"Hotel Ruanda", um dos filmes-sensação do ano cinematográfico, estreou em Portugal, a duas semanas da entrega dos Óscares, onde conseguiu quatro nomeações, entre as quais as de melhor actor (para Don Cheadle), melhor actriz secundária (Sophie Okonedo) e melhor argumento original.É em situações muito complicadas que por vezes nasce um herói, alguém que graças à sua coragem consegue salvar muitas pessoas. ''Hotel Ruanda'' recupera a história verídica de uma dessas pessoas. Paul Rusesabagina (Don Cheadle) é um gerente de hotel que conseguiu esconder milhares de refugiados tutsis, durante o genocídio de 1994, salvando-os de uma morte certa. A acção deste thriller político situa-se no Ruanda, um país dividido pelos conflitos étnicos entre os Hutus e os Tutsi. Quase 85% da população ruandesa pertence aos Hutus, um povo proveniente da bacia do rio Congo. Os Tutsis, pastores de grande estatura provenientes da Etiópia, chegaram a este território por volta do século XV e impuseram o seu domínio feudal aos Hutus, a etnia maioritária.Em 1885, na Conferência de Berlim, as potências europeias repartiram entre si a maior parte do continente africano. O Ruanda ficou então sob o domínio alemão, mas depois de a Alemanha ter sido derrotada na I Guerra Mundial, os belgas ocupam o país e transformam os tutsis na elite económica, política e militar.Nos anos 50, há um retrocesso e os privilégios passam a pertencer aos Hutus. Mas mais importante do que detalhar a (longa) cronologia do conflito é dizer que até à década de 80, o poder foi pertencendo alternadamente a cada uma das etnias, com muito sangue derramado e muitos acordos falhados de permeio.Os eventos de ''Hotel Rwanda'' ilustram um desses momentos conturbados: o período imediatamente posterior ao assassinato do presidente que faz despoletar a violência entre ambas as facções. O Ruanda é então palco de uma das maiores atrocidades da história da humanidade onde, em apenas 100 dias, quase um milhão de tutsis são brutalmente assassinados por milícias de etnia hutu. Paul Rusesabagina, uma espécie de Oskar Schindler africano, era um Hutu moderado, casado com uma Tutsi (Sophie Okonedo), que geria um luxuoso hotel em Kigali e que, perante este cenário, promete proteger a sua família. Mas quando as perseguições aos Tutsis e Hutus moderados invadem a cidade, Paul acaba por encontrar a força e a coragem necessárias para salvar mais de um milhar de refugiados que acolhe no seu Hotel.Muitas destas pessoas são trazidas até ali pelo Coronel Olivier (Nick Nolte), responsável pelas acções militares da ONU no território. Joaquin Phoenix é o repórter de serviço que testemunha o massacre. Como quase sempre acontece neste tipo de conflitos, as Nações Unidas não conseguiram reagir a tempo e a sua acção no terreno foi manifestamente ineficaz. Realizado pelo irlandês Terry George, este filme revela-nos a forma engenhosa como um homem vulgar conseguiu salvar milhares de pessoas e manter o hotel a salvo. Uma parte das receitas de bilheteira deste filme será entregue à AMI, contribuindo para a ajuda das vítimas do tsunami e para a recuperação da Ásia Central. Texto estreia on line.
Imagens de corpos como essa chegam até nós todos os dias das mais variadas formas que já quase as encarámos com indiferença. A questão de fundo será: Em nome de quê? Qual a razão que, motivo imperial, justifique estas matanças indiscriminadas um pouco por toda a parte do globo terrestre?
Curioso, teres postado sobre a "brigada da quimioterapia" previamente a este post do Hotel Ruanda. Porque negros ou brancos, hutus e nazis são iguais, e os que defendem a superioridade branca acabam por se comportar como os piores sujeitos da incivilização africana (produto do colonialismo europeu). Temos que dar luta esta escumalha.
Já estive para ir ver o filme, mas o tempo não me permitiu ir ao cinema... mas imagens como estas, infelizmente, já as vimos noutros holocaustos! Gosto da tua sempre presente forma de trazeres factos tão importantes para a Humanidade, e que nos permitem não esquecer aquilo que se passa ou se passou no Mundo. Um abraço :-)
7 comentários:
Imagens de corpos como essa chegam até nós todos os dias das mais variadas formas que já quase as encarámos com indiferença. A questão de fundo será: Em nome de quê? Qual a razão que, motivo imperial, justifique estas matanças indiscriminadas um pouco por toda a parte do globo terrestre?
Para além de ser um bom filme é acima de tudo uma boa lição de história...
Curioso, teres postado sobre a "brigada da quimioterapia" previamente a este post do Hotel Ruanda. Porque negros ou brancos, hutus e nazis são iguais, e os que defendem a superioridade branca acabam por se comportar como os piores sujeitos da incivilização africana (produto do colonialismo europeu). Temos que dar luta esta escumalha.
Pedro, não meti estes dois post's seguidos, inocentemente.
Ainda BEM, que reparaste.
Um abraço.
Já estive para ir ver o filme, mas o tempo não me permitiu ir ao cinema... mas imagens como estas, infelizmente, já as vimos noutros holocaustos!
Gosto da tua sempre presente forma de trazeres factos tão importantes para a Humanidade, e que nos permitem não esquecer aquilo que se passa ou se passou no Mundo.
Um abraço :-)
Esse massacre faz-nos descrer na natureza humana.
Mas amanhã o sol vai nascer outra vez!
stou desejando ir ver este filme. Vamos ver se vou ter tempo...
Enviar um comentário