como orientação de base para a governação.
Os escritos que fundamentam o confucionismo compreendem as ideias defendidas num conjunto tradicional de livros editados e escritos por Confúcio como, por exemplo, os Analectos e o I Ching, que também se inclui entre os textos básicos do confucionismo.
Até 1912, o imperador da China era considerado o pai do seu povo, designado pelo céu para governar; o Homem Superior constituía o modelo humano ideal e a piedade filial era considerada a principal virtude. Seguir uma existência pautada por padrões de elevada moralidade era uma forma de prestar culto aos antepassados.
No tempo em que reinava o imperador, eram oferecidos sacrifícios ao céu e à terra, aos corpos celestes, aos antepassados imperiais, a vários deuses da natureza e ao próprio Confúcio. Esta prática foi abolida com a revolução republicana de 1912, mas o culto dos antepassados, expresso através da reverência às suas memórias, continuou uma prática regular doméstica.
Com o regime comunista, o confucionismo manteve-se, embora o dirigente comunista Mao Zedong tenha incentivado uma campanha contra Confúcio, durante os anos de 1974 a 1976, este movimento não foi prosseguido pelos seus sucessores.
Organização das Nações Unidas
A Segunda Guerra Mundial, com o seu rasto de mortes e destruição, foi a mola propulsora para a criação de uma organização mundial, após o fracasso da primeira tentativa, a Sociedade das Nações, fundada depois do primeiro conflito mundial. A ideia de criar uma comunidade de países surgiu ainda durante a Segunda Guerra Mundial e foi defendida pelo presidente norte-americano, Franklin Roosevelt, e pelo primeiro-ministro inglês, Winston Churchill.
O objectivo era uma aliança para garantir a paz, e prevenir futuros conflitos.
O nome “Nações Unidas”, concebido pelo presidente Roosevelt, foi empregado pela primeira vez na “Declaração das Nações Unidas”, em 1 de Janeiro de 1942, durante a Segunda Guerra Mundial.
Na ocasião, os representantes de 26 países estabeleceram um compromisso em nome dos seus governos de prosseguir em conjunto a luta contra as potências do Eixo.
A Carta das Nações Unidas foi redigida pelos representantes de 50 governos, reunidos em São Francisco, nos EUA, entre 25 de Abril e 26 de Junho de 1945, na Conferência das Nações Unidas sobre a Organização Internacional. Os delegados basearam os seus trabalhos nas propostas formuladas pelos representantes da China, Estados Unidos, Grã-Bretanha e União Soviética, em Dumbarton Oaks, entre Agosto e Outubro de 1944.
A Carta das Nações Unidas foi assinada, por 50 países, a 26 de Junho de 1945, no encerramento da Conferência de São Francisco, fixando os estatutos da comunidade das nações. Oficialmente, o Dia das Nações Unidas é comemorado a 24 de Outubro. Nesta data, em 1945, a Carta entrou oficialmente em vigor. A China, Estados Unidos, França, Grã-Bretanha e União Soviética obtiveram uma representação permanente e o direito de veto no Conselho de Segurança. Dos 193 países que existem no mundo, apenas dois países não fazem parte da Organização das Nações Unidas: o Vaticano e o Taiwan.
O feito mais notável da ONU é a proclamação da Declaração Universal dos Direitos Humanos, em 1948.
sexta-feira, outubro 21, 2005
Manuel Alegre
Manuel Alegre nasceu a 12 de Maio de 1936, em Águeda, onde fez a instrução primária. Durante os estudos secundários, no liceu Alexandre Herculano, no Porto, fundou, com José Augusto Seabra, o jornal “Prelúdio”.
Enquanto estudante universitário, em Coimbra, foi membro da Comissão da Academia que apoiou a candidatura do General Humberto Delgado, fundador do CITAC - Centro de Iniciação Teatral da Academia de Coimbra, membro do TEUC - Teatro de Estudantes da Universidade de Coimbra, atleta internacional da AAC na modalidade de natação, director do Jornal Académico “A Briosa”, membro da redacção da revista “Vértice”, colaborador da “Via Latina” e um dos mais destacados dirigentes do movimento estudantil.
Mobilizado para Angola em 1962, organiza aí uma primeira tentativa de revolta militar contra o regime e a guerra colonial. Preso pela PIDE durante 6 meses na prisão de S. Paulo de Luanda, aí conheceu os escritores angolanos Luandim Vieira, António Jacinto e António Cardoso. Passado à disponibilidade e colocado com residência fixa em Coimbra. Sai para o exílio no verão de 1964, para não ser de novo preso.
Eleito em Outubro de 1964 membro dirigente da Frente Patriótica de Libertação Nacional, presidida pelo General Humberto Delgado. Passa 10 anos no exílio em Argel, sendo o principal responsável e locutor da emissora de resistência “A Voz da Liberdade”. Durante o exílio estabeleceu relações de amizade com dirigentes africanos, especialmente Amílcar Cabral, Agostinho Neto, Mário Pinto de Andrade e Aquino de Bragança. Proferiu conferências em numerosos países, em representação da oposição democrática portuguesa.
Regressa a Portugal a 2 de Maio de 1974. Eleito membro da Comissão Nacional e do Secretariado Nacional do PS no 1.º Congresso realizado na legalidade, em Dezembro de 1974. Deputado eleito pelo círculo eleitoral de Coimbra em todas as eleições legislativas. Secretário de Estado da Comunicação Social e Porta Voz do 1.º Governo Constitucional, Secretário de Estado Adjunto do Primeiro Ministro para os Assuntos Políticos. Várias vezes Presidente e Vice-Presidente da Comissão Parlamentar dos Negócios Estrangeiros e da Delegação Parlamentar Portuguesa ao Conselho da Europa. Foi Vice-Presidente da Assembleia Parlamentar e do Grupo Socialista do Conselho da Europa. Várias vezes Vice-Presidente do Grupo Parlamentar do Partido Socialista. Membro da Comissão Nacional e do Secretariado Nacional do Partido Socialista. Depois da crise política no PS desencadeada no Verão de 2004 com a demissão de Ferro Rodrigues da liderança do Partido Socialista, na sequência da recusa do presidente da República, Jorge Sampaio, em convocar eleições antecipadas depois da saída de Durão Barroso do governo, Manuel Alegre decidiu candidatar-se ao lugar de secretário-geral do PS. No entanto, a contagem dos votos, em Setembro de 2004, deu uma vitória a José Sócrates, deixando a Manuel Alegre o segundo lugar na corrida, com 20% dos votos. Actualmente é: Vice-Presidente da Assembleia da República e candidato independente à Presidência da República.
No campo literário teve a sua primeira publicação em 1965, com Praça da Canção. Destacou-se na geração do Cancioneiro Vértice (Coimbra, 1963-1965), que publicou colectivos de poesia intitulados Poemas Livres. A sua poesia define-se pelo esforço de contestação e luta, pelas memórias do exílio e pela temática da guerra colonial. Outros exemplos de obras suas são O Canto e as Armas (1967), Um Barco Para Ítaca (1971), Letras (1974), Coisas Amar (Coisas do Mar) (1976), Nova do Achamento (1979), Atlântico (1981), Babilónia (1983), Chegar Aqui (1984), Aicha Conticha (1984), Jornada de África (1989), O Homem do País Azul (1989), Rua de Baixo (1990), Com que Pena: Vinte Poemas para Camões (1992), Sonetos do Obscuro Quê (1992), Coimbra Nunca Vista (1995), 30 Anos de Poesia (1995), Alentejo e Ninguém (1996), As Naus de Verde Pinho (1997), foi distinguido com o Prémio António Botto 97 de Literatura Infantil. Seguiu-se Poema de Che (1997), Senhora das Tempestades (1998). Muitos dos seus poemas foram musicados e cantados por figuras da música portuguesa, com destaque para Trova do Vento que Passa, que se tornou o hino da resistência anti-fascista da juventude portuguesa. Manuel Alegre tem publicado ainda obras em prosa, como os romances Alma (1995) e A Terceira Rosa (1998). No mesmo ano lançou a obra Senhora das Tempestades, com a qual foi galardoado com o Prémio da Crítica e o Prémio de Poesia APE/CTT, ambos de 1998. Em 1999, foi reeditada a colectânea Obra Poética. Em Novembro do mesmo ano, Manuel Alegre foi distinguido em Veneza com a medalha da cidade e no mês seguinte recebeu o Prémio Pessoa 99, o maior prémio nacional destinado à área da ciência e da cultura. Ainda em 1999, foi galardoado com o Prémio Fernando Namora pela obra A Terceira Rosa, prémio esse que recebeu das mãos do presidente da República, Jorge Sampaio, em 2000. Em Fevereiro de 2001, Alegre lançou o Livro do Português Errante, uma obra que manifesta o inconformismo e a luta por ideais que dignifiquem o ser. Em 2002, publicou a novela Cão Como Nós, em forma de ode a um animal e, em 2004, editou Rafael. Entre várias distinções e prémios, Manuel Alegre foi também condecorado por Mário Soares com a Grã-Cruz da Ordem da Liberdade, com a comenda da Ordem de Isabel a Católica e foi o primeiro a receber o Diploma de Membro Honorário do Conselho da Europa.
quinta-feira, outubro 20, 2005
Noam Chomsky
Noam Chomsky declarado o maior intelectual do mundo
O linguista americano e crítico da política externa americana Noam Chomsky foi declarado o maior intelectual público do mundo, segundo uma consulta publicada pela revista britânica Prospect Magazine.
Mais conhecido pelas suas críticas contundentes à Guerra do Vietname, à Guerra do Golfo e à Invasão do Iraque e de uma maneira geral, à política externa americana nos últimos 40 anos, Chomsky, de 76 anos, derrotou o romancista e académico italiano Umberto Eco, o segundo classificado, e o professor da Universidade de Oxford Richard Dawkins, que ficou em terceiro.
Noam Chomsky nasceu em 7 de Dezembro de 1928, em Filadélfia, Pensilvânia, Estados Unidos. Estudou Linguística, Matemática e Filosofia na Universidade da Pensilvânia, onde recebeu o doutoramento em Linguística, em 1955. Entre 1951 e 1955, foi membro da Society of Fellows da Universidade de Harvard e completou a tese de doutoramento, intitulada "Análise Transformacional". Aos 27 anos, em 1955, tornou-se professor do Massachusetts Institute of Technology (MIT).
Professor emérito de Linguística no MIT, Chomsky primeiro ficou conhecido pela sua teoria sobre gramática desenvolvida no mesmo MIT nos anos cinquenta, segundo a qual a habilidade de formar a língua estruturada é inata da mente humana.
Posteriormente, tornou-se activista político e publicou a sua primeira colecção de escritos políticos em 1969. Até hoje, escreveu mais de 40 livros sobre teoria linguística, política dos Estados Unidos, crítica social e sobre os media. Ao mesmo tempo em que é chamado para fazer palestras sobre teoria linguística, Chomsky expõe questões sociais.
Ataca o neoliberalismo, os meios de comunicação, o estado e os intelectuais. Ao fazer uma análise político-social, não se intimida em incluir as irregularidades do governo americano nos depoimentos contra o neoliberalismo.
Dos 20.000 votantes da pesquisa Prospect/Foreign Policy, publicada na revista Prospect magazine, 4.800 votaram em Chomsky e 2.500 em Umberto Eco.
Vaclav Havel, o dramaturgo e ex-presidente checo que liderou a “Revolução de Veludo” de 1989 na Checoslováquia, que derrubou o comunismo, ficou em quarto.
Ao saber do prémio, Noam Chomsky brincou com a situação afirmando que "isto era, provavelmente, obra de alguns amigos seus", para depois acrescentar num tom mais sério, que estas consultas eram algo ao qual ele não presta muita atenção.
Link:prospectmagazine.
quarta-feira, outubro 19, 2005
Saddam Hussein
Saddam Hussein, capturado a 13 de Dezembro de 2003, oito meses após a queda do seu regime, comparecerá perante cinco juízes, numa audiência rodeada de medidas de segurança excepcionais.
Saddam Hussein e sete dos seus colaboradores sentam-se, hoje, no banco dos réus do Tribunal Especial Iraquiano, em Bagdade, acusados de um único crime, cujo processo foi concluído pela instrução o massacre de mais de uma centena de xiitas, em 1982.
Os oito acusados pela “execução de 143 aldeões, o sequestro de 399 famílias, a destruição das suas casas e terras” agrícolas na aldeia de Dujail, situada 60 quilómetros a norte de Bagdade, correm o risco de condenação à pena de morte.
Após disparos contra a coluna automóvel em que seguia Saddam, os aldeões de Dujail morreram na retaliação efectuada pelos serviços de segurança. Muitas propriedades foram destruídas, quintas e pomares saqueados e os sobreviventes condenados ao exílio interno durante quatro anos.
Além do caso pelo qual Saddam Hussein começa hoje a ser julgado, há instrução de mais 12 contra o ex-presidente iraquiano.
Saddam Hussein é suspeito por crimes contra a humanidade e crimes de guerra em vários casos a operação de Al-Anfal contra os curdos, em 1988, que fez 180.000 mortos; o gaseamento de cerca de 5.000 curdos em Halabja, no mesmo ano; a repressão dos xiitas, em 1991, com milhares de mortos; a invasão do Kuwait, um ano antes; o massacre de 8000 membros da tribo dos Barzani (um clã curdo), em 1983, e o assassínio de líderes de partidos políticos e de dignitários religiosos xiitas entre 1980 e 1999. Aliás, o Irão também quer julgar Saddam, tendo as autoridades de Teerão enviado, ontem, às homólogas iraquianas, uma acusação própria contra o ex-ditador.
Saddam Hussein nasceu a 28 de Abril de 1937 em Ouija, uma aldeia próxima de Tikrit, 170 quilómetros a Norte de Bagdad. O seu pai, um camponês pobre, morreu pouco tempo antes do filho nascer, e a sua mãe, Subna al-Tulfah, voltou a casar-se com Ibrahim al-Hassan.
Saddam não se dava bem com o padrasto. A sua biografia oficial relata uma infância difícil, com Ibrahim a obrigá-lo a acordar de madrugada para ir tratar dos rebanhos. Ele queria estudar e – contrariando a família – um dia pôs-se a caminho da escola sozinho. Devido ao mau relacionamento com o padrasto, quando Saddam tinha dez anos, Subna decidiu enviá-lo para Bagdad para viver com o tio Khairallah Tulfa, oficial do Exército e militante antibritânico (o tio era também o futuro sogro de Saddam, que aos cinco anos já tinha sido prometido em casamento à sua prima Sajida).
Foi aos 18 anos que Saddam se filiou no Partido Baas, aderindo aos seus ideais laicos e nacionalistas. Mas foi também nesse ano que viu rejeitada a sua candidatura à Academia Militar, por falta de habilitações. Os biógrafos apontam 1958 como a data do seu primeiro assassínio político – a vítima foi um militante comunista, morto em Tikrit com um tiro na cabeça. Terá sido esta acção – pela qual passou alguns meses na prisão – que chamou a atenção dos dirigentes do Baas para o jovem militante.
Saddam foi então incluído num comando de dez homens com a missão de assassinar o primeiro-ministro Abdel Karim Qassem. O atentado falha, Saddam é ferido numa perna e foge, a pé e a cavalo, para a Síria, depois de ter retirado, ele próprio, a bala com uma faca. Este é, provavelmente, um dos episódios de que o líder iraquiano mais se orgulha, a ponto de ter mandado fazer um livro e um filme (de seis horas) que relatam a história – com o título “The Long Days”. Durante os três anos seguintes, Saddam viveu em Damasco e no Cairo, onde estudou Direito.
O regresso a Bagdad dá-se depois de o Baas ter, finalmente, conseguido derrubar Qassem, num golpe dirigido pelo coronel Ahmad Hassan al-Bakr, que era também seu tio. O cristão Michel Aflak, ideólogo do Baas, convida-o para a direcção do partido. Saddam é “investigador”, o que significa que é o responsável pelos interrogatórios.
Pela mão de Al-Bakr foi subindo a escada do poder. Primeiro é vice-secretário-geral adjunto do Conselho do Comando da Revolução, depois vice-presidente, depois comandante do Exército. Em 1979, afasta Al-Bakr do poder e, com 42 anos, chega à chefia do Estado.
Pouco tempo após ter conquistado o poder, implementou uma violenta purga que levou à morte dezenas de membros do governo suspeitos de falta de lealdade. No inicio dos anos 80, utilizou armas químicas para pôr termo à rebelião Curda no norte do Iraque. A fome de poder de Saddam Hussein espalhou- se muito para além das fronteiras do Iraque; apostado em subjugar o mundo Islamico, atacou os países vizinhos. Em 1980 invadiu o Irão, iniciando um guerra de oito anos que não venceu. Em Agosto de 1990 invadiu o Kuwait, país rico em petróleo, que proclamou como a 19º província do Iraque. Desafiou as Nações Unidas ao não cumprir as directivas que o obrigavam a retirar do Kuwait, provocando a que chamou “Mãe de Todas as Batalhas”, a Guerra do Golfo. O breve conflito dizimou as forças militares de Saddam, mas o ditador conseguiu reconstruir a sua república e a sua base de poder, a começar pela tenebrosa polícia secreta e manteve-se no poder mais 12 anos.
segunda-feira, outubro 17, 2005
Budismo
Uma das grandes religiões do mundo, surgida na Índia cerca de 500 a.C. Derivou do ensinamento de Siddhartha Gautama, considerado como um de entre os seres iluminados designados por Buda. Não tem deuses. A noção de karma constitui a pedra de toque da doutrina. Essa noção significa boas e más acções que recebem a adequada recompensa ou castigo, quer nesta vida, quer através de uma longa sucessão de vidas, por meio da reencarnação.
As principais divisões do budismo são o Teravada (ou Hinayana), no sudeste da Ásia e o Maayana, no norte da Ásia. Entre as muitas seitas Maayana, contam-se o lamaísmo no Tibete e o zen no Japão. O seu símbolo é o lótus.
O cânone dos budistas do Sri Lanka, em pali, é o único cânone completo das escrituras budistas. Embora muitas outras escolas tenham o mesmo cânone, elas encontram-se em sânscrito. As escrituras, conhecidas por pitakas (cestos), datam de entre o século II e VI. Estão divididas em três grandes grupos: vinaya (disciplina), a lista das transgressões e regras de vida; sutras (discursos), ou darma (doutrina), a exposição tradicional do budismo feita por Buda e pelos seus discípulos; e abidarma (continuação da doutrina), discussões posteriores sobre a doutrina.
O eu é considerado como impermanente, uma vez que está sujeito à transformação e ao declínio. O que causa a desilusão, o sofrimento, a ganância e a aversão, é o seu apego a coisas que são, na sua essência, impermanentes. Estes sentimentos, por sua vez, originam karma, o que reforça o sentido do eu. As acções que conduzem ao altruísmo são consideradas como “karma conhecedor” e estão no caminho que conduz à iluminação.
Nas Quatro Nobres Verdades, o Buda reconheceu a existência do sofrimento e a sua causa e indicou a via de libertação através da Nobre Óctupla Senda. O objectivo desta última é quebrar as cadeias do karma e alcançar o desprendimento do corpo através da realização do nirvana, isto é, da erradicação de todos os desejos e do aniquilamento ou dissolução do eu no infinito.
É prestada uma grande devoção e reverência ao Buda histórico (Sakyamuni, ou, quando referenciado pelo seu nome de clã, Gautama), que é visto como um elo de uma longa série de sucessivos Budas. O próximo Buda (Maitreya) é esperado para o ano 3000.
O budismo Teravada, a Escola dos Anciãos, também conhecida como Hinayana, ou Pequeno Veículo, é maioritário no sudeste da Ásia (Sri Lanka, Tailândia). Sublinha a mendicância e a vida contemplativa como via para quebrar o ciclo da samsara, ou morte e renascimento. Os seus três objectivos alternativos são: arat, o estado daquele que alcançou uma visão profunda da verdadeira natureza das coisas; paccekabuda, um iluminado que vive retirado e não se dedica ao ensino; Buda, a iluminação total. As suas escrituras estão redigidas em pali, uma língua indo-ariana com raízes no norte da Índia.
Por volta do século XIII, o budismo extinguiu-se na própria Índia, tendo sido substituído pelo hinduísmo. No entanto, existem actualmente cinco milhões de devotos.
O budismo Maayana, ou Grande Veículo, surgiu no início da era cristã. Esta tradição põe o acento tónico em Buda como princípio eterno e sem forma, essência de todas as coisas. Exorta os indivíduos a alcançar pessoalmente o nirvana, e, inclusivamente, a tornarem-se sucessores de Buda ou Bodisatva, podendo, assim, salvar os outros. Isto significa que um crente pode alcançar a iluminação através de um Bodisatva sem seguir a austeridade do Teravada, e o culto dos diversos Budas e Bodisatvas anteriores. O budismo Maayana também acentua a doutrina sunyata, ou a compreensão obtida através da experiência do fundamental vazio (leia-se não substancialidade) de todas as coisas, incluindo a doutrina budista.
O budismo Maayana é dominante na China, Coreia, Japão e Tibete. No século VI, difundiu-se na China com os ensinamentos de Bodidarma, dando origem ao Tch’an, que se radicou no Japão desde o século XII como budismo Zen. O Zen privilegia a meditação silenciosa que apenas é interrompida por súbitas intervenções de um mestre com o objectivo de encorajar o despertar da mente. No Japão também foi organizada a sociedade laica Soka Gakkai (Sociedade para a Criação do Merecimento), fundada em 1930, e que compatibiliza a fé mais profunda com os benefícios materiais imediatos. Nos anos 80 contava mais de sete milhões de chefes de família entre os seus aderentes.
Até quarta-feira.
sexta-feira, outubro 14, 2005
Chuck Yeager
Charles “Chuck” Yeager nasceu em Myra, Mud River, West Virgina, no ano de 1924, após a graduação na Hamlin High School (1941), alistou-se na Army Air Corps, então com 18 anos de idade. Estudou e tornou-se mecânico de aviões e piloto de testes, onde logo se afirmou como extraordinário.
A sua excelente coordenação, habilidade mecânica e memória privilegiada impressionaram os instrutores da escola de pilotagem. Após completar o curso básico, tornou-se piloto de caças, na Força Aérea do Exército, pilotando o “Bell P-39 Airacobra”. Com o advento da Segunda Guerra Mundial, foi mandado para a Europa, onde passou a pilotar o “North American P-51 Mustang”, um dos melhores aviões da época.
Após terminar a Segunda Guerra Mundia, voltou aos Estados Unidos, e foi seleccionado para voar como piloto de testes. Após a guerra, a evolução no desenho de aviões e motores foi extraordinariamente rápida. Foi uma época de grandes experiências e novas formas aerodinâmicas, motores mais eficientes e novos combustíveis apareciam quase que diáriamente. Com a derrota da Alemanha, os americanos apoderaram-se de uma imensa quantidade de material resultante das pesquisas desenvolvidas naquele país. Os alemães vinham, desde antes da Guerra, desenvolvendo motores a jacto e a foguete. A empresa “Bell Aeronautics” desenhou um pequeno avião, com a fuselagem em forma de bala e asas curtas e rectas, e adaptou quatro motores a foguete, derivados dos motores “Walter” alemães. O seu objectivo era claro: Ultrapassar a barreira do som.
Assim, quando o X-1 ficou pronto, poucos dos pilotos de testes da época estavam dispostos a arriscar-se nesse terreno desconhecido. Chuck Yeager não era um deles, e aceitou a tarefa com entusiasmo.
O X-1 carregava o combustível estritamente necessário para seu voo supersónico, por isso, ele não podia descolar pelos seus próprios meios. Em vez disso, foi “pendurado” sob a “barriga” de um bombardeiro B-29, de onde foi lançado quando atingiu a altitude requerida. A 14 de Outubro de 1947, Yeager tomou o seu lugar no avião e, após ser libertado do B-29, ligou os quatro motores e projectou-se no ar. Ao terminar a sua corrida pelo céu, havia-se tornado o primeiro homem a ultrapassar a barreira do som.
Ao contrário de outras façanhas conseguidas por aviadores antes dele, a conquista de Yeager não teve repercussões imediatas: a Guerra Fria tinha começado, e o feito de Yeager foi mantido em segredo por algum tempo. Porém, tornou-se conhecido dentro do restrito grupo dos pilotos de teste, os quais o consideravam o melhor de todos eles.
Chuck Yeager continuou sua carreira como piloto de testes durante os anos 50, pilotando inúmeros aviões novos e experimentais, como o “Douglas X-3” e o “Bell X-5”, conseguindo muitos outros recordes. No final dos anos 50 comandou um esquadrão de caças “North American F-100”, e serviu depois no Vietname, comandando um esquadrão de bombardeiros leves “Martin B-57 Camberra”. Foi também inspector de acidentes da Força Aérea Americana e director da Escola Espacial da Base de Edwards ( 1960 ). No princípio dos anos setenta retirou-se da Força Aérea, com a patente de General.
quinta-feira, outubro 13, 2005
Margaret Thatcher
A ex-primeira-ministra britânica Margaret Thatcher festeja hoje 80 anos. Cerca de 650 pessoas foram convidadas para uma cerimónia privada num grande hotel londrino, o Mandarin Oriental, cuidadosamente adaptado para receber a “Dama de Ferro”, hoje com saúde frágil e perdas de memória.
A rainha Isabel II e seu marido, o príncipe Philip, devem participar da cerimónia. O primeiro-ministro trabalhista Tony Blair, vários chefes e ex-chefes de Estado estarão presentes na festa, segundo a Fundação Thatcher.
Também foram convidados deputados, lordes e amigos de Thatcher—primeira e única mulher a ocupar o posto de primeira-ministra do Reino Unido, de 1979 a 1990. Os filhos de Thatcher, Carol e Mark, ambos com 48 anos, também estarão presentes na festa. Devido ao frágil estado de saúde de Thatcher, que se retirou da vida pública após uma série de acidentes vasculares cerebrais, em 2001 e 2002, a cerimónia terá duração de duas horas e meia e não terá jantar ou discursos.
Considerada nos anos 80 uma das mulheres mais poderosas do planeta, Thatcher continua a ler os jornais diariamente, assiste à televisão e visita regularmente a Câmara dos Lordes, da qual é membro, para ouvir os debates. Quinze anos após sua saída, adorada ou odiada, ela ainda recebe cerca de cinquenta cartas por dia.
Margaret Hilda Roberts, nasceu a 13 de Outubro de 1925. Filha de um dono de mercearia de classe média de Grantham, Norte da Inglaterra, ela foi uma estudante esforçada que ganhou uma bolsa para estudar Química na Universidade de Oxford, onde se formou. Em 1951 casou com Denis Thatcher, que a introduziu na política. Em 1953 começou a estudar direito tributário. Ingressou no Partido Conservador, do qual o seu marido já era membro, e em 1959 ganhou um lugar na Câmara dos Comuns. Dois anos mais tarde foi nomeada secretária de Estado para Assuntos Sociais, e posteriormente ministra da Educação e Ciência, durante o mandato do conservador Edward Heath. Considerada a líder mais enérgica da ala direita do Partido Conservador, substituiu Heath na direcção do partido em 1975. Elaborou um programa rigoroso para inverter a crise da economia britânica mediante a redução da intervenção estatal. O seu programa recebeu o apoio da opinião popular, e em 1979 conseguiu que os conservadores acedessem ao poder por ampla margem: converteu-se assim na primeira mulher britânica a ocupar o cargo de primeiro ministro. Quando se tornou primeira-ministra da Grã-Bretanha, em 04 de Maio de 1979, Margaret Thatcher tinha alguns objectivos: tirar o país do atraso económico e tecnológico, romper a força do sindicalismo e enfraquecer o socialismo. A sua assumida antipatia pelo comunismo fê-la ganhar, logo no início de sua gestão, o apelido de Dama de Ferro. Em 1982, Thatcher interveio energicamente no conflito das Malvinas. A sua atitude foi bem vista pela opinião pública britânica e nesse mesmo ano voltou a obter a vitória eleitoral Em 1984 enfrentou graves conflitos sociais, em especial a greve dos mineiros, que reprimiu com dureza. Em 1987 ganhou de novo as eleições, mas nesta ocasião por uma margem muito mais reduzida. A sua recusa à união social e política do Reino Unido com a Europa e a imposição do imposto regressivo, a poll tax, provocou una polémica generalizada que a enfrentou ao seu próprio partido. A impopularidade de seu último período no governo, no terceiro mandato, fez com que ela desistisse de lutar pela liderança do Partido Conservador, em 1990, o que acarretou sua renúncia à chefia do governo - em 22 de Novembro de 1990, sendo substituída por John Major. Margaret Thatcher governou durante 11 anos, foi o mais longo período na história da Inglaterra, no século XX, e marcou presença com o estilo directo e autoritário.
Prémio Nobel da Literatura
Harold Pinter distinguido com o Prémio 2005
O Prémio Nobel da Literatura 2005 foi hoje atribuído em Estocolmo ao dramaturgo britânico Harold Pinter. A Academia sueca de Literatura distinguiu Pinter por "nas suas peças revelar o abismo existente nas conversas banais e forçar a sua entrada nos espaços fechados da opressão".
O prémio, dotado com 1,1 milhões de euros, será entregue juntamente com os restantes galardões, a 10 de Dezembro, aniversário da morte do seu fundador, Alfred Nobel.
Dados Biográficos
Pinter nasceu a 10 de Outubro de 1930 em Hackney, Londres.
Durante a II Guerra Mundial saiu de Londres, com nove anos, regressando três anos depois.
Em 1948, Pinter, filho de pai com descendência luso-judaica, ingressou na Real Academia de Arte Dramática. Dois anos depois, publicou os primeiros poemas.
Iniciou-se na escrita de peças de teatro em 1957 com "The Room", seguindo-se, no mesmo ano, "The Birthday Party", considerada no início um fiasco, mas tornando-se depois duma das peças mais representadas.
Entre as suas peças mais conhecidas estão "The Caretaker" (1959), "The Homecoming" (1964), "No Man+s Land" (1974) e "Ashes to Ashes" (1996).
Nas obras de Pinter podemos encontrar pessoas que se defendem a si próprias contra a intrusão ou contra os seus próprios impulsos, mergulhando numa existência reduzida e controlada. Outro tema predominante é a volatilidade e o carácter esquivo do passado.
De um período inicial de realismo psicológico, Pinter passa depois para uma fase mais lírica com peças como "Landscape" (1967) e "Silence" (1968), e depois para outra ainda, mais política, com "One of the Road" (1984), "Mountain Language" (1988) ou "The New World Order" (1991).
A partir de 1973, Pinter ficou também conhecido como defensor dos direitos humanos. O dramaturgo escreveu ainda peças para rádio, cinema e televisão.
Para mim um ilustre desconhecido.
O Voo do Açor
Noite memorável para o avançado Pedro Pauleta, que ontem marcou dois dos três golos com que Portugal derrotou a Letónia, superando a marca de Eusébio, 41 golos em 64 jogos e passando a ser o melhor marcador de sempre da Selecção Nacional, com 42 golos.
Nome completo: Pedro Miguel Carreiro Resendes
Alcunhas: Pauleta e Ciclone dos Açores
Data de nascimento:28/04/1973
Naturalidade: Ponta Delgada, S.Miguel, Açores
Altura: 1.80
Peso: 78
Estado civil: casado (tem 1 filho e 1 filha)
Filhos: André e Daniela
Clubes por onde passou: Com. Jovens S. Pedro, Sta.Clara, Angrense,
Un.Micaelense, FCPorto, Estoril, Salamanca, Corunha e Bordéus
Clube actual: PSG
Camisola nº: 9
Estreia pela selecção: Portugal-Arménia (20/08/97)
Internacionalizações A:77
Golos pela selecção: 42
Os 42 golos de Pauleta, foram marcados aos seguintes adversários:
4 golos - Kuwait - Luxemburgo
3 golos - Andorra - Chipre - Letónia - Polónia
2 golos - Azerbeijão - Estónia - Liechtenstein - Lituânia - Holanda - Escócia
1 golo - Albânia - Brasil - Canadá - China - Inglaterra - Grécia - Noruega - Rússia - Suécia - Tunisia.
Golos em competições oficiais:
4 golos - Luxemburgo
3 golos - Chipre - Polónia - Letónia
2 golos - Azerbeijão - Estónia - Liechtenstein - Lituânia - Holanda
1 golo - Rússia
Palmarés
1 campeonato espanhol (2000)
1 Supertaça espanhola (2000)
1 taça da Liga de França (2002)
Melhor marcador do campeonaro francês (2002)
Melhor jogador do campeonato francês (2002 e 2003)
Avançado do campeonato francês (2001, 2002 e 2003)
Onze ideal do campeonato francês (2001, 2002 e 2003)
Vice-campeão europeu (2004)
Fonte FPF.
quarta-feira, outubro 12, 2005
Philip Roth
Philip Roth nasceu em Newark, New Jersey, em 19 de Março de 1933. Nascido no seio de uma família judia proveniente do Leste da Europa, escreveu a sua primeira obra em 1959 “Goodbye, Columbus” (não traduzido para o português), que lhe valeu logo o National Book Award.
Viveu em Roma, Londres, Chicago e Nova York, antes de se mudar definitivamente para o interior dos Estados Unidos, mais precisamente para o Connecticut, onde leva uma vida de quase eremita. Acorda cedo, escreve seis horas por dia, seis dias por semana. Foi casado durante anos com a atriz Claire Bloom - casamento que acabou num divórcio litigioso em que Roth chegou a cobrar de Claire as horas que passou ajudando-a a decorar textos. Não vê televisão, e não vai ao cinama. Com os raros amigos, costuma conversar por telefone. Odeia ficção e só lê sobre o assunto que depois vai escrever.
Seu primeiro livro é de 1959, “Goodbye, Columbus”, seguindo-se a brilhante obra de 1969 “o Complexo de Portnoy” que se tornou um grande sucesso e convenceu os críticos da sua qualidade como escritor. Mas temos que esperar pelos anos noventa, pela sua trilogia, iniciada em 1997 com “Pastoral americana”, seguido de “Casei com um Comunista”, de 1998 e “Mancha Humana” de 2000, para ser reconhecido como muito provavelmente o melhor escritor vivo. Esta trilogia, narra a invenção dos EUA tais como são agora, sempre pelos olhos de personagens autobiográficos, principalmente Nathan Zuckerman, alter ego do autor na trilogia. A ficção começa com os anos 60, em “Pastoral Americana”, de seguida recua alguns anos em “Casei com um Comunista”, que revê o macarthismo, e conclui-se com “Mancha Humana”, em que o politicamente correcto e o escândalo Mónica Lewinski são o pano de fundo de um conflito racial . O seu último livro, editado recentemente pela Dom Quixote é “A Conspiração contra a América”, em que o autor escreve que, Charles Lindbergh nutria simpatias nazis.
Philip Roth ganhou os quatro mais importantes prémios literários da América:o National Book Critics Circle Award com The Counterlife (1986), o National Book Critics Circle Award com Patrimony (1991), o PEN/Faulkner Award com Operation Shylock (1993), o National Book Award com O Teatro de Sabbath (1995), e o Pulitzer Prize com Pastoral Americana (1997). Ganhou o Ambassador Book Award da União de Língua Inglesa com Casei com um Comunista (1998); no mesmo ano foi galardoado com a National Medal of Arts, na Casa Branca.
Com A Mancha Humana, Roth obteve o seu segundo PEN/Faulkner Award bem como o Britain’s W. H. Smith Award para o Melhor Livro do Ano. Em 2001 recebeu o mais alto galardão da Academia Americana de Artes e Letras, a Gold Medal para ficção, atribuída de seis em seis anos «para o conjunto da obra».
terça-feira, outubro 11, 2005
Reinhold Messner
Subir o monte Evereste, a montanha mais alta do mundo, foi um desafio para os alpinistas até 1953. Quando Edmund Hillary e Tenzing Norgay alcançaram finalmente o cume. Nas três décadas seguintes outras conquistas foram realizadas. A primeira escalada por uma mulher, a escalada de um alpinista por um lado da montanha, descida pelo outro, e a primeira descida em esqui. Um traço comum entre todas as façanhas realizadas foi o uso de oxigénio artificial.
Seria possível que o monte Evereste fosse conquistado sem o seu auxílio?
Desde 1920, alpinistas do mundo inteiro debatem sobre os prós e os contras do uso destas ajudas artificiais. Um deles, George Mallory, defendia a tese de que os alpinistas não se devem expor a ajudas artificiais, pois mesmo com estas, existe, a possibilidade de um colapso repentino, se o aparelho falhar. Esta filosofia de que nada deveria vir entre um alpinista e sua montanha continua a ter adeptos até hoje.
Em 1970, o alpinista Reinhold Messner alcançou notoriedade ao escalar uma série de rochas alpinas sem o uso do oxigénio. No ano de 1974, Messner junto com Peter Habeler -outro adepto da filosofia -continuaram as suas escaladas. Ligeiros e ágeis conquistaram o Matterhorm e o Eigerwand. Em 1975 fizeram uma notável escalada no Gasherbrum, a décima primeira montanha mais alta do mundo, sem o uso do oxigénio. A próxima meta era alcançar o Evereste. Messner e Habeler receberam muitas críticas da comunidade médica, que os chamaram de “lunáticos” por estarem colocando em risco a sua própria vida. Sem se importar com as críticas, os dois deram sequência aos seus objectivos.
Chegaram ao acampamento base do Evereste em Março de 1978. Iniciando a primeira tentativa no dia 21 de Abril. Alcançam o acampamento III no dia 23 daquele mês. Naquela noite Habeler passou mal devido a uma intoxicação alimentar. Na manhã seguinte, Messner decidiu prosseguir a subida, juntamente com dois sherpas. Ao alcançar o Colo Sul foram surpreendidos por uma violenta tempestade. Enfrentaram temperaturas de 40 graus negativos e ventos fortes durante dois dias seguidos. Exausto e com fome, Messner estava começando a acreditar que seria impossível alcançar o seu objectivo. Até que, finalmente, o tempo melhorou e ele pôde retornar ao acampamento base para se recuperar.
Messner e Habeler voltaram a discutir sobre a maneira de alcançar o cume. Habeler sugeriu o uso de oxigénio, mas Messner recusou a usá-lo. Dizendo que, mais importante do que conquistar o cume seria conseguir chegar no mais alto ponto possível sem o uso de oxigénio.
No dia seis de Maio eles iniciam outra tentativa. Alcançaram o acampamento III (7200m). Estando agora em altitudes onde poderiam sentir os efeitos da falta de oxigénio. Concordaram em carregar dois cilindros de oxigénio ao acampamento IV, em caso de uma emergência, e haviam feito também um pacto onde voltariam atrás se um ou outro se sentisse mal.
No dia seguinte demoraram três horas e meia para alcançar os 7986m do Colo Sul, onde acamparam a noite. Habeler queixou-se de uma forte dor de cabeça. Mas depois de descansar sentiu-se melhor.
No dia 8 de Maio, acordaram e iniciaram a tentativa de alcançar o cume. O tempo estava instável, e mesmo assim decidiram deixar o acampamento. A respiração tornava-se cada vez mais preciosa, e os dois passaram a comunicar por gestos. O progresso passou a ser lento, demorando quatro horas para alcançar o acampamento V (8500m), onde pararam para descansar cerca de 30 minutos. O tempo ainda ameaçava, mas decidiram continuar rumo ao cume, que estava a 260 metros acima.
Enfrentavam agora um cansaço jamais sentido até então. Os difíceis passos eram apoiados por machados de gelo e a respiração cada vez mais escassa. Messner disse mais tarde que se sentia como se fosse “estourar”. Alcançando o Pico Sul, o vento era muito forte, mas eles ainda tinham esperança de que o tempo melhorasse. Faltavam apenas 98 metros. Atravessaram o Passo de Hillary, descansando algumas vezes. Entre a uma e as duas horas da tarde de 8 de Maio de 1978, Messner e Habeler conquistaram o que até então parecia ser impossível – a primeira ascensão do Evereste sem oxigénio.
O sucesso desta expedição confundiu a comunidade médica, e causou uma reavaliação da Fisiologia da alta altitude. Em 1980, Messner volta ao monte Evereste para completar, desta vez sozinho, mais uma ascensão ao maior cume do mundo sem auxílios artificiais. Apenas cerca de 60 pessoas no mundo conquistaram essa façanha, sendo entre estas 4 mulheres.
Reinhold Messner, nasceu em 17 de Setembro de 1944 em Brixen, Áustria e a este feito tem ainda a juntar, outros dois feitos de monta na História do alpinismo: Foi o primeiro alpinista a escalar com êxito todas as 14 montanhas do mundo acima dos 8000 metros, sempre sem oxigénio.Com a escalada do Kanchenjunga em 1982, tornou-se o primeiro alpinista a escalar as três mais altas do mundo, tendo antes alcançado os picos do Evereste e do K2.
segunda-feira, outubro 10, 2005
Dia Mundial Contra a Pena de Morte
No Dia Mundial Contra a Pena de Morte, que se assinala esta segunda-feira, a Amnistia Internacional coloca o enfoque em África, continente «que caminha no sentido da abolição», mas onde 20 países ainda continuam a aplicar a pena de morte. De acordo com os números da Amnistia Internacional, 13 países africanos já aboliram a pena de morte para todos os crimes, 20 continuam a ter a pena capital na lei mas não têm praticado qualquer execução e outros 20 mantêm a sua aplicação. Em todo o mundo, 86 países aboliram a pena de morte para todos os crimes, 24 são abolicionistas na prática (não ainda na lei) e 75 mantêm a pena capital. Segundo dados de 2004, os mais recentes disponibilizados no site da AI, a China lidera o número de execuções, com pelo menos 3.400 sentenças de morte aplicadas naquele ano. No entanto, a própria AI reconhece que este número deverá estar aquém da realidade. Irão, Vietname e Estados Unidos são os países que se seguem à China na tabela das execuções em 2004, respectivamente com 150, 64 e 59 pessoas mortas através da pena capital. No ano passado, 7.395 pessoas foram sentenciadas à morte em 64 países, das quais 3.797 acabaram por ser executadas em 25 países. Em 2005 atingiu-se já o número mais elevado de execução de crianças desde 1990, com seis mortes, todas elas levadas a cabo no Irão. Segundo Cláudia Pedra, da secção portuguesa da AI, apesar de o retrato da situação ainda ser negativo, é de assinalar que, em média, três países abolem a pena de morte por ano. «Esta tem sido a tendência nos últimos anos», disse à Agência Lusa. Acrescentou ainda que, mesmo que nalguns anos aumentem o número de execuções, isso não significa um maior número de países com pena de morte. Em 1977, apenas 16 países tinham abolido a pena de morte para todos os crimes, quando actualmente são já 86. Num ano em que o continente africano merece destaque pela AI, os responsáveis da organização internacional congratulam-se com o facto de o Senegal e da Libéria terem abolido recentemente a pena de morte para todos os crimes (respectivamente em Dezembro de 2004 e Setembro deste ano).
DADOS HISTÓRICOS: A abolição da pena de morte para os crimes políticos foi proposta na sessão de 10 de Março de 1852 da Câmara dos Deputados, em Aditamento ao Acto Adicional à Carta Constitucional. Iniciada a discussão em 29 de Março, as divergências incidiram apenas sobre o processo legislativo. Relativamente à questão de fundo, o representante do Governo sintetizou o que parecia corresponder ao sentimento unânime da Câmara: “...porque felizmente entre nós a pena de morte para os crimes políticos está abolida nos corações de todos; e se, porventura, aparecesse hoje entre nós, um Nero, ou um Calígula, não teria força para a impor; e ainda bem que damos ao mundo um exemplo de tolerância que muito nos honra”. A proposta foi aprovada e a abolição da pena de morte por crime político passou a constar do artigo 16º do Acto Adicional à Carta Constitucional (5 de Julho de 1852). Sabe-se que, desde 1834, não fora executada pena capital pela prática de crime político. Em 1867, viria a ser aprovada uma lei que aboliu a pena de morte para todos os crimes, exceptuados os militares - Lei de 1 de Julho de 1867. Relativamente a crimes do foro militar, a pena de morte manteve-se até ao Decreto com força de lei de 16 de Março de 1911 que a aboliu, vindo a Constituição de 1911 a prever que em nenhum caso poderia ser estabelecida tal pena.
Uns anos mais tarde, a participação de Portugal na guerra levaria, pela lei nº 635, de 28 de Setembro de 1916, a restabelecer a pena de morte para “caso de guerra com país estrangeiro, em tanto quanto a aplicação dessa pena seja indispensável, e apenas no teatro de guerra”. Com redacção ligeiramente diferente, este regime vigorou até à Constituição de 1976 que, no nº 2 do artigo 24º, estabeleceu que “em caso algum haverá pena de morte”. Portugal foi pioneiro na abolição da pena de morte e na renúncia à sua execução mesmo antes de abolida.
CONCLUSÃO: A pena de morte é um assunto que gera grandes polémicas não apenas entre os juristas, mas envolvendo a população em geral. Esta polémica já existe há séculos e nunca se chegou a uma unanimidade e talvez nunca se chegue, mas a partir do século XIX, que se tem dados passos firmes com o sentido de acabar com esta crueldade.
Muitas pessoas posicionam-se contra ou a favor da pena de morte, mas não sabem justificar com exactidão a posição que assumem. Os que são contra a pena de morte argumentam que a criminologia e as estatísticas provam que a existência da pena de morte não reduz os crimes punidos com essa pena, e geralmente os que sofrem com a aplicação dela são os mais desfavorecidos, uma vez que não possuem condições para arranjar um bom advogado e os advogados oficiosos muitas vezes nem se preocupam em verificar se o seu cliente é realmente culpado. Os que defendem a sua aplicação argumentam que o criminoso é um degenerado irrecuperável e que ficando preso para sempre só estaria gastando dinheiro do Estado e que a melhor solução é matá-lo, poupando dinheiro dos contribuintes. Até hoje não se conseguiu provar que a aplicação da pena de morte diminui os índices de criminalidade, uma vez que verifica-se que os países que a aplicam têm percentagens de crimes superiores às dos países que a aboliram.
A pena de morte é a punição mais cruel, desumana e degradante não apenas para o preso, mas também para sua família; além da aplicação da pena, o preso às vezes fica anos à espera que a execução seja cumprida, o que acaba por desgastar o preso e prejudicar sériamente a qualidade de vida da sua família. E, acima de tudo é, uma violação clara do direito à vida.
Fontes:Amnistia Internacional/ Lusa /Procuradoria-Geral da República
domingo, outubro 09, 2005
John Lennon
O músico John Lennon, morto em 1980, completaria 65 anos neste Domingo. O cantor foi assassinado no dia 8 de Dezembro, em frente ao edifício onde morava, em Nova Iorque.
John Winston Lennon nasceu no dia 09 de Outubro de 1940 em Liverpool. Filho de Julia e Alfred Lennon, teve o pai ausente em toda a sua vida e acabou sendo criado por uma tia. Estudou na Quarry Bank Grammar School, escola que viu o nascimento dos “Quarrimen” ( que mais tarde dariam origem aos Beatles). Aprendeu a tocar guitarra com a sua mãe, que o visitava esporadicamente, até que morreu atropelada, quando John era adolescente. Isso aproximou-o de Paul McCartney, que havia perdido a sua mãe na mesma época. Em 1957 ingressou na Liverpool Art College, onde conheceu Cynthia Powel, que se tornaria a sua primeira esposa, casando-se em 23 de Agosto de 1962. Naquela época os Beatles começavam a escalada da fama e digressões, gravações, filmes e outros compromissos fizeram de John um marido ausente e foi o motivo pelo qual, o seu filho Julian, nascido em 1963, pouco contacto tivesse tido com ele..
John Lennon sempre foi o líder intelectual dos Beatles, e durante a 1ª fase, ele foi o grande responsável pela maioria das canções da banda, facto que iria reverter em prol de Paul McCartney de 1966 em diante.
Escreveu dois livros com poemas enquanto estava com o grupo: “In His Ows Write” ( 1964 ) e “A Spaniard in The Works” ( 1965 ). Em 1966 fez a famosa declaração de que "os Beatles eram mais famosos que Jesus Cristo”, frase mal interpretada quando foi colocada fora do seu contexto original. Recebeu em 1966 a medalha do Império Britânico ( devolvida em 1969 em repúdio pelo envolvimento da Inglaterra na guerra do Biafra ). No mesmo ano, numa exposição de artes na ‘Indica Gallery’, em Londres, conhece Yoko Ono, e começa a envolver-se com drogas pesadas. No final desse mesmo ano vai para a Espanha filmar “How I Won The War”’, de Richard Lester. Em 1968 o casamento de John e Cynthia terminou, começando a viver com Yoko Ono, com a qual casaria em Gibraltar em 20 de Março de 1969. Troca aí seu nome de John Winston Lennon para John Ono Lennon.
Com Yoko Ono, toma conhecimento de novas formas de manifestações artísticas e lançam discos nada convencionais, como ‘Two Virgins’ ( que se tornaria famoso pela capa dos dois nus ), ‘Life With The Lions’ e ‘Wedding Album’. Nesse mesmo ano, os dois são presos por posse de haxixe numa rusga policial.
Também com Yoko, fez uma série de filmes Avant Garde, como ‘Fly’,’Self Portrait’, ‘Smile’ e ‘Erection’. As campanhas pela paz, como as famosas entrevistas na cama num hotel em Toronto, ou simplesmente dentro de um saco, fizeram do casal, um símbolo da paz.
Formou a banda ‘The Plastic Ono Band’ para um concerto pela paz em Toronto, e a música “Give Peace a Chance” tornou-se o hino do movimento Hippie.
Com o fim dos Beatles, em 1970, John inicia uma carreira a solo. O segundo disco a solo, ‘Imagine’, tornou-se um fenómeno de vendas e a música uma obra prima.
No final de 1971 o casal muda-se para Nova Iorque, onde estabelecem residência, facto pelo qual durante quase 5 anos fez com que John Lennon não pudesse sair dos Estados Unidos, pela falta do visto de permanência ( devido à posse de drogas na Inglaterra ). Só iria conseguir o ‘Green Card’ em 1976. Campanhas anti Guerra do Vietname e posições políticos de esquerda, fizeram dele uma pessoa “perigosa” para o Governo de Richard Nixon, e muitas vezes foi seguido pelo FBI e teve o seu telefone sobre escuta. Nessa época, ele e Yoko lançam o disco “Sometime in New York City”.
Em 1973 John e Yoko fazem uma breve separação e John passa a viver em Los Angeles com sua secretária May Pang. Nessa fase grava dois discos: “Mind Games”’ e ‘Walls and Bridges”. Nessa época começa a gravar o disco “Rock’n’Roll”, que só seria terminado 2 anos mais tarde.A separação de John Lennon e Yoko Ono termina em 1975.
Compram vários apartamentos no edifício Dakota, em Nova Iorque, onde John se torna pai pela 2ª vez. Sean Ono Lennon nasce no mesmo dia do aniversário de John, em 09 de Outubro de 1975. John Lennon começa então um jejum musical de 5 anos, fazendo pão e vendo seu filho crescer. Yoko Ono toma conta dos negócios. O movimento “new wave” deu um novo fôlego a John e Yoko para retornarem aos estúdios, para gravarem em 1980, o disco “Double Fantasy”. O Disco tornou-se um mega sucesso comercial. A 8 de Dezembro de 1980, John Lennon foi abordado por um fã que lhe pediu um autografo à saída do seu prédio em Nova Iorque. Lennon assinou a capa do disco. Mark David Chapman, permaneceu junto ao edifício durante algumas horas. Quando Lennon regressou, Chapman disparou cinco tiros certeiros ao corpo de John. Lennon faleceu a caminho do hospital. Tinha 40 anos.
Concordo com Sir Paul McCartney, quando afirmou, dois dias após a sua morte: “John era um grande homem, que será lembrado pelas suas originais contribuições na arte, na música e na paz mundial”.